‘EUA fez acordo secreto com o Estado Islâmico para permitir fuga’, diz antigo aliado
Os militares dos EUA permitiram que milhares de combatentes do grupo militante Estado Islâmico (ISIS) fugissem de sua capital Raqqa, na Síria, em um acordo secreto para impulsionar os EUA na luta contra as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, de acordo com um ex-comandante apoiado pelo Pentágono, que desde então transferiu sua lealdade para a Turquia e que falou com a Reuters.
Como porta-voz das Forças Democráticas da Síria, uma coalizão, na sua maioria curda de árabes e minorias étnicas, o general de brigada Talal Silo atuou como o rosto e a voz da liderança dos EUA contra o ISIS na Síria. O grupo apoiado pelos EUA expulsou com sucesso o ISIS de Raqqa em outubro. Semanas depois, em meados de novembro, Silo entregou-se à Turquia, inimigo dos esforços curdos no norte da Síria. Pela primeira vez desde a mudança, o comandante sênior falou e afirmou que a coalizão liderada pelos EUA permitiu que um número maior de combatentes do ISIS escapasse da cidade em conflito do que anteriormente admitiu.
“[Um] acordo foi alcançado para que os terroristas saíssem, cerca de 4.000 pessoas, eles e suas famílias”, disse Silo à Reuters na sexta-feira, afirmando que todos que fugiram, exceto cerca de 500, eram combatentes do ISIS.
A notícia de um acordo secreto entre as Forças Democráticas da Síria e o ISIS foi inicialmente vazada no mês passado após uma investigação da BBC News. A coalizão liderada pelos EUA negou ser parte de qualquer acordo, dizendo à Newsweek que “não faz acordos com terroristas”, mas reconhecendo que seu parceiro deixou os comboios saírem da cidade alegadamente por razões humanitárias. A investigação da BBC, citando um “oficial ocidental” anônimo, que afirmou estar presente durante as discussões, disse que 250 combatentes do ISIS fugiram junto com 3.500 membros familiares, alguns dos quais podem ter fugido do país para a Turquia vizinha.
Silo, que não deu nenhum motivo para a sua deserção, disse que suas forças bloquearam todas as estradas a Raqqa por três dias em outubro, afirmando que os constantes confrontos tornaram o movimento muito perigoso. Na realidade, ele disse, estavam dando cobertura à saída de milhares de combatentes ISIS e centenas de membros de suas famílias.
“Foi tudo teatro”, disse Silo à Reuters.
“O anúncio foi cobertura para aqueles que partiram para Deir Ezzor”, acrescentou.
Na época, a cidade do leste da Síria era o local de uma batalha cruel entre o ISIS e outro grande inimigo – o Exército Sírio. As forças armadas da Síria e as milícias aliadas, incluindo os combatentes muçulmanos xiitas apoiados pelo Irã, têm enfrentado o surgimento generalizado de insurgentes — que receberam apoio ocidental, turco e árabe – e jihadistas desde 2011. Em 2014, os militares russos intervieram a pedido de Assad, dando às tropas sírias e seus parceiros o impulso para retomar a maior parte do país.
FONTE: newsweek.com
Que situação…e as máscaras vão caindo.
Então, uma grande e poderosa organização terrorista não surge do nada. Ali tem muito dinheiro, suprimento de armas e munições. Agora me digam, quem apoia e financia o EI?
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Saudações!
Jogada inteligente não desgasta a forca curda em combates e desgasta assad, consolidando assim a posicão Curda pos-conflito e impedindo Assad a ter a integedade territorial completa de volta ou pelo menos dificultando. No mais acho que tem dedo turco nessa declaração do oficial para denegrir os EUA e os Curdos que a Turquia ve como inimigo.
Olá Colegas. Pelo menos ninguém poderá reclamar que a newsweek seja orgão de propaganda comunista. Recomendo a leitura do livro “A desordem mundial”do Moniz Bandeira para uma compreensão do que está sendo disputado no oriente médio.
Livros e mais livros, e por mais que leiam, não mudam nada em todo panorama mundial de conflitos.
Meus caros,
desde que ocorreu os ultimos enfrentamentos em Raqa no final de outubro, eu já sabia dessa historia. Aliás, logo após em novembro já se comentava a rodo na net sobre esse ocorrido.
O que ocorre em matéria de jogo sujo ali naquela região não é pra quem estomago fraco.
E agora, o que vai ocorrer? Nada, fica o dito, pelo não dito.
Isso é apenas desencargo de conciência da editoria das mídias americana e inglesa, se é que se poder dizer isso. Eles já sabiam que tudo isso e muito mais coisas ocorrem ali. Só não tem coragem de falar ou publicar…
E assim, caminha a humanidade…
Grato
Achava que com os bombardeios da USAF em posições de tropas do governo e abatimento de aeronaves do governo em momentos decisivos contra o ISIS, o povo já teria uma idéia do que está acontecendo.
Cheira muito à desinformação. Lorota paga com intuito de denegrir a imagem dos EUA em sua campanha na Síria. Apenas lemos um relato.
Kakkak…que legal pelo menos a mídia é Pró-ocidental está falando a verdade, fico imaginando se fosse os Sputinik dizendo isso e os pro-Amis se deliciando com orgasmos múltiplos……
A verdade que criou o Isis foi os Amis junto com a Inglaterra,França, Turquia e Arábia Saudita.
ISIS=Israel Secret Intelligence Service
forças democráticas sírias??? rsrsrs
Boa essa!!! kkkkkkk
Ambas alias!
Os EUA financiam o terrorismo mundial desde Bin Laden contra a União Soviética.
Com apoio amplo, geral e irrestrito de Israel.
Felipe Silva, Reuters, BBC e Newsweek, não são a SPUTINIK ou RT, são meios sérios. Eles jamais fariam essas matérias se não houvessem no mínimo indícios fortes, se você esta esperando um comunicado a imprensa do pentágono confirmando tudo isso para você acreditar nessas matérias, esqueça, isso não vai acontecer. E se você parar para pensar esse relato faz sentido, Raqqa era a capital do ISIS, todo mundo dizia que a batalha para reconquista-la seria a mais sangrenta de todas, que teria que conquista-la rua por rua e diferente de Mossul onde a batalha durou meses, de Palmira onde levou semanas e até aquela cidade pequena ao norte da Síria onde os turcos levaram uma surra durante semanas, Raqqa foi libertada facilmente, com alguns confrontos que nem chegam perto dos confrontos das outras cidades que citei, no mínimo, essa história da liberação de Raqqa tá muito mal contada
interessante isso, mas e a Rússia nessa história como é que fica ? Ficou olhando tudo isso acontecer sem fazer nada ? Afinal não é ela que “manda” ali no pedaço com o consentimento do Assad ? Não são eles que estão lutando de “verdade” para derrotar o Estado Islâmico, deixaram o Tio Sam fazer isso na cara deles e não reagiram ? Oq aconteceu, arregou, ou tá junto nessa conspiração ?
pra mim ae nenhum dos lados fala a verdade, é um querendo sujar a imagem do outro !
250 terrorista e 3500 familiares.
14 familiares pra cada terroristas!
Sendo verdade não achei nenhum absurdo, qual seria a alternativa? Bombardear 14 civis pra morrer 1 terrorista?
A imprensa russa só fala ou reproduz matérias que interessam ao governo.
Já a imprensa ocidental é o contrário, especialmente se for para denegrir a imagem de Trump.
A guerra na Síria tem apenas um motivo. Manter o monopólio russo para o fornecimento de gás a Europa.
A Rússia quer manter a Europa refém de seu gás e não deixe construir o gasoduto do golfo pérsico.
Quem é mau?
Antônio é um pouco mais complexo que isso. Na vdd a intervenção russa é uma oportunidade que os mesmo virão para demostrar ao mundo que podem ser um player importante no OM, eles estão se aproveitando do vacuo de poder deixado pela primavera arabe e de segurança deixado pelos EUA depois da retirada do iraque em 2011. Esse é o objetivo pontual russo já o objetivo maior é ter influencia direta no OM, pq tudo que acontece la afeta a Europa que é de interesse russo.
Amigo Augusto!
Resumindo – ta por ai mesmo!99%!
1% deixo para as coisas que não estão se encaixando..
Amigo Antonio!
Vai procurar um oftalmologista.Pois em momento algum alguém falou sobre a imprensa russa.
Ja comentei antes (bem antes de Dzor foi desbloqueada) que os prosticurdos estão fazendo papel de menina de 0900 para EUA.
Agora vem o relatório..Grande novidade: enquanto os “FDS” estavam tomado aldeia apos aldeia sem resistência NENHUMA de DAESH o exercito sírio estava lutando severamente por cada aldeia do outro lado de Eufrates.
A operação acabou.Os Tigres foram para Hama. E Daesh como “projeto” acabou.Agora temos que observar quanto tempo vai durar o outro projeto – Al Nusra.
Um grande abraço!
Scudb ja descordo de vc o isis acabou como estado, como organização terrorista vai continuar de uma forma diferente. Eles sao mutaveis e ja provaram isso.
Estado халифат quer dizer “califado”. Sem capital não tem califado logo não tem o Estado.
Acabou..
Tem bandos.Tem grupos armados. Mas não existe um ESTADO!
Mas isso era fato conhecido, só que esse acordo era atribuído aos curdos. Inclusive, chegaram a comentar isso aqui na época.
Todo mundo já sabia disso.
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Até os próprios veteranos ianks criticam o cinismo do governo na questão síria e torcem para o Assad e os Russos! Quem duvida entre em algum forum militar americano e veja com seus proprios olhos.
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Uma boa solução seria exportar alguns Patetriotas daqui para lá. Tem gente daqui que é muito mais ávido em defender os interesses Ianks que os próprios Ianks.
Já que o Daesh foi uma criação dos EUA, nada mais natural essa notícia, que nem é fato desconhecido mais.
Tem a turma que é sempre agressivamente anti EUA.
Do alto de seu iPhone esbraveja.
Não porque sejam patriotas, defensores do Brasil ou da Síria.
Mas porque recebem doutrinamento diário de grupos radicais internos…
Faz parte do kit adesão que recebem.
Falar mal dos “ricos”, dizer que é pobre, dizer que é contra os brancos e contra os EUA e dizer que Che Guevara e Genoino são heróis…
A ultradireita tupiniquim viralata do blog, mais defensora da política externa americana, seja qual for, que os americanos republicanos da Fox News, está encalacrada agora. A fonte não é o Sputinik nem o Russia Today, nem a Carta Capital, nem o Granma, é a Newsweek. Resta negar o fato, dizer que é coisa da imprensa comunista ianque anti-Trump, dizer que é inteligente negociar com a escória humana do ISIS ou que é desinformação de Inteligência.
Vou esperar os próximos. Capaz de, em nome do amor que tem pela Disney, aparecer um pra dizer que o Daesh não é tão mal assim.
Antônio 10 de dezembro de 2017 at 2:03
Eu sou branco, rico, com pós graduação universitária, não voto em PTs e quejandos, acho Che Guevara um mel-da (Genoino? quem é esse) e acho as polliticas externas dos EUA e da Russia do fim da II Guerra pra cá, um ultraje à decência humana.
Abraços.
@Augusto
E precisa alguém para denegrir a imagem do EUA? Eles fazem isso sozinhos quase todos os meses…
Amigos,
o EI ao meu ver continuara sendo sucursal do capiroto. Algo que imagino é o seguinte, membros do baixo escalão desta organização não tem noção do jogo jogado(estes passam por lavagem cerebral e se tornam automatos), apenas o alto escalão(topo do topo) tem alguma ideia da realidade…
Porque veja bem, não é assim como muitos pensam que é, que a coisa funciona! Não é os EUA ou os ingleses que chega e vai dando ordem. Existe ao meu ver, o interlocutor ou interlocutores… É daí diretamente que sai as “orientações…” estabelecidas de acordo com estratégias pre-concebidas e de acordo com a evolução dos acontecimentos nos TOs.
Essa leva de combatentes por exemplo, eles podem permanecer na Síria dentro de um plano para desgastar as tropas da aliança em torno de Assad através de ações de guerrilha, ou poderão ser deslocados para outros Teatros de Operações como a Líbia por exemplo…
A esmagadora maioria dessa gente pensa estar lutando apenas sua guerra. Ledo engano….
Grato
Li outro dia que os EUA se tornaram o maior exportador mundial de gás e vão usar Portugal e Espanha como portas de entrada para vender o produto na Europa. A tendência é a Rússia perder mercado na Europa, mesmo que um dos objetivos dela na guerra tenha sido o de evitar a construção do tal gasoduto. Como a Rússia vai sustentar o poderio militar dela no futuro, sem mercado pra vender seu produto, só Deus sabe. Com relação ao ISIS, sempre se suspeitou que foram uma criação americana. Eu entendo aqueles que acham que os EUA são o mal menor comparados com outros países, mas daí a torcer pela política externa dos americanos como veja alguns aqui no blog, é passar atestado de bobo.
O Estado Islâmico é cria do Sr Obama e dos Democratas.
Logo logo vai sair um filme do Quentin Tarantino sobre essa história, com o Ben Afleck como agente da CIA….
Eu achei excelente trabalho. Expulsou uma força de uma área edificada, dificílima de combater, e os combateu em áreas menos edificadas e no campo.
Hj, o exército iraquiano deu como perdido o ISIS no Iraque. A Rússia indica q na Síria esta resolvido.
Estão encurralados em poucas áreas.
Para quem não sabe, o Exército Russo teve 90 % de baixas contra os chechenos em Grosny em 94. A OTAN passou longe de combater nas cidades e montanhas iugoslavas. Tudo evidenciando a dificuldade em combate em área edificada.
Quanto a situação geopolítica na região. Entendo como muito mais complexo.
O apoio iraniano à Síria tem a mesma razão do apoio ao Iêmen. É o sufocamento das rotas sauditas pela Pérsia. Ambos são inimigos desde antes do islã.
Tem sempre um especialista dizendo q é pq são todos xiitas. Mas alauitas (da Síria) não são xiitas. Os xiitas do Iêmen são de um ramo diferente do iraniano. Estes tem seus laços baseados na religião, aqueles, nos laços tribais.
Nesta confusão, há a preocupação com o Curdistão, q tem o melhor petróleo do mundo na região de Mosul, Iraque.
Rússia tem a venda de derivados de petróleo para Europa e, principalmente, a necessidade de cuidar da única saída quente pros oceanos o ano todo.
EUA precisam do jogo do petróleo, pois ainda tem muitas reservas e gastam dos outros. Além disso, influenciar a área lhes dá dois ganhos.
1) aumentar um dia o valor do petróleo, viabilizando a exploração do xisto.
2) controlar o anel no entorno da eurasia, com todo ganho das teorias geopolíticas.
Israel deve estar adorando q estejam se matando, pois alivia sua tensão. Basta ver o Hesbollah q tá preocupado com a outra frente q não Israel.
Os sauditas na contrapolitica de sufocamento do Irã e crescendo em poder no mundo árabe.
Turquia vislumbrando um pouquinho da influência do império otomano.
Síria de marisco querendo manter sua ditadura.
Tem mais alguma coisa?
E assim as massas recebem sua educação… Através de Hollywood, uma das entidades mais sionistas do planeta.
Plamber cada um tem um visão do que é denegrir n vou entrar na questão. O que eu disse é q parece q nesse ponto parece ter o dedo turco. Praefectus para de viajar na maionese os EUA e os ingleses nao tem nada a ver com o Isis, eles apoiaram as forcas democraticas nao o Isis, o mesmo surgiu como um efeito colateral não como criação, alias todos sabiam que o Isis ja existia antes da guerra na Siria suas origems sao do iraque ocupado. Com o sem o apoio do ocidente aos opositores de Assad o Isis surgiria do mesmo jeito o odio dos sunitas ao Assad é o combustível. Unico pais que quer ver Assad fora q apoiou o Isis direta e indiretamente foi a Turquia.
Eu vejo com naturalidade esse acordo de fuga dos rebeldes/terroristas dos ISIS. Eu tenho certeza que a Rússia e a Síria fizeram exatamente o mesmo. Cada um deles querendo expulsar o inimigo interno para o território do inimigo externo. Ou seja, síria empurrando isis para o Iraque e Iraque empurrando Isis para a síria.
Acho natural esse tipo de postura…ambos os lados querem evitar baixas, EUA e a aliados querem derrubar assad e Assad quer desestabilizar tanto Israel quanto o Iraque.
Antes da guerra civil na síria, decorrente de meio século de apenas 1 governo, a síria era um país bem intrometido na região… Vivia interferindo em assuntos internos de outros países. Enfim, não coloquem a síria em uma situação de santa, pois Assad é um tremendo pilantra!
E óbvio que os EUA e especialmente a Arábia saudita financiaram o Isis…no entanto, é inegável que a guerra civil na síria foi o estopim, basta ver os principais revoltosos dentro da síria: forças do exército contrários, policiais, bombeiros etc…misturado com fanatismo religioso, totalitarismo… O resultado é guerra!
Toda guerra é inútil, mas essa da síria conseguiu bater recordes nesse aspecto. Depois de 5 anos tudo acabou como começou.
Fora a síria, acho que a maior vítima da guerra síria foi a Alemanha, criaram um vespeiro para gerações. Ainda vai ter muito sangue na Alemanha.
Porcausa disso que meu sonho pessoal é ter um carro elétrico e carrega lo no gerador eólico da minha casa,pra não depender nem de petróleo,nem de Petrobras, nem de CPFL,e governos estaduais e federais.
Vou tentar expor algumas ideias:
1) O primeiro ponto é que o assassinato do Kadafi e destruição da Líbia foi um divisor de água na política externa russa, que foi engambelada pela tal zona de exclusão aérea, a partir da qual os puppets da OTAN deram cobertura área e inteligência aos “rebeldes”, resultando naquilo que todos já sabemos, saindo deste caos boa parte das armas e terroristas combatentes na Síria.
2) Por volta de 2015 a situação militar já estava praticamente decidida. Bashar Al Assad não tinha mais capacidade militar para atuar em tantos fronts, combatendo terroristas altamente determinados e treinados. Fala-se muito no daesh, mas em certos momentos havia mais de 50 grupos, formados por mercenários de dezenas de países. A queda de Damasco era questão de dias. Aqui há de ser ressaltada a conduta heróica dos militares sírios, mortos às dezenas de milhares (fala-se em mais de 60 mil) e nunca ouvi falar de traição ou defeção. Nada. Um grupo de militares ficou cercado na base aérea de Kweyris por dois anos recebendo suprimento por avião. Deir Ezzor ficou isolada por mais tempo que Stalingrado.
3) A Rússia não poderia perder mais um aliado estratégico mas, ao mesmo tempo, não podia escalar o conflito, sob pena de nunca mais sair deste atoleiro. Lembro bem de alguns colegas de blog que apostaram neste desfecho. A situação era ainda mais crítica porque a Rússia não queria perder as boas relações com vários dos atores ativos no conflito (Israel, Egito, Turquia etc), que estavam empenhados na estratégia do “Assad must go”.
4) Para tanto a Rússia focou no combate ao daesh, sem interferir diretamente nas disputas entre países do OM, razão pela qual nunca revidou ou atuou diretamente quando Israel, Turquia ou EUA atacaram objetivos dentro da Síria. Apesar de não ter atuado diretamente, entendo que houve um suporte de inteligência inestimável. Tanto é que, mesmo ocorrendo vários ataques de Israel e EUA, tem havido poucas baixas. Isso explicaria o pífio resultado daqueles 60 tomahawks e os recentes ataques de Israel ao aeroporto de Damasco, na região de Qalamon e, agora, próximo de Homs que, praticamente, causaram só danos materiais.
5) Desde o início o daesh foi armado, pago e treinado como aríete para forçar a reconstrução das fronteiras riscadas por Sykes-Picot. Após a queda de Al Assad a Turquia retomaria as terras perdidas na queda do império otomano e Israel consolidaria sua ocupação no golan além de ampliar sua influência por outros espaços. E no meio haveria um wahabistão, a partir do qual o gás do Qatar chegaria ao Mediterrâneo. Quanto aos sauditas, acredito que se contentariam em isolar o Iran.
6) Após a entrada da Rússia no conflito a estratégia dos proxys terroristas começou a naufragar. Passou-se a adotar uma estratégia que separava os terroristas em dois grupos: a) terroristas cortadores de cabeça b) “combatentes moderados”. Esta divisão somente fazia sentido do ponto de vista dos EUA/OTAN e Rússia, já que do ponto de vista sírio eram (são) todos inimigos, a serem combatidos e destruídos.
7) Feita essa separação os EUA passaram a apoiar os “rebeldes moderados” (FSA, Al Nusra, dentre outros) e, supostamente, a atacar o daesh a leste do Eufrates, mas precisariam de coturnos no solo pra ocupar o espaço. Foi neste ponto que os kurdos assumiram este papel de protegidos. Vale dizer que, antes disso, os kurdos foram trucidados pelo daesh. Lembro que milhares de yazidis ficaram encurralados no monte Sinjar, sem que ninguém tomasse qualquer atitude em sua defesa.
8) Também vale dizer que, mesmo após a mudança de estratégia, os EUA nunca deixaram de se utilizar do daesh quando conveniente. Aqui vale lembrar do ataque da coalizão às forças sírias que defendiam a cidade de Deir Ezzor, na qual morreram quase 100 soldados sírios. Este ataque foi coordenado com o daesh, que conseguiu isolar o aeroporto da cidade, fragilizando a posição dos defensores. Também são notórios os vídeos onde comboios do daesh são escoltados por apaches e reuniões de lideranças terroriscas com autoridades norteamericanas.
9) Os terroristas liberados em Raqqa reforçaram a resistência em Abu Kamal, cidade na fronteira com o Iraque que controla a rota entre Teheran e Damasco. O objetivo nem era tanto impedir a tomada da cidade pelo Eixo da Resistência, mas atrasar seu movimento, de modo a permitir aos kurdos / EUA ocuparem a porção leste do Eufrates, onde estão as maiores reservas de petróleo síria.
10) A título de informação vale acrescentar que o governo sírio também adotou esta estratégia de negociar com terroristas, de modo a desconflitar áreas. Foi assim em Qalamon, Homs, Damasco etc, despachando-os para Idib, ao norte do país. A diferença é que os EUA fizeram o acordo empurrando os terroristas para a linha de combate com as forças sírias, manobrando-os como força aliada, ao passo que os sírios o fizeram para evitar derramamento inútil de sangue e para preservar a infraestrutura das cidades.
Enfim, a complexidade deste conflito não pode ser captada em explicações simplórias. Existem posições cambiantes no curso da guerra, como no caso da Turquia e do Qatar, existem movimentos visíveis e invisíveis. No tocante à estratégia, ficou evidente como uma força pequena, mas com alinhamento estratégico, é capaz de grandes feitos. A bem da verdade, os EUA têm hoje mais soldados na Síria que a Rússia, mas que, sem uma estratégia definida (foi mudando ao longo do tempo), sua intervenção foi pouco efetiva. Mesmo após afirmações de que os EUA ficarão na Síria o quanto quiserem, entendo que em breve eles terão de abandonar o terreno, pois sua posição é insustentável a longo prazo.
Se os Estados Unidos e a sua coalizão estivessem na Síria para combater o terrorismo, o Estado Islâmico não duraria 4 meses. Estou dizendo isso em relação a capacidade militar dos EUA, das bases espalhadas no Oriente Médio e suas coalizões, incluindo a OTAN. Na verdade o interesse dos Estados Unidos na Síria não é de combater o terrorismo, mas usar o terrorismo como instrumento para destruir os Estados que não são aliados deles. Antes da chegada da Rússia na Síria em 2015, o Estados Islâmico só crescia a todo vapor e esses grupos se deslocavam e se movimentavam livremente na Síria sem qualquer resistência dos EUA e suas coalizões. O estado Islâmico recebia armas em grandes quantidades sem resistência. Tudo isso só demonstrava que os EUA tinham o comando da situação.
Quando a Rússia começo a destruir esses grupos terroristas os EUA simplesmente começaram a acusar a Rússia de matar civis e de ajudar a Assad para combater a oposição que nunca existiu de fato. Eram oposições criadas e comandas pela Arábia Saudita. O grande triunfo da Rússia, Síria e o Irã foi a libertação da cidade Aleppo. Quando isso aconteceu, muitos especialistas ocidentais já diziam que os grupos terroristas perderam a guerra, pois quem conquistasse a cidade de Aleppo ganharia a guerra, e não foi diferente.
Os EUA sempre fizeram o jogo duplo na Síria. Fingiam que estavam combatendo o Estado Islâmico, mas na verdade estava usando o terrorismo para desintegrar a Síria e dividir o país em vários pedaços. Infelizmente, os malditos Russos não deixaram os EUA e suas coalizões completarem essa missão…rs
Mabeco, a Libia nao era um aliado estrategico russo, e a intervenção da Otan nao foi um divisor d aguas ate pq a Russia n bloqueou na ONU ou seja ela se consentiu, sobre o que a Russia quer eu ja explique no post de 0:23. Outra coisa a Russia não se concentrou no Dash ele atacou todos que fazia fronteira com as tropas de Assad e nos 2 primeiros mese da intervencao russa 80% das surtidas foram contra o exercito livre Sirio nao o Isis so depois de Assad conseguer avancar sobre as forcas apoiadas pelo ocidente que a Russia passou a se concentrar no EI/Isis.
Ivan BC os nenhum pais ocidental financiou o Isis nem a Arabia Saudita quem os financiava era o Qatar e a Turquia e por isso os 2 estão com relações muito ruins com o ocidente e os reinos sunitas.
Não sei se foi o caso….
Mas em algumas situações deve-se deixar um corredor de “escape” para o inimigo, se se pretende desalojar o inimigo de uma área sem combate encarniçado
Quem acompanhou a retomada dos redutos dos Isis sabe do que estou falando
Sds
Augusto, de fato, em relação à Líbia a Russia não vetou a resolução que autorizou a zona de exclusão aérea, mas isso ocorreu por tibieza do Medvedv, simples assim. Quando vieram com o novo pedido para autorizar uma zona de exclusão aérea na Síria todos os alertas soaram, a partir do qual a Rússia adotou uma postura diferente.
Discordo de que a Rússia tenha agido ativamente para ocupar proeminência no Oriente Médio. Eles já estavam com problemas sérios nas repúblicas do Donbass e não teria o menor sentido abrir outro flanco de combate. Tanto é que, quando resolveram intervir, toda uma infraestrutura teve de ser construída em Latakia, já que Tartus não oferecia a menor condição de apoiar as operações aéreas.
Quanto à denominada “primavera árabe” eu entendo que ainda não surgiram todas as explicações e, de primavera, ali não tem nada. Da mesma forma, discordo quanto à suposta retirada dos EUA do Iraque. Pra mim tudo foi jogo de cena pra chegar onde chegamos, mas é apenas palpite mesmo.
Carvalho, esse é um ensinamento de Sun Tzu: se não for dada uma chance de retirada, o inimigo lutará até a morte, o que não é conveniente para o atacante que esteja em posição de superioridade.
Mas no caso do daesh entendo que a motivação foi diferente.
Acho que essa história é bem mais complexa que possamos imaginar, apesar dos ótimos comentários tem coisas que só entenderemos daqui há 50 anos, talvez. Não se pode deduzir a história se ela ainda continua rolando.
Mabeco 10 de dezembro de 2017 at 12:15 >>>>>
Boa análise!!!
O Obama e a Hillary criaram o ISIS, cujos combatentes passavam férias na Turquia e, quando feridos, eram tratados em hospitais israelenses, para a fúria dos funcionários dos hospitais (é só procurar as fotos deles na net).
Os EUA não negociam com terroristas; o ISIS era “insurgente”, já dá para negociar.
Agora, vão se reagrupar e atacar em outros momentos.
…e aqui o povo fica na torcida sanguínea por esse ou aquele lado….
XFF, concordo integralmente com sua abordagem em 12:26. E acrescento que houve vários eventos de falsa bandeira, a partir dos quais conduziu-se uma massiva campanha midiática mundial, para construir a imagem de Assad e de Putin como sanguinários ditadores, que atacam a população civil. A síntese disso é o oscar recebido pelo documentário sobre os white helmets o que, convenhamos, está longe da realidade.
Nem o ISIS conseguiu ser pior que a violência por aqui!
Quem afirma que dito sujeito é de verdade ex membro de ISIS e não um inlfitrados de ISIS para hacer peder apoio os USA,assim deblitar os ataques e poder assim fazer contra-ataques,en esse mundo tem muita manipulação e é decisão de cada um creer no que mais creê que é verdade,pensar que veio muitos soldados de isis como refugiados,como passo isso,eles se infiltrão e espera ordens e punto.Vada um é livre de pensa no que quer,mais tem que ter muito cuidado de não errar.
carcara_br 9 de dezembro de 2017 at 23:44
Pois é…
Se fossem os heróis russos, tomariam uma ação a lá Chechênia..
Bombardeio de tapete em todo mundo e f…. quem não tem nada a ver com isto.