Terrorismo e ataques cibernéticos são pauta do segundo dia da LAAD Security 2016
Novas tecnologias de monitoramento e prevenção de incidentes foram apresentadas ao mercado. Especialistas afirmam em palestras durante o evento que a cooperação entre países sulamericanos é estratégica.
Estratégias de controle de conteúdos na intranet são frente de investimentos
O combate ao terrorismo e à prevenção a ataques cibernéticos deram o tom do segundo dia da LAAD Security 2016 – Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa. Com o crescimento do número de crimes cometidos por hackers e de ataques terroristas coordenados através da internet tem aumentado a preocupação de agentes públicos e privados do País com relação à necessidade de monitoramento de possíveis ameaças e implantação de sistemas eficazes de segurança.
De olho no mercado especializado no assunto, empresas do ramo de tecnologia da informação apresentaram durante a LAAD Security 2016 soluções tecnológicas que podem auxiliar agentes governamentais e empresas privadas a se protegerem de possíveis ameaças. O dia também foi marcado por discussões sobre segurança pública e pela presença de delegações estrangeiras.
Terrorismo e ameaças virtuais
Na palestra “Terrorismo internacional: questões de interesse para o Brasil e para as Olimpíadas Rio 2016”, parte dos eventos de conteúdo da LAAD 2016, o diretor do Departamento de Contraterrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Alberto Sallaberry, chamou a atenção para o crescente aperfeiçoamento das estratégias do Estado Islâmico de recrutar seguidores e ordenar atentados pelas redes sociais e o risco ao qual o Brasil está exposto atualmente.
“A internet é o mecanismo de atuação cada vez mais usado pelo grupo e, por isso, aumentaram os riscos de ataques no País. As facilidades migratórias do Brasil e a vinda de refugiados de países como a Síria e o Iraque também podem facilitar esse tipo de ação”, explicou Sallaberry. Para reduzir a possibilidade de atentados, a Abin vem trabalhando na sensibilização de agentes públicos e da sociedade civil para estabelecer redes de detecção antecipada de ameaça. “Se não houver integração entre os diferentes órgãos governamentais, as forças policiais e as empresas, não haverá sucesso”, complementa.
Como consequência, cresce também o interesse em sistemas de monitoramento, vigilância e segurança virtual. Segundo dados da consultoria Gartner foram investidos em 2015 cerca de US$ 75,4 bilhões em segurança cibernética no mundo todo. E as soluções tecnológicas oferecidas pelo mercado, especialmente empresas de tecnologia de informação, estão cada vez mais desenvolvidas.
Na LAAD Security 2016 é possível encontrar uma gama variada de produtos e serviços para o setor. A japonesa NEC Corporation, que participa pela primeira vez da feira, é uma das que se especializou em monitoramento e segurança virtual.
Seu programa de reconhecimento facial é considerado o melhor do mundo pelo instituto americano National Institute of Standards and Technology (Nist) e está integrado a um sistema desenvolvido pela empresa que permite o monitoramento de toda a internet, incluindo a Dark Web, e o rápido cruzamento de dados para localizar possíveis criminosos e ameaças em tempo real. “Nosso objetivo é ajudar a comunidade local e os agentes responsáveis por garantir a segurança no país. Muitas agências têm grandes bases de dados e não sabem o que fazer com eles”, explica o diretor da Divisão de Estratégia em Segurança Cibernética da NEC, Seiji Tokunaga.
A Unisys é outra empresa presente no evento com soluções para prevenção de ataques virtuais. A empresa está lançando na feira uma nova tecnologia de proteção de dados: a técnica de micro segmentação, que permite isolar sistemas e criar perímetros de segurança para minimizar perdas financeiras causadas por ataques cibernéticos ou vazamento de dados. Para o responsável por Práticas de Segurança da Unisys para a América Latina, Leonardo Carissimi, o País precisa estar preparado para enfrentar a questão. “O Brasil hoje figura entre os países mais atingidos por crimes cibernéticos. Isso afeta não só a infraestrutura de segurança pública, mas também empresas”, afirmou o executivo durante a palestra “Advanced Security for Advanced Threats”.
A LAAD abriu espaço também no temário de Segurança Pública para um painel com os Comandantes da PM de vários estados do país. O encontro contou com a presença do Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Ricardo Gambaroni; do Coronel da Polícia Militar e Comandante Geral da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro, Edison Duarte dos Santos Junior; Coronel da Polícia Militar e Comandante Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, Marco Antônio Nascimento e do Coronel da Polícia Militar e Comandante Geral da Polícia Militar da Bahia, Anselmo Brandão.