Iskander

Iskander

Iskander

A Rússia advertiu que poderá implantar mais mísseis de alta precisão no seu enclave de Kaliningrado, que faz fronteira com a Polônia e a Lituânia. Moscou acusou os EUA de aumentar ilegalmente suas próprias forças na região

A Rússia disse na quinta-feira (12/10) que pode enviar mais mísseis SS-26 Iskander para sua base militar em Kaliningrado como uma resposta direta aos EUA, que está construindo sua presença militar na vizinha Polônia.

O chefe do comitê de assuntos de defesa do parlamento russo, o general aposentado Vladimir Shamanov, foi citado pela agência de notícias RIA, dizendo que a Rússia estava preparada para tomar medidas de retaliação contra os EUA por aumentar o número de armas na região.

Os mísseis Iskander têm uma autonomia de até 500 quilômetros (310 milhas), o que poderia permitir que a Rússia atinja vários estados membros da OTAN com grande precisão. Eles também podem ser equipados com uma ogiva nuclear.

A Rússia desdobrou o primeiro conjunto de mísseis Iskander em Kaliningrad no ano passado — um movimento amplamente interpretado como uma resposta a duas estações de interceptação de mísseis dos EUA hospedadas na Polônia e na Romênia, que o Kremlin vê como uma ameaça à sua porta.

Rússia acusa os EUA de aumentar secretamente números de soldados na Polônia

Shamanov também aludiu ao fato de que os EUA “silenciosamente” estão implantando uma divisão blindada inteira na Polônia. O terceiro esquadrão e o segundo esquadrão dos EUA deveriam rotacionar no mês passado, enquanto os jogos de guerra russo-bielorrussos, conhecidos como Zapad-2017 (Oeste 2017) estavam ocorrendo, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, mas o Kremlin parece acreditar que a rotação não se realizou.

“O Segundo Esquadrão chegou na Polônia silenciosamente com o seu equipamento militar. E, durante esse período, o equipamento militar do Terceiro Esquadrão não saiu da Polônia e dos Bálticos”, disse ele no comunicado.

Shamanov disse que a conduta dos EUA na região violou o principal pacto que governa as relações de Moscou com a OTAN.

A OTAN rejeitou as acusações do Kremlin, dizendo que “cumpre plenamente o NATO-Russia Founding Act”.

“Qualquer acusação de que a OTAN está violando o ato ou violando suas promessas, é falso”, disse o porta-voz da OTAN, Piers Cazalet, em um comunicado, acrescentando que os 4.000 soldados implantados na Europa Oriental estavam “bem abaixo de qualquer definição razoável de “forças de combate substanciais ” mencionada no NATO-Russia Founding Act”.

Europa Oriental tomada pela “histeria”

No mês passado, a Rússia e a Bielorrússia realizaram seus exercícios militares “Zapad-2017”, que treinaram tropas contra terroristas infiltrados de três países “hipotéticos” da Europa Oriental, que controlam as ligações entre Kaliningrado e Bielorrússia. Segundo Moscou e Minsk, o objetivo das manobras Zapad é coordenar ações entre comandos militares regionais “no interesse de garantir a segurança militar”.

Konashenkov disse que, graças aos EUA, a região do Báltico e Polônia foram apanhadas em “histeria” por uma “ameaça russa” colocada pelos jogos de guerra. “Então, quem, de fato, está se preparando para a agressão?” ele perguntou.

FONTE: Deutsche Welle German Radio, em 12 de outubro de 2017

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Gilson Moura
Gilson Moura
7 anos atrás

O clima está esquentando.

carcara_br
carcara_br
7 anos atrás

Se 4000 soldados + equipamentos não é uma força expressiva umas dúzia de mísseis de alcance limitado também não é.
O choro é livre para os dois lados hehehe…

carcara_br
carcara_br
7 anos atrás

Uma*

Alfredo Araujo
Alfredo Araujo
7 anos atrás

Interessante opinião de um americano, sobre o assunto…

http://www.snafu-solomon.com/2017/10/russian-counter-move-iskander-missiles.html

Bosco
Bosco
7 anos atrás

A única função desses poucos mísseis é atacar as instalações antimísseis na Polônia. Nada mais! De forma alguma representam uma ameaça mais séria, devido à quantidade reduzida.
E com certeza não estão armados com ogivas nucleares. Isso é uma bobeira. Toda vez que mísseis russos e americanos são citados alguém “lembra” que podem ser armados com ogivas nucleares.

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
7 anos atrás

Só acho bobeira o clima esquentar no inverno… o General Inverno é russo.

SmokingSnake
SmokingSnake
7 anos atrás

A Rússia coloca armas de ataque e reclama que a OTAN está colocando armas anti mísseis de defesa, dá para ver quem é o agressor.

_RR_
_RR_
7 anos atrás

O que pode acontecer: mais ‘Patriot’ para a Europa e os poloneses serem incentivados a uma compra mais vultosa de equipamentos de defesa…

E os russos que não se esqueçam: os americanos podem jogar o mesmo jogo…

MGM-140:comment image

Augusto
Augusto
7 anos atrás

Os Iskander já estão em Kalingrado antes mesmo do reforço da OTAN e quanto a tropa América na Polônia não passa de um batalhão de 800 homens equipados com strykers do regimento de cavalaria estacionado na Alemanha. Se os países bálticos fazem histeria com os exercícios russos os russos tbm fazem com 800 soldados americanos.

PRAEFECTUS
PRAEFECTUS
7 anos atrás

Meu caro Bosco 15 de outubro de 2017 at 5:06,

fico impressionado como o amigo faz determinadas afirmações como se estivesse no local ou que participasse dos eventos aqui noticiados in-loco(embora evidentemente saiba que este espaço é naturalmente opinativo também).

Por exemplo, quando afirma “E com certeza não estão armados com ogivas nucleares. Isso é uma bobeira.” Rapaz, tiro o chapéu pra tamanha convicção!

Grato

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Praefectus,
Pense o que quiser!
Quanto às armas nucleares táticos você deve estar desinformado mas eu não me incomodo de atualizá-lo. Em que pese a grande imprensa falar um monte de bobagens sobre armas nucleares fato é que há tratados entre a Rússia e a OTAN/EUA que limitam a posse e a utilização desse tipo de armamento (ver: https://www.armscontrol.org/factsheets/pniglance ).
Se esses mísseis fossem dotados de armas nucleares a OTAN saberia e a gritaria seria geral. E armas nucleares da Rússia e dos EUA existem com função dissuasória. Não haveria motivos para a Rússia ter armas nucleares em mísseis Iskander sem deixar isso claro para a OTAN.
Se você fosse um líder russo e achasse interessante ter armas nucleares SECRETAS, e ainda com sua sapiência resolvesse utilizá-las contra os imperialistas, receberia outra de troco e aí o mundo como nos o conhecemos estaria condenado.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

E digo que os Iskander têm função limitada por conta de eu antes ter me dado ao trabalho de saber quantos desses mísseis existem e não viver só de achismo. Não há mais que 112 lançadores o que imagina-se não existir mais que 224 Iskanders com ogivas na faixa de 500 kg, somando pouco mais de 50 t de explosivos/aço. Se imaginarmos que mais 90.000 toneladas de bombas foram jogadas no Iraque em 1991 em 42 dias de guerra chegamos à conclusão que mesmo que todos os mísseis Iskanders armazenados pela Rússia estivessem em Kaliningrado ainda assim 50 t não tem potencial de fazer absolutamente nada salvo destruir um objetivo específico que no caso, acredito eu , seria os sítios dos futuros mísseis SM-3 em sol Polonês.

Marcelo Andrade
Marcelo Andrade
7 anos atrás

Eita, lá vou eu hoje com 50 anos, na minha estante folhear a coleção AVIÕES DE GUERRA de 1987 e ver que está tudo voltando de novo.

Daqui a pouco os EUA vão reinstalar os mísseis Pershing 2 na Alemanha!!1 kkkkkkk

PRAEFECTUS
PRAEFECTUS
7 anos atrás

Meu caro Bosco 15 de outubro de 2017 at 14:19,

calma rapaz olha a jugular olha a jugular…hehehe Amigão na boa, seu dois coment só comprova o que eu coloquei, nada mais nada menos. Você tem uma convicção assustadora no que estâ falando.

Obviamente como você mesmo colocou baseado em suas pesquisas na net e demais periódicos pelo que dá à entender…

Abração boa semana.

Alfredo Araujo
Alfredo Araujo
7 anos atrás

“PRAEFECTUS 15 de outubro de 2017 at 15:16
Obviamente como você mesmo colocou baseado em suas pesquisas na net e demais periódicos pelo que dá à entender…”
.
Sem querer tomar partido, mas contra a minha vontade, já tomando… Ao menos ele apresentou algo né ? Qual é a contra-partida ?

PRAEFECTUS
PRAEFECTUS
7 anos atrás

Muito bem meu caro Alfredo Araujo 15 de outubro de 2017 at 19:50,

a minha contra-partida na verdade já está posta amigo. Imagino que alguns já entenderam isso. A questão é chamar a atenção dos demais colegas para se tomar cuidado com verdades absolutas em assuntos de Defesa alicerçadas apenas em pesquisas na internet e ou mídia impressa. Pois quase sempre (como não poderia ser diferente) nem tudo é mostrado/falado as claras quando se trata deste assunto.

Nenhum Estado mostra suas reais capacidades, o sigilo aqui serve como agente dissuasor. O que vemos em periódicos não corresponde na maioria das vezes as reais capacidades de Força de um Estado. Isso tanto para mais, quanto para menos…

Portanto, ciente disso, aquilo que por vezes você imagina ser uma verdade absoluta, pode na verdade ser uma absoluta bobagem. Assim sendo, tenhamos mais senso crítico….e humildade…!

Grato

Bosco
Bosco
7 anos atrás

PQP!!!
Eu passo!!!!

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Praefectus,
Desconsidere meu comentário ofensivo das 5:06 e para não ofender sua sensibilidade vou reescrevê-lo:
“Uma das funções desses milhares de mísseis Iskanders em operação no Exército Russo será atacar as instalações antimísseis na Polônia e depois destruir toda a Europa com suas ogivas nucleares de 20 Mt. Eles representam séria ameaça à OTAN que deve dobrar os joelhos ante o poderia do Exército Russo”
Ou se preferir:
“Eu não sei nada sobre o assunto e não sou um general do Exército Russo e nem deveria estar dando pitaco sobre o tema e o pouco que sei é por conta dessa bosta da internet mas acho que esses mísseis são legais e devem fazer um estrago feio (nessa hora eu babo e fico rindo feito um idiota) já que se está na internet é porque eles são muito poderosos e eu humildemente acho que os russos devem ter alguns milhares deles escondidos em algum lugar e imagino eu, humildemente, devo repetir, que sejam dotados de poderosas ogivas nucleares e eu acho que eles podem ter um efeito devastador na Europa. Perdão por ter emitido a minha modesta opinião em vez de estar cuidado da porcaria da minha vida”
Ficou melhor!!!!

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Correção: Ficou melhor????

PRAEFECTUS
PRAEFECTUS
7 anos atrás

Carambolas Bosco, olha a jugular olha a jugular…hehehe meu caro, respondi ao Alfredo Araujo e, é tu que me aparece….kkkk

Ficou mavioso agora….hehehe

Bosco olha a pressão arterial você não tem mais idade pra passar essas contrariedades…Toma um chá e te acalma homi…rs

Boa semana!

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Beleza Praefectus,
Vou tentar não ofender sua sensibilidade de agora pra frente.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Ah! Sem querer ofender sua sensibilidade e sem querer parecer afirmativo, terminativo ou autoritário, mas a jugular é uma veia. Você deve estar querendo que eu “olhe” a minha carótida quando se refere à minha pressão arterial.
No mais, fico grato com a preocupação com minha saúde.

Tukhav
Tukhav
7 anos atrás

Bosco, com certeza o Praefectus não se referia à jugular para aferir sua pressão arterial, até porque isto é impossível em qualquer vaso no pescoço – seja ele artériaou veia, haja vista não ser lá muito “seguro” um manguito pressionando o fluxo em direção ao encéfalo.
Penso que a referência a veia vem do bordão popular que correlaciona atingir a mesma a pegar no ponto fraco do inimigo/adversário (“direto ou bem na jugular”). A veia jugular externa é uma das grandes veias superficiais, facilmente atingível por um golpe de mãos bem adestradas. Outro ponto fraco em nosso corpo é a artéria femoral. Esta entretanto nao caiu na boca do povo. Veja este acidente: https://youtu.be/CCGS0QTNlo4

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Bom dia Bosco.
Sobre as capacidades do Iskander e os alvos a serem destruídos por eles, me surge uma dúvida- não seriam as bases aéreas da Otan localizadas no raio de ação do Iskander alvos de valor a serem atacados? Parto da premissa de que em qualquer conflito na região a maior vantagem dos russos seria justamente , num primeiro momento, adotar uma postura defensiva, manter a aviação tática da Otan longe do front daria uma vantagem significativa aos russos, e a melhor maneira de fazer isso seria anular ou negar o uso das bases avançadas! Os sistemas anti mísseis na Polônia podem ser objecto de um ataque de saturação através de mísseis de cruzeiro com características furtivas lançados pela aviação estratégica russa ainda em seu próprio espaço aéreo.
Claro que a velocidade supersônica do Iskander é visto como uma forma de reduzir a capacidade de resposta dos sistemas anti mísseis, mas a capacidade furtiva dos mísseis de cruzeiro também é tão ou mais efetiva para esse tipo de ataque.

Flávio
Flávio
7 anos atrás

Esses misseis, Iskander , tem trajetória balística como os antigos Scud não é ? São uma evolução desses ?
O que quer dizer “alta precisão ” nesse caso ?
Bosco, considerando sua informação sobre a função desses misseis e sabendo que misseis com trajetória balística são mais facilmente interceptados, pelos SAM, do que os de cruzeiro.
Não seria melhor atacar instalações antimísseis usando os segundos ?
Quais vantagens e desvantagens de um e de outro ?
Saudações a todos

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Alexandre e Flávio,
Muito interessantes e perspicazes seus comentários e colaboram para a discussão técnica. Melhor do que só ficar admirado com o poder dos mísseis russos e ficar falando “ohhhh”, “nosssssaaaaa”.
O que disse (ou quis dizer) no meu comentário que gerou desagrado do comentarista acima foi que esse movimento de alguns mísseis Iskanders é mais emblemático do que qualquer outra coisa já que algumas dezenas de mísseis isolados não fazem diferença para o esforço de guerra como um todo, caso ela ocorra.
Voltando à questão:
Flávio,
O Iskander é na verdade semibalístico. Ele é lançado pra cima e depois nivela e “voa” a 40 km de altura a velocidade de Mach 5+ e no final mergulha sobre o alvo após ter consumido todo o seu propelente. Nesse ponto eles são diferentes do Scud que era balístico e após chegar no ápice da trajetória ele despencava.
De qualquer forma, sendo balístico ou semibalístico, você está certo. Ele por voar muito alto é mais facilmente detectado. É dito ter um RCS reduzido o que retardaria a detecção e por ele voar ele pode mudar seu curso, colocando mais um complicador para a defesa. Sua velocidade é outro complicador, além da grande altitude em que voa. 40 km é “terra de ninguém”. Não há mísseis sup-ar que operam nessa grande altitude com desenvoltura. A maioria não chega tão alto e outros começam a operar nesse nível, como por exemplo o THAAD.
Sobra para a defesa esperar ele mergulhar no alvo para tentar abate-lo, quando desce e se coloca a alcance de mísseis como o Patriot, etc.
Também diz-se do Iskander que ele tem capacidade de lançar decoys e alguma capacidade ECM. Isso tudo junto e combinado é um complicador para a defesa mas de modo geral eu considero que um míssil subsônico de baixa altitude é mais furtivo e mais difícil de interceptar, se tornando detectável somente na fase terminal.
Mísseis de alta velocidade como o Iskander e o TACMS são mais indicados ao meu ver contra alvos táticos do que contra alvos fixos. Mas claro, como o Alexandre disse, eles podem ser utilizados em conjunto com mísseis cruise subsônicos e complicar ainda mais a defesa, atacando centros de comando, bases aéreas e sítios fixos de mísseis.

Flávio
Flávio
7 anos atrás

Alexandre 16 de outubro as 06:51
Postei meu comentário e não tinha visto o seu, nós temos a mesma dúvida.
Com o aparecimento dos misseis de cruzeiro eu imaginava que os misseis balísticos dessa categoria ficariam obsoletos ou restritos a cenários onde o alvo tivesse menor capacidade de se defender.
Migrando para o nosso cenário pergunto. Desenvolver misseis balísticos como esse é mais barato e fácil do que o nosso AV-TM-300 ?

Flávio
Flávio
7 anos atrás

Rapaz, tô lento…não tinha visto a resposta de Bosco… rsrsrsrsrsrs
Abraço.

Oráculo
Oráculo
7 anos atrás

Praefectus rindo aqui até plutão huauauaaa

Augusto
Augusto
7 anos atrás

Só pra título de curiosidade o Tacms tá sendo modernizado o que aumentar sua capacidade para 500 km e tera capacidade anti-navio.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Só pra deixar claro, mísseis balísticos também podem manobrar mas um míssil que voa (de cruzeiro ou semibalístico) pode fazê-lo com mais desenvoltura.

Alex
Alex
7 anos atrás

Só par ajudar. Força Aérea israelense ataca e destroi uma bateria antiaérea SÍRIA

http://israeldireto.com/forca-aerea-israelense-ataca-e-destroi-uma-bateria-antiaerea-siria2/

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Augusto,
Na verdade estão desenvolvendo um novo míssil com potencial de substituir a versão ATACMS Block IV A (ogiva unitária) , que é denominado de LRPF, e que terá como alcance o limite imposto pelo tratado INF celebrado em 1987 entre a “URSS/Rússia” e os EUA-OTAN, que é de 500 km. Muito provavelmente esse míssil irá operar junto com as outras versões do ATACMS que com ogivas de fragmentação, até que estes deixem de ser utilizadas devido à pressão internacional contra esse tipo de arma.
Quanto à versão antinavio do ATACMS, ela foi aventada para dotar o USA de uma arma antinavio dentro do conceito de “letalidade distribuída” mas é capaz que nunca se concretize. Pelo menos não há nenhum programa oficial nesse sentido.
E só de curiosidade, o melhor desempenho do Iskander em relação ao ATACMS se deve ao fato que um requisito obrigatório do segundo é que deveria ser compatível com lançador M270 MLRS. Já o míssil russo não teve esse fator limitante tendo um veículo específico para seu transporte/lançamento.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

É pouco provável que os poucos, valiosos e precisos mísseis Iskander sejam dotados de ogivas nucleares. Mais provável que o SS-21 , com alcance de 185 km, as tenha.
O Iskander é muito bom, muito caro e com quantidade muito reduzida para nunca ser utilizado.
As ogivas unitárias e a grande precisão de mísseis como o Iskander M e do ATACMS Block IVA os habilitam eventualmente serem utilizados para ameaçar alvos estratégicos que por ventura estejam dentro do raio de ação (como no caso dos russos ameaçarem os sitios de misseis na Polônia ou as possíveis bases aéreas, etc.) , mas eles são eminentemente mísseis táticos (contra alvos móveis do campo de batalha, bunkers no campo de batalha e alvos de tempo crítico) , daí sua alta velocidade supersônica (chegando a hipersônica no caso do Iskander) que reduz a possibilidade do alvo mudar de lugar. Claro, há de se ter em mente que alvo móvel e alvo em movimento são coisas diferentes.
Já contra alvos fixos não precisa de tanta pressa e aí o cruise subsônico resolve.

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Boa tarde Bosco.
Insistindo na questão dos alvos, entendo ser o Iskander um sistema forjado para uma resposta imediata no caso de ataque da OTAN. Kaliningrado seria um objetivo de primeira ordem no caso de uma conflito. Sua mobilidade e sua velocidade o torna apto a um ataque rápido contra as bases avançadas da OTAN, nesse sentido a primeira onda da aviação tática teria sérias dificuldades em seu retorno. Bater e correr seria a função do Iskander. Não faria sentido usar , como você disse, os poucos e valiosos Iskanderes contra os sistemas anti mísseis e permitir o fluxo contínuo da aviação tática. A própria sobrevivência de Kaliningrado está atrelada à interrupção deste fluxo! Agora uma dúvida: no caso de um ataque rápido dos Iskanderes contra as bases aéreas da OTAN localizadas nos países bálticos , qual seria a probabilidade de reação efetiva contra tal ataque? Haveria como reagir a tempo de evitar os impactos?

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Flávio boa tarde ,nossas forças armadas tem por doutrina a premissa da resiliência. Partindo da convicção de que nossa soberania só estaria de fato em risco num eventual conflito direto contra uma super potência, o desenvolvimento e aquisição de certos sistemas de armas podem e devem ser pensado por esse viés . Correndo o risco de ser “machado”, não vejo tais sistemas de armas uma real necessidade para o Brasil. Ainda não atingimos um patamar que demande tais sistemas. Você imagina qual serventia teriam os Iskanderes para a Rússia caso ela não possuísse suas forças nucleares? Do que adiantaria poucos e caros Iskanderes contra uma super potência? Contra nossos vizinhos com certeza faria sentido, mas eu pergunto de forma honesta: você realmente acredita que qualquer um dos nossos vizinhos tem capacidade real de submeter nossa soberania?

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Flávio
Corrigindo: “malhado”

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Flávio
Mas reconheço que dominar determinadas tecnologias é fundamental para o Brasil, nesse caso acredito que vetores hipersônicos estaria na pauta do dia! Uma pena que nosso projeto nesse sentido padece de inanição! Estamos perdendo o bonde da história novamente e não há nenhum inimigo externo responsável por isso!

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Alexandre,
Na década de 80 houve um estudo (posso tentar achar referência dele na internet) que dizia ser necessário algo em torno de 20 t de “munição” para desabilitar uma base aérea de pequeno porte. Nessa época, houve uma febre para se criar armas antipistas mais efetivas (Durandall, JP233, MW-1, etc.) e os caças passaram a ter como requisito serem capazes de operar em pistas semidestruídas. A destruição de bases aéreas era praticamente uma neura na época. Com o término da Guerra Fria essa neura passou.
Por isso “imagino” (não afirmo nada, pelo amor de Deus) que devido à reduzida quantidade desses mísseis eles não se adequarem à tarefa, salvo é claro, se estiverem dotados de ogivas nucleares, que “acredito” (humildemente) não ser o caso.
Só pra ilustrar, recentemente uma pequena base aérea Síria foi atacada por cerca de 50 Tomahawks, somando umas 20 t de “ogivas” e ela ficou praticamente intacta.
Daí, só sobra os sítios dos SM-3 como alvos de alto valor e claro, algum alvo que faça parte do sistema C3.
Em relação à capacidade da OTAN interceptar esses mísseis, vai depender do grau de prontidão. Se a “temperatura” continuar a subir vai chegar uma hora que os possíveis alvos de maior valor deverão ser protegidos adequadamente e aí é possível sim a interceptação, como disse, “acredito” ser possível na fase terminal da trajetória, quando o míssil já está mergulhando sobre o alvo.
Se mísseis sup-ar de alto desempenho com capacidade anti míssil balístico tático tem potencial para interceptar um míssil balístico também o tem para interceptar o Iskander.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Sobre ataque a bases aéreas há farto material no site “sistemasdearmas”.

Alexandre
Alexandre
7 anos atrás

Bosco
Se eu não me engano, no caso da Síria foram lançados 59 mísseis e apenas 23 atingiram o alvo ( se eu não me engano!!!!),em vinte quatro horas a base já estava operacional (reza a lenda). Mas fica (na minha humilde e limitada opinião) uma dúvida (plausível ?)quanto a real capacidade da OTAN em fazer frente aos Iskanderes . Acredito ser pouco provável que um efetivo , complexo e extremamente caro sistema antimísseis estejam ou sejam disponibilizados para uma zona de amortecimento que tem por objetivo receber o maior impacto inicial! Da mesma forma que os Iskanderes são muito caros e limitados em quantidade uma rede em camadas de defesa antiaérea/antimísseis também o são! Pergunto a você: realmente posicionar tais sistemas ao alcance não só dos Iskanderes mas de um amplo conjunto de sistemas de armas é o mais prudente? Acredito que a função do Iskanderes é justamente essa: tornar extremamente custoso a defesa de uma área que tem por objetivo ser sacrificada,,uma região que apenas servirá de amortecimento e garantir tempo para a consolidação de posições de defesa !

Bardini
Bardini
7 anos atrás

“Se eu não me engano, no caso da Síria foram lançados 59 mísseis e apenas 23 atingiram o alvo”
.
Foi bem mais…
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Bosco
Bosco
7 anos atrás

Alexandre,
Aí realmente foge ao meu conhecimento já que não faço a mínima ideia de qual o comprometimento da OTAN com a defesa da Polônia.

ScudB
ScudB
7 anos atrás

Amigo Bosco!
Tenho alguns complementos sobre o tema.
1. Tecnicamente qq brigada dos Iskander-M/K conta com 12 lançadores e de 4 a 8 misseis (dependendo da nomenclatura). Por tanto o numero dos lançadores disponíveis deveria ser 120 ja que a décima brigada foi posicionada na região de Kaliningrado (mais precisamente perto da Chernjahovsk). Mas ainda existem os lançadores vendidos para Armênia em 2016. Por tanto tenho duvidas…
2. Este numero (120) é absolutamente compatível com numero dos lançadores Oka (SS-23) injustamente desmanchados por sinal. Mas é muito menor (praticamente 10 vezes) que Temp-S (SS-22) instalados na Europa Oriental , Bielorrússia , Kaliningrado na época da USSR. E isso ja é outra historia 🙂 ..
3. Iskander-M pode lançar praticamente ao mesmo tempo um míssil quase-balístico 9M723x e outro – de cruzeiro 9M728(9M729). Ambos podem levar a “carga especial”(nuke) como tb cargas termobaricas e de fragmentação.
4. O ponto mais alto da trajetória – 50km.
5. Contêiner ECM ejetável, alvos fake ,etc – aqui começa a parte mais interessante pois , por exemplo , Oka fazia uma só(!) pirueta de 45 graus e já era uma dor de cabeça para intercepta-lo. O 9m723 se comporta como ogiva do Topol ou Yars lançando vários refletores fake com contêiner ECM fechando a formação de ataque. E no meio da descida ainda faz varias pequenas mudanças de trajetória sem perda de velocidade e energia. Desta forma , amigo Bosco , podemos sim falar sobre Iskander como um tipo de “alvo potencialmente difícil” ate para modernas sistemas e principalmente na fase terminal..
6. Obviamente , ter a descrição das maravilhas é uma coisa , ver isso na pratica – completamente outra. E na pratica Iskander não deve ser ferramenta solitária para vencer a guerra. Se trata somente de um dos elementos e acredito que a principal função deste elemento será atingir os pontos como CG, CC , silos , radares , etc e com ajuda dos outros elementos (Kalibr , por exemplo ) intencionalmente levar a região para situação caótica , ganhando assim o tempo necessário “Você sabe para que”… São algumas dezenas deles já meio que marcados para hora H.
7. E ultimo.
Amigo Alexandre! Desabilitar a base aérea inimiga DEFINITIVAMENTE é possível se … Você colocar seus tanques na pista! Nem as cargas (ogivas) táticas são capazes de fazer isso por incrível que pareça (na época da Guerra Fria ambos os lados fizeram os estudos sobre o tema).
Um grande abraço!

Augusto
Augusto
7 anos atrás

A Otan tem doutrina de rapido reparo de pistas e de operação da aviação a partir de rodovias, principalmente os países bálticos treinam muito isso. Sem contar que podem operar de bases distantes usando o vasto números de aviões tanques.

Augusto
Augusto
7 anos atrás

E as bases da Otan todas tem bunkers que aguentam a carga do Iskander ou de um míssil de cruzeiro do porte do Tomahawk

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Scud,
Eu não disse que seria fácil rsrss mas com certeza será tentado.
Também não creio que os Iskander sejam ferramentas isoladas, mas como o tema trata especificamente dos Iskander, daí minhas humildes considerações.
Em relação a essa multiplicadade de opção de ogivas para o Iskander (unitária, nuclear, fragmentação, termobárica, PEM, etc.), eu tenho certa desconfiança. É muita variedade pra poucos mísseis. Não valeria a pena o custo de desenvolvimento para instalar em poucos mísseis.
Quanto as características de evasão das defesas realmente torço para não sabermos se existem mesmo.
A propósito, eu fico meio perdido com as traduções e você poderia nos dizer quantos Iskander estão operacionais na Rússia e quantos estão em kaliningrado?
Um abraço.

Bosco
Bosco
7 anos atrás

Digo “quantos” relacionado aos mísseis e não aos lançadores. Mas também pode nos dar a quantidade de lançadores.
Outro abraço e desde já agradeço.