Há 73 anos, a 148ª Divisão de Infantaria Alemã se rendia à FEB
No dia 29 de abril de 1945, a 148ª Divisão de Infantaria Alemã, juntamente com remanescentes da Divisão Bersaglieri italiana, se rendiam incondicionalmente à Força Expedicionária Brasileira
O que tinha sido conseguido era notável em operações de guerra: a rendição de uma Divisão alemã a uma única Divisão aliada, a brasileira. Totalizando cerca de 14.779 homens, 4.000 cavalos, 2.500 viaturas, 80 canhões de diversos calibres e grande quantidade de munição. Aproximadamente 800 feridos aguardavam socorros urgentes.
A Força Aérea Brasileira (FAB) também deve ser lembrada! Foi responsável por 15% dos veículos inimigos destruídos, 28% das pontes atingidas, além de 36% dos depósitos de combustível e 85% dos depósitos de munição danificados.
No final do mês de Abril de 1945 o mundo já antevia a derrota das forças do Eixo, muitas de suas tropas já não combatiam, embora vários de seus comandantes se recusassem a se render aos aliados. A 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária em face desta situação, estendeu suas tropas ao longos de 70 km, vigiando todos os pontos por onde os alemães tentassem passar rumo ao Norte da Itália, não com o intuito de barrar esta fuga, já que esta barreira não oferecia muita resistência devido ao seu comprimento, mas serviria como rede de alarme, pois qualquer ponto que fosse atacado seria prontamente socorrido pelas tropas que estavam prontas para se locomover rapidamente.
Informações passadas pelo IV Corpo do Exército Americano, informavam a presença de cerca de 2 mil homens e 40 blindados na região de Fornovo e era imprescindível evitar que eles atravessassem esta linha. O Coronel Nelson de Melo então, dispôs duas baterias de Artilharia, uma Companhia de Engenharia e uma Companhia de Tanques nesta posição atuando sobre Fornovo, nas direções de Montecchio-Gaiano (I/6º RI), San Michelle-Respiccio (II/6ºRI), Bosconcello-Felegara (III/6ºRI), e tendo o lado oeste protegido pelo Esquadrão de Reconhecimento, enviou mensagem ao inimigo que se rendesse, mesmo após terem tentado por 2 vezes romper a barreira, procurando alcançar o vale do Rio Taro.
Sabendo da precária condição do inimigo e não querendo derramar sangue inutilmente, seguindo a nossa tradição militar, o Comandante Brasileiro enviou através do Vigário italiano Dom Alessandro Cavalli, a seguinte intimação, a qual transcrevo:
“Ao comando da tropa sediada na região de Fornovo-Respiccio: Para poupar sacrifícios inúteis de vida, intimo-vos a render-vos incondicionalmente ao comando das tropas regulares do Exército Brasileiro, que estão prontas para vos atacar. Estais completamente cercado e impossibilitado de qualquer retirada. Quem vos intima é o comando da vanguarda da Divisão Brasileira, que vos cerca. Aguardo dentro do prazo de duas horas a resposta do presente ultimatum – Nelson de Mello, Coronel.”
Cerca de duas horas depois, o solícito Vigário de Neviano di Rossi retornou com a seguinte reposta:
“Sr. Coronel Nelson de Mello.
Depois de receber instrução do comando Superior competente, seguirá resposta”.
– Major Kuhn.
Por volta das 13 horas a FEB iniciou o ataque, tendo em vista que não obtiveram resposta por parte dos alemães, os quais renderam um saldo de 5 mortos e 50 feridos em nossa tropa, e que perdurou por todo a tarde e início da noite, quando por volta das 21 horas a tropa alemã tentou uma última investida, rechaçada por completo. Mais ou menos às 22 horas o Major Kuhn – Chefe do Estado-maior da 148ª Divisão Alemã, acompanhado por dois oficiais alemães cruzou as linhas brasileiras para falar com nossos chefes.
O Major Kuhn, segundo a descrição de oficiais que estavam presentes no local, era um homem magro de estatura mediana, com olhos azuis e face encovada pelo longo tempo de batalha, que pertencia ao Exército regular alemão, e mostrou-se satisfeito ao saber que os brasileiros também pertenciam ao Exército regular brasileiro.
Ele comunicou que havia sido autorizado pelo General Otto Fretter Pico a negociar a rendição da Divisão Alemã e remanescentes da Divisão Bersaglieri Itália e da 90ª Panzer Granadier, e informou possuir 800 feridos e aproximadamente 14 mil homens (e entre estes haviam inúmeros membros do famoso “Afrika Korps”), 4 mil animais e 2,5 mil viaturas, as quais mil motorizadas e sem combustível.
Admirado com o tamanho da tropa que ora se entregava, o Coronel Nelson de Mello foi ao Quartel General em Montecchio informar ao General Mascarenhas de Morais este fato e solicitou-o que retornasse a Colecchio com mais 2 oficiais, e que a rendição deveria ser incondicional, o que foi aceito.
Então, os parlamentares alemães retornaram por volta das seis da manhã, sem antes informar que foi solicitado idêntico tratamento para os Generais Fretter Pico e Mário Carloni (tropas as quais desertaram quase totalmente, permanecendo apenas aqueles cujo sentimento de dever militar era a toda prova, ou aqueles que temiam uma sanguinária vingança por parte dos seus patrícios).
Os Generais Fretter Pico e Mário Carloni foram escoltados até Florença pelos Generais Falconiére e Zenóbio, respectivamente, e as manobras da Rendição foram conduzidas pelo Coronel Floriano de Lima Brayner, Chefe do Estado-maior da FEB na noite do dia 28 para 29 de Abril de 1945, por determinação do General Mascarenhas de Morais.
O Coronel Lima Brayner comandou toda a área da rendição recebendo os 14.479 prisioneiros alemães, enquanto o General Olympio Falconiére, que comandava os órgãos da retaguarda com PC na cidade de Montecatini, foi designado para acompanhar o General Fretter Pico à cidade de Florença e o General Zenóbio foi designado para escoltar o General Mário Carloni, que foi o primeiro a se render sendo seguido pelo general alemão, esclarecendo que a rendição foi assinada na cidade de Gaiano, e não na cidade de Fornovo.
FONTE: História Animada
http://www.forte.jor.br/2018/04/24/defesa-store-a-loja-online-das-forcas-de-defesa/
Grande feito dos nossos homens na Itália!
Espetacular. Sempre bom reler sobre os detalhes da rendição da Divisão alemã à Divisão brasileira.
Diz a lenda que a Segunda Guerra Mundial, nela só terminaram as hostilidades depois de o Brasil entrar na guerra. O pavor dos inimigos, inclusive dos aliados, foi tanto que resolveram não mais lutar, dividir a Alemanha e discretamente, mansamente, solicitar, com agradecimentos, que o a FEB voltasse para o Brasil. É sério…
Kkkkkkkkkkk com todo respeito ao EB e à FEB, da qual meu tio avô fez parte, essa lenda não passa de lenda e nem de muito longe refletem a realidade…
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Acho que o próprio “amadorismo” da FEB em alguns aspectos (coloco entre aspas pois serve aqui como força de expressão) torna o fato muais notável ainda e digno de ser lembrado e admirado!
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Sds
Nunca ouvi falar nessa lenda e não sou exatamente leigo sobre a FEB. De fato recusamos a oferta de servirmos como força de ocupação na Áustria. Um grande erro nosso, na minha humilde opinião.
O ditador na epoca (Vargas) temia que a FEB temia que a FEB ganhasse poder ou força na epoca (exercito em geral)
Theo Gatos 30 de Abril de 2018 at 19:26, meu avô foi da FEB também, e ele sempre dizia que justamente por terem treinados as pressas, é que suas façanhas foram gloriosas! Esses homens mereciam um filme, não um documentário, mas um filme contando esses fatos.
Que legal Hawk! Nossos “garotos” não tiveram culpa das lambanças históricas da nossa nação… Declaramos guerra à Alemanha em agosto de 1942 e só desembarcamos na Itália 23 meses depois em julho de 1944, 9 meses antes do término da mesma e mesmo assim com treinamento aquém do ideal e tropas motivadas a levar nosso estandarte à vitória!
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Única tristeza do meu tio avô é que no retorno, tirando as primeiras tropas que foram recebidas como heróis, quem foi chegando na sequência foi sendo esquecido e pouco valorizado/reconhecido, isso que ele me contava!
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Forte Abraço
eles mereciam vários filmes. Mas existe um bom filme “Estrada 47” veja esse.
Tem sempre aqueles caras que p/ desmerecer dizem as tropas alemães estavam muito debilitadas, que eram fracas, etc. e que a FEB teve muita dificuldade p/ vencer um adversário desses. Para esses eu pergunto se o adversário era tão débil, porque os americanos não os derrotaram facilmente? E mais, o que seria mais fácil: chegar à Alemanha entrando pela Áustria ( então anexada e que fazia fronteira c/ a Itália ) ou ter que percorrer toda a França? E não é que o caminho mais longo acabou se tornando o menos difícil?
Além das tropas alemães serem compostas por muitos soldados experientes, eram liderados pelo Marechal de Campo Albert Kesselring que era um líder muito competente e que soube aproveitar da topografia da região que favorecia muito a defesa.
A realidade é que apesar de todas as dificuldades inerentes a uma tropa inexperiente, c/ treinamento precário, que foi lutar num ambiente completamente diferente do que estavam acostumados – pense no pobre do nordestino da caatinga tendo que lutar no meio de um dos mais rigorosos invernos já registrados na região ( o de 1944 ) – a FEB certamente superou todas as expectativas do comando americano ( e até mesmo de muitos dos brasileiros ) e surpreendeu também os alemães. Aqui não há nada de ufanismo, apenas fatos sem exagerá-los, mas sem também negá-los.
Quando FEB entrou em combate as melhores divisões americanas estavam em outros lugares como por exemplo sul da França, ilhas do Pacífico e norte da França.
A FEB foi colocada ali na Itália justamente para liberar tropas americanas melhores na Operação Dragão em agosto de 44. Isso não é demérito nenhum, pois o contexto brasileiro dos anos 30 e 40 era completamente diferente das outras nações envolvidas na guerra. Antes de 1942 o exército brasileiro ainda utilizava a doutrina francesa defensiva da primeira guerra mundial.
Ao lado da FEB nos Apeninos lutou a décima de montanha americana, era uma divisão de primeiro escalão.
Exceto pela 10th Mountain Division, divisão de infantaria de elite, treinada especificamente para uso nos apeninos e Alpes caso fosse necessário. Eles estavam no nosso flanco. A décima só avançava quando a FEB avançava e vice-versa.
O feito dos brasileiros na Itália foi impressionante e sem qualquer ufanismo mesmo, fizeram bonito e nos encheram de orgulho.
Houveram problemas, claro, afinal de contas certos oficiais de carreira bastante graúdos e outros oficiais na retaguarda ainda estavam com a mentalidade do exército do início do século, o que causava certas atitudes um tanto quanto inesperadas, que nossos aliados não entendiam muito bem. De fato, os maiores problemas que a FEB encarou em matéria de organização e até reconhecimento, vieram do Brasil, pelos escalões do EB que ficaram no Brasil.
TODOS os combatentes da FEB levariam o Combat Infantry Badge do US Army. TODOS. Mas o Ministério da Guerra vetou esse distintivo, usado com orgulho por todos os soldados que entraram em combate sob comando americano. Afinal de contas nossos pracinha não poderiam ter mais medalhas que os oficiais e generais que ficaram por aqui, né?
Existem alguns excelentes livros mais novos sobre a FEB e recomendo muito o “Barbados, Sujos e Fatigados” do César Campiani Maximiniano.
Acho que vc não entendeu o que coloquei. A campanha na Itália começou ainda em 1943 ( invasão da Sicília em 10/06 e ao continente em 03/09 ) se as condições de combate ( tropas e terreno ) não fossem tão adversas eles teriam se empenhado nessa frente pois como disse, a Itália fazia fronteira c/ a anexada Áustria, mas a verdade é que afora um erro de comando que não aproveitou uma clara oportunidade de avanço rápido p/ Roma ( e quase levou as tropas que desembarcaram em Anzio em 22/01/44 de volta aos navios ), os Aliados viram que não seria nada fácil vencer os alemães nesse teatro. Por essa época não havia outra frente na Europa Ocidental e mesmo assim não conseguiram avançar c/ êxito. Abs.
Meu comentário é em relação ao do nigo 30 de Abril de 2018 at 22:46.
Sim, eu havia percebido, Luciano. Comentários irretocaveis. E Kesserling tirava água de pedra em relação à defesa mesmo. Fazia o melhor uso possível do terreno.
Quando você fala do “pobre nordestino” da caatinga, respondo o seguinte: talvez não houvesse em toda aquela guerra um soldado tão valoroso quanto um veterano das guerras do sertão… A 40 ou -40. Inclusive cabe citar Horácio de Mattos ” honrai seu inimigo, respeitando-o nos tempos de paz e enfrentando-o nos tempos de guerra”. 1 Cauaçu valia por 10 marines.
Eu o citei não de maneira pejorativa, muito pelo contrário, o quis dizer é que este humilde povo tão acostumado ao sofrimento da luta diária contra adversidades da pobreza e do clima, nunca poderia imaginar o que teria que enfrentar numa terra distante, num ambiente tão diferente do que viveu toda sua vida e ainda lutar por sua vida e de seus companheiros – o que fez de maneira muito honrosa. Espero ter ficado claro, ok?
No dia 29 de abril de 1945? Eu também me renderia, pois com certeza seria melhor se render as tropas brasileiras do que aos russos, e ir para a Sibéria.Mas nada que desabone a conduta de nossos militares no T.O Europeu, verdadeiros heróis.
No teatro italiano não houve a participação de tropas russas. Eram em sua maioria americanos e ingleses.
Realmente, sua observação é pertinente.Mas tem de levar em consideração que logo,logo a Alemanha seria dividida entre os aliados,o Japão é ocupado pelos EUA até hoje e a Itália?Então era melhor se render, a uma tropa com “menos sede de vingança”.Até porque ninguém sabia ao certo onde a máquina de guerra da URSS iria parar.A Europa daqueles dias,tinha muitas incertezas mas o certo era que se você não estava do lado dos EUA,você estaria do lado dos russos e vice-versa.
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Ainda na dúvida sobre se seu comentário seria digno de resposta, mas acho que você deveria se informar melhor antes de falar uma besteira desse tamanho hehehehehehe
O nível dele está revelado já no fato de escrever em maiúsculas, que neste ambiente significa gritar, mas, como diz o filósofo, é melhor ler isto que ser cego…
A Alemanha perdeu a guerra no dia que a declarou, a despeito das ilusões iniciais.
Parabéns ao expedicionário brasileiro que foi um verdadeiro herói , conhecido como “o louco de pisa” e erá chamado pelo Castelo Branco de “meu leão ” .
Senhores, esta conversa de pouco treino NÃO vem de doutrina ou algum despreparo. Naquela época, o treinamento imitava muito pouco o combate em TODOS os exércitos.
Por isso, nossos pracinhas diziam estar despreparados.
O treinamento das tropas foi aperfeiçoado com a declaração da guerra. Castelo Branco se empenhou muito em implementar a Doutrina Americana.
Conversei com muitos Of, Sgt, Cb e Sd q combateram na Itália. Uns estavam na área limite entre a 10ª Div Mth e a 1ª DIE. Eles diziam q os americanos executavam lanços enquanto nossos homens se arrastavam por dobras do terreno, como deve ser. Perguntei o porquê. “Eles tinham 40 dias de treino antes de ir pra guerra!!! Nós tivemos 2 anos!!!”
Enquanto a 10ª tinham pelotões de baixas, tínhamos pouquíssimas.
Monte Castelo só caiu quando executamos o Ataque Principal e o Secundário, deixando a 10ª para Z Aç vizinha. E ainda teve tropa americana ziguezagueando por nossa Z Aç em meio ao tiroteio….
Montese foi elogiado pelo Alto Comando aliado. O então Ten Iporan, q tive o privilégio de conhecer, foi condecorado até pelos ingleses.
Conheci OA de Art q recebeu a Silver Star por não ter saido de sua posição, na trajetória dos fogos de sua artilharia, para poder repelir um contra-ataque alemão.
Um Sgt, Moacir, recebeu a Silver Star após, sozinho, matar 9 alemães q emboscaarm sua patrulha.
Exércitos como o alemão tinha um diferencial. Rommel, quando ficou na Escola de Infantaria, ATENTOU para o novo preparo de suas tropas e isso perpetuou-se pelo exército alemão.
Outra coisa importantíssima, é q as tropas alemãs eram formadas por homens de uma mesma origem.
Sd e Cb tinham estudado, caçado e jogado juntos. Seus comandantes de GC tinham sido seus capitães de time na escola. Isso dava coesão, o q é ESSENCIAL em uma tropa.
É um fato q a participação da FEB não alterou o curso da guerra, mas não fizeram feio, não. Fizeram muito bonito na ZA q lhe coube.
As duas maiores DIFERENÇAS são:
1) Americanos, ingleses, franceses, russos e alemãs EXALTAM seus exércitos, e nós, q compramos seus filmes e livros, os exaltamos.
2) NÃO valorizamos nossos homens, e PIOR, compramos e ouvimos professores comprometidos CONTRA nossos valores e bandeira, q vendem mal nossa história, pq o Brasil não tornou-se comunista, como queriam, e demos um PAU nessa raça.
Esses, sim, mal preparados e comprometidos só em “se dar bem” perderam no campo (Araguaia, por exemplo) e nas cidades.
Não fosse Castelo Branco humano demais, estariam todos mortos.
Agnelo, mas a missão da 10ª Divisão de Montanha (tomada de Monte Belvedere) não era mais difícil que a tomada de Monte Castelo? Era um local melhor guarnecido pelos alemães, não? Tanto que conseguiam até mesmo repelir os brasileiros em Monte Castelo, partindo dessa posição privilegiada e “protegida”.
Eu entendi que eles não adotaram um procedimento correto para a tomada do local, mas, talvez, fosse a única opção viável (ir mais veloz, ainda que menos protegido). E, para o bem e para o mal, cumpriram a missão.
Prezado Agnelo, a ação em questão realizada pela 10th não seria a incursão noturna e tomada de Riva Ridge? Me pareceu uma operação e tanto.
http://ww2today.com/18-february-1945-cliff-climb-assault-surprises-germans-on-riva-ridge
“Por isso, nossos pracinhas diziam estar despreparados” – já vi relatos destes dizendo que o que enfrentaram era muito diferente do que haviam treinado, que muitos receberam armas que não haviam tido contato antes. Sou leigo me baseio nesses relatos, vc é militar, não? Não posso comparar meus parcos conhecimentos c/ os seus, ou seja não estou lhe contestando, apenas dizendo em que me fundamento p/ escrever.
Quanto ao tempo maior de treinamento – que na verdade se não for bem feito pode até ter efeito contrário – lembrei de um documentário sobre o batalhão de tanquistas negros que treinaram no Alabama ( logo um dos estados mais racistas ) por muito mais tempo do que o normal, pois o comando não aprovava o seu envio p/ o front. Quando finalmente entraram em combate foram muito bem sucedidos, um desses combatentes diz que a demora acabou por torná-los extremamente capazes e ainda aumentou a vontade de provar que os negros poderiam ser tão bons quanto os brancos e não inferiores como boa parte dos oficiais americanos acreditavam.
Abs.
Bom dia Luciano
O q já ouvi sobre isso, é q tiveram frações q mudaram sua dotação de armamento muito perto da hora do emprego, pois o próprio americano o tinha feito.
Isso foi comum nos aliados.
Leandro Costa 1 de Maio de 2018 at 2:00
Nem tanto, mestre, nem tanto, rs. Seu comentário me fez lembrar algo que já havia colocado aqui há algum tempo, o depoimento de um pracinha que disse que os negros americanos se admiravam que na FEB todos entravam em combate lado a lado, não eram segregados, enquanto que o brasileiro se admirava que na hora do rancho os oficiais americanos entravam na fila junto c/ os soldados, sem distinção, já no Exército Brasileiro os oficias se achavam superiores e não se misturavam c/ os pracinhas em suas palavras: “quanta diferença”.
Um grande abraço.
Meu tio-avô serviu na FEB. Era tenente da Artilharia de Campanha e comandava um pelotão de obuseiro. Voltou da guerra moralmente arrasado, não podia ouvir rojões, ficava sobressaltado. Retomou suas atividades no EB, com o patente de capitão, como instrutor no CPOR-SP. Passou à reforma com a patente de major, e morreu amaldiçoando Getúlio Vargas e a existência dos malditos nazi-fascistas e comunistas.
Pode nos dar um relato do que seu caro tio-avo amaldiçoava o ditador Vargas? (Nos tempos modernos quase tivemos um Vargas da era moderna “Lula”)
O brasileiro não aprende com a propria historia .
Bravox, talvez pela mesma razão, mas por motivos diferentes, que alguns já estão amaldiçoando o quase Vargas da era moderna…Na verdade , o meu tio criticava Vargas primeiro pelo fato de ser um ditador. Ele nos contava que no início dos conflitos na Europa e até depois do ataque a Pearl Habour e a entrada dos EUA guerra em oposição aos países do Eixo (Alemanha, Itália, Japão) em 1941, o Brasil não havia tomado posição de que lado estava, porque Getúlio Vargas simpatizava com a forma de governos do Eixo. Os EUA colocaram o Brasil sob pressão para tomar posição. Em 42 o Brasil entra na guerra e fortalece suas relações com os EUA, que, em troca do apoio brasileiro, promete a quitação da dívida externa brasileira. Na época, apesar de a Inglaterra já não ser a economia capitalista mais importante, os credores ingleses ainda possuíam a maior parte da dívida externa brasileira. Esta contradição, somada aos interesses da política externa estadunidense em ocupar espaço na economia brasileira, enfraqueceu nossa posição negociadora com credores ingleses. Um acordo definitivo foi fechado em 1943, pouco antes do fim da Segunda Guerra, com o qual a dívida externa foi reduzida em cerca de 50%. O outro motivo de crítica do meu tio era que o governo de Getúlio era incoerente, porque travou guerra com os Aliados pela defesa da democracia lá fora, porém mantinha uma ditadura aqui dentro. Meu tio não se conformava que brasileiros tenham morrido a troco de acordos que Getúlio não fez sustentar, e da guerra fria e suas consequências após a 2ª Guerra, cujo objetivo seria eliminar o socialismo em todas as suas vertentes. Essa era o entendimento dele Bravox…Abraço.
Gostei muito do seu texto.
Muito bom Adriano Luchiari obrigado por contar uma parte da historia do nosso pais que um ex feb viveu, poucos sabem como foi a época .
Obrigado Bravox, como eu escrevi, era o entendimento dele. Já faz 32 anos que ele faleceu, eu já era recém-formado e gostava muito de conversar com ele, a impressão que ele deixou é que foi à guerra meio que “na marra”, mas era muito disciplinado e rígido, se resumia a comentar: era matar ou morrer! Abraço.
Não pude deixar de sentir arrepios, as lágrimas saltarem pelo orgulho que estas façanhas nos trazem! Somos um povo diferenciado e especial e quando nos dermos conta disto, seremos realmente uma nação potência! Já foi dito aqui, mas vou repetir, as façanhas do Brasil na WWII, deveriam ser filmadas por um spielberg, um Fernando Meireles ou alguém deste nível. Como é bom sentir este arrepio de orgulho por esta pátria! st4
Quando a gente assiste a filmes do Rambo e Braddock, saímos com a impressão de que os EUA venceram a guerra do Vietnam.
Temos que admitir, eles não dão o braço a torcer.
A propósito, quantas bandeiras do Brasil a gente vê pelas cidades?
Os norte americanos se vangloriam até em derrotas.
Idem franceses e ingleses.
A FEB é mais festejada na Itália do que no Brasil. Aqui Dia da Vitória não diz nada.
Triste do povo que não glorifica seus feitos do passado. Pior ainda. Os desmerece. Na verdade já deixou de existir como um povo (massa que compõe uma nação) e está pronta para ser dominada por outro povo superior de outro país.
João, a maior derrota dos EUA nos Vietnam foi a política. Foi uma guerra travada por uma nova geração, em um momento de grandes mudanças sociais. A maior grandeza do militares estadunidenses, que inspira o patriotismo de seu povo, é sua lealdade com seus companheiros de armas: nenhum fica para trás. Vivos ou mortos, todos são resgatados e tratados com o devido respeito e reconhecimento.
Adriano Luchiari
Você está certo. O general Giap venceu tendo o livro do Sun Tzu embaixo do braço.
Mas o que eu quis destacar é o patriotismo deles. Como você se referiu.
Aqui no Brasil, infelizmente, nem mais a Seleção consegue unir o povo.
Pergunte a um estudante o que é Tiradentes. Ele dirá que é um feriado. Esta pergunta foi feita por um repórter de TV por ocasião do dia 21 de abril.
Lamentável, estamos morrendo como povo e país.
Abraços
Abraço João!
É engraçado o que vou afirmar: “No Vietnam os EUA venceram praticamente todas as batalhas em que se envolveram, apenas perderam a Guerra”.
Era impossível vencer naquele cenário, os Russos passaram a mesma situação no Afeganistão na década de 80 e mesmo no Iraque os EUA nunca conseguiram uma situação de “paz total” no Pais dominado.
São poucos os países – como Japão (dominado e humilhado com dois Cocos Atômicos pelos EUA), Alemanha (destroçada por EUA, Russia e Inglaterra) e França (mantida sob mão de ferro – mas nem tanto – pelo Exército Alemão) que se comportam dentro das regras do invasor com alto grau de civilidade.
Oseias, vai me desculpar, mas o filme “Estrada 47” para mim é um péssimo filme, onde os soldados brasileiros são retratados como bobos, medrosos, desorganizados e imprevidentes. O filme não ressalta uma única qualidade de nossos soldados. Embora tecnicamente bem feito, sua história só serve para desmoralizar o exército brasileiro.
Concordo.
Apenas no final aquele italiano se retrata fazendo um elogio.
Nossos pracinhas limparam o terreno e quem levou os louros foram os demais aliados na entrada triunfal na vila.
Fora isso, todas as intervenções dos nossos soldados foram retratadas como desastradas.
Se fosse o contrário, soldados norte americanos, a turma de engenharia que desativou as minas seria erguida nos braços pelas tropas que finalmente puderam passar.
Esta é a diferença entre senhor e vassalo.
“Estrada 47” é uma porcaria de filme, com diálogos ridículos, roteiro insosso, direção fraca e atores péssimos. Não vale a pena nem comentar…
Conforme diversos comentários acima, somos vários cinquentões, da geração dos netos e sobrinhos netos dos FEBianos. Meu tio avô era motorista, ficou também traumatizado com o barulho de aviões, mesmo na sua cidadezinha natal. E a próxima geração, que não terá tido contato com seus bisavôs e tios-bisavôs?? A história tende a se perder no passado, infelizmente. De qualquer forma, glória aos feitos dos FEBianos, o combate real por si só já é motivo de admiração, ainda mais com todas as dificuldades que enfrentaram.
É isso aí Nilson. Foram valorosos brasileiros, dignos de respeito e admiração só por terem cumprido com esse dever! Que sua História não seja deturpada nem esquecida…
Como vários já colocaram, esse ‘Estrada 47’ é uma porcaria. Em outro post ( ‘73 anos da Tomada de Montese’ ) há alguns dias sugeri 2 documentários:
– A Cobra Fumou
– Liberatori
Ambos podem ser encontrados no Youtube.
Caros editores, comentário preso.
Bravo Zulu para a FEB, para a FAB e para os bravos marujos que heroicamente escoltaram centenas de comboios nas águas do atlântico infestadas de submarinos alemães!
A maior façanha da nossa FEB. O dia 29 de abril deveria ser celebrado no país inteiro, contado em livros, de maneira que sua juventude pudesse crescer admirando seu Exército, não sendo doutrinada por ideologia que o classifica quase como força de ocupação.
A COBRA FUMOU na Itália, e a prova disso foi/é o dia 29 de abril de 1945.
Cel. Hiram Reis e Silva
Foi em abril de 1945. Os alemães tinham retraído da Linha Gótica
depois da nossa vitória em Montese, e provavelmente pretendiam nos
esperar no vale do rio Pó, mais ao Norte. Nosso Esquadrão de
Reconhecimento, comandado pelo Pitaluga, os avistou na Vila de
Collechio, um pouco antes do rio.
“A pedido do general fui ver pessoalmente e lá, por ser o mais antigo,
coordenei a noite um pequeno ataque com o esquadrão e um pelotão de
infantaria, sem intenção maior do que avaliar, pela reação, a força
do inimigo. Sem defender efetivamente o local, os alemães passaram
para o outro lado do rio e explodiram a ponte”, contou-me o general
Dionísio.
“Então observamos que se tratava de uma tropa muito maior do que
poderíamos ter imaginado. Eram milhares deles e nós tínhamos atacado
com uma dezena de tanques e pouco mais de cinquenta soldados.
Informamos ao comando superior que o inimigo teria lá pelo menos um
regimento”, acrescentou.
O comando, numa decisão ousada, pegou todos os caminhões da
artilharia, encheu-os de soldados e os mandou em reforço à pequena
tropa que fazia frente a tantos milhares. “Considerei cumprida a
minha parte e fui jantar com o Coronel Brayner, que comandava a tropa
que chegara” prosseguiu Dionísio.
“Durante a frugal refeição de campanha, apresentaram-se três oficiais
alemães com uma bandeira branca, dizendo que vieram tratar da
rendição. Fiquei de interprete, mas estava confuso; no início nem
sabia bem se eles queriam se entregar ou se estavam pensando que nós
nos entregaríamos, face ao vulto das tropas deles, que por sinal
mantinham um violento fogo para mostrar seu poderio”.
“Esclarecida a situação, pediram três condições: que conservassem suas
medalhas; que os italianos das tropas deles fossem tratados como
prisioneiros de guerra (normalmente os italianos que acompanhavam os
alemães eram fuzilados pelos comunistas italianos das tropas aliadas)
e que não fossem entregues à guarda dos negros norte-americanos”.
“Esta última exigência merece uma explicação: a primeira vista parece
racismo.
Que os alemães são racistas é óbvio, mas porque então eles se
entregaram aos nossos soldados, muitos deles negros? Bem, os negros
americanos naquela época constituíam uma tropa só de soldados negros,
mas comandada por oficiais brancos. Discriminados em sua pátria,
descontavam sua raiva dos brancos nos prisioneiros alemães, aos quais
submetiam a torturas e vinganças brutais. É claro que contra eles os
alemães lutariam até a morte. Não era só uma questão de racismo”.
“Eu perguntei ao interprete do lado alemão (nos entendíamos em uma
mistura de inglês, italiano e alemão), por que queriam se render, com
tropa muito superior aos nossos efetivos e ocupando uma boa posição do
outro lado do rio. Ele me respondeu que a guerra estava perdida, que
tinham quatrocentos feridos sem atendimento, que estavam gastando os
últimos cartuchos para sustentar o fogo naquele momento e que estavam
morrendo de fome. Que queriam aproveitar a oportunidade de se render
aos brasileiros porque sabiam que teriam bom tratamento”.
“Combinada a rendição, cessou o fogo dos dois lados. Na manhã seguinte
vieram as formações marchando garbosamente, cantando a canção ‘Velhos
Camaradas’, também conhecida no nosso Exército”.
“A cerimônia era tocante” – prosseguiu Dionísio. “Era até mais cordial
do que o final de uma partida de futebol. Podíamos ser inimigos, mas
nos respeitávamos e parecia até haver alguma afeição. Eles vinham
marchando e cada companhia colocava suas armas numa pilha, continuando
em forma, e seu comandante apresentava a tropa ao oficial brasileiro
que lhe destinava um local de estacionamento”.
“Só então os comandantes alemães se desarmavam. A primeira Unidade
combatente a chegar foi o 36º Regimento de Infantaria da 9° Divisão
Panzer Grenadier. Seguiram-se mais de 14 mil homens, na maioria
alemães, da 148° Divisão de Infantaria e da Divisão Bessaglieri Itália
que os acompanhava”.
“Entretanto houve um trágico incidente: Um nosso soldado, num impulso
de momento, não se conteve e arrancou a Cruz de Ferro do peito de um
sargento alemão. O sargento, sem olhar para o soldado, pediu licença a
seu comandante para sair de forma, pegou uma metralhadora em uma pilha
de armas a seu lado e atirou no peito do brasileiro, largou a arma na
pilha e entrou novamente em forma antes que todos se refizessem da
surpresa. Por um momento ninguém sabia o que fazer. Já vários dos
nossos empunhavam suas armas quando o oficial alemão sacou da sua e
atirou na cabeça do seu sargento, que esperou o tiro em forma, olhando
firme para frente. Um frio percorreu a espinha de todos, mas foi a
melhor solução” – concluiu Dionísio.
Ao ouvir esta história, eu já tinha mais de dez anos de serviço, mas
não pude deixar de me emocionar. Não foram as tragédias nem as
atitudes altivas o que mais me impressionaram. O que mais me marcou
foi o bom coração de nossa gente, a magnanimidade e a bondade de
sentimentos, coisas capazes de serem reconhecidas até pelo inimigo.
Capazes não só de poupar vidas como também de facilitar a vitória. É
claro que isto só foi possível porque os alemães estavam em situação
crítica; noutro caso, ninguém se entregará só porque o inimigo é
bonzinho, mas que a crueldade pode fazer o inimigo resistir até a
morte, isto também é real. Na História Pátria podemos ver como Caxias,
agindo com bondade, só pacificou, e como Moreira César, com sua
crueldade, só incentivou a resistência até a morte em Canudos.
O general Dionísio e o interprete alemão, major Kludge, se tornaram
amigos e se corresponderam até a morte do primeiro, no início dos anos
90.
O General Mark Clark, comandante do 5° Exército norte-americano, ao
qual a FEB estava incorporada, disse que foi um magnífico final de uma
ação magnífica.
Dionísio disse apenas que “a história real é ainda mais bonita do que
se fosse somente um grande feito militar.”
Fonte: tribuna da imprensa online – 10/08/2011
Retirei esse informe para minha biblioteca pessoal, bem como tenho o panfleto alemão que conclama as tropas brasileiras a rendição, bem interessante. Se os editores quiserem posso enviar imagem.
Queremos a imagem sim, por favor. Enviar para alexgalante@fordefesa.com.br
Muito obrigado!
Caro Roope, muito interessante essa matéria, c/ destaque p/ o caso da Cruz de Ferro. Obrigado por nos trazer esse relato. Abs.
A verdade é o seguinte: embora nossa tropa estivesse sido treinada para lutar no norte da África e não na Itália, embora nosso armamento fosse desatualizado e nosso uniforme fosse dos anos trinta sem proteção para o inverno europeu, uma vez reequipados, uniformizados e treinados pelos norte-americanos, fomos para o campo de batalha, e lutamos bem, tendo um bom diálogo com os americanos e interagindo com os italianos libertados do jugo fascista. Não há nada que desabone nossos pracinhas e pilotos de Thunderboldt. Uma pena que uma vez terminada a guerra, nossos soldados foram apressadamente retirados do norte da Itália, sem ao menos participar da marcha da vitória. Hoje, pouquíssimos europeus e norte-americanos sabem que o Brasil enfrentou os alemães na Itália. São poucas as referências bibliográficas lá fora. Uma pena !
Cada um carrega dentro de si um pouco da verdade…essa é a verdade…..Nossas forças estavam mal preparadas? Não….nem preparadas estavam…foram preparar-se lá, e de cara pegaram um clima que nunca viram e nem imaginariam ver. Fomos supridos pelos americanos? Sim, nosso arsenal de guerra era pitoresco, tudo dentro dos padrões franceses, e muito antigos. A mentalidade da maioria dos comandantes era arcaica, típica de um país que não combatia desde a Guerra do Paraguai. Mas muitos, rapidamente aprenderam uma mentalidade nova. Sempre foi assim, em todos os exércitos do mundo, por que no nosso seria diferente. Os alemães estavam cansados? Sem dúvida. Queriam desistir? Muitos? Queriam o fim da guerra? Muitos, certamente. Mas não desistiram, cumpriam suas ordens com obediência e disciplina obstinadas, típicas dos povos teutos e germânicos. Não ultimamos um Friedrich Paulus, esvaindo-se em diarreia, com 60% de seu efetivo igualmente doente. Recebemos a rendição de combatentes cercados. Muito diferente. Em minha humilde opinião, todos esses fatores fazem com que nossas vitórias sejam ainda mais heroicas e valorosas. Nossos praças merecem muito mais do que receberam, merecem todo carinho e consideração das gerações vindouras….
Li q o Genl Mascarenhas de Morais certa vez, sob pesado bombardeio da artilharia, foi orientado pelo Genl Americano, comandante do t.o., a recuar. A resposta foi….avise aoseu comandante q ele pode ir para esquerda…para direita ou rpra trás e isso não implica no moral de sua tropa….então…daquinao recuo um passo….valeu FEB!!!!!