Guarani com torre UT30BR tem vantagens sobre o canhão do Cascavel
Por Roberto Lopes
Especial para o Forças Terrestres
Em seu esforço de manter os leitores atualizados sobre as possibilidades técnicas do material empregado pelo Exército Brasileiro, o Forças Terrestres reproduz um interessante estudo comparativo dos carros EE-9 Cascavel – que há mais de 30 anos domina a cena “blindada” do Brasil – e Guarani da versão equipada com o sistema de arma UT30BR.
O artigo foi preparado pelo Capitão Gonzales, do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires, sediado na cidade gaúcha de Santa Maria.
Ao autor, os nossos cumprimentos por seu trabalho.
Eis o texto:
“COMPARAÇÃO ENTRE A VIATURA BLINDADA DE RECONHECIMENTO EE-9 CASCAVEL E A VIATURA BLINDADA GUARANI VERSÃO UT30BR
Cap Gonzales – CI Bld
Esse artigo visa fazer uma comparação entre as características técnicas da Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR) EE-9 CASCAVEL, utilizada no Exército Brasileiro (EB) desde a década de 70, e da Viatura Blindada Guarani UT30BR (Unmanned Turret 30mm Brazil), que está sendo distribuída nos Batalhões de Infantaria Mecanizados do EB. O quadro resumo abaixo busca traçar de forma direta a comparação entre as torres das citadas Viaturas Blindadas (VB):
Torre | ET 90-II | UT30BR |
Armamento Principal | Canhão 90 mm | Canhão 30 mm |
Armamento Secundário | 02 Metralhadoras 7,62 mm | 01 Metralhadora 7,62 mm |
Lançador de granada fumígena | 06 (seis) | 08 (oito) |
Cortina de fumaça | 30m (largura) | 100m (largura) |
Giro da Torre | Manual | Elétrico |
Carregamento | Manual | Automático |
Empaiolamento de munições do armamento principal | 44 (quarenta e quatro) | 200 (duzentos) |
Empaiolamento de munições do armamento secundário | 2200 (dois mil e duzentos) | 690 (seiscentos e noventa) |
Optrônico para o comandante | Não | Sim |
Optrônico para o atirador | Não | Sim |
Telemetria laser | Não | Sim |
Munição de energia química | Sim | Sim |
Munição de energia cinética | Não | Sim |
Precessão | Manual | Automática |
Detector de emissão laser | Não | Sim |
Transferência automática de alvos | Não | Sim |
Inicialmente, percebemos a grande diferença entre os calibres dos armamentos das duas Viaturas. A VBR Cascavel possui um canhão 90mm e a UT30 BR consta com um Canhão 30mm. Essa diferença tem como consequência imediata o poder de penetração da munição, porém os módulos optrônicos diurnos e noturnos existentes na VB Guarani amenizam essa diferença uma vez que a expectativa de acerto do primeiro impacto e a cadência de tiro é maior, além da possibilidade de uso de munição cinética na torre UT30 BR.
Cabe ressaltar, ainda, que a Torre UT30BR não é tripulada, o que gera maior proteção blindada ao Comandante da Viatura e ao Atirador, pois ambos ficam posicionados no interior do Guarani. Na VBR Cascavel, ambos os militares devem ocupar a torre, ficando protegidos apenas pela blindagem da torre que é de 16mm na dianteira e 8mm nas laterais e traseira.
Por fim, deve-se levar em consideração que a VBR Cascavel foi desenvolvida, dentro dos parâmetros existentes à sua época, visando combinar, harmonicamente, o máximo poder de fogo, mobilidade e proteção balística. A VB Guarani possui outras evoluções tecnológicas que auxiliam o trabalho da guarnição como sistema de ar condicionado, bancos suspensos com encosto para cabeça e cintos de segurança com cinco pontos.
Ainda pode-se agregar a capacidade anfíbia (com uso de flutuadores para a UT30BR), proteção anti minas e controle de enchimento de pneus como fatores que contribuem sobremaneira para o bom desempenho das missões. Todos esses agregados tecnológicos nas Viaturas Blindadas Guarani versão UT30BR visam apoiar pelo fogo os Batalhões de Infantaria Mecanizados do EB”.
FONTES
- Um Olhar Sobre o Passado – A fábrica de estojos e espoletas de artilharia em Juiz de Fora, Expedito Carlos Stephani Bastos
- Manual Técnico da Viatura Blindada de Reconhecimento EE-9 Cascavel, Engesa-Engenheiros Especializados S/A
- Manual Técnico da Viatura Blindada de Reconhecimento EE-9 Cascavel, Torre ET-90 II,ENGESA-Engenheiros Especializados s/a
- Manual Técnico 2355-005-12 da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Guarani, 1ª edição 2015
- Guia do Usuário Torre Automática 30 mm (UT30BR, Elbit Systems)
- https://www.orbitalatk.cotm/defense-systems/armament-systems
- http://elbitsystems.com/products/land-systems/unmanned-turret/
Desde de quando foi anunciando o Guarani com a terret
Torreta de 30 mm, eu venho falando pra ele ser usado nas cavalaria mecanizadas em detrimento há um veículo com canhão. À maioria dos exercitos modernos não usam mais blindados de rodas com canhões ou blindados de lagartas leve com canhões nessa função,
mas acho dificil isso acontecer, o pensamento do EB parece ser meio conservador, tanto que a maioria das vezes que se falava em um veiculo com torre e 30mm ou 40mm em detrimento à um com canhão a ideia era rechassada aqui no blog pela maiora.
A vantagem sempre vai depender do que for o inimigo a ser enfrentado. Nos últimos tempos, com quase qualquer conflito moderno tentando pra combate a insurgência a torre de 30mm parece muito mais negócio. Mais precisa, cadencia maior de disparos, funciona muito bem como um canhão anti-material e se não for enfrentar outros veículos blindados, é mais que suficiente para acabar com o dia de qualquer um.
Ela não daria conta de todos veículos blindados, com exceção apenas de CCs?
Acho que para carros de combate blindados, mesmo os mais leves, misseis como o TOW são mais efetivos.
Claro que um Cascavel teria que sofrer uma modernização no armamento para ser comparado com o Guarani.
Um é novo e o outro tem mais de 40 anos.
É meio que o óbvio…
A torre agrega uma suíte de sensores fenomenal, se comparada ao ultrapassado Cascavel. Ainda tem a questão do Gerenciador do Campo de Batalha, que está integrando ao Guarani.
Acredito que quando,e se, sair o Guarani com a Torc 30 teremos uma torre de mais baixa silhueta. Não sei se com 30mm e munição cinética se faz o mesmo serviço que com 90mm e a mesma munição.
1-O apoio de fogo supre igualmente nos dois calibres??
2-É conveniente,se for o caso, trocar os Cascavéis com seu canhão 90mm pelo Guarani com seu 30mm( UT-30BR ou TORC-30 )??
3- A missão será cumprida da mesma forma??
Eis minhas questões aos mais entendidos!!!
Não sou especialista no assunto, nem oficial para entender táticas de emprego no exército, mas pelo que sei do poder de fogo desse canhão de 30mm, para o apoio de fogo a infantaria ele é cumpre muio bem quase todas as das demandas que tenho em mente que uma tropa teria, mas tem alguns casos que se precisa de força bruta e vejo um canhão 90/105/120mm como melhor opção, ou seja, eles são complementares. Creio que se o exército tivesse recursos fartos, o canhão de TORC-30mm seria o padrão, com a REMAX 12,7 ficando em locais em que a tranposição de rios é muito importante e/ou seja em locais com vegetação mais densa e poucas construções, como no norte e em boa parte do centro-oeste.
Só de curiosidade, o US Army está adquirindo Stryker com canhão de 30 mm para colocar no lugar de alguns Strykers com canhão de 105 mm.
não entendo nada, mas esse canhão de 30mm seria o bushmaster? achei que o bushmaster fosse de 25mm.
Sim, ATK BushMaster MK44 30mm.
vlw
Ainda não entendi pq estão sendo apoiados pelo EB dois projetos de torre 30mm – Torc 30 e UTC 30.
Sds
São 3 torres.
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http://www.ares.ind.br/new/img/banner/torc30-mk2.jpg
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Essa MK2 é muito mais modernosa. Conta com um dos canhões 30mm mais modernos do mundo, com Air Burst Munition System e Sistema de Proteção Ativa Iron Fist.
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Top demais…
Ok,
Mas permanece a pergunta:
O EB pretende adotar mais de um tipo?
Capaz de nem o EB saber a resposta…
Mas voce que entende mais, pq na primeira guerra do Golfo os Bradleys tiveram mais Kills que os Abrahams? Tiveram sorte de acharem mais inimigos? E outra duvida, tanques modernos resistem a tiro de 30mm?
Foi pela manobra. As circunstâncias levaram a isso.
Mas, em um combate, um Esqd CC (13 MBT) destrui 2 RCC e um BIB iraquiano, evidenciando a superioridade do meio e do treino.
Só complementando, não sei se era um padrão, mas era normal os Bradley irem na frente (por causa dos sensores) e o Abrams na retaguarda.
E, mais uma coisa, além do canhão 25mm, os Bradley contavam com dois mísseis TOW.
Rafael,
Talvez te interesse.
OPERATION DESERT
STORM – Early Performance
Assessment of Bradley
and Abrms
http://archive.gao.gov/d31t10/145879.pdf
Mestre Carvalho,
Esses dias você me perguntou sobre Abrams e Bradley e eu não te respondi (até porque não sabia a resposta nos termos formulados, se eram MBTs ou blindados em geral as vítimas do Bradley). Talvez a resposta esteja no artigo. Se não estiver, vou pesquisar mais um pouco já que minha memória já não é lá essas coisasrsrs. Obrigado.
O artigo abaixo apresenta uma descrição bem detalhada sobre como se desenrolaram os engajamentos durante a ofensiva terrestre, mais precisamente a respeito da participação do 2nd Armored Cavalry Regiment na Batalha de 73 Easting (considerada a última grande batalha entre blindados). Vale a pena conferir.
https://thestrategybridge.org/the-bridge/2016/2/26/eagle-troop-at-the-battle-of-73-easting
Caro Diogo, pelo que pude observar na Guerra do Golfo o emprego de boas táticas de combate aliados à modernidade dos blindados fez a diferença no abate contra o Iraque. Uma prática conservadora, que não foi alterada pelos iraquianos na época, era de “enterrar” (colocá-los em espécies de trincheiras) seus blindados para adicionar defesa tirando completamente sua mobilidade…. vi fotos de diversos cascáveis destruídos por conta disso o que fora um tremendo equívoco tático considerando a natureza do blindado:
http://55ca7cd0-f8ac-0132-1185-705681baa5c1.s3-website-sa-east-1.amazonaws.com/defesanet/site/upload/news_image/2014/06/20776.jpg
Sds,
Comparação desleal e desnecessária, pois são projetos destintos e consequentemente com características distintas.
Vale ressaltar que com a modernização da Equitron, o Cascavel passa a contar com capacidades de engajamento diurno/norturno como o Guarani.
O que deve-se melhorar nos dois veículos é sua proteção balística, pois nos dois casos chega a ser ridícula para um veículo em sua categoria e para os padrões atuais.
Seria interessante uma re engenharia na arma principal do Cascavel, propiciando assim o desenvolvimento de um canhão nacional.
Esse canhão contaria com os conhecimentos dessa engenharia reversa no 90 mm, e conhecimentos advindos do projeto dos morteiros de 120 mm nacional.
Seria interessante a participação da Argentina no projeto, pois a mesma domina há anos esse tipo de tecnologia, inclusive tendo em andamento o projeto CALIV (Canhão de 155mm, se não me engano).
Assim com participação da Argentina, somado as empresas nacionais EQUITRON, ARES, ÓPTO DEFESA, AVIBRÁS etc..
Podemos dar continuidade ao projeto ORION (Guarani 8X8), com torre automática nacional.
Me pareceu comparação do Xavante com o Gripen.
Estudo comparativo de banana com laranja…
Não se trata de ser mais ou menos eficiente, adequado ou não. Trata-se de ter ou não o equipamento eficaz com a verba disponível. O 30mm do Guarani pode enfrentar os tanques argentinos com canhões de 105 mm e os SK 105mm usados pelos fuzileiros e como MTBs pelos bolivianos. No mais, apenas os chilenos, com os quais dificilmente termos problemas, e os venezuelanos possuem MTBs com proteção eficaz para a munição do Guarani. Agora, convenhamos, as 44 granadas de 90 mm (inclusive com tipo flecha e oca) fazem MUITO mais estragos que os 200 de 30mm do Guarani.
Com munição programável… Não tem muito que fazer.
https://www.youtube.com/watch?v=4UolMYY7QaA
.
PS: Aquela torre da ARES que postei mais acima, tem essa capacidade.
Taí uma reportagem que não faz sentido. Comparar alhos com bugalhos (ou um Xavante com Gripen, como o Sr. Rinaldo Nery muito bem postou), um carro de reconhecimento da década de 1970 e um VTB dos anos 2010…..
Prefiro me estender na discussão sobre a melhor torre de 30mm.. Bardini, que tal postar mais alguns dados?
O título da matéria não faz justiça com o teor do trabalho.
Na verdade, a tabela apresentada pelo Cap. Gonzales é bem interessante, exatamente por permitir entender algumas melhorias que poderiam ser integradas ao Cascavel, bem como o nível de avanço tecnológico do Guarani. Vou salvar.
Mas permanece a pergunta: Porque o EB apoia dois modelos de torre?
Adquiriu a UT da Elbit e ajudou a desenvolver a TORC 30 (via CTEx) da ARES
Prezados,
Trago uma interessante explanação do forista “Guacamole”
Guacamole 22 de Abril de 2017 at 19:36
Senhores, vejo que membros assíduos do site ainda não entenderam a diferença entre o TORC 30 (que usa uma Rheinmetall 30mm) e a outra versão com silhueta mais alta, que usa uma Bushmaster mk. 44, também em 30mm.
A principal diferença entre elas está no modo de utilização. E por isso são tão diferentes uma da outra.
A versão alemã (Rheimetall 30mm) é dedicada ao ataque puro e simples. Tem uma maior cadência de tiro. Tem um angulo maior de inclinação para engajar alvos aéreos e o mais importante, os tripulantes tem acesso a torre por dentro do veículo, podendo carregar munições no meio da missão sem ter que sair do blindado (contanto que estejam levando munição extra, é obvio).
A outra versão, Bushmaster mk.44 é para tanto dar poder de fogo as tropas bem como proteger o próprio veículo de ataques. Por isso a cadência de tiro é quase 3 vezes menor. A torreta tem uma silhueta maior porque todas as munições ficam dentro da torreta, do lado de fora do veículo. Os tripulantes por dentro não tem acesso a ela a não ser que saiam do mesmo. Deste modo, um Guarani com uma Bushmaster perde em poder de fogo mas ganha em tripulação, podendo levar 8 soldados (fora os 3 da tripulação) com quanto que o com TORC 30 pode levar no máximo 5.
É por isso mesmo que o TORC foi feito para ser usado na futura viatura 8×8, e se a ARES continua com o projeto, é porque ainda tem esperanças que o 8×8 vai vir.
Espero que tenha ajudado os amigos.
PS: a TORC vai poder engajar alvos aéreos mas com precisão limitada pois não terá radar 3D para fazer os cálculos necessários.
O radar num veículo antiaéreo geralmente é só para alerta de ameças mostrando o azimute, daí pode ser 2D. O controle de tiro é provido por um sistema de direção de tiro à parte, que pode ser só visual, eletroóptico ou eletroóptico/radar de DT.
Um radar rotativo de vigilância do tipo 3D não é capaz de prover direção de tiro para canhão, apesar de ser competente para fazê-lo em relação aos mísseis.
Mesmo tendo um radar de vigilância 3D um canhão AA precisa de um sistema de DT dedicado.
Uai, como assim a TORC 30 é para o 8×8???
Só vejo modelos em artes com o Guarani 6×6 como base e tem uma foto de uma palestra(eu não sei ao certo) do EB onde se vê um Cascavél com a torre Torc 30. Creio que integrarão a torre no 6×6 mesmo viu.
Cascavél com Torc 30;
http://www.ares.ind.br/new/img/noticias/torc-30-no-cascavel.jpg
Guarani com Torc 30;
O texto não diz que a TORC é para o 8×8.
Diz que ela toma mais espaço do que a UT30 em um 6×6, portanto….
Aí fica uma questão de escolha (técnica, espero): vale a pena sacrificar parte espaço para soldados para ter uma torre diferente, com vantagens e desvantagens em relação à outra torre? Se sim, vão integrar. Se não, não.
No mais, podem colocar uns mísseis e torná-lo um “IFV” para acompanhar e prover maior segurança aos Guaranis “APC” pouco armados, mas cheios de infantes.
Também acho que será integrada ao 6×6 – até porque não sei se a 8×8 sairá do papel.
Pois é e como vc salientou, coloca se um lançador de mísseis na Torc 30 e temos um “IFV” genérico pra dar cobertura aos VBTP MR’s.
Rafael e Bosco!!
Olhem que fantástico este trecho do documento que postei acima:
Some Bradley commanders, crews, gunners, and Army Infantry Center officials
expressed concerns about being exposed to enemy fire until the missile hit
its target. At its maximum range of 3,750 meters, the TOW takes about
20 seconds to hit its target. From the time the TOW is fired until it hits its
target, the Bradley must remain in a stationary position. During the time
the Bradley is stationary, it is more vulnerable to enemy fire. As a result,
some Bradley commanders, gunners, and crews, as well as the Army
Infantry Center, want a “fire-and-forget” weapon to replace the TOW.
De certo modo, este temor reflete minha objeção em alocar o MSS 1.2 em vtr bld integrando o Cascavel ou Guarani.
Prefiro eles na infantaria.
Faz todo o sentido, ter que ficar no lugar expõe o lançador/veículo. Um missil tipo atire e vai embora é o melhor possível em qualquer versão de lançamento.
Tomcat
O documento faz também referência a falhas do TOW em virtude de treinamento e outras questões operativas.
Imagine uma tripulação, com o veículo parado, exposto….A ansiedade do operador naturalmente vai provocar erros.
A infantaria, por sua vez, pode procurar uma posição mais adequada e protegida para efetuar o lançamento.
Sds
Carvalho,
Não à toa o TOW tem sido “substituído” pelo Javelin.
Vale salientar que um míssil antitanque de 3ª G do tipo “fire and forget”, como o Javelin, instalado em um veículo, oferece a possibilidade de atirar em movimento e do veículo lançador se evadir ou se ocultar (fumígeno) após o lançamento. Mas ainda assim, o veículo lançador pode ser destruído antes que o míssil lançado atinja o alvo, porque, na distância máxima, o míssil continua levando cerca de 20 segundos para chegar ao alvo, tempo suficiente para um carro de combate contra atacar com seu canhão e destruir o agressor antes dele mesmo ser destruído.
Mesmo que o alvo seja destruído pelo míssil, que opera de forma autônoma, o veículo lançador pode não escapar.
Aí, a melhor opção seria um míssil hipersônico, de destruição cinética, que quando lançado contra um alvo consegue atingi-lo antes deste reagir. Esse tipo de míssil tem sido procurado há anos, sendo considerado o “Santo Graal” da guerra antitanques, mas até hoje seu desenvolvimento não logrou êxito.
O mais perto que se conseguiu de um míssil de destruição cinética prático foi o KEM (míssil de energia cinética), que compunha o sistema LOSAT. O míssil era um monstrengo pesando mais de 80 kg, Mach 7, alcance de 6 km (mais que o projétil APFSDS de um canhão) e atingia o alvo na distância máxima em 4 segundos, não dando tempo de reação. Era tão rápido que não precisava de uma ogiva explosiva, mas só uma núcleo de metal denso.
Numa escala dos mísseis menos para os mais efetivos dentro desse contexto de sobrevivência do veículo lançador, a coisa toda pode ser organizada da seguinte maneira:
1- míssil subsônico guiado por comando Ex: TOW
2- míssil supersônico guiado por comando ou laser Ex: Spiral
3- míssil fire-and- forget Ex. Javelin
4- míssil de energia cinética Ex: não existe ainda
Tá doido hein, se conseguirem algo como este míssil ae babau MBT’s pois creio que os sistemas de defesa ativa não tem como reagir a algo vindo tão rápido e por não levar carga explosiva vai passar tranquilo.
Tomcat,
O KEM foi concluído mas não foi adquirido. Era meio que desengonçado para a linha de frente e mais parecia um míssil sup-ar. Aí, lançaram um programa para um KEM compacto, o CKEM, que teria o peso de um Hellfire, mas foi cancelado. O CKEM teria 10 km de alcance (contra 6 do KEM), pesaria a metade, teria o mesmo poder de penetração na distância máxima (diferente de um projétil cinético de canhão que quanto mais longe o alvo estiver, menor é o poder de penetração) e seria do tipo “fire-and-forget”, dotado de um pequeno radar de ondas milimétricas combinado com um laser semiativo para ser utilizado em alvos não reconhecidos pelo radar.
O 11 de setembro jogou terra nesse também.
–
Carvalho,
Sem dúvida o processo de detecção, identificação, avaliação e aquisição do alvo demanda tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=S3fXblyIIs0
Um vídeo de teste do KEM.
Assisti ao vídeo. Incrível a velocidade, me faz crer mais ainda no que mencionei sobre ele passar tranquilo pelos meios de defesa ativa. Muito impressionante. Mais curioso é terem largado um projeto/produto tão eficiente de lado ,no caso o CKEM seria o terror das tropas blindadas e de CC.
Bosco,
Existe um outro “delay” no lançamento que eu acho que deve ser considerado:
– A preparação para o tiro…
Todos os lançamentos que eu vi no youtube (inclusive alguns do EB e FZN) existe um tempo longo de apronto para o disparo. Ou seja. além do 20 s de corrida do míssil, pode botar tranquilamente uns 60s de apronto (identificação e aquisição do alvo)
Portanto, mesmo no modelo “fire an forget” existirá um momento de vulnerabilidade da vtr lançadora.
Resumindo, para as condições no nosso Exército, acho que devemos tão somente implantar o MSS 1.2 em lançadores não embarcados.
Sds
Bosco,
Existe um outro “delay” que acho que pode aumentar o tempo de vulnerabilidade da vtr.
– O Preparo para o lançamento…
Em todos os vídeos de lançamento que vi (inclusive alguns do EB e FZN) existe um longo tempo de preparação para o disparo. Aos 20 seg de corrida do míssil, pode adicionar tranquilamente mais 60 para identificação e aquisição do alvo.
A instalação de TOWs nos Humvee, acredito que seja uma forma de diminuir esta vulnerabilidade, pela menor silhueta e mobilidade.
Resumindo…para as condições do nosso Exército, coloca o MSS 1.2 no LMV que tá bom demais da conta.
sds
Seria viável o CFN trocar os (Piranhas III ) por esses tipos de Guarani ? sairia mais em custo para a Marinha operar um Guarani ?
Como especialista minha opinião, sem levar em consideração os custos financeiros, é de que sim os canhões 30mm ATK ou Rheinmettal superam em muito o Cockerill 90mm de baixa pressão do Cascavel, eis os dados:
O canhão 90mm do Cascavel não pode disparar munições tipo cinética, dado de manual do Carro;
O Canhão 90mm, mesmo com um sistema de controle de tiro agregado teria um alcance eficaz até max 1500m, dada a quantidade de propelente de seu estojo;
O canhão 30, apensar de um estojo menor, por ser mais leve tem alcance máximo entre 1700 a 2000m superando o 90mm.
A quantidade de munição pode ser em muito aumentada se removidos os atuais bancos internos para fuzileiros e colocados cofres de munição 30mm e 7,62mm.
Dentre esses fatores, além de uma padronização do Guarani, na sua atual configuração de eixos e construção, serviria para atender e substituir com valor o atual Cascavel.