VBCI, veículo francês de combate de infantaria

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O Exército francês escolheu o Giat/Renault VBCI 8 x 8, veículo de combate de infantaria, como sucessor do AMX10P. The VBCI (Vehicule de Combat d’Infanterie) é um veículo de combate de infantaria sobre rodas 8 x 8, com proteção modular adaptadas à diferentes ameaças. Encomendas foram feitas para o fornecimento de 700 veículos para o Exército francês, em duas versões. Planeja-se até 550 veículos VBCI/VCI de infantaria e 150 VBCI/VPC de posto de comando.
O veículo é construído sobre um casco de alumínio que leva uma armadura modular THD de aço e titânio, capaz de ser regenerada em campo.

A combinação 8×8 sobre rodas é projetada para tornar o VCBI mais confortável e menos dispendioso do que um veículo sobre lagartas, embora dando-lhe a mobilidade suficiente para acompanhar o tanque Leclerc. O VCBI também é projetado para ser transportável pelo Airbus A400M, com um peso vazio inferior a 18 toneladas (a plena carga a massa é de até 28 toneladas).
Em novembro de 2000, o Ministério da Defesa francês fechou um contrato com as indústrias Giat VI e Renault (Renault Trucks) para os primeiros 65 veículos (54 e 11 VCI VPC).
Os dois primeiros protótipos foram concluídas em maio de 2004. Cinco protótipos foram entregues, quatro VCI e um VPC, e foram submetidos a testes de qualificação. A produção em série está em curso e as primeiras entregas começaram em julho de 2008.

Em julho de 2007, o VBCI foi um dos três veículos selecionados para os ensaios do Exército britânico. Todavia, o MoD do Reino Unido adiou a decisão até 2008,  para esclarecer as implicações comerciais das propostas.
Em outubro de 2007, a agência de defesa francesa DGA, emitiu uma ordem de compra de 117 veículos VBCI (completando a primeira encomenda de 65 veículos). Os veículos deverão ser entregues até ao final de 2009.

O VBCI  tem um peso de combate de 26 toneladas, acomodando dois tripulantes, o artilheiro e o motorista, e uma equipe de combate de oito soldados e um comandante. As tropas podem embarcar ou desembarcar rapidamente por uma rampa na retaguarda do veículo.
O veículo pode operar em áreas de alta intensidade e em operações com os tanques Leclerc. A tripulação e a tropa estão protegidas de uma série de ameaças, incluindo estilhaços de 155 milímetros e pequenos e médios calibres.
O casco de ligas de alumínio e de aço soldado é equipado com camisas para a adição de armadura de placas de titânio, para proteção contra as armas anti-carro. O piso e a estrutura proporciona a proteção contra a explosão de minas.

O veículo está equipado com uma torreta DRAGAR com um canhão de 25mm padrão OTAN M811, de dupla alimentação, e uma metralhadora coaxial 7,62 milímetros, além de sistema chamariz infravermelho LIRE e lançadores de fumígenos.

Uma versão anti-tanque, armada com mísseis Eryx está sendo analisada. O VBCI tem 7,6m de comprimento, 2,98m de largura, 2,2m de altura, é movido por um motor diesel de 550 hp, proporcionando uma velocidade máxima de 100km/h e alcande de 750km.

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Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Galante,
O míssil Erix é de curto alcance, nó máximo 600 metros. Armar um carro com ele seria suicídio.
Será que não será com o futuro MMP??

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Pelo menos e aparentemente os Europeus mantiveram um padrão de pneus…

…me parece o mesmo do Boxer.

Mas rodas são diferentes… a Francesa é de 10 pontos, já o Boxer é de 15 pontos ups, não vai rolar:

– Ei, vc tem um socorro ai? kkkkk

Grande Abraço.

eparro
eparro
9 anos atrás

Meus esta rampa traseira parece um pouco alta!
Se ali fosse um lamaçal seria fácil um daqueles “cabras” cair sentado ao pular (como o cara da fota está fazendo), penso eu.

eparro
eparro
9 anos atrás

E essa de estrutura em alumínio com proteção modular, sei não.
No fim e ao cabo quem vai ter que segurar o tranco será sempre a estrutura de alumínio, isto não seria “uma fria” nos caos dos tais IEDs?

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Amigos,

O Véhicule Blindé de Combat d’Infanterie, ou simplesmente VBCI, foi nominado pelos franceses de uma forma pragmática e direta, pois é exatamente isso, um interessante VBCI – Veículo Blindado de Combate de Infantaria…

Em face do canhão automático de 25 mm GIAT modèle M811 usado na versão francesa de lançamento poderia ser enquadrado como um Infantry Fighting Vehicle (IFV). Mas, por outro lado, em face da capacidade de transporte de um grupo de combate completo com 9 (nove) infantes (é o Magic 9) poderia ser enquadrado como um Armored Personnel Carrier.

O mais prudente é registrar que é um excelente Veículo Blindado de Combate de Infantaria, sobre RODAS.

O peso do VBCI é um ponto a observar, vazio com cerca de 18 toneladas e totalmente armado (e blindagem extra) com cerca de 26 a 28 toneladas, fica em uma posição equilibrada entre o pesado Boxer alemão com 25 a 33 toneladas respectivamente e o mais leve Stryker ou LAV-25 norte-americano pesando até 19 toneladas.

Destaque positivo:

Poder de fogo com canhão automático de 25mm e metralhadora 7,62 (OTAN), quando comparado com o Stryker norte americano que usa apenas metralhadora .50.

Capacidade de transportar um grupo de combate de infantaria completo, com 9 (nove) soldados – número que considero mínimo para ser efetivo no campo – divididos em 2 (duas) esquadras.

Obs.:
1ª – Vários países da Otan denominam o grupo de combate (EB) de esquadra (Squad)
e nossa esquadra de seção (section) ou algo assim.
2ª – O IFV normalmente embarca uma ‘squad’ menor, entre 6 (seis) e 7 (sete) combatentes, pois estes devem lutar em apoio ou com apoio das armas do blindado; já os APC normalmente embarca uma ‘squad’ maior, ‘magic 9’, pois estes combatentes serão desembarcados e avançam no terreno para lutar com ou sem o blindado.

Destaque negativo:

A torreta empregada na versão de combate inicial francesa é a DRAGAR da GIAT, integrando canhão e metralhadora citado acima devidamente estabilizado (tiro em movimento) com telêmetro laser e câmera thermal. Ótimo. Porém – tem sempre um porém – é configurada apenas para um tripulante (single seat), o que limita a ação enquanto IFV na medida em que falta outro par de olhos (Global Eyes Mk1), ou seja, comandante e atirador de olho no campo de batalha.

Há inclusive um pequeno conflito de informações, pois a literatura ‘internética’ informa que a tripulação do VBCI é de 3 + 9 (três tripulantes mais 9 fuzileiros), entretanto com esta torre Dragar seriam apenas 2 (dois) tripulantes.

Registro ainda que, na função APC, apenas um tripulante na torre está de bom tamanho.

Por fim (mas posso lembrar de mais alguma coisa depois) é importante lembrar que o Véhicule Blindé de Combat d’Infanterie é montado sobre RODAS, na verdade 8 (oito) rodas que deixam o veículo mais confortável e com menor custo que um equivalente sobre lagartas (esteira). Ótimo novamente. Porém – aqui vai outro porém – pode significar uma limitação de mobilidade quando a missão é acompanhar o Leclerc, o MBT francês que pesa pouco mais de 57 toneladas com propulsão de 1.500hp, ou seja, relação peso potência maior que 25hp/ton, tudo isso tracionado sobre lagarta (esteira).

O Armée de Terre entende que o VBCI com 8 rodas é suficiente para acompanhar o Leclerc sobre esteira nos mesmos terrenos… Porém – ele de novo – o resto do mundo entende que esteira combate com esteira e roda com roda, conforme os exemplos abaixo :

– Alemanha – Leopard 2 com Puma (ou Leopard 1 com Marder no passado) e o Boxer em outras unidades mais leves;

– EUA – Abrams com Bradley e o Striker em outras unidades mais leves;

– Rússia – T72 / T90 com BMP (1, 2 ou 3) e a BTR (60, 70, 80 ou 90) em outras unidades mais leves.

Este entendimento doutrinário do Armée de Terre parece ser carregado de um protecionismo industrial, contra o bom censo do combatente. Os franceses poderiam reconhecer a necessidade de um VBC sobre lagartas e comprar o suficiente para equipar meia dúzia de companhias de fuzileiros blindados para acompanhar o ágil Leclerc.

Em testes nos Emirados Árabes Unidos os Leclercs franceses deixaram para trás sua escolta. Tanto é que o mesmo EAU que também comprou Leclerc (mas com motores MTU) prefere operar os seus tanques com IFV BMP3.

A questão não é o desempenho do VBCI, que é adequado ao que ele é um veículo blindado de combate sobre rodas, mas a doutrina francesa de misturar meios com tração diferente.

Forte abraço,
Ivan, an oldinfantryman.

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Mestre Bosco,

Vc questionou:

O míssil Erix é de curto alcance, nó máximo 600 metros.
Armar um carro com ele seria suicídio.
Será que não será com o futuro MMP??

Vc tem razão.

Em termos de combate contra blindados seria um suicídio para a tripulação tentar engajar um carro de combate a 600 metros com o Eryx.

Mas efetivamente foi noticiado no Army Recgnition que, no contrato de 2000, foram emcomendados 65 blindados, sendo 54 VCI que incluía 12 com mísseis Eryx e 11 VPC.

Talvez a utilização destes tenha sido contra outros alvos das muitas guerras assimétricas travadas nas últimas décadas.

Abç.,
Ivan.

Colombelli
Colombelli
9 anos atrás

À exceção do CAESAR a estética do equipamento francês é sofrível. Arrêgo.

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Em matéria de ‘buniteza’ penso que o MBT Leclerc é muito bem apresentado… em que pese preferir a feiura e brutalidade do Merkava do Jacó…

Marcelo
Marcelo
9 anos atrás

Que aula do Ivan !

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Ivan,
Mas o comandante do veículo fica fora da torre, atrás do condutor. Tudo bem que fica em uma posição cuja visão é limitada principalmente se levarmos em conta os de observação direta (óticos), mas ele deve contar com algum sistema EO de observação independente, como tá virando norma, se não agora, no futuro.
O que você acha??

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Mestre Bosco,

Posso ‘tirar zero’ na sua matéria, mas penso que não.

Comandante e atirador formam uma equipe de tiro, enquanto o atirador está engajando um alvo determinado pelo primeiro, este está procurando o próximo alvo para comandar.

Não percebi nenhum sistema independente para observação do comandante do carro, nem mesmo referência a algo do tipo, ao menos vinculados a torre individual DRAGAR ou ao VBCI.

Entendo que para missão APC a torre DRAGAR está até superdimensionada (canhão automático de 25mm), o que é uma vantagem quando a viatura precisar se defender. Mas para IFV, ou seja, ter que lutar como carro de combate, um par de olhos a mais nos sistemas de observação fazem toda a diferença.

Forte abraço,
Ivan, um aluno rebelde. 🙂

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Em tempo.
No futuro os franceses devem integrar o MMP.
O Eryx certamente foi para atender uma contingência.

Colombelli
Colombelli
9 anos atrás

Ivan, mas se vai tropa no veiculo, o CMT estará com ela desembarcando, o que é praxe, sema como dispersão para segurança, seja para apoiar, e o atirador se vira sozinho.

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Sim.
Nos APC como o M113 o comandante do GC desembarca e fica no carro apenas o motorista e metralhador (talvez um cabo).

Mas nas modernas IFV, ou em português do Brasil, VBCI – Veículo Blindado de Combate de Infantaria, a tripulação que fica no carro são (normalmente) 3 (três):
– Motorista;
– Atirador; e
– Comte da viatura.
O grupo de combate, ou “squad”, desembarca com o comandante do grupo. Certamente o comandante do blindado é subordinado ao comandante do grupo desembarcado, funcionando como outra esquadra (ou section) e fornecendo apoio de fogo.

O nosso problema é que EB e CFN não possuem IFV / VBCI.
Então não temos doutrina para uso destas armas, como os alemães, americanos, canadenses, espanhóis, holandeses, ingleses, poloneses, russos, suecos, suíços, etc.

Abç.,
Ivan, o Antigo. 🙂

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Ivan,
Eu acho que essa história de armar esse veículo com o Eryx foi equívoco de informação. Não deve proceder.
O jornalista fez confusão com o Eryx que deve ser levado pelos infantes e aí a história se replicou e como toda história na internet, tomou vida própria e agora é praticamente impossível achar o fato gerador pra determinar a validade.
Para uma arma de apoio contra ameaças assimétricas seria melhor atarraxar um CSR de 106 mm do que usar um míssil caro como o Erix, mas que é de curto alcance e com uma ogiva pouco efetiva contra qualquer coisa que não seja um blindado.
Sem falar que os franceses ainda tinham a opção do Milan ER.
Já quanto ao MMP aí sem dúvida esse míssil deve estar sendo cogitado e será integrado.

Colombelli
Colombelli
9 anos atrás

Ivan, data venia, os canhões dos VBCI são para fogo de saturação. Não carece ficar um comandante no carro para auxiliar nisso.

O conceito da dupla de caçadores vai bem no MBT um frita um alvo ( atirador ) e o CMT ja vai localizando outro.

Mas o grosso do emprego do canhão do VBCI é fogo de saturação em tropa a pé e veiculos leves na defensiva ( dificilmente veiculos leves estarão envolvidos em um ataque salvo bem atras dos CC), e apoio de fogo à progressão na ofensiva, saturando a ADA inimiga aleatoriamente com o tiro sendo feito por sobre ( em arco) tropa atacante embarcada ou a pé.

Ou eu diria, no MBT o canhão é o principal. No VBCI apenas um dos componentes.

Este parece ser o conceito do EB, pois na experimentação doutrinária se concluiu pela necessidade de que a QM do atirador seja pelo menos de cabo, e no Guarani equipado com canhão 30mm, se for tropa junto não tem lugar para 12 homens.

Colombelli
Colombelli
9 anos atrás

Complementando, no EB o atirador da .50 é o E4, um soldado que desfalca uma esquadra.

Normalmente desembarca todo mundo, fica só o motorista, até porque a Mtr não faz fogo com ângulo baixo coisa exigida na proximidade com o adversário. Mas confesso que isso pode ser um erro de doutrina.

No mais das vezes o 3 º SGT vai na torre, se tocar de atirar é com ele.

Mauricio R.
Mauricio R.
9 anos atrás

“…mas que é de curto alcance e com uma ogiva pouco efetiva contra qualquer coisa que não seja um blindado.”

Bosco, me permite uma sugestão???

Raytheon Company successfully fired two Pike 40 mm precision-guided munitions from a standard tube grenade launcher during flight tests at Mile High Resources in Texas. Both rounds landed within the targeted impact area after flying more than 2,300 yards. (2.1 km). Weighing less than two pounds and measuring just 16.8 inches (42.6 cm) in length, Pike can be fired from a conventional, single-shot grenade launcher such as the M320 or EGLM (Enhanced Grenade Launching Module). The maximum range of M320 grenade launcher is 437 Yards (350 meters).

(http://defense-update.com/20151012_pike.html)