Angela Merkel é reeleita para o quarto mandato como chanceler alemã
Com 364 votos, deputados do Bundestag confirmam reeleição da líder da CDU e encerram longo período de incerteza no governo
Quase seis meses após a vitória na eleição parlamentar de 23 de setembro, Angela Merkel foi reeleita chanceler federal nesta quarta-feira 14 pelo Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, para mais quatro anos de governo. Ela obteve a maioria absoluta necessária dos votos logo no primeiro escrutínio.
Entre os 709 deputados foram contabilizados 688 votos válidos, dos quais 364 a favor de Merkel, apenas nove votos a mais do que o necessário. Ao todo 315 deputados votaram contra e nove se abstiveram.
A grande coalizão com os social-democratas, alcançada por Merkel após meses de difíceis negociações, contava ao todo com 399 votos, o que significa que pelo menos 35 deputados de sua própria coalizão não votaram nela. O fato, porém, não é inédito: há quatro anos ela recebeu 42 votos a menos do que o número de deputados da grande coalizão. Também em 2009 e 2005 não foram todos os membros da coalizão que votaram nela.
Esta é a quarta vez que Merkel é eleita chanceler e promete ser seu mais difícil mandato.
“Temos muito trabalho pela frente”, disse Merkel diante da imprensa em Berlim na segunda-feira, quando apresentou o novo acordo de coalizão de governo ao lado dos líderes das outras duas legendas que integram a aliança, o seu novo ministro do Interior, Horst Seehofer (CSU), e o seu novo ministro das Finanças, Olaf Scholz (SPD).
Renovação será um tema importante para o quarto governo liderado por Merkel – porque, para a maior parte dos especialistas em política na capital alemã, a premiê está mais tropeçando do que deslizando rumo à nova legislatura.
A serena intocabilidade que, até agora, a tornou tão bem-sucedida erodiu durante os últimos meses. Sua União Democrata-Cristã (CDU) alcançou o pior resultado eleitoral do pós-Guerra nas eleições legislativas de setembro – os 33% foram muito mais do que a parcela de votos obtida por qualquer outro partido, mas aparentaram uma derrota para uma legenda acostumada a convencer mais de 40% dos eleitores alemães.
Depois, veio a ruptura das negociações para a formação da chamada coalizão “Jamaica”, entre os liberais-democratas do FDP e um Partido Verde relativamente conservador.
O que há de novo?
A “Jamaica” teria sido inédita no plano federal na Alemanha e teria tido ares de um plano de governo fresco para um eleitorado cansado dos dois grandes partidos centristas que governaram a Alemanha durante oito dos últimos 12 anos.
Mas, no final, o FDP abandonou as negociações e declarou, de forma condenatória para a chanceler, que apenas integraria uma coalizão com a CDU sem Merkel à frente do governo.
Merkel abordou o assunto “renovação” diante de dezenas de repórteres na segunda-feira, destacando todas as mudanças que ela já fez e os novos projetos que tem pela frente: a reestruturação do governo federal com a inclusão de pastas de construção e de Heimat (“terra natal”) ao Ministério do Interior, e a transformação de “assuntos digitais”, educação e formação profissional em novos focos de trabalho.
A chanceler federal também fez questão de apontar que, excetuando o seu próprio e o da ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, todos os cargos de seu gabinete serão assumidos por novos ministros. “Isso vai mudar as discussões”, sugeriu Merkel, sugerindo que o governo pode até parecer o mesmo, mas na verdade é diferente do anterior.
Josef Janning, analista político do Conselho Europeu de Relações Exteriores, vê o fato de Merkel conseguir fazer muito para reconquistar eleitores perdidos com ceticismo. “Ela introduziu algumas caras novas, e são eles que vão precisar fazê-lo”, disse Janning à DW. “Ela vai ter que ser aquela pessoa que os deixa brilhar, que os deixa trazer inovações de uma forma que não seja egocêntrica, mas sim com espírito de equipe. Se ela conseguir fazer isso, ela pode dar a impressão de que algo novo está acontecendo”, avaliou.
Para o estudioso, a área política mais importante para Merkel é a Europa. “Ela vai precisar demonstrar que pode revigorar a Europa como uma ideia”, explicou. “E acredito que ela está determinada em tentar seriamente”, observou.
Janning também acha que os últimos meses serviram para corrigir perspectivas europeias sobre a Alemanha. “Antes da eleição, a Alemanha parecia ser a exceção a todas as regras da política europeia, sem nenhum grande partido anti-UE e com uma campanha eleitoral entediante”, descreveu. “Essa visão foi destruída. Agora, voltamos a ser um país mais ou menos normal, encabeçado por uma líder mais ou menos normal”, afirmou.
Concessões incômodas
Essa ênfase na renovação teve origem nas duas tarefas incômodas que Merkel enfrentou após a implosão da possibilidade da coalizão “Jamaica”. Primeiro, ela teve de convencer seus antigos parceiros do Partido Social-Democrata (SPD) a se unirem a ela em mais uma edição da chamada “grande” coalizão (formada pelos dois maiores partidos do país) – e isso depois que o ex-líder do SPD, Martin Schulz, havia descartado a possibilidade.
Em segundo lugar, ela precisou vender o contrato de coalizão que resultou das negociações para a formação de um novo governo – um contrato que incluiu algumas concessões significativas tanto para o SPD quanto para os aliados do partido bávaro União Social-Cristã (CSU) – para a sua própria e desiludida legenda.
Merkel (c.) assina contrato de coalizão ao lado de Horst Seehofer (d.) e Olaf Scholz (e.): pouca diversidade no gabinete
É possível notar o alto preço que custou iniciar um quarto mandato no interior da CDU. Merkel precisou indicar um rival da ala direita do partido, Jens Spahn, para ocupar o posto de ministro da Saúde em seu novo gabinete, mesmo que ele tenha uma visão bastante diferente sobre os rumos que o partido conservador deveria seguir.
Não que Merkel seja exatamente progressista nos temas sociais. Apesar de falar muito sobre como ela arrastou o seu partido para a esquerda, Merkel votou contra o casamento gay no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) no final de seu período legislativo, em junho do ano passado. Alguns meses antes, em abril, ela recusou se definir como feminista quando participava de um painel ao lado de algumas das mulheres mais poderosas do mundo. O título do debate: “Mulheres inspiradoras”.
A chanceler alemã também não parece apostar muito na diversidade no interior do governo federal. Apenas seis dos 15 ministros de seu novo gabinete são mulheres. Ninguém pertence a uma minoria étnica e apenas uma vem da antiga Alemanha Oriental.
Mudança de estilo?
Frequentemente, a longevidade de Merkel à frente do governo alemão foi atribuída ao seu estilo de liderança cuidadoso e passivo. Costuma chamar a atenção que ela evite grandes discursos visionários. Em vez disso, busca o consenso impondo sua autoridade nos bastidores.
“Seu estilo de liderança sempre é comparado às mesmas políticas velhas, musculosas e de estilo masculino”, define Johanna Mair, professora de Organização, Estratégia e Liderança da Hertie School of Governance, uma escola superior privada em Berlim. “Se não tivermos líderes dominados pela testosterona, ou políticos de estilo masculino, estamos condenados. Tenho certeza de que vamos avaliar sua liderança de forma bem diferente do que hoje daqui a alguns anos”, prevê.
Mas o declínio da CDU e do SPD sugere que, atualmente, o centrismo silencioso e o compromisso estão ficando fora de moda para a população.
Por outro lado, o cientista político Josef Janning não acha que isso vai impressionar a chanceler federal. “Nada vai mudar Angela Merkel”, acredita. “Contanto que o resultado seja satisfatório – o que é o caso aos olhos de muitas pessoas nesse país, assim como no exterior –, então o método é satisfatório [também]”, constata. Apesar de sua passividade nas negociações para formar o atual governo ter sido criticada, “no final, o que contou na sua abordagem da política é que ela entregou uma coalizão”, resume Janning.
Por esse motivo, o analista não acha que Merkel vai adotar uma atitude mais liberal que frequentemente é observada em presidentes dos EUA reeleitos a um segundo mandato. “Haverá um sucesso relativo se ela conseguir manter a coalizão unida durante esse período eleitoral, e também se ela preparar o terreno para outra pessoa que possa conquistar um bom resultado para os cristãos-democratas na próxima eleição”, prognostica Janning. “Se ela conseguir fazer isso, vai ser considerado um sucesso notável”.
FONTE: Deutsche Welle
Um fato que talvez seja evidente é que democracia não tem absolutamente nada a ver com renovação de figuras como creem alguns, continuidade e continuísmo cabem sim dentro da democracia … A Alemanha está a frente da Europa, e a Europa continuara a focar na área social, mas irá ter cada vez menor importância estratégica e militar, o centro do poder e os países com relevância estratégica estão na Asia, países como Indonésia, Malásia, Tailândia, Vietnã, Taiwan irão substituir Itália, Espanha, Reino Unido e França no mundo, e neste novo cenário a China faz o papel que era da Russia/União… Read more »
Mas é justamente esta falta de renovação que vai levando a Alemanha a um país com menor relevância e pior com maior propensão a corrupção.
Está tudo funcionando conforme a agenda, sem disparar um único tiro a europa, e em muito particular, a Alemanha, vai sendo reduzida a… o quê? Uma população de homens que protestam de saias, invadida por imigrantes que não são aceitos em países de sua mesma cultura/religião e língua, e seguindo a receita que não deu certo em nenhuma galáxia, ou seja, tirar de quem produz para entregar a programas “sociais”. Nem os EUA resistiriam a essa idiotice implementada pelo Barak Obama, e a economia desceu a ladeira. A Europa está a cada dia descendo mais fundo na espiral. Parece que… Read more »
Barbieri, a Europa está na defensiva, procurando manter sua coesão étnico-cultural. Nem aí para o que acontece no mundo. Seu único problema militar é a Rússia e já está de bom tamanho.
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Essas siglas dos partidos alemães são uma comédia ! 🙂
Felipe, você está deliberadamente misturando conceitos e espero que não seja para justificar a candidatura de réus já inelegíveis e virtuais presidiários. No parlamentarismo a chefia de governo é exercida por um primeiro-ministro oriundo do parlamento ao passo que a chefia de estado cabe ao presidente ou ao monarca. E uma vez que não há restrição para eleição de membros do legislativo termina por não haver limites de eleições e reeleições para o Primeiro Ministro embora a estabilidade dos governos parlamentaristas seja frágil, sujeita às maiorias parlamentares Por seu turno no presidencialismo o Chefe do executivo exerce as funções de… Read more »
Agora a Alemanha declina de vez.
Logo em alguns anos vamos ver o novo califado da Merkel por completo.
Kkkkk ,parece que na Alemanha também tem este negocio de alianças…Triste e ver os que os próprios Alemães fala desta mulher…
Se Putin ganha mais uma é ditador…se esta senhora ai ganha ,”democracia não tem nada haver com renovação” ,rsrsrs…de uma coisa sei a Alemanha continuara caminhado a passos largos para sua Ruína, para tornar politicamente insignificante no cenário mundial….
Triste é ver alguém que fala um negócio desses, por menos que eu goste da Merkel…
Será que existe a informação de quantas Mesquitas haviam na Alemanha quando Merkel assumiu o Governo e quantas existem hoje? Em todos estes anos de Governo Merkel a Alemanha tornou-se mais ou menos poderosa? Mais ou menos importante no mundo e na Europa? Ou tem a influência e poder de sempre baseada apenas em sua forte capacidade industrial devido à uma população vocacionada ao trabalho? Apenas do ponto de vista militar, a Alemanha consegue se defender sozinha da Russia? Do ponto de vista econômico, a Alemanha conseguirá acompanhar a capacidade e produtividade Chinesa e a inovação Americana? Do ponto de… Read more »
Ta sucateado o exercito alemão (geral), não comparem com Brasil…..
Fiquei na dúvida.
Putin Alemã?
Xi Jinping Alemão?
Chaves Alemão?
Maduro Alemão?
Acho que ela é do PT alemão.
[Se Putin ganha mais uma é ditador…se esta senhora ai ganha ,”democracia não tem nada haver com renovação” ,rsrsrs] – kkkkk é por aí mesmo – A tentativa do Evo Morales de ser reeleito pela 3ª vez teve 200 comentários aqui, com direito a “indio cocaleiro”, “bugrestão”, “ditadura cumunista” e outros termos pejorativos, como se a genética brasileira não fosse uns 50% indígena. – Outra coisa que vale pelo menos ser citada é que a Democracia, tanto a ateniense como a moderna, foi desenvolvida para favorecer a vontade dos mais ricos. A Democracia é o sistema de governo mais elitista… Read more »
Não importa se é comunismo(china) socialismo (Rússia)Alemanha(capitalista) todos estão querendo é ficar no poder ,é estando lá negociam,favores agendas liberação de recursos,isto é também trafico de influência,enquantos aqueles que ficam de fora,não tem jeito de governar o Pais.O Brasil a democracia é melhor é o voto direto,eu nem os srs não precisamos de quem vote por nós,se escolhemos errado pagamos o preço.Eu ficaria p da vida se um deputado vota-sse por mim e ainda mais se o cara que ele votou não fosse da minha simpatia.
Quanta besteira nestes comentários! Lugares-comuns, analogias ridículas entre realidades diferentes, xenofobia, paixões ideológicas que sublimam o bom senso. Humberto Eco é que estava certo: a internet deu a liberdade de manifestação para pessoas que quiçá deveriam abrir suas bocas. E pensar que muitos dos senhores são ex-militares, pessoal da ativa ou aquele tiozão que poderia ter ficado na minha frente na fila da padaria hoje à tarde. Que vergonha! Daqui a pouco, vai vir um engraçadinho me chamando de “petista”, “ comunista” ou qualquer ou esteriótipo imbecil que, em sua concepção unidimensional e infantil, considere pejorativo. Ah! A Angela Merkel… Read more »
Pois é segundo a mentalidade pro-Amis…..
Se Putin ganhar é ditador e Ângela Merkel traidora, apátrida, Globalista é Democracia opsss para não dizer Demoniocracia…….o fato que o povo alemão é igual ao Brasileiro vota nos Âmis ou nos Comunistas,verdes,socialista etc…
Pobre Alemanha quando será que acordarão e acabarão de vez com a UE e expulsarão o Islã e os Âmis e Ingleses de lá!?!?!?!?!
A Alemanha tem quase um trilhao de dolares de PIB, a mais que a Franca ou Inglaterra,lhe dando um pib per capita de mais 40 mil dolares anuais(120 mil reais), e possui uns 30% de imigrantes em boa parte turcos e de outros paises europeus: russos, ucranianos, italianos, ou seja a imigracao por la tem muitas faces e nenhuma com forca pra tomar o pais, esses cosnpiracionismos fundamentalistas. com e muito louco.
Agrada o povo, combate a imprensa, não larga o poder = Putin Ditador
Desagrada o povo, agrada a imprensa, não larga o poder = Merkel democrática
esta mulher irmã da Dilma e fim de vez forças armada da Alemanha 4 anos Rússia pode conquista sem da um tiro 50 % antiga Alemanha comunista são de origem russa outros 50% era kgb ai que deu fim vez da Alemanha
Bom, há um tempo atrás tive o comentário corretamente bloqueado por fugir do tópico e falar dela e de seu histórico comunista… Mas dessa vez o tópico é justamente a Angela Merkel e não da pra deixar de lembrar o histórico dessa fisica nuclear que era extremamente ligada ao partido comunista na Alemanha oriental (também por ser fluente em russo) que depositava nela grande responsabilidade por unir a juventude comunista e ser porta voz do governo. Não foi imediatamente a favor da reunificação da Alemanha e nem à democratização… . Eu cito esses pontos conhecidos da história dela (só checas… Read more »
É o fim da Alemanha!!!!
Der Ende Deutchlands!!!
Correto é “Das Ende Deutschlands”…… 🙂
Não é a toa que essa senhora era tão amiga da Dilma e gostava de vir aqui!
Pobre Alemanha!
Caminha a passos largos para se tornar um Bananão!
Dilma da Alemanha e traidora dos Alemães.
Agente da Alemanha Oriental plantada no governo para afundar a Alemanha unificada.
Procuradora do Grão-Califado pós-moderno.
Ogra.
E outros títulos.
Islâmicos 7 x 1 Alemanha.
Meus pêsames aos judeus, ateus e cristãos alemães, enquanto essa Merkel estiver no poder ninguém estará seguro.
os Islâmicos vão fazer a forra quando chegar a hora.
Rainha Merkel, chupa!!! Elizabeth
Só falta o bigode.
A Alemanha está se auto-destruindo. Em uma geração deixarão de existir alemães étnicos e o nome Deutshcland será apenas uma referência amarga nos livros de HIstória. E muito da culpa é dessa senhora, socialista fabiana e globalista que, derrotada na via bolchevique, mudou a tática.
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Mas, querem saber? Os alemães merecem…
Para os que estão comparando a Merkel com o Putin: Lembro que foi um período de negociações difíceis, incerteza sobre a reeleição e membros da própria coalização da Merkel não votaram nela. Acontece do mesmo jeito na Rússia, sem retaliação?
Como já observado, esse vai ser o mandato mais difícil dela, os desafios são imensos.
Kkkkkkkkkk
Serão 16 anos dessa bolivariana no poder, não importa o sistema, isso aí é chamado de ditadura aqui nos comentários dos amiguinhos, ou não?
Onde está a alternância de poder? Rapadura é doce, mas não é mole não, nos EUA temos governos familiares, como os 16 anos dos Bush, mas viva a democracia…
Ditador só na Rússia, China, etc, etc…