50 anos da Guerra dos Seis Dias
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado entre Israel e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuweit, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões árabe-israelenses, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem suas tropas. Antecipando um ataque iminente do Egito e da Jordânia, Israel surpreendeu as nações aliadas, lançando um ataque preventivo e arrasador à Força Aérea Egípcia.
O plano traçado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 7h e 10min da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelenses atacaram nove campos de pouso, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão. Ao mesmo tempo, forças blindadas israelenses investiam contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito.
No terceiro dia de luta todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, os israelenses impuseram uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria. Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis mais próximos ao Canal de Suez.
Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelenses foi elevando-se perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais:
1. A instalação de governos de caráter progressista em países árabes (Síria e Iraque) em substituição aos regimes conservadores neles existentes até então. Esses novos governos se mostravam favoráveis a uma ação militar contra Israel e pressionavam o governo egípcio — o mais forte e populoso do mundo árabe — a se encaminhar nessa direção.
2. A formação de movimentos de resistência palestinos que passaram a reagir cada vez mais à ocupação de Israel. A contínua repetição desses incidentes, que ocorriam principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, e as pressões dos países árabes para uma tomada de posição mais firme por parte do Egito levaram este último a formalizar pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque.
Descrição dos acontecimentos
Em Maio de 1967 exércitos árabes começaram a juntar forças ao longo das fronteiras de Israel. Ao mesmo tempo o General e Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, ordenou um bloqueio no Golfo de Aqaba. O primeiro passo para o desencadear da guerra deu-se em 7 de Abril de 1967, quando Israel lançou um ataque contra posições da artilharia inimiga e bases de resistência e Montes Golã. Durante a operação, seis aviões sírios MiG-21 foram abatidos pelos caças israelenses que voavam em vôo baixo sobre a capital da Síria, Damasco.
Esta provocação inflamou as tensões entre Árabes e Israelenses. A União Soviética passou através dos seus serviços secretos informações ao governo sírio. Essa suposta troca de informações alertava para um ataque em massa do exército de Israel. Embora não existam provas absolutas dessa colaboração russa, uma coisa é certa: as informações estavam corretas e ajudaram a empurrar tanto a Síria quanto o Egipto para a guerra.
Por causa da sensação de ameaça à Síria, o Egito trouxe para a crise um Pacto de Defesa em 1966. Contudo Nasser não foi perspicaz sobre uma guerra com Israel, ele tomou decisões que levavam a uma guerra fechada, um bloqueio para prevenir um provável ataque israelense. A meio de Maio, ele enviou tropas para o Deserto do Sinai e pediu aos Capacetes Azuis da ONU para partirem.
Em resposta a esta ação e ao apoio sovético, o Exército Israelita foi mobilizado e o Egito, Síria e Jordânia declararam o Estado de Emergência. Em 22 de Maio, Nasser fechou o Estreito de Tiran aos navios de Israel, isolando a cidade portuária de Eliat. Esta mesma ação, somada a interesses franceses e israelenses, foi a causa da Guerra do Canal do Suez em 1956. Três dias mais tarde os exércitos do Egito, Arábia Saudita e Iraque moveram-se para as fronteiras com Israel. Em 30 de Maio, a Jordânia juntou-se ao Pacto Egito-Síria, formando o Pacto de Defesa Árabe. Durante este período, a imprensa árabe teve um papel vital para a abertura das hostilidades. Jornais e Rádios passavam constantemente propaganda contra Israel.
Em 4 de Junho de 1967, Israel estava cercado por forças árabes que eram muito mais numerosas do que as suas. O plano de invasão israelense parecia fadado ao fracasso, até o Mossad pensar em uma solução. A Guerra era iminente. Confrontados com uma retaliação árabe iminente antes mesmo da invasão começar, os líderes militares de Israel e governo implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar legal imposto pelos Árabes.
Logo depois das 8h45 do dia 5 de Junho foi lançado um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque, com o nome de código ‘Moked’, foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egito enquanto esta estava no solo. Em três horas a maioria dos aviões e bases estava destruída. Os caças israelenses operavam continuamente apenas voltando para reabastecer de combustível e armamento em apenas sete minutos. No primeiro dia os árabes perderam mais de 400 aviões; Israel perdeu 19. Esses ataques aéreos deram aos israelenses a chance de destroçar de forma desigual as forças de defesa árabes.
Em seguida, as forças terrestres de Israel deslocaram-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias. A Guerra não era longe da frente leste de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levy Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: “Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque”.
Mas na manhã do 5º dia, Nasser telefonou a Hussein encoranjando-o a lutar. Ele disse a Hussein que o Egito tinha saído vitorioso no combate da manhã — um engano de Nasser que provocou uma derrota esmagadora da Jordânia, mas que conseguiu impedir que Israel tomasse Amã.
Às 11h da manhã de 5 de Junho, tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelenses em terra estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia. Por causa disto, os reforços árabes que foram enviados tiveram sérios contratempos, o que permitiu que em apenas 24 horas os israelenses tomassem grande parte da cidade aos jordanianos. No terceiro dia da guerra, 7 de Junho, as forças jordanianas foram empurradas para o West Bank, atravessando o Rio Jordão. Israel tinha anexado todo o West Bank e Jerusalém, tomando e invadindo a cidade.
A ONU conseguiu um acordo de cessar-fogo entre Israel e a Jordânia que entrou em vigor naquela tarde. Após o cessar-fogo, o grande contingente das tropas de Israel e tanques foi dirigido contra as forças do Egito no Deserto do Sinai e Faixa de Gaza. As IDF (Forças de Defesa de Israel) atacaram essas forças com três divisões de tanques, paraquedistas e infantaria. Conscientes do fato que a guerra somente podia durar poucos dias e que era essencial uma vitória rápida, os israelenses concentraram todo o seu poder através das linhas egípcias no Deserto do Sinai.
Em 8 de Junho, os israelenses começaram o seu ataque no Deserto do Sinai. Sob a liderança implacável do General Ariel Sharon, empurraram os egípcios para o Canal do Suez. No final do dia, as forças israelenses alcançaram o Canal do Suez e a sua artilharia continou a batalha ao longo da linha da frente enquanto a força aérea atacava as forças egípcias em retirada que tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas.
No final do dia, os israelenses controlavam toda a Península do Sinai e em seguida o Egito aceitou um cessar-fogo com Israel. Às primeiras horas do dia 8 de Junho os israelenses atacaram acidentalmente o navio de guerra americano USS Liberty ao largo da costa de Israel. Foi confundido como sendo um navio de tropas árabes, 34 americanos morreram.
Com o Sinai sob controle israelense, Israel começou o seu assalto às posições sírias nos Montes Golã no dia 9 de Junho. Foi uma ofensiva difícil devido às bem entrincheiradas forças sírias e o terreno acidentado. Israel enviou uma brigada blindada para as linhas da frente enquanto a infantaria atacava as posições sírias. Depois de uma série de episódios, Israel ganhou o controle dos Montes Golã. Às 6:30 da tarde do dia 10 de Junho a Síria retirou-se, e foi assinado o armistício. Era o fim da guerra nos campos de batalha. Mas alguns resultados se estenderam por anos posteriores.
A Guerra dos Seis Dias foi uma grande derrota para os Estados Árabes. Eles perderam mais de metade do seu equipamento militar, e a Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os Árabes sofreram 18.000 baixas. Em contraste, os israelenses perderam 766 soldados.
No dia seguinte à conquista da Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egito resignou humilhado e outros líderes árabes perderam popularidade. Contudo, esta derrota não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel, que é destruir o Estado de Israel e todo o povo judeu.
Em Agosto de 1967 líderes árabes reuniram-se em Kartum e anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: Não às negociações diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um grande prejuízo.
Os ganhos de Israel nesta guerra foram consideráveis. As suas fronteiras eram agora maiores e tinham ocupado os Montes Golã, a Cisjordânia (“West Bank”) e a Península do Sinai. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade era judaica há 3.000 anos até ser tomada pelo império Turco-Otomano, e assim, iniciou-se a fuga dos palestinos de suas casas.
O conflito criou 350.000 refugiados que foram rejeitados pelos estados árabes vizinhos principalmente a Jordânia, mas mais de 1.300 dos palestinos que ficaram na Cisjordânia e Faixa de Gaza permaneceram sob o controle de Israel e vivem como cidadãos israelenses gozando dos seus plenos direitos.
A guerra fez explodir o nacionalismo Palestino. Organizações Terroristas como a Al Fatah e partes da OLP realizam ataques terroristas contra alvos em Israel, na esperança de recuperar as terras que eles julgam ser deles. Em Novembro de 1967 as Nações Unidas aprovam a Resolução 242, que ordena a retirada de Israel dos territórios ocupados e a resolução do problema dos refugiados.
Israel não cumpriu a resolução para se retirar dos territórios ocupados, e só negocia se os estados árabes reconhecerem o estado de Israel e os líderes árabes em Kartum dizem que a Resolução 242 não é mais do que uma lista de desejos internacionais.
A guerra não resolveu muitos dos assuntos que começaram precisamente com ela, e em alguns casos aumentou o conflito Israel-Árabe. No entanto, alguns progressos nas negociações entre palestinos e o governo de Israel foram alcançados.
Como parte dos Acordo de Paz de Oslo (1993), a Organização para a Libertação da Palestina (a partir de então, Autoridade Palestina) assumiu o controle da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó em 1994; em 1995, de outras cidades na Cisjordânia também passaram para o controle da Autoridade Palestina.
De todo o modo, o conflito não foi solucionado. Os palestinos continuam reivindicando todos os territórios ocupados por Israel e a criação de um Estado palestino. Grupos Terroristas Palestinos continuaram a empreender ataques contra alvos civis e militares em Israel, mesmo quando os dois lados estão negociando a paz. Por sua vez, o governo israelense adotou uma ação militar de ataques a guerrilheiros e bases de grupos terroristas, para defender sua população, matando líderes de grupos terroristas palestinos que demonstram oposição à existência do Estado de Israel, diminuindo significativamente o número de vítimas civis.
FONTE: Agência Judaica
Embora fosse criança, nesta época, treinava minha leitura nas revistas Fatos & Fotos e Manchete, que minha mãe comprava. E lembro-me de várias fotos chocantes deste conflito.
Os caras são fodas, hoje é um dos melhores exércitos do mundo, mais preparado e profissional. Sugestão para os editores: fazer um artigo sobre a situação atual das forcas armadas Israelenses e falar também sobre o Domo de Ferro.
Abraço
Mudam as circunstâncias, mas os fatos são os mesmos: árabes se aglutinando para combater Israel e a resposta é sempre um coro bem dado. É assim desde Isaque e Ismael.
Os israelenses utilizavam Sherman de qual versão? Qual calibre do canhão? E aqueles tanques ingleses eram Centurions? Qual versão?
E os árabes estavam com os T-34 85? Não utilizaram T44 nem T54 ou T55? Alguém sabe? O centurion é de uma geração a frente do T34, muito superior a este veículo.
E a trajetória dos militares de Israel, quantos eram veteranos da segunda guerra mundial? Essa experiência deve ter sido muito vantajosa a eles. Atuando nas forças aliadas, até doutrinariamente.
Augusto é exatamente como vc escreveu!!!rs
Deus abençoe a Israel !!!
Shalom Israel!
Vamos misturar religião com política(pq é isso que está por trás) até aqui no FORTE?????
Li “A Porta dos Leões”, de Steve Presfield, achei impressionante, pois, o livro mostra a guerra por meio da narrativa dos combatentes de terra e ar.
Desejaria saber sobre a “inteligência” por trás dessa guerra. Se alguém poder ajudar.
O tema Espionagem é que mais me fascina no contexto das Guerras.
Fred ( 6 de junho de 2017 at 8:29 ),
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Até onde sei, os israelenses utilizaram principalmente o M4A1 e M4A4 no começo. Mas não demorou e constituíram versões próprias. O primeiro grande resultado foi o M-50, com o canhão de 75mm do AMX-13 francês. A seguir, veio o M-51, com um canhão de 105mm; um hibrido bastante poderoso… Houve uma variante com um obuseiro de 105mm, duas variantes com um obuseiro de 155mm ( derivadas do M4A4 ), outra com um morteiro de 160mm, além de duas variantes lançadoras de foguete; todas obtidas por conversão e tudo isso até os anos 60 ( exceto pela ultima variante do obuseiro de 155mm, surgida nos anos 70 ). Também fizeram uma ambulância, um veículo de recuperação e um posto de observação.
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Talvez a versão mais curiosa do ‘Sherman’ a surgir por aquelas bandas, tenha sido a ‘Kachlilit’, utilizada como anti SAM, lançando mísseis ‘Shrike’ e AGM-78 do solo! Mas este, se não me engano somente foi introduzido depois do Yom Kippur.
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Eles tinham também outras subvariantes do ‘Sherman’, com motorização e suspensão diversas, derivadas desses modelos acima…
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O ‘Centurion’ foi consideravelmente modernizado nas mãos dos israelenses. As modificações incluíram um canhão L7 de 105mm e um kit com armadura reativa, dando origem ao ‘Sho’t’. A variante da foto tem nitidamente o canhão L7… E derivaram dele o ‘Nagmashot’ e o ‘Nagmachon’, que são veículos APC.
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Israel ainda usou M-48 Patton e AMX-13.
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Os egípcios receberam não somente o T-34/85 como também o PT-76, T-54 e T-55. Também receberam SU-100 e SU-152… Até onde sei, não fizeram qualquer modificação de monta…
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Só de curiosidade, os sírios chegaram a utilizar o Panzer IV!
Amigo Fred!
Muito difícil responder simplesmente com sequencias dos números e modelos. Era maior bagunça naquele momento. O melhor termo para aquilo deve ser “moedor dos blindados”. Foram usados T-34-85 , Su-100 , T-54/55 , IS-3M , PT-76 , Panzer IV , AMX-13 , Sherman (varios modelos ate L10!), Centurion. E dai começa uma salada : centenas foram destruídos , dezenas (na maioria dos casos exatamente os Centuriones) pararam por falta de combustível ou foram atingidos e deixados pra trás. Nessa hora os israelenses começaram usar os T-54/55 largados pelos árabes com munição e combustível praticamente intactas. E assim por diante.
E sim . podemos lembrar que muitos dos membros da 8a brigada Tzahal participaram da SGM e conheciam bem “o adversário” ja que boa parte serviu no Exercito Soviético e conhecia os T-34-85 e IS-3M detalhadamente.
Um grande abraço!
André Gomide 6 de junho de 2017 at 11:59
Vamos misturar religião com política(pq é isso que está por trás) até aqui no FORTE?????
André, entenda uma coisa: no Oriente Médio não existem religião E política como duas coisas separadas: elas são uma coisa só e indissociáveis!!!! No Judaísmo e no Islamismo, seja Israel ou os vizinhos árabes, Estado e Religião são interdependentes, uma coisa gira em função da outra. Se você quiser “separar” isso, não adianta, nunca entenderá o que acontece lá, e como já citado acima, isso começa com Abraão, e isso é um fato tanto teológico quanto histórico, pois Israel decende de Isaque e os árabes se consideram ou são descendentes de Ismael. Aquilo lá é uma guerra familiar e milenar tanto em aspectos teológicos quanto históricos.
parabens ao hagana q esse mesmo espirito sempre permaneça em israel…enfrentou todos os arabes e os dizimou além de ter grandes soldados como moshe dayan;yonatan netanyahu;ariel sharon;ehud barak esses deveria ter até ensinamentos sobre eles nas escolas do brasil pelo q fizeram…e outra na guerra dos 6 dias eles usavam fal…ja tão quase substituindo o tavor e nós(?)…otimo comentario Augusto 5 de junho de 2017 at 22:28 queria q todos pensassem assim 🙂
Amigo _RR_!
Curiosamente respondemos junto com informação bem coerente 🙂 ..
So uma(outra) observação/correção :
– Egito usava ISU-152 “Deerslayer” (uma grande diferença seria no chassi que foi “emprestado” da serie IS). Junto com SU-100 foram aterrados ate a base da torre e usados como artilharia. Somente. Inclusive operadores dessas maquinas estavam com nível de instrucao bem baixo.
– principal tanque israelita devemos nomear o Centurion. Os Shermans (na maioria dos casos) davam cobertura e auxilio. E a maior parte das baixas entre tanques do Tzahal era exatamente entre as maquinas britânicas.
Um grande abraço!
Caro ScudB,
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Obrigado pela correção. 🙂
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Saudações!
Centurion foi um dos melhores tanks da história… E certamente o melhor que os Britânicos já deram origem.
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Na Guerra dos Seis Dias muitos ainda estavam como haviam chegado, grande parte padrão MKIII.
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No Yom Kippur o Centurion foi um rolo compressor, devido a superioridade de engajamento e seus sistemas embarcados. Não adiantou nada ao inimigo ter números quando não se tinha a qualidade.
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Lembrando claro, que esta qualidade só foi valida devido a superioridade aérea.
Já ouvir dizer que essa informação do soviéticos sobre um ataque israelense era falso, não se sabe se era proposital ou erro dos soviéticos. Se alguém que saiba mais me puder explicar ficaria grato !
Caro AL,
Concordo com o conceito de que a coisa vai além da religião. Apenas vou divergir quanto a ser uma guerra familiar. Não, não é uma disputa entre primos! É uma guerra de civilizações: uma judaico-cristã e outra islâmica. Uma, a que deu origem às sociedades ocidentais, fincando o pé na defesa do local de suas raízes, e a outra lutando para apagar as referências da primeira como passo necessário para deslegitimá-la.
Desde o Mandato Britânco, o Ocidente bateu-se com a decisão de como preservar suas raízes em Jerusalém. Não havia mais a convivência com o Império Otomano que esfacelava-se. A manutenção da região como espécie de colônia britânica tampouco apetecia aos ocupantes. A saída foi garantir a terra ao povo judeu, que cuidaria assim de guardar a integridade das referências histórico-culturais não apenas suas, mas também da Europa e das Américas.
Muito mais que religião, estou falando da capacidade de uma sociedade manter seu quebra-cabeça de valores completo. Ainda que troque-se algumas peças ao longo das gerações, a figura pode até mudar mas não pode despedaçar-se. Ainda que o Cristianismo e a religião não ocupem tanto espaço como antes neste quebra-cabeça ocidental, as pegadas na Judéia de um tal de Jesus Cristo descrito na Bíblia ainda fazem parte do nosso tecido social. Apagá-las, ou deixar que o façam, não é uma opção para quem tem a responsabilidade de preservar os símbolos e uma linha de valores – mutáveis, mas dentro de uma lógica histórica – de uma civilização.
Infelizmente nós brasileiros não valorizamos o suficiente nossa herança histórico-cultural, seja por que ângulo a enxergue. Mas as pessoas que ocupam os influentes Think Tanks que moldam o poder nos EUA e na Europa sabem que é impensável entregar a chave do Santo Sepulcro ao Hamas e dizer “vai aí, quebra tudo!”. Não importa o quanto religiosa ou não seja a cultura ocidental hoje, çeder a isso é inadmissível. O próximo passo seria o quê? Abrir espaço em nossas Leis à Sharia para cidadãos islâmicos?
O Ocidente deve apegar-se aos seus símbolos para que possa reconhecer-se em seus valores. A Cruz é um deles, desde Constantino. Até quando? Não sei. Mas hoje ainda o é. E o Islã sabe disso. E por isso seus Think Tanks consideram tão importante varrer qualquer vestígio da origem do Ocidente em Jerusalem. Para que ao cabo de dezenas de anos ou mais, isto se torne um passado tão distante que não pareça tão ruim absorver os valores muçulmanos, radicais ou não,no seio de nossa civilização. Por isso, o Ocidente não abandonará Israel e não entregará, por cima dos judeus, Jerusalem ao Islã. Não é uma guerra de primos, nem religiosa. É uma disputa de valores que define cada sociedade.
Srs
Procurando colaborar no debate.
A Guerra de 67, considerando o formal, de fato é uma campanha da guerra entre Israel e os países árabes que começou em 48, pois entre 48 e 67 só houve armistícios intercalados por entreveros de fronteira bem como a guerra de 56, outra “campanha” do conflito que perdura até hoje entre Israel e parte de seus vizinhos.
O conflito em si teve como causa inicial os eventos que aconteceram na fronteira entre Israel e a Síria.
No início do mês de abril de 67, os sírios atacaram, a partir das colinas de Golan, kibutzim judeus próximos da fronteira. No dia 7 de abril a situação piorou com tropas israelenses respondendo ao fogo dos sírios, inclusive com ataques aéreos as posições sírias nas colinas. No fim do dia a aviação de caça síria entrou na refrega e acabou perdendo diversos Mig 21 em combate em poucos minutos.
Isto deixou o governo sírio mal na foto e ele reagiu alegando, já em maio, que os israelenses estavam acumulando tropas para atacar a Síria. Nesta ação ele contou com o apoio soviético.
Isto apesar de observadores da ONU visitarem a fronteira e nada constatarem, o mesmo acontecendo com representantes diplomáticos.
Nasser, contando com o apoio soviético, aproveitou a ocasião para tentar alicerçar sua liderança e a união da Síria ao Egito na sonhada República Árabe Unida e determinou a ONU que retirasse as tropas que vigiavam a fronteira entre o Egito e Israel, aí se incluindo Sharm El Sheikh.
E para completar, ocupou as posições dos soldados da ONU e declarou que os israelenses seriam impedidos de passar pelo estreito de Acaba, estreito que pode ser controlado por Sharm El Sheikh, e que permite o bloqueio ao porto israelense de Eilat. Aliás, o controle deste estreito é que havia deflagrado a participação de Israel na Guerra de 56.
Os israelenses tentam recorrer a França, a GB e aos EUA, porém o máximo que conseguiram foi uma nebulosa proposta da formação de uma força internacional que comboiaria navios israelenses através do estreito numa demonstração em defesa do direito de navegação para todas as nações.
Neste ínterim, o Egito deslocou grande volume de tropas para posições fortificadas no Sinai, na fronteira com Israel, o mesmo fazendo a Síria.
E, para complicar a situação, Nasser conseguiu cooptar a Jordânia, que passou o comando de seu exército para um general egípcio. Outros países árabes também decidiram entrar na dança, caso do Iraque, Sudão e Arábia Saudita.
Os israelenses esperaram por alguma solução diplomática até o início de junho, e nada havendo, atacaram, iniciando a campanha contra o Egito, atacando suas bases aéreas no momento em que os egípcios estavam com a maioria de seus aviões em terra.
Nas primeiras levas de ataque destruíram a maioria dos aviões egípcios, e puderam partir para o apoio as tropas de terra.
Estas, lançaram o ataque com forças blindadas, vencendo as posições defensivas egípcias na Faixa de Gaza e no Sinai Central no primeiro dia de combate e prosseguiram pelas costa do Mediterrâneo e pelas estradas que levaram aos passos de Mitla e Gidi e, a seguir, ao Canal de Suez.
Observe-se que as grandes cenas de destruição das forças egípcias são as das estradas de acesso a estas passagens, quando as forças egípcias foram cercadas e destruídas por ataques aéreos e pelo bloqueio dos blindados israelenses que haviam chegado antes as ditos passos.
Como os egípcios não informaram a seus aliados o desastre que haviam sofrido e, pelo contrário, continuaram informando vitórias inexistentes, os jordanianos atacaram posições israelenses, particularmente em Jerusalém, e estes reagiram deslocando uma força de paraquedistas para lá, que atacou e acabou dominando toda a cidade.
Quanto a força aérea jordaniana, esta entrou em combate, mas não durou dois dias e foi praticamente extinta, pois recebeu o peso do força aérea israelense que já havia liquidado com a força aérea egípcia.
Tendo liquidado o exército egípcio e avançado até o Canal de Suez, os israelenses deslocaram seus esforços para a Cisjordânia e, principalmente, para a fronteira da Síria. Na Cisjordânia eles acabaram expulsando os soldados jordanianos para o outro lado do Jordão e quanto a Síria, atacaram e ocuparam a região de Golan (antigo calo que vinha incomodando desde a época de 48), e já estavam a caminho de Damasco quando a ONU, com a pressão dos americanos e russos, forçou um cessar fogo.
Este é um resumo extremamente sucinto do que aconteceu naqueles dias de junho de 67, quando acompanhávamos pelo rádio as principais notícias e tínhamos imagens pelos jornais e revistas.
Quanto a questão dos carros de combate, cabe observar que os principais tanques dos israelenses eram versões preparadas para o deserto (lagartas mais largas) de Centurions e Shermans (estes com mudanças de seus canhões e motorização) e AMX13 e a maior vantagem dos israelenses foi atirarem com eficácia a maior distância que seus adversários, tendo vencido em combate tanto os T54/55 dos egípcios e sírios como os Pattons dos jordanianos.
Sds
Cabe destacar os “Shermans” da primeira foto…
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Não eram quaisquer M4. Olhem o canhão! É um 105mm Modèle F1 (mesmo do AMX 30), só que mais curto e com muzzle brake. Canhão “similar” ao nosso glorioso L7.
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É um corpo de M4A1, a torre modificada do M4A2 (que era armado com canhão 76mm) e um canhão 105mm…
Pra época dava um caldo…
além do mais os canhões dos tanques israelenses tinham uma maior inclinação…bem adaptados as dunas e relevos do deserto
Control ótimo comentário !
Esse é o M-51, “Super Sherman” ou “Isherman”.
Valeu pelas respostas pessoal!!
Control 7 de junho de 2017 at 11:54
Perfeito Control.
Mas, uma menção ao contingente brasileiro na Força de Paz da ONU valia, não? Ah, e o Lamarca?
Saudações
A Guerra dos 6 dias foi fundamental para:
1. Demonstrar ao mundo árabe que Israel tinha plenas condições de se defender, ainda que com menor contingente, de quaisquer ameaças de seus vizinhos;
2. Demonstrar que a inteligência de Israel aplicada ao campo de batalha era superior a de seus adversários, o que ficou evidente com a rapidez e a assertividade das ações táticas tomadas durante o conflito em comparação aos adversários árabes, muito atrapalhados, pra dizer o mínimo;
3. Demonstrar às grandes potências da época, em especial os EUA e a França, de que Israel estava disposto a pagar o preço pela sua soberania, e que não deixaria que outrem decidissem, ainda mais nos termos pedidos, o seu futuro;
4. Dar a Israel vantagens estratégicas no campo de batalha para os futuros conflitos. As Colinas de Golã representam uma importante vantagem tática até os dias atuais. O Sinai foi devolvido em troca do reconhecimento de uma das mais importantes nações árabes do mundo. O controle da Cisjordânia e da Faixa de Gaza permitiu uma maior segurança, além de ser uma moeda de troca até os dias atuais (com a diferença de Gaza, que o Ariel Sharon entregou e não levou nada em troca).
4. Comprovar e eternizar o notório desempenho como estrategista do Gen. Moshe Dayan. Eskol era demasiadamente fraco para levar adiante tamanha empreitada sozinho.
5. Por último e não menos importante: dar ao mundo a oportunidade de ver novamente uma pátria de Israel atravessando os portões de Jaffa. Foi uma viagem de 2.000 anos no tempo! Israel se reencontraria com suas raízes e seu destino. As primeiras orações realizadas no que restou do antigo templo é uma das imagens mais belas que já vi.
Eparro,
Meu falecido tio esteve, enquanto soldado do EB integrando missão de paz da ONU, em Jerusalém nesta época. Temos fotos incríveis dele na cidade, no muro das lamentações e na mesquita de Al Aqsa.
Corsario137 sem contar aquela linda foto dos 3 generais uzi Narkiss,moshe dayan e o ytzak rabin entrando na cidade antiga de jerusalem uma linda e emocionante foto simbolo da força israelense
A principal consequencia da guerra vou desmontar o entao inexpugnavel efeito domino. A quebra da certeza q os paises se aglutinariam em torno da Russia e China. Israel israel ainda ficou sob embargo de armas francesas mesmo antecipadamente pagas. A origem do odio da esquerda a Israel remete a flagorosa derrota do equipamento sovietico e sua doutrina. Somente apos esse feito os Eua viram o valor da alianca estrategica. A captura de um mig 21 iraquiano o mesmo q infernizava no vietnam, caputra de estacao de radar intacta e plataforma Sam e o compartilhamento de inteligencia em varias partes do globo fizeram do pequeno israel um aliado muito acima de seu peso para desespero da esquerda q pretendiam um mundo diferente do q vivemos. Recentemente o ataque a Osirak e ao reator de plutonio da siria, nao permitiram q ditadores como hussein ou assad dominassem a regiao e poupando vida de soldados ocidentais.
Srs
Jovem Corsario
Um pequeno adendo:
A estratégia da campanha de 67 foi do Estado Maior da IDF comandado por Rabin, Dayan foi de 56.
Aliás, perguntado sobre as diferenças entre 56 e 67 Dayan disse que 67 teve um melhor chefe de Estado Maior.
Sds
Prezado Control,
Obrigado pela informação porém ao que me consta (carente de fonte) é que o Moshe foi quem liderou em 67. Eskol acumulava as funções de primeiro ministro e ministro da defesa até o ponto em que isso tornou-se insustentável (ele era contra a reação israelense no conflito, queria esperar os árabes fazerem um ataque – como se aquilo já não fosse). Vencido politicamente, convocou o herói de 56 para liderar o “contra-ataque” israelense.
Não que a participação de Rabin tenha sido menor, ele era o chefe do estado maior do exército e acredito que cada uma das batalhas teve sua participação, mas ele foi o braço direito de Moshe e não o contrário.
Sds,
Horatio,
Certamente. Porém esta foto ficou incompleta sem a presença do primeiro ministro, símbolo eleito do povo. Acho que o Eskol foi contra a guerra até o fim. Como se Israel tivesse escolha. Era se defender ou perecer.
Srs
Jovem Corsario
Os planos e a estrategia já estavam definidos e a IDF preparada para a ação antes de Dayan ser nomeado Ministro da Defesa nos fins de maio. Nomeação esta feita por pressão, exatamente, do Estado Maior da IDF e contra a vontade de Eskol.
É bom lembrar que os comandantes da IDF eram veteranos de duas guerras e viam o Dayan, pelo sua experiência, liderança e popularidade como a pessoa adequada para fazer a ponte com os políticos e passar uma imagem mais firme que a do hesitante Eskol.
Sds
Prezado Control,
Primeiramente obrigado pelo “jovem”. Meus ainda poucos cabelos brancos agradecem!
Obrigado pela informação. Acho que no final estamos falando a mesma coisa. Sem dúvida não foi o Moshe que planejou tudo mas foi quem colheu os louros, ainda que não tenha sido só ele. A Guerra dos 6 dias eternizou a já brilhante carreira do general, bem como lançou ao mundo o nome de Rabin.
Corsario137 10 de junho de 2017 at 0:31
Meu, que sensacional! Não teria como apresentá-las?
Pouco ou nada se fala da participação do EB na Força de Paz da ONU em Israel, antes da Guerra dos Seis Dias.
Prezado Eparro, vou ver com a minha prima e mando para os editores da trilogia, caso eles queiram publicar.
Sds,
Esse conflito envolvendo judeus e árabes é talvez, um dos maiores conflitos da História da Humanidade, pois quando os judeus foram pelos romanos expulsos da região, eles se espalharam pelo mundo. Em 1967, eu fazia parte último contingente de brasileiros integrantes do Batalhão Suez. Fomos envolvidos involuntariamente neste conflito. Morreu o nosso Cabo Carlos Adalberto Ilha de Macedo. A Crise entre Árabes e Judeus chega aos extremos e na segunda-feira no dia 05 de junho de 1967, pela manhã a força aérea de Israel efetua uma operação de surpresa sobre o Egito, utilizando tácticas que passaram por simular voos de rotina, os aviões de Israel infiltraram-se para sul atacando simultaneamente vários aeroportos egípcios. Com uma estratégica surpreendente e em um ataque aéreo avassalador, preciso e fulminante eclode a “GUERRA DOS SEIS DIAS”, as defesas egípcias foram atacadas por caças israelenses, na sua retaguarda, vindos do Mediterrâneo em voôs rasantes fugindo dos radares numa posição diagonal que somada a altitude correspondia a inclinação solar, o que dificultava a ação das contrabaterias da 40ª Divisão da Cavalaria Blindada Egípcia, com o sol obstruindo suas visões a unidade militar foi totalmente dizimada e se encontrava estacionada na cidade de Rafah, menos de 400 metros da Sede de Comando do 20º Contingente, onde se encontrava a Companhia De Comando e Serviços (CCS) e a 8ª Companhia de Fuzileiros que haviam sidos recolhidos para o Campo. Os ataques e bombardeios aéreos da Aviação Israelense foram cirúrgicos e ficou claro a eficiência da inteligência e os serviços de informações, pois só atingiram as bases militares e as aeronaves nos hangares e aeroportos, deixando os simulacros intactos. Bombardearam as pistas justamente na entrada dos hangares, deixando intacta o restante, com isso anularam a possível decolagem dos caças MIG-21 da Força Aérea Egípcia ficando a pista limpa para uma possível utilização pela Aviação Israelense. Os bombardeios começaram no Egito, pelo Cairo. O arsenal das Forças da República Árabe Unida equipada pela União Soviética, seu poderio militar consistia em 480 aeronaves de combate, todos a jato a saber 180 MiGs 17 e 90 MiGs 15; 80 MiGs 19 e 130 MiGs 21 os quais eram capazes de voar duas vezes mais rápido que a velocidade do som, era a versão mais moderna de caças. Tinham ainda 20 caças bombardeiros Sukhoi-7; 70 bombardeiros Tupolev-16 e Ilyushin-28; além de 90 aeronaves de transporte Antonov e Ilyushin e 60 Helicópteros. A Síria colaborava com 120 aeronaves MiGs 21 e MiGs 19, o Iraque com outras 200 aeronaves. A força terrestre do Exército egípcio estava equipada com 1200 tanques, estre estes 300 eram T-54 todos novos, mais 200 do novíssimo T-55 os quais eram os mesmos tanques utilizados no arsenal dos Russos, e os Stalins com canhões de 122 milímetros, mantinha 130.000 homens e 1100 canhões, dois batalhões de elite egípcios, o 33º e o 53º que estavam de prontidão em solo jordaniano; a Síria possuía mais 550 tanques, também de fabricação soviética e os iraquianos outros 630 unidades de combate, totalizando 2400 tanques, teriam ainda o apoio do Líbano com 130 tanques e 100 tanques da Arábia Saudita, fora os “Campos Minados” e os diversos “bunkers” e “casamatas” instalados próximos as fronteiras de Israel. O arsenal das Forças da República Árabe Unida equipada pela União Soviética, onde 13 nações sob o comando de Nasser se uniram e criaram no encontro da Liga Árabe em 1964 o Comando Árabe Unido, e a palavra “Israel” não existia em seus documentos e em suas cartas topográficas, eles tratavam de “Entidade Sionista”, seu poderio militar consistia em 480 aeronaves de combate, todos a jato a saber 180 MiGs 17 e 90 MiGs 15; 80 MiGs 19 e 130 MiGs 21 os quais eram capazes de voar duas vezes mais rápido que a velocidade do som, era a versão mais moderna de caças. Tinham ainda 20 caças bombardeiros Sukhoi-7; 70 bombardeiros Tupolev-16 e Ilyushin-28; além de 90 aeronaves de transporte Antonov e Ilyushin e 60 Helicópteros. A Síria colaborava com 120 aeronaves MiGs 21 e MiGs 19, o Iraque com outras 200 aeronaves. A força terrestre do Exército egípcio estava equipada com 1200 tanques, estre estes 300 eram T-54 todos novos, mais 200 do novíssimo T-55 os quais eram os mesmos tanques utilizados no arsenal dos Russos, e os Stalins com canhões de 122 milímetros, mantinha 130.000 homens e 1100 canhões, dois batalhões de elite egípcios, o 33º e o 53º que estavam de prontidão em solo jordaniano; a Síria possuía mais 550 tanques, também de fabricação soviética e os iraquianos outros 630 unidades de combate, totalizando 2400 tanques, teriam ainda o apoio do Líbano com 130 tanques e 100 tanques da Arábia Saudita, fora os “Campos Minados” e os diversos “bunkers” e “casamatas” instalados próximos as fronteiras de Israel. Contra este arsenal os Israelenses não possuíam um único bombardeio sequer, mas contavam com 800 tanques e das Brigadas de Blindados de Israel os quais eram 200 Pattons M48 norte-americanos equipados com canhões 90 milímetros, 250 Centurions britânicos com canhões de 105 milímetros, 200 Super Shermans, tanques da Segunda Guerra Mundial, recondicionados e rearmados para combates no deserto e mais 150 blindados leves AMX-13. As Unidades das Forças de Defesa de Israel (FDI) tiveram a contribuição e fundamental da Brigada Golani, a Ugda Yoffe, as Brigadas Jerusalém e Hatel, o Sayeret Matkal a Marinha e muitas outras Unidades como a 7ª Brigada de Blindados especificamente a Companhia de Reconhecimento. Na aviação, que foi de suma importância na missão, contavam com o imprescindível 119º Esquadrão de Mirages da Força Aérea, o 124º Esquadrão de Helicópteros, o 71º Batalhão de Paraquedistas, mais dois Esquadrões de Mirages, o 101º de Hatzor, o 117º de Ramat David entre outros. Seria interessante difundir nas escolas, principalmente nas militares os feitos desta Missão, e a União através do Ministério da Defesa, dar apoio aos brasileiros que participaram desta Força de Paz, que além de ser a primeira no mundo foi o Cartão de Visitas de nosso Exército, merecíamos mais atenção que só é nos dada nos dias de desfiles militares
Esta força militar marca um ponto decisivo na história das experiências internacionais diplomáticas e militares em Missões de Paz do Exército Brasileiro.
Tive a honra e tenho imenso orgulho de ter participado desta Missão do Exército Brasileiro.
Fui testemunha desta Guerra.
Compondo o último contingente do Batalhão SUEZ, eu e meus colegas fizemos parte da primeira Força de Paz mundial, o qual foi involuntariamente envolvido no conflito “GUERRA DOS SEIS DIAS”, onde veio a falecer o nosso Cabo Carlos Adalberto Ilha de Macedo.
Esse conflito envolvendo judeus e árabes, é talvez, um dos maiores conflitos da História da Humanidade, pois quando os judeus foram pelos romanos expulsos da região, eles se espalharam pelo mundo. A paz só voltará para aquela região se liberarem a imigração dos Palestinos e deram emprego para aquela gente. Do outro lado os israelenses não querem que os palestinos ganhem força para não se constituírem maioria, voltariam com maior ímpeto contra o povo judeu.
As origens da Guerra dos Seis Dias costumam serem traçadas na conferencia da Liga Árabe realizada no Cairo, em 1964, onde foi debatido o desvio das águas do Jordão, questão de suma importância para aqueles ali presentes.
Durante o período em que as forças pacificadoras da ONU permaneceram na Faixa de Gaza, os conflitos cessaram. Tínhamos que ter austeridade e rispidez, sem contudo ser deselegante e mal educado.
Após rigorosa e preparação física, cuidadosa preparação moral e material em Porto Alegre, o 20º Contingente considerava-se apto e sentíamo-nos perfeitamente capacitados a cumprir a árdua tarefa que nos outorgavam como mantenedores da Paz, caberia a nós a responsabilidade de com nossa presença, transmitir a dignidade, o valor do ser humano e os direitos fundamentais do cidadão para os povos conturbados.
A tropa brasileira, recolhida aos Campos Brasil e Rafah, desincumbia-se de suas últimas tarefas e preparava sua viagem de regresso, enquanto assistia, nas suas imediações a intensificação dos preparativos militares egípcios.
Com a preocupação no resgate de todo o efetivo, o Tenente Coronel Nepomuceno (Comandante do 20º Contingente da tropa brasileira), determina o Major Porto Alegre (Oficial de Relações Públicas) procurar apoio junto as Embaixadas Brasileiras, na intenção de agilizar a evacuação do efetivo. No Líbano, o Embaixador Martin Andrada relata ao Itamaraty a gravidade da situação em que encontra-se a tropa brasileira, e em resposta o Governo Brasileiro deu crédito na promessa assegurada dos Estados Unidos que não haveria guerra no Oriente Médio, e determina que a tropa brasileira mantivessem suas posições. O Embaixador brasileiro, lembrando que as Forças de Paz já haviam sido extintas pelo Secretário Geral da ONU, alerta que os soldados brasileiros encontravam-se sediados no acesso da possível entrada de guerra e certamente seriam exterminados nos inícios dos confrontos.
Qualquer atitude que o Comando do Batalhão quisesse tomar, esta dependeria de ordens superiores, ou seja da ONU/UNEF, ou do Brasil através do Gabinete do Ministro do Exército. Talvez, quando veio a ordem de abortar a missão, deveria ter sido convocado o Conselho de Segurança, explicar nossa situação e com isso teriam agilizado nossa retirada com mais brevidade.
O arsenal das Forças da República Árabe Unida equipada pela União Soviética, onde seu poderio militar consistia em 480 aeronaves de combate, todos a jato a saber 180 MiGs 17 e 90 MiGs 15; 80 MiGs 19 e 130 MiGs 21 os quais eram capazes de voar duas vezes mais rápido que a velocidade do som. Tinham ainda 20 caças bombardeiros Sukhoi-7; 70 bombardeiros Tupolev-16 e Ilyushin-28; além de 90 aeronaves de transporte Antonov e Ilyushin e 60 Helicópteros.
A Síria colaborava com 120 aeronaves MiGs 21 e MiGs 19, o Iraque com outras 200 aeronaves. A força terrestre do Exército egípcio estava equipada com 1200 tanques, estre estes 300 eram T-54 todos novos, mais 200 do novíssimo T-55 os quais eram os mesmos tanques utilizados no arsenal dos Russos, e os Stalins com canhões de 122 milímetros, mantinha 130.000 homens e 1100 canhões, dois batalhões de elite egípcios, o 33º e o 53º que estavam de prontidão em solo jordaniano; a Síria possuía mais 550 tanques, também de fabricação soviética e os iraquianos outros 630 unidades de combate, totalizando 2400 tanques, teriam ainda o apoio do Líbano com 130 tanques e 100 tanques da Arábia Saudita, fora os “Campos Minados” e os diversos “bunkers” e “casamatas” instalados próximos as fronteiras de Israel.
Contra este arsenal os Israelenses não possuíam bombardeio, mas contavam com 800 tanques e das Brigadas de Blindados de Israel os quais eram 200 Pattons M48 norte-americanos equipados com canhões 90 milímetros, 250 Centurions britânicos com canhões de 105 milímetros, 200 Super Shermans, tanques da Segunda Guerra Mundial, recondicionados e rearmados para combates no deserto e mais 150 blindados leves AMX-13. As Unidades das Forças de Defesa de Israel (FDI) tiveram a contribuição e fundamental da Brigada Golani, a Ugda Yoffe, as Brigadas Jerusalém e Hatel, o Sayeret Matkal a Marinha e muitas outras Unidades como a 7ª Brigada de Blindados especificamente a Companhia de Reconhecimento. Na aviação, que foi de suma importância na missão, contavam com o imprescindível 119º Esquadrão de Mirages da Força Aérea, o 124º Esquadrão de Helicópteros, o 71º Batalhão de Paraquedistas, mais dois Esquadrões de Mirages, o 101º de Hatzor, o 117º de Ramat David entre outros.
O comando das operações da FDI estava a cargo do General Ezer Weizman, concunhado de Moshe Dayan, e Meir Amit era o chefe do Serviço de Inteligência de Israel
Na manhã da segunda-feira 5 de junho de 1967, estávamos absorto em nossas funções, quando um som ensurdecedor quebrou a monotonia comum da missão. Saímos para o pátio interno e ficamos a indagar e tentar descobrir o que estava ocorrendo, quando alguém chamou a atenção na direção de Port Said um enorme cogumelo proveniente do bombardeio. As informações não eram precisas, ora era treinamento ora era um conflito. Vieram ordens para nos abrigar, a adrenalina foi tomando conta do corpo de um jovem que pela primeira vez experimenta a sensação de estar involuntariamente envolvido em uma guerra. Com um ruído inconfundível, a tranquilidade foi quebrada e em menos de uma hora o inferno se fez presente, o chão tremia com a entrada de uma linha de tanques israelense invadindo a estrada em frente a nossas instalações, o cheiro de enxofre da pólvora, o som da artilharia pesada e do matraquear das metralhadoras numa violenta troca de tiros dos exércitos beligerantes com seus projétil atingindo duramente as paredes de nossos prédios e os bombardeios incessantes dos caças Mirage da Força Aérea Israelense, foram mudando por completo o sentido de nossa Missão.
A Crise entre Árabes e Judeus chega aos extremos,
pela manhã a força aérea de Israel efetua uma operação de surpresa sobre o Egito, utilizando tácticas que passaram por simular voos de rotina, os aviões de Israel infiltraram-se para sul atacando simultaneamente vários aeroportos egípcios. Com uma estratégica surpreendente e em um ataque aéreo avassalador, preciso e fulminante eclode a “GUERRA DOS SEIS DIAS”, as defesas egípcias foram atacadas por caças israelenses, na sua retaguarda, vindos do Mediterrâneo em voôs rasantes fugindo dos radares numa posição diagonal que somada a altitude correspondia a inclinação solar, o que dificultava a ação das contrabaterias da 40ª Divisão da Cavalaria Blindada Egípcia, com o sol obstruindo suas visões a unidade militar foi totalmente dizimada e se encontrava estacionada na cidade de Rafah, menos de 400 metros da Sede de Comando do 20º Contingente, onde se encontrava a Companhia De Comando e Serviços (CCS) e a 8ª Companhia de Fuzileiros que haviam sidos recolhidos para o Campo Brasil.
Os ataques e bombardeios aéreos da Aviação Israelense foram cirúrgicos e ficou claro a eficiência da inteligência e os serviços de informações, pois só atingiram as bases militares e as aeronaves nos hangares e aeroportos, deixando os simulacros intactos. Bombardearam as pistas justamente na entrada dos hangares, deixando intacta o restante, com isso anularam a possível decolagem dos caças MIG-21 da Força Aérea Egípcia ficando a pista limpa para uma possível utilização pela Aviação Israelense. Os bombardeios começaram no Egito, pelo Cairo.
Uma divisão do exército israelense atacou em sua ação principal, exatamente onde estávamos ao norte, na direção de Gaza, El Arish e Suez, em outra frente dirigiu-se pelo centro do Sinai e em uma terceira, ao sul, dirigiu-se para Sharm-El-Sheik inicialmente e margeando o Mar Vermelho prosseguiram ao norte para o Canal de Suez onde as três divisões se juntaram, cerrando em bolsões mais de 100.000 militares da tropa egípcia, onde grande parte deles tentaram resistir e romper o cerco, acabaram mortos vitimados pelos bombardeios e pela ação de ataques aéreos ou terrestres, ou renderam-se as manobras rápidas e táticas israelenses. A aviação Israelense conquistou a superioridade da área e apoiou as manobras terrestres, tiveram pouquíssimas baixas, sendo esta a principal das investida das forças da IDF e era apenas uma das três frentes de combate.
No início do conflito, o primeiro Sargento Argentino tomou para si a responsabilidade de reunir cabos e soldados numa região protegida das balas que incessantemente atingiam o Campo Brasil e ordenou que mantivéssemos sentados no chão do Cassino dos Sargentos. Assim permanecemos, quando entra correndo o Cabo Sérgio, sem fôlego e assustado, mal consegue informar que o Cabo Ilha havia sido atingido. Ordena-me o Sargento que vá até a enfermaria informar ao Tenente Médico Valdeci. No caminho encontrei o Capitão Capelão Pheeney e o mesmo manda-me recolher para um abrigo, quando lhe informo o ocorrido e ele me diz que o Tenente esta no Cassino dos Oficiais e que ele daria a notícia. Como encontrava-me próximo a enfermaria segui para lá, quando encontrei o Soldado Balbuena deitado em uma cama alta, já que havia sido operado da apêndice no domingo anterior, o Cabo enfermeiro Fontoura e o Soldado enfermeiro Ferrari. Nós três, vestimos os jalecos brancos, pegamos a maca e fomos em busca do nosso companheiro onde encontramos o corpo caído na diagonal embaixo da cobertura próximo a lavanderia e em convulsões com os olhos azuis virados para cima e uma enorme ferida na parte de trás do pescoço ao lado direito. Juntei seu Summer-Cap e o distintivo da ONU e tive a oportunidade de ver a marca do projétil na parede a mais ou menos 1,20m, e a volta espalhado pela parede as fibras do ferimento , indicando que o mesmo corria semi abaixado.
Ao chegarmos na enfermaria encontramos a mesma fechada, tivemos que entrar pela janela do lado oposto a fachada que incessantemente era atingida por tiros de metralhadora, quando o Soldado Ferrari teve seu jaleco encharcado com o sangue do companheiro que acumulando estava na maca. O Tenente Valdecir já se encontrava nos aguardando e os primeiros procedimentos foram feitos com o corpo na maca e todos no chão pois era intenso o barulho dos projéteis nas paredes da enfermaria, não tínhamos estoque de sangue para uma transfusão, a solução encontrada foi uma bolsa de soro na esperança de mantê-lo vivo, o que não obtivemos sucesso.
Seria interessante difundir nas escolas, principalmente nas militares os feitos desta Missão, e a União através do Ministério da Defesa, dar apoio aos brasileiros que participaram desta Força de Paz, que além de ser a primeira no mundo foi o Cartão de Visitas de nosso Exército, merecíamos mais atenção que só é nos dada nos dias de desfiles militares
Esta força militar marca um ponto decisivo na história das experiências internacionais diplomáticas e militares em Missões de Paz do Exército Brasileiro.
Tive a honra e tenho imenso orgulho de ter participado desta Missão do Exército Brasileiro.
Norberto S. Paiva