EUA anunciam envio de forças especiais à Síria
Viena/Washington – Os Estados Unidos vão enviar dezenas de soldados especiais ao norte da Síria a partir de novembro para aconselhar as forças da oposição na sua luta contra o Estado Islâmico, uma grande mudança de política do presidente norte-americano, Barack Obama, que resistiu por muito tempo a tomar essa decisão para evitar ser arrastado para uma nova guerra no Oriente Médio.
A mobilização planejada das tropas, juntamente à decisão norte-americana nesta semana de incluir o Irã nos esforços diplomáticos para pôr fim ao conflito, representa a maior mudança política dos EUA desde que o país começou uma campanha de bombardeios contra alvos do Estado Islâmico em setembro de 2014.
Ao anunciar a medida nesta sexta-feira, a Casa Branca afirmou que as tropas farão parte de uma missão para “treinar, aconselhar e assistir” com menos de 50 soldados. O porta-voz, Josh Earnest, se recusou a dar detalhes sobre o papel exato dos militares.
“Este é um lugar perigoso no mundo e (as pessoas) estão em risco, não há como negar isso”, disse Earnest, que rejeitou repetidamente a ideia de que o envio de soldados constitui uma missão de combate em solo, o que Obama tem rejeitado há muito tempo como uma solução para a Síria.
“Acho que se estivéssemos prevendo uma operação de combate, provavelmente estaríamos considerando mais de 50 tropas no terreno.” Os EUA anunciaram a pequena força terrestre um pouco antes de 17 países, a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) fazerem um chamado por uma trégua nacional na guerra civil da Síria, quando participavam de negociações em Viena, que contou pela primeira vez, desde que o conflito começou em 2011, com o Irã, país aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os participantes, incluindo os EUA e a Rússia, afirmaram que “diferenças substanciais permanecem”, mas eles concordaram que era “imperativo acelerar todos os esforços diplomáticos para terminar com a guerra” e que os ministros se reuniriam de novo dentro de duas semanas.
Num raro sinal de progresso diplomático, o Irã sinalizou que apoiaria uma transição política de seis meses na Síria, seguida de eleições para decidir o destino de Assad, apesar de os adversários do presidente rejeitarem a proposta e a verem como um manobra para mantê-lo no poder.
Além do futuro de Assad, sobre o qual as autoridades disseram que não se esperava um acordo, os temas polêmicos há um bom tempo incluem a discussão sobre quais grupos rebeldes devem ser considerados terroristas e quem deve participar do processo político.
Em Washington, autoridades norte-americanas declararam que o grupo das forças especiais na Síria trabalharia com “rebeldes moderados” locais na luta contra o Estado Islâmico e que a missão não deveria ser considerada de combate.
“O presidente tem sido bem claro que não há solução militar para os problemas que estão afetando o Iraque e a Síria. Há uma diplomática”, disse Earnest, na Casa Branca.
Washington tem atacado o Estado Islâmico com ações aéreas por mais de um ano, desde que os extremistas tomaram regiões do leste da Síria e do norte do Iraque e proclamaram um califado para governar todos os muçulmanos.
Embora tenha reconhecido a realização de operações das forças especiais dentro da Síria no passado, o país não teve o local como base para soldados.
A decisão é parte de um pacote com outras medidas para fortalecer a luta contra o Estado Islâmico, incluindo o envio de mais aviões e a discussão com o Iraque para implantar uma força-tarefa militar no país.
Em relação à Síria, isso é parte do que autoridades dos EUA chamam de uma estratégia de abordagem dupla para aumentar a ajuda para grupos descritos como “rebeldes moderados”, que lutam contra o Estado Islâmico, enquanto se atua diplomaticamente para tirar Assad do poder.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou em Viena que o momento do anúncio, quando negociações ocorriam na capital da Áustria, foi uma coincidência e que as ações de paz precisam continuar.
“Não podemos permitir que essas diferenças entrem no caminho da possibilidade da diplomacia”, disse ele.
FONTE: exame.abril.com.br / Reuters
Off topic… mas nem tanto…
Enquanto isso a OTAN-Europa flexona os músculos e mostrar que ainda pode movimentar contingentes consideráveis.
https://www.flickr.com/photos/jfcbrunssum/page1
É o Trident Juncture 2015… mais de 20 páginas (mais de 100 pics/página) no Flickr do Allied Joint Force Command Brunssum – JFC-B.
Esse é de longe o maior exercício da OTAN desde a Guerra Fria, na verdade não se movimentava tantas tropas e meios desde Exercícios com Grand Slam, Longstep e a Operação Counter Punch, todos durante(?) as décadas de 50 e 60.
Grande Abraço.
Quase mil anos depois, o Ocidente se vê diante de outra cruzada, ainda que por motivos diferentes dos das anteriores…
Estado Islâmico conversa, os EUA querem colocar um governo aliado deles assim como os Russos querem um governo que apoie Moscou, enquanto isso quem sofre é o povo Sírio.
É, o Estado Islâmico não existe, é apenas uma invenção da mídia golpista, como diria a petralhada…rsrsrsrsrsrss
Agora? Cinco anos depois?
Meu Deus, se esse tal de Obama fica mais dez anos no poder ele arrebenta com os EUA…
“Os políticos e as fraldas devem ser trocados periodicamente, e pelas mesmas razões” – Eça de Queiroz