Verdades x Mentiras: o Exército Brasileiro na construção da BR-174

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br-174

Trecho da BR-174

Trecho da BR-174

Por Telmo Travassos de Azambuja

A melhoria da infraestrutura fez parte das iniciativas para o desenvolvimento do país, no período de 1964 a 1984. A construção de rodovias como a BR 174, Manaus – Boa vista, com destaque para o trecho Caracaraí (RR) / Manaus (AM), possibilitando a ligação dos dois Estados, por inserir-se neste contexto, representou um passo importantíssimo para a consolidação da rede viária sul-americana e do sistema pan-americano de rodovias (Brasil, Venezuela, Uruguai, Argentina e Paraguai).

Para que a BR 174 pudesse ser construída foi preciso criar, pelo Decreto Presidencial No. 63.184, em 27/08/1968, o 6º. Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Boa Vista – RR. Posteriormente, em 1970, o DNER e o Exército Brasileiro assinaram convênio para que a BR 174 fosse construída. Tal ano é considerado o marco do início das ações efetivas para a construção da BR 174.

Cabe ressaltar que:

  • No cenário da época vigorava a chamada “Guerra Fria” (de 1947 a 1991), tendo de um lado a liderança dos Estados Unidos da América – defensor do capitalismo e da democracia – e de outro a liderança da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), defensora do socialismo e do comunismo. Aliados na Segunda Guerra Mundial, suas ideologias contrastantes segmentaram a liderança política, econômica e militar mundial no pós-guerra. Foi neste contexto que o Governo brasileiro implantou projetos para segurança, integração e desenvolvimento da Amazônia, dentro de um planejamento geopolítico para a região, com base na doutrina de segurança nacional, com alinhamento ao capitalismo e à democracia;
  • A ideia de construção de uma estrada nos moldes da BR 174 era antiga, tendo sido realizadas várias tentativas, todas sem sucesso: em 1847, em 1893 e em 1928. O ponto central deste desejo sempre foi a integração da Amazônia ao restante do país;
  • Os waimiris-atroaris na verdade são dois grupos de índios, ambos do Grupo Kinja: os waimiris, que na época da construção da BR 174 eram liderados pelo tuxaua (líder, cacique ou capitão) Maroaga, e os atroaris, então liderados pelo tuxaua Comprido. A comunicação verbal destes grupos é a do ramo Karib. Os atroaris foram considerados mais belicosos do que os waimiris, talvez pela influência do temperamento de seu líder Comprido, mais jovem e sem a maturidade de Maroaga (na faixa dos sessenta anos de idade, na época). Os grupos eram unidos, mesclados, sendo que a companheira de Comprido era filha de Maroaga.
Waimiris – atroaris
Cap Tavares (Destacamento Sul)
Cap Telmo (Destacamento Norte)
Funcionários / Posto da FUNAI

É importante considerar que desde a segunda metade do século 19 a área por onde passaria a rodovia BR 174 serviu de palco para recorrentes conflitos entre os índios waimiris-atroaris e garimpeiros, caçadores, castanheiros, tartarugueiros e aventureiros de todo tipo, bem como com a polícia militar do Amazonas, esta especialmente atuante nos anos 60. A justificativa da PM do Amazonas de interferir no contato com os waimiris-atroaris deveu-se à proximidade de algumas aldeias com a capital Manaus. Em 1968 uma das mais conhecidas expedições para consolidar a aproximação com os índios waimiris-atroaris (dentro das iniciativas denominadas “frentes de atração”, coordenadas pela FUNAI, que substituiu o SPI – Serviço de Proteção ao Índio), foi liderada pelo padre e antropólogo italiano Giovanni Calleri.

Onze pessoas fizeram parte de referida expedição, sendo que dez membros da expedição foram mortos pelos waimiris-atroaris, sem nenhuma chance de defesa. O único sobrevivente foi o mateiro Álvaro Paulo da Silva, conhecido como Paulo Mineiro. Calleri foi alertado por Paulo Mineiro que em função do comportamento rude e teimoso com que estava lidando com os índios havia uma ameaça à vida dos membros da expedição. Apesar do aviso e da insistência do citado mateiro, Calleri não lhe deu a devida importância. Então, Paulo Mineiro decidiu abandonar a expedição para salvar a sua vida.

No dia em que Paulo Mineiro fugiu, todos os demais membros da expedição foram mortos pelos índios, alguns enquanto dormiam. Segundo relato de Paulo Mineiro, ele foi perseguido pelos waimiris-atroaris ao longo de alguns dias. Somente logrou sobreviver por causa da sua inegável experiência e competência em lidar com a realidade da selva. O sobrevivente Paulo Mineiro, no período em que estive comandando a construção do trecho da estrada pertinente ao Destacamento Norte, foi um dos mateiros com os quais eu contava. Tive a oportunidade única de ouvir dele mesmo, detalhes do ocorrido na Expedição Padre Calleri. Lamentavelmente, após a minha saída, ele faleceu em decorrência de um acidente, quando prestava serviços de manutenção da estrada. Com ele se foi a memória dos detalhes do ocorrido no massacre dos membros da expedição.

Durante a construção da BR 174 há evidências objetivas de 23 (vinte e três) mortes de colaboradores, sendo que 15 (quinze) delas foram decorrentes de ataques de emboscada pelos waimiris-atroaris. Na área de responsabilidade do Destacamento Norte nunca revidamos, molestamos, ferimos ou matamos um índio. Nossos contatos com índios e informações sobre eles eram sempre através da FUNAI. Nosso lema era o mesmo de Rondon: “morrer, se preciso for, matar, nunca”. Nós é que estávamos cortando as terras que eles consideravam ser deles. A atuação da FUNAI ocorria apenas de forma pacífica, sem violência.

Outras iniciativas geradas pelas “frentes de atração”, coordenadas pela FUNAI e seus sertanistas, tiveram sucesso, embora relativo, pois os waimiris-atroaris tinham comportamento notoriamente ambíguo (momentos de aparente receptividade e outros com doses de agressividade). Tal variação de conduta dos waimiris-atroaris provavelmente foi consequência dos contatos e conflitos (segundo pesquisadores, desde 1856), com os invasores já citados no início deste texto.
A construção da BR 174, iniciada em 1970, marcou a efetiva presença do Exército Brasileiro numa área com histórico de conflitos, num ambiente hostil não gerado nem fomentado pelos militares.

Tal cenário de atritos, com aproximações e tentativas de aproximação, por décadas, gerou sequelas para todos. As sequelas ocorreram, tanto no lado dos índios quanto no lado de civis e militares, pelas mais diversas razões (conflitos físicos, mortes, doenças como gripe, malária e outras decorrentes da presença de estranhos no bioma natural da região). Presenciei, numa das chegadas de um grupo de waimiris-atroaris no posto da FUNAI na área do Destacamento Norte, em 1976, que vários índios estavam com sarna, que pegaram de seus cachorros. É importante destacar que epidemias oriundas de contatos dos índios com invasores de seu território já eram conhecidas há muito tempo. Por exemplo, há registros de que em 1926 dezenas de waimiris-atroaris morreram por causa de uma epidemia de gripe.

Apesar das conhecidas quinze perdas humanas causadas pelos waimiris-atroaris ao longo da construção da BR 174, reitero que nenhum ataque aos índios nem qualquer morte de um índio ocorreu por ação do Destacamento Norte do 6º. B E Const, Unidade que comandei com muito entusiasmo e energia.

O Exército matou índios durante a construção da BR 174 ?

É uma pergunta que precisa ser respondida por quem viveu a situação ou por quem analisa informações confiáveis, de forma isenta, e não por pessoas que teorizam sobre a questão. Com a autoridade de quem comandou o Destacamento Norte do 6º. B E Const nos anos 1976 e 1977 (portanto, nos dois últimos anos de construção da BR 174) reafirmo que nenhum índio foi morto por ação militar, em toda a área que cobrimos. As mentiras em contraponto ao que afirmo são revoltantes, disseminadas por meios de comunicação viciados, por pessoas desinformadas ou ideologicamente fanatizadas, considerando apenas as versões que lhes convêm. Na enorme área que abrangeu minha participação na condução das atividades do Destacamento Norte eu asseguro que tratamos os índios de maneira respeitosa, mesmo após termos sido agredidos. Antes de ocuparmos a Amazônia os índios já estavam na terra que chamamos Brasil.

Na área e no período em que estive na liderança da construção da estrada, até a sua conclusão, e dou meu testemunho de que a atuação do Exército foi digna, competente, honesta e altamente profissional. Orgulho-me deste período da minha vida. Vi subordinados adoecerem, alguns morrerem, outros superarem extremas dificuldades, tudo para o bem do Brasil e dentro dos princípios éticos, de cidadania, de patriotismo, de respeito ao próximo, de disciplina, que caracterizam a formação de qualquer militar. Eu também passei por momentos delicados, de grandes riscos e graças a Deus os superei. Trabalhamos vinte e quatro horas por dia, durante todos os anos da construção, equipes de dia e de noite, sem parar. Paradas apenas no período das chuvas torrenciais, que aproveitávamos para manutenção dos equipamentos, capacitação do pessoal e planejamentos. Nenhuma hora-extra ganhamos ou reivindicamos ao longo do nosso trabalho. O que ganhamos, dinheiro não compra.

A conclusão da BR 174 ocorreu em 06 de abril de 1977, dia do histórico e inesquecível encontro entre as frentes Sul (Destacamento Sul, responsável pela construção no sentido Manaus – Boa Vista) e Norte (Destacamento Norte, responsável pela construção no sentido Boa Vista – Manaus) do 6º. B E Const. Eu estava presente no local (Km 356,4) deste encontro e não é possível transformar em palavras a sensação, o orgulho da missão cumprida, o sentimento de ter concluído um esforço de muitos anos, conquista de muitas pessoas.

O resultado prático da construção da BR 174 nos leva aos seguintes fatos:

  • Índios morreram, mas não por causa ou ação direta de militares do Exército Brasileiro. Pelo menos na área em que eu atuava isso nunca aconteceu;
  • Dos 23 (vinte e três) mortos da equipe de construção, 15 (quinze) foram mortos de maneira covarde (emboscada) pelos waimiris-atroaris;
  • A integração por rodovia com o resto do Brasil e o desenvolvimento de Roraima, tornaram-se realidade;
  • A magnitude da obra e a capacidade de superação técnica e física dos obstáculos enfrentados com sucesso, é motivo de orgulho para o Brasil, para o Exército Brasileiro como um todo e, particularmente, para a sua Engenharia e logística (Intendência).
  • O momento atual pelo qual passa nosso país, também merece algumas considerações:
  • Durante o período em que membros do Exército Brasileiro lideraram os rumos do Brasil, muito foi realizado, bastando buscar os registros do período, sendo que o principal objetivo (evitar que comunistas pró-Cuba e União Soviética destruíssem o Brasil) foi alcançado;
  • Quando os militares tinham o poder de decisão em suas mãos, democraticamente, nunca se aproveitaram para elevar salários ou gerar benesses próprias. Os salários dos militares sempre foram baixos comparativamente com outros segmentos. Nenhum poderoso militar enriqueceu às custas do dinheiro do povo;
  • De 1984 até o presente momento, os militares continuaram com baixos salários, sofreram grandes quedas em seus orçamentos e ainda passaram a ser tratados com desrespeito pelos ocupantes do poder;
  • Está sendo alimentado pelos poderosos do momento, a maioria oriunda de grupos ideológicos ultrapassados, simpáticos a movimentos antidemocráticos e buscando interesses materiais próprios, um preconceito contra os militares e até retaliações;
  • O povo brasileiro tem orgulho de suas Forças Armadas e boa parte sonha para que assumam novamente as rédeas da nação;
  • Mentiras são espalhadas, sistematicamente, para desmerecer o comportamento e os feitos do Exército Brasileiro (seminários, jornais, filmes, novelas, programas de entrevistas etc) quase como um mantra, uma orquestração;
  • Certas análises de valor e de versões dos fatos deixam de levar em conta o cenário, o contexto no período de construção da BR 174, gerando conclusões distorcidas da realidade;
  • Testemunhos e informações coletadas são analisados e levados em conta desde que sirvam de justificativas para o demérito do Exército Brasileiro e do Governo daquela época.

O exposto neste texto tem por objetivo trazer uma parte da verdade à tona, tendo como foco a BR 174, particularmente quanto à atuação do Destacamento Norte do 6º. B E Const, no período de 1976 e 1977, neste momento em que se divulgam inverdades, mentiras deslavadas, da tal “verdade alternativa”, das meias-verdades, do cinismo, da hipocrisia, de distorções e manipulações de dados e informações, visando interesses sórdidos de pessoas e grupos que assaltam a nação sem nenhuma piedade com seu povo, tão deseducado para entender o quanto é manobrado, o quanto é incapaz de separar o joio do trigo.

Espero que um dia uma verdadeira “Comissão da Verdade” exponha para a nação o fiel retrato do que ocorreu e do que está ocorrendo.

Rio de Janeiro – RJ, 23 de outubro de 2017

Telmo Travassos de Azambuja

  • Capitão da Arma de Engenharia, da reserva não remunerada, graduado na AMAN em 1969
  • Guerreiro de Selva, No. GS 0418, em 1969
  • Pós-graduado na EsAO –Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1978
  • Engenheiro civil, graduado pela Universidade Católica de Pernambuco, em 1975
  • Pós-graduação, nível especialização, em engenharia de transportes pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1975
  • Cursos e estágios para especialização em gestão da qualidade no Japão, França, Espanha e Reino Unido
  • Supervisor Técnico Independente Nível III na área de engenharia civil e auditor líder na área de gestão da qualidade pelo Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear, de 1980 a 1988, com atuação na construção das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3 e na construção do submarino nuclear da Marinha do Brasil
  • Auditor líder de sistemas de gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão da responsabilidade social e gestão da saúde e segurança do trabalho, reconhecido no Brasil e no exterior
  • Auditor ambiental reconhecido pela EARA (The Environmental Auditors Registration Association), do Reino Unido
  • Auditor líder de sistemas de gestão da qualidade, reconhecido pelo RAC (Registro de auditores Certificados), no Brasil, e no Reino Unido pelo IRCA ( International Register of Certificated Auditors) e pela Batalas
  • Membro do “International Who’s Who of Professionals” (EUA), em 1997
  • Membro Fellow (mais alto nível possível) do “The Institute of Quality assurance”, do Reino Unido
  • Membro da ASQ (American Society for Quality), dos EUA
  • Membro do Comitê de Coordenação do PEGQ (Projeto de Especialização em Gestão da qualidade), liderado pelo Ministério de Indústria e Comércio do Brasil, na década de 80
  • Consultor para implantação de um novo modelo de gestão para a CNI (Confederação Nacional da Indústria)
  • Coordenador do projeto de implantação do Centro de Gestão do Conhecimento no Ministério de Relações Exteriores do Brasil, envolvendo todas as embaixadas brasileiras, com implementação inicial em Berlim, Londres e Madri
  • Consultor membro de equipe de especialistas do Banco Mundial para implantação do Programa de Qualidade e Produtividade de El Salvador (América Central), junto à Comissão Presidencial do referido país
  • Consultor para implantação dos Programas de Qualidade e Produtividade da Argentina e do México
  • Consultoria (representando a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas) para o Governo de Moçambique (África), objetivando a implantação de um sistema para certificação de produtos e de sistemas de gestão no país, com apoio do Banco Mundial
  • Coordenador do projeto de modernização da gestão da empresa estatal MATAV (Companhia de Telecomunicações da Hungria), objetivando adaptação da gestão da empresa, até então sob o modelo comunista, para atuação no regime capitalista, recém implantado naquele país
  • Consultor, auditor e verificador de inventários e de mitigação de emissões de gases de efeito estufa, reconhecido pela ABNT (Brasil) e ANSI (EUA)
  • Consultor e palestrante, na área de gestão, para uma centena de empresas no Brasil e no Exterior, tais como: Serpro, Grupo Gerdau, Votorantim, Merck, Rhodia, Norton, Anglo American, Sebrae Nacional, CNI, Senai, Ford, Mercedes-Benz, Petrobras, Açominas, Eletronorte, Usiminas, Tribunal de Justiça do RJ, Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia, INMETRO, YPF, PDVSA, PEMEX, BVQI…)
  • Instrutor líder de aproximadamente 320 cursos para formação de auditores líderes de sistemas de gestão da qualidade ISO 9001, tendo formado cerca de 3.500 alunos no Brasil e no Exterior (tais como Equador, México, Venezuela, Colômbia, Uruguai e Argentina). Curso reconhecido pelo INMETRO (Brasil), pelo RAC (Brasil), pelo IRCA (Reino Unido) e pelo RAB (EUA)
  • Autor de livros sobre gestão, tendo sido indicado pela Editora Campus ao Prêmio Jabuti, período 1996/1997
  • Professor em cursos de pós-graduação na área de gestão
  • Avaliador independente quanto ao atendimento por empresas de construção civil, dos requisitos do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), coordenado pela Secretaria Nacional de habitação, do Ministério das Cidades
  • Diretor de responsabilidade social da ONG Novamosanta, sediada em Petrópolis – RJ
  • Presidente do Itaipava Country Club, de 2015 a 2017, e membro do Conselho Deliberativo do referido clube
  • Consultor, palestrante e avaliador de sistemas de gestão em organizações públicas e privadas
  • Membro da Turma Jubileu de Prata, da AMAN
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Audaz
Audaz
7 anos atrás

Fiz esta viagem de automóvel entre Manaus e Boa Vista em 2012. Confesso que fiquei um pouco tenso na travessia do território indígena, se não me engano são cerca de 400 km pela reserva. Muitas estórias de ataques a condutores isolados, principalmente para quem esta em companhia de mulheres brancas (caso de minha esposa). Acho que inimputabilidade penal dos indígenas deixam todos apreensivos, temendo acontecer algo e não poder responsabilizá-los.

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
7 anos atrás

Concordo Colombelli, desde a remarcação da reserva Raposa Serra do Sol em Roraima (2005) tenho estudado assuntos indígenas e, alinhado com textos mais atuais de antropologia que defendem que culturas são dinâmicas, se integram, incorporam novas tecnologias, novos hábitos e conhecimentos preservando suas tradições, penso que o melhor seria os índios e quilombolas totalmente integrados à cidadania, com os mesmos direitos e deveres. Em pleno século XXI, pergunte se algum índio prefere plantar e comer mandioca e ficar na taba isolado do mundo ou usufruir das oportunidades de negócio de suas reservas para possuir e utilizar iphones, camionetas cabine dupla, etc…Quem pensa diferente e pretende que esses grupo permaneçam quase como animais restritos aos limites de suas reservas não é realmente a favor dos direitos humanos, mas do pensamento da esquerda com aquela conversinha mole de defender as minorias étnicas e grupos de interesses espúrios.

Zé
7 anos atrás

e daí?

Mikhail Bakunin
Mikhail Bakunin
7 anos atrás

Vai dormir Zé, já está tarde pra criança ficar na conversa de adulto

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
7 anos atrás

Acredito que há muitas diferenças a serem resolvidas no Brasil. Gosto particularmente da Teoria da Justiça e Equidade de John Rawls.
Eu pago impostos para que o Estado resolva os problemas do povo, não de políticos ou empresários.
Empresários devem lucrar, é óbvio e legítimo. Mas tem que pagar impostos, e estes devem sustentar um Estado honesto e criar condições para que os desfavorecidos possam se elevar, na medida de suas capacidades individuais.

camargoer
7 anos atrás

Ola Colegas. Fui pesquisar a questão da imputabilidade do índios e encontrei um excelente link (abaixo) O artigo abre com a seguinte afirmação: “para aferir a imputabilidade penal, não importa se o índio mantém contato com a cultura preponderante: basta aferir se o índio possuía condições de entender o caráter ilícito previsto na lei”. Segundo o texto, a lei se aplica a todos os índios, mas é previsto o caso no qual o índio, por força de sua cultura ou hábito, não reconheça uma determinada ação como crime, mas que isso deve ser analisado caso a caso. Considerando a complexidade do código penal, é razoável imaginar a existência de casos em que o índio não reconheça uma ação como crime. Vale a pena ler o texto para entendermos o contexto deste entendimento. De fato, não há nenhuma lei no Brasil que diz que o índio está livre da lei.

https://jus.com.br/artigos/8924/indios-e-imputabilidade-penal

camargoer
7 anos atrás

O que chama a atenção é a “excepcionalidade” da aplicação da imputabilidade e não como regra. O fato é que a CF88 e todas as leis valem em todo o território nacional, inclusive dentro das reservas demarcadas e quilombolas.

Ivanmc
Ivanmc
7 anos atrás

Off: sugestão de filme:JADOTVILLE.

sergio ribamar ferreira
sergio ribamar ferreira
7 anos atrás

Concordo com o Sr. Colombelli.

Agnelo
Agnelo
7 anos atrás

Camargoer
Bom dia
Interessante é q o índio vê TV, vai a Igreja, tem trabalho na cidade (nas reservas próximas de centros urbanos), faz faculdade etc etc… mas nenhum vê como crime quando os cometem…
Estive 7 anos em convívio com reserva indígena.
Há parcela de culpa do governo, q não dá amparo em diversas promessas. Mas eles aproveitam MUITO da situação de “índio” deles.
Sds

Agnelo
Agnelo
7 anos atrás

Sobre a Raposa Serra do Sol.
Perigosíssimo pra nós.
Uma terra delimitada, ocupada por um “povo”. Falta só a auto determinação q a ONU respalda, pra dar M…..
A própria Venezuela aproveitou deste local, pra se preparar pra assaltar a Guiana.
É um lugar muito propício para Ações Indiretas de quem quiser aproveitar daquela região.
Extremamente nebulosa, a sua criação.
Sds

Johan
Johan
7 anos atrás

A reserva Raposa Serra do Sol deixou uma área, antes produtiva com fazendas de arroz, totalmente estagnada economicamente tanto que em uma reportagem exibida mostrou os índios que, antes exigiram a saída dos fazendeiros, passaram a querer a volta dos mesmos para assim fornecer trabalho para eles, pois os índios não tinham nenhuma atitude empreendedora e as fazendas estavam ao léu com o mato tomando conta. Portanto mais uma “burrada” daquele governo, se é que não foi de maldade mesmo (fico com a segunda opção).

LucianoSR71
LucianoSR71
7 anos atrás

Uma deturpação incrível da realidade é quando vemos diversos ‘ditos quilombos’ dentro ou próximos de áreas que já eram habitadas na época ( cidades, vilas, fazendas c/ escravos, etc. ). Ora, isso é um insulto a inteligência nossa e dos escravos fugitivos, pois eles seriam muito burros se fossem se agrupar perto dos que poderiam matá-los ou prende-los – eles buscavam , logicamente, locais longe e de difícil acesso.

Tadeu 54
7 anos atrás

Parabéns pelo post, esclarecedor !

camargoer
7 anos atrás

Olá Agnelo.
Pelo que li no artigo do Conjur, cabe ao juíz decidir sobre a imputabilidade não ao indivíduo baseado em um parecer antropológico, por isso é uma ação excepcional. Portanto não procede a ideia que a CF88 não vale dentro das reservas (ou quaquer outra lei). Considerando a complexidade cultural na Amazônia (desde índios com doutorado até tribos isoladas) não seria razoável ter um lei dura e inflexível, mas isso é muito diferente de dizer que um índio é imputável. Todos respondem á mesma lei.

Renato Vieira
Renato Vieira
7 anos atrás

colombelli 26 de outubro de 2017 at 17:17
Esta mais que na hora de começar a rever o status de cidadãos privilegiados de indígenas e quilombolas, com assistência médica top, renda subsidiada pela União e enormes áreas de terras. os indigenas são 0,8% e tem 12% das terras. No governo petista pendiam mais de 400 processos de demarcação, alguns com fraudes grosseiras, como aconteceu no norte do RS ( fato investigado pela DPF-PF, conforme meus peixes da federal me relataram), que elevariam o percentual para mais de 30% se todos fossem deferidos.
….

Perfeito Colombelli

já basta a mer.. que assinram na ONU, reconhecendo nações dentro do território brasileiro.

https://youtu.be/XR-Zk0icSOQ

https://youtu.be/rI2nu4z9LtA

Franklin de Paula
Franklin de Paula
7 anos atrás

MAGNÍFICO texto do Cap. Telmo Travassos Azambuja. Parabéns. Nós brasileiros e patriotas devemos ficar atentos aos movimentos da esquerda.

HMS TIRELESS
HMS TIRELESS
7 anos atrás

Franklin, o objetivo da esquerda sempre foi dividir a sociedade brasileira. Não é à toa que ao ascender ao poder em 2003 o PT sempre destilou o discurso do “Nós” contra “eles”

Rafael_PP
Rafael_PP
7 anos atrás

Camargoer, pelos seus comentários, acredito que o Direito não seja sua área de atuação profissional, tampouco de formação acadêmica. Logo, vê-se um distanciamento entre o que você pesquisa, e toma como verdade irrestrita, e o que ocorre na prática.
.
A incômoda realidade é que há um limbo jurídico entre as populações indígenas e as outras parcelas da sociedade brasileira. Muito disso ocorre pelo envelhecimento das legislações sobre o tema, que ‘forçam’ a edição de regulamentos e atos normativos pelo Executivo, muitas vezes díspares da realidade local de miscigenação e intercâmbio econômico e social. Também é necessário levar em conta a atuação viciada das autarquias responsáveis pela questão e do próprio Ministério Público Federal.
.
Peço que não torne minha resposta como ofensiva ou depreciativa a você. Apenas a redijo no intuito de aconselhamento. Infelizmente, a aplicação das leis, de jurisprudência ou de princípios e teorias jurídicas não é de todo simples na realidade brasileira.
.
Ps: toda vez que leio textos de coronéis, generais, etc da época do Regime Militar, a impressão que me passa é de que o Brasil era um Haiti em 1963 e se tornou uma Alemanha 1984/85…

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
7 anos atrás

Off
Parlamento Catalán acabra de proclamar por votação a independência.
72 votos a favor
10 votos en contra
2 notos em branco.
______________________________

Está declarado o confronto.
Art 155 deve ser aplicado muito breve.

camargoer
7 anos atrás

Olá Rafael. De modo algum tomo como ofensa. Minha especialidade é a tabela periódica … riso. Aquilo sim é confuso. O melhor do blog é a participação de colegas com formações e pontos de vista muito diferentes, o que é ótimo. Talvez o mais importante aqui seja não aceitarmos o senso comum como verdade e o mito como realidade histórica. Talvez você possa ajudar a desatar este nó da imputabilidade do índio, porque parece que existe um hiato entre a realidade e o que se propaga nas redes. O que acha? Um grande abraço.

zé
7 anos atrás

“O inimigo,em retirada,
Seu furor patenteou:
Vencendo vem Jesus!”
Arrependa-se já, comunista!

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
7 anos atrás

Colombelli & Adriano
Onde assino ?
Chega.
Os índios estão arrendando $$$$$ as terras, madeira, lavras etc etc etc
Os Quilombolas idém, e aqui se fizer um pente fino, metade não se enquadra como tal,
pele escura não é condição automática.
Tem muita mutreta $$$$$ nessas duas discrepâncias.

Edson Parro
Edson Parro
Responder para  Carlos Alberto Soares
5 anos atrás

Exatamente Carlos Alberto Soares.
Concordo contigo.
Saudações

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
7 anos atrás

Tem uma comunidade quilombola aqui no estado, população menos de duzentas pessoas.
Em hectares eles tem um Luxemburgo de nação.
Brincadeira, mas na Baea a coisa é bem pior, Maranhão idém …. virou “industria” $$$$$.

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
7 anos atrás

Delfim Sobreira 26 de outubro de 2017 at 20:07
Comentário muito apropriado!

Bravox
Bravox
7 anos atrás

A falta que faz um bandeirante nessas terras …..

LucianoSR71
LucianoSR71
7 anos atrás

Amigos editores, não entendo o motivo de meus comentários não serem publicados, não estou ofendendo ninguém, não tem palavrões e pela 3ª vez não aparecem.

sub-urbano
sub-urbano
7 anos atrás

Sabem porque a aproximação do EB em relação aos índios é de cautela?

Imagine o seguinte: o governo começa a suprimir os direitos indígenas, confiscar suas terras, cobrar altos impostos, etc… Qual seria a consequência disso na mentalidade dos silvícolas?

O interior do norte país não é povoado, existe um enorme vazio demográfico. A amazônia é um grande ativo, vale alguns trilhões de dólares. Minorias já se aliaram a estrangeiros antes, a história registra isso. A Emergência Malaia é um exemplo clássico.

No Ofense mas tem gente que comenta aqui que parece que nasceu ontem, não é possível…

O esforço que o EB faz a décadas em manter contato e suporte aos silvícolas no norte do país não é à toa. Mas parece que a moda agora e desligar o cérebro e gritar “Bolsonaro 2018!”

sub-urbano
sub-urbano
7 anos atrás

Curdistão Iraquiano, recentemente a Ucrânia, Yuguslávia… todos exemplos recentes de países que perderam parte do território por perseguirem minorias.

Suprimir territórios indígenas estaria no topo de uma lista de má ideias para o progresso do país.

Mas essa é só minha opinião, respeito a dos demais.

LucianoSR71
LucianoSR71
7 anos atrás

Obrigado editores.

LucianoSR71
LucianoSR71
7 anos atrás

Carlos Alberto Soares 27 de outubro de 2017 at 11:41
Eu havia feito um comentário justamente sobre o ‘quilombos’, mas só agora ele apareceu c/ o horário de 7:38h. Falo do absurdo que é a alegação que certas localidades foram quilombos. Por favor leia – tenho medo que se colar aqui, trave novamente o comentário.

Bravox
Bravox
7 anos atrás

Lembrando que o bolsonaro sempre fala em integrar o indio a sociedade brasileira que seria bom para conter interesses externos com a integração do indio (papel do EB que vai ser forte nessa integração)
Lembrando que o indio confia no EB .

Paulo Costa
Paulo Costa
7 anos atrás

Senhores,a educação está acima da ideologia,um dia chegamos lá.
Na ultima vez que vi a quantidade de quilombos no pais era de 120 locais se uns 20 estiverem com problema,esta na media.Existem áreas com conflito,na minha cidade,tem um a 5km,estrada de terra,
tem luz ,agua,sky,esta cheio de idoso aposentado morando lá,não tem assalto nem drogas.
Na TV teve uma reportagem de um cartório no sul fazendo escritura para índio paraguaio conseguir
uma reserva,as demarcações podem ser revistas.Na Florida USA,os índios tem a concessão de
operar cassinos,os brancos não podem,ganharam dinheiro e investem no nosso pais.em rede de fast food.Na Europa o estado ajuda a todos que precisam,somos terceiro mundo,mas assim que nos desenvolvermos,as comunidades aqui vão se organizar e exigir seus direitos.

Luciano
Luciano
7 anos atrás

camargoer 27 de outubro de 2017 at 10:42

“Talvez o mais importante aqui seja não aceitarmos o senso comum como verdade e o mito como realidade histórica.” Excelente! Sempre com considerações muito justas e ponderadas!

Rafael_PP 27 de outubro de 2017 at 10:05

“Ps: toda vez que leio textos de coronéis, generais, etc da época do Regime Militar, a impressão que me passa é de que o Brasil era um Haiti em 1963 e se tornou uma Alemanha 1984/85…”..realmente, nao tinha me atentado pra isso, já que nao é meu objeto de estudo o Regime Militar-Civil de 64-85…parece que é uma representação comum aos discursos sobre o período por parte daqueles que concordaram/construíram aquele governo.

Luciano
Luciano
7 anos atrás

Então, aqueles que criticaram os editores e os chamaram de “esquerdistas” por publicarem a matéria de um coronel de esquerda dizem o que agora? Reitero o que disse na outra publicação do blog: a trilogia tem uma postura de instigar o debate e colocar pontos de vista ideológicos/políticos variados!

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
7 anos atrás

Aprecio a conduta do Galante em colocar temas que levem ao debate respeitoso.
Seria muito chato se aqui fosse uma confraria de vacas de presépio.
Por outro lado, aqui não é o Facebook, onde qualquer opinião contrária vale ofensas.

EParro
EParro
7 anos atrás

Rafael_PP 27 de outubro de 2017 at 10:05

Não sei como era o Haiti, ao qual você se refere.
Mas quem viveu àquela época, aqui, sabe e lembra mito bem da badernar em que se vivia.
Haja vista, um pequeno exemplo, o famoso bordão, dedicado à cidade do Rio de Janeiro e que se estendida para todas as cidades, e por todo o país: “Cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz”.
Depois de 1964, a coisa melhorou muito, mas muito, muito mesmo. Pena que agora…

Saudações

Inconformado
Inconformado
7 anos atrás

“Nós é que estávamos cortando as terras que eles consideravam ser deles. A atuação da FUNAI ocorria apenas de forma pacífica, sem violência.”

Eram deles incontestavelmente.
Com fazendeiros e mineradores vocês falam fininho né (e a maioria é ilegal) ?
Até roubar terra da união pode … República o maior golpe da história do mundo … parabéns por participar da empresa Exército S.A.

Vocês vão integrar os indígenas a que modo de vida ?
Do Rio de Janeiro ?? De São paulo ??

Um outro “iluminado” colocou o nome do Senhor nessa palhaçada… Pergunto desde quando o exército deixou de considerar a religião do brasileiro como mera mitologia e escolheu o positivismo (inclusive na bandeira) como religião oficial ?

Senhores não passem mais essa vergonha fiquem quietos pois vocês não podem ensinar nada aos índios…

Até em se tratando de proteger o território eles são melhores que vocês. E conseguem algum benefício para suas populações vocês por outro lado só nos trazem prejuizos e previdência de dondocas.

Os grandes homens do Brasil são rejeitados por vocês. Voltem para a caserna e a jogar dominó …

Victor Moraes
Victor Moraes
7 anos atrás

O currículo do cara é foda… mas ele peca em defender militar governando. uma coisa não tem nada a ver com outra. Militar tem funções belicosas e embora tenha organização exemplar, não cumprem um requisito básico de um estado democrático de direito que é o voto. Se algum militar quer ser presidente, que se submeta ao voto do povo, como qualquer outro. Se formos para ter uma ditadura militar ( uma democracia militar é possível?) é preferível que se declare logo um Rei. E neste caso, para que não fiquem o militares com a mácula de ladrões diante de Deus, é bom que se devolva o poder para os Orleans e Bragança.

camargoer
7 anos atrás

Caro Victor. Concordo com seu ponto de vista. O fato de ser militar, civil ou religioso não é pré-requisito ou mácula para ninguém. O exercício político ocorre por meio do voto. O Art.1 da CF88 diz que todo o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos. Acredito que muitos militares tenham uma excelente formação, elevado caráter e uma inteligência acima da média, e que seriam excelentes presidentes, governadores ou prefeitos, uma vez que fosse eleitos. Não acredito em qualquer regime alternativo ao democrático, que nasce exatamente das mentes liberais e iluministas contra o estado totalitário. O livro mais famoso de Hayek é um discurso político contra o totalitarismo e em defesa dos direitos do indivíduo, por isso sua intransigente defesa do estado de direito.

Victor Moraes
Victor Moraes
7 anos atrás

Mais de três presidentes americanos eram ex militares. Todos eles se submeteram ao voto popular. Nenhum deles deu golpe e implantou uma ditadura. Há que se diferenciar o que é legítimo e o que
é ilegítimo para um militar. De golp eme golpe os militares construíram esta republica de ratazanas. É a realidade, a verdade que os militares teimam em negar. De golpe em golpe, nós temos hoje todas estas mazelas políticas e institucionais no país. Todos estes malditos privilégios, esta maldita “casa da mãe Joana” que se tornou os órgãos públicos do Brasil, nos seus mais altos escalões. Os militares corrigem? Não creio que são capazes de tanto, quando a história mostra que todas estas “famílias” que governam o Brasil ganharam poder antes de 1988. Maluf, Sarney, Jucá, etc, todos são crias da ditadura… Então não me venha com este papinho em defesa dos militares no governo pois isto só demonstra toda incapacidade de um povo de se governar. Se um povo clama por um governo militar é porque é extremamente incompetente.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
7 anos atrás

Ninguém nega que do ponto de vista econômico e social (saúde, educação, etc) o país evoluiu durante a Ditadura Militar. Mas vários aspectos eram muito piores do que hoje. Para as pessoas de classe média, a vida devia ser melhor do que agora. Mas para os pobres, era muito pior.
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Para se ter uma ideia, em 1985 o IDH do Brasil era de 0,69 – um pouco abaixo de países como Botswana, Gabão, Paraguai e Egito, em 2015. O referencial tem que ser muito baixo para considerar isso como bom. O do Brasil, em 2015, era de 0,754.
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E uma curiosidade, o foro privilegiado para parlamentares foi criado durante o regime castrense. Se hoje o Aécio é julgado pelo STF e não pelo Moro ou outro juiz de 1º grau, saibam que quem inventou isso foram os militares. Os pilantras adoraram a ideia e a mantém até hoje.
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No mais, duvido que pessoas do caráter de Maluf, Sarney, ACM, Marin dentre outros corruptos notórios não cometiam seus crimes durante o governo militar. A diferença é que não se investigava nada, muito menos se punia.
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Por fim, é óbvio que a Ditadura Militar foi mil vez melhor do que seria uma Ditatura Comunista, mas, novamente, é uma questão do referencial ser muito baixo. Aí qualquer coisa é muito melhor.

Telmo Azambuja
Telmo Azambuja
7 anos atrás

Prezado Victor Moraes. Tenho acompanhado os comentários sobre o texto que escrevi sobre a BR 174.
Quanto ao teu comentário afirmando que eu estava defendendo um futuro regime militar me sinto na obrigação de fazer um esclarecimento: no trecho onde afirmei que muitas pessoas desejam a volta dos militares na condução do país, quis destacar que isso é um fato. Em momento algum fiz alguma análise contra ou a favor, apenas relatei um desejo que está disponível nas pesquisas de opinião, sem externar minha opinião. Com este fato quis destacar o prestígio dos militares, num momento em que os Três Poderes da nação são altamente criticados.
Não apoio regimes de exceção fora do previsto em nossa Constituição. Numa democracia plena o caminho será sempre o voto. Para ser candidato todos os que se enquadrarem nos critérios constitucionais disporão de tal oportunidade para concorrer a qualquer cargo eletivo. Militar ou civil podem ser candidatos pois são cidadãos brasileiros. Não há e não deve haver discriminação. Particularmente acho que um candidato a presidente da República deveria ter um mínimo de qualificação requerida, pois qualquer pessoa a ser contratada por uma empresa privada ou estatal é avaliada quanto a critérios mínimos de competência. Mas é apenas minha opinião. Caberá aos eleitores, analisando as propostas e atitudes dos concorrentes, fazer suas escolhas. Vencerá o mais votado, e ponto final.
No caso de um militar governar o país, fora de um critério eletivo popular, o único caminho possível é o enquadramento em situação aplicável ao Artigo 142 da nossa Carta Magna. Neste caso, legalmente, uma intervenção seria constitucional. Para chegar a uma situação desta o limite do tolerado na constituição teria que ser rompido.
Espero ter esclarecido este ponto dos debates.
Obrigado pelo currículo “foda” … considerei um gentil elogio rsrs.
Que nosso Brasil seja reerguido e possamos sair deste lamaçal, superando as dificuldades o mais rápido possível. Que Deus nos ilumine. Parabéns a todos os que estão postando seus comentários pois é uma forma saudável de demonstrar interesse pelos rumos da nossa nação e de se posicionar, num ambiente onde ninguém é o dono da verdade. Apreciei a maneira educada de apresentação de pontos e contra-pontos, em temas tão polêmicos. Abs.

camargoer
7 anos atrás

Olá Rafael. Ainda não li, mas saiu recentemente um livro chamado “História da riqueza no Brasil” do Jorge Caldeira (que não tem nada de esquerdista, pelo contrário) onde ele defende que comparativamente aos períodos anteriores, o governo militar teve um baixo crescimento. Como disse, não li o livro mas vi sua entrevista divulgando o livro. Acho que é um bom ponto de partida para discutirmos o mito do milagre brasileiro. Talvez seja preciso sermos mais críticos em relação a este período. De qualquer modo, está na lista de livros para serem lidos….

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
7 anos atrás

Não precisamos de uma ditadura militar e sim de uma ditadura civil.
Nossa sociedade civil é uma comédia que acaba em tragédia. Tanto que podíamos ser e não conseguimos por querermos liberdade em excesso e caímos na libertinagem irresponsável.

camargoer
7 anos atrás

Caro Delfim. Precisamos de mais democracia. Os problemas que estamos enfrentando estão relacionados à falta de democracia não devido à ela. Se o ideal de liberdade tem com pressuposto a sua proteção contra o arbítrio, esta proteção existe somente no estado de direito democrático.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
7 anos atrás

Camargoer.
Obrigado pela dica de leitura rsrs.
Dei uma pesquisada e vi a seguinte afirmação do autor: “Considerando o intervalo entre 1890 e 1970, a economia brasileira foi a que mais cresceu no mundo, um desempenho excepcional.”
O crescimento econômico é relativo, a base de cálculo inicial, em 1890, podia ser tão baixa que a afirmação seja verdadeira, ainda que enganosa. Ex: se uma pessoa que ganha R$ 1000,00 por mês receber um aumento de R$ 1.000,00, terá aumentado sua renda em 100%. Já se uma pessoa que ganha R$ 1.000.000,00 receber o mesmo aumento, terá aumentado sua renda em 0,1%.
00. O crescimento absoluto foi igual, já o relativo foi gritantemente diferente.

camargoer
7 anos atrás

Olá Rafael. Como disse, não li o livro e não posso afirmar em quais bases ele calculou, nem posso afirmar que o J.Caldeira tem uma visão neutra do mundo. Por outro lado, também seria uma bobagem ignora-lo. Acho que a gente vai ter que ler mesmo. riso. Um grande abração.

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
7 anos atrás

Camargoer.
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Posso ter me expressado mal. Ditadura civil seria uma democracia séria.
Para mim uma grande falha da nossa democracia seria um foco excessivo no coletivo em detrimento do indivíduo. Ditaduras adoram coletivos.
Outra falha é o “Estado empreendedor”, e seu irmão, o “empresariado social”. Estado existe para ser social, cobrar impostos do empresariado e aplicá-los socialmente.

camargoer
7 anos atrás

Olá Delfim. Não acho que ditaduras adoram coletivos, elas odeiam o indivíduo. Uma democracia séria continua sendo uma democracia e uma ditadura (civil, militar, religiosa) é implacável contra o indivíduo. Em um regime totalitário o modelo de Estado é feito para aniquilar o indivíduo. Se você acredita em uma sociedade social-democrata, trabalhista ou liberal, estes modelos só existem em uma democracia baseada no Estado de Direito. Costumo dizer que a escolha entre políticas de esquerda ou direita somente fazem sentido em uma democracia. Sob um regime totalitário, não existe política porque a única coisa possível é pertencer ao regime, ou ser aniquilado por ele.