Setor de defesa contribui para o crescimento, dizem especialistas
O segmento de defesa contribui para o crescimento do Brasil e apresenta necessidade de autonomia. O setor é um dos mais complexos e evolui rapidamente em razão do acentuado desenvolvimento tecnológico.
A avaliação foi feita por especialistas nesta segunda-feira (4) em audiência pública interativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) destinada a avaliar as políticas públicas de exigência de conteúdo local nas indústrias do setor.
Diretor de Desenvolvimento Nuclear da Marinha, o contra-almirante André Luís Ferreira Marques disse que o setor de defesa apresenta demandas para que a indústria possa se estruturar a longo prazo e que a estipulação de percentuais fixos de conteúdo local por decreto não compensa.
Marques destacou ainda que o Brasil desenvolve projetos na produção de turbinas e equipamentos para submarinos, enriquecimento de urânio, dessalinização de água e aços especiais. Ele defendeu o uso da medicina nuclear para melhoria da saúde dos brasileiros e contou que o país já desenvolve um reator para a produção de radiofármacos.
Chefe da 6ª Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, o brigadeiro do ar Paulo Eduardo Vasconcellos disse que o conteúdo local decorre de compensações tecnológicas. Ele explicou que o Brasil exporta equipamentos de defesa com conteúdo local para muitos países, fruto de acordos de compensação. Segundo Vasconcellos, Isso favorece a inserção das empresas nas cadeias internacionais de fornecimento.
Como exemplo, o brigadeiro citou o envio de radares de vigilância para a França e a fabricação de peças para a Airbus. Ele disse ainda que a capacitação de recursos humanos é essencial, a exemplo do que ocorre no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), com a formação de engenheiros.
Técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Luciana Acioly disse que a discussão sobre conteúdo local aborda o desenvolvimento de capacidade tecnológica de cada país.
— É preciso analisar as políticas de forma mais integrada. A política de conteúdo local conversa com a política macroeconômica, com a política de modernização das empresas, com a política de metas, com a política de acesso a capitais e tecnologia — explicou.
Autora do requerimento da audiência pública, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ressaltou que a exigência de conteúdo local objetiva gerar benefícios para a economia brasileira, além daqueles diretamente decorrentes da receita gerada pelo empreendimento.
Sistemas de defesa
A Lei 12.598/2012 estabelece normas especiais para as compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e de sistemas de defesa e dispõe sobre regras de incentivo ao setor. Atualmente, o Brasil desenvolve projetos estratégicos de defesa nacional em três eixos: espacial, cibernético e nuclear, a cargo da Aeronáutica, Exército e Marinha, respectivamente.
O eixo espacial conta com o Projeto de Aeronave de Caça Multimissão (FX-2); o Projeto de Aeronave Pesada de Carga e Reabastecimento (KC- 390); e o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese). No eixo cibernético é desenvolvido o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron); o Veículo Blindado de Transporte de Pessoal Guarani; o Lançador Múltiplo de Foguetes Astros 2020; e o Sistema de Defesa Cibernética. No eixo nuclear, destacam-se o Programa Nuclear da Marinha; o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub); e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz).
FONTE: Agência Senado
Matérias como essa nem me entusiasmam. O Estado corta orçamento de projetos e ações na fronteira para economizar alguns milhões. E só do Paraguai perde bilhões em arrecadação por culpa do contrabando.
Vai entender…
Manuel Flávio 5 de dezembro de 2017 at 16:02
Verdade!
Certamente
Em um país sério sim, no Brasil crescem somente as contas bancárias de alguns poucos, muito bem relacionados.
Descobriram o que o Mundo todo sabe e faz.
No auge da crise nos EUA houve duro cortes de gatos incluindo remuneração para civis e militares, mas mantiveram os investimentos.
Aqui mantêm-se despesas e cortam investimentos, em todas as áreas.
Mas para se ter investimento tecnológico é necessário pessoal capacitado, o que não temos.
Ao invés de se preocuparem por qual motivo nossos alunos tem deficiências graves em matemática básica, preferem se preocupar com gênero de crianças que ainda estão usando fraldas.
Marcos 5 de dezembro de 2017 at 22:34, muito bem falado!
“…citou o envio de radares de vigilância para a França e a fabricação de peças para a Airbus.” . Só faltou dizer que os radares são modelos franceses, produzidos pela própria empresa francesa, através de uma subsidiária. Idem qnto as peças para a Airbus. Tudo muito bonito, mas e aí, como é que fica a inútil da Mectron, que recebeu toneladas de tecnologia da União, foi levada pela mãozinha sempre amiga da FAB a participar do projeto do míssil A-Darter, mas não se firmou no mercado, não encontrou seu espaço e puf, se desfez no ar. O mesmo raciocínio vale… Read more »
Marcos, onde assino camarada?
A gente quer ter piscina em casa e não temos sequer banheiro!
Off
Troféu sim e tem que expor o bandido.
Errado pe mostrar as caras, na España os rostos estariam cobertos com “mascaras”.
Os policiais não mascarados na condução do preso estariam cientes dos riscos, … ??
Concordo com o Sr. Marcos. Resumiu tudo.
Astros e material de origem brasileira ao lado do Caesar 155mm françes em exposição do Exército da Indonésia.
.
Pensei que o setor de defesa gerava défict, desemprego e escassez de inovação.