Irã não confirma queda de mísseis russos em seu território
O Irã não confirma a queda de mísseis russos em seu território, que foi anunciada na quinta-feira por um funcionário americano, declarou nesta sexta-feira a porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores à AFP.
“Não confirmamos” esta informação disse, lacônica, a porta-voz, Afjam Marzieh, depois que um funcionário americano anunciou a queda no Irã de quatro mísseis disparados na quarta-feira contra a Síria por navios russos mobilizados no Mar Cáspio.
FONTE: AFP
Claro que não irão confirmar.
Eventual confirmação seria admitir que os russos violaram seu espaço aéreo, o que poderia exigir explicações diplomáticas, além de admitir que o Irã não possui tecnologia para impedir que os mísseis russos cruzem seu espaço aéreo, e pior, admitir que os EUA possuem a tecnologia tanto para detectar quanto para plotar o local de ataque/queda de tais mísseis.
A essa altura os destroços já estão devidamente desmontados e sofrendo engenharia reversa.
Vader…
A questão não é a violação do território… a questão é um possível dano causado pela detonação desses artefatos, pq o ataque, foi de comum acordo entre Russia, Iraque e Irã…
Pois é, nem sempre as ações de propaganda surtem o efeito desejado.
E, em alguns casos, o resultado é simplesmente o oposto do pretendido.
Falta uma ‘coisinha’ na matéria acima:
o mapa, é claro. Ka ka ka ka… 🙂
Segue o link com um ‘mapinha’ apresentado pela BBC com as supostas rotas dos mísseis de cruzeiro russos desde o Mar Cáspio até a Síria.
http://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/1441F/production/_85957928_russia2_syria_caspian_sea_624.png
Obviamente sobrevoam o Iran, que certamente aprovou a missão, bem como o Iraque, que pode ter aprovado ou não, mas que de qualquer forma não teria como se opor com seus próprios meios.
Interessante também é que uma das supostas rotas se aproxima muito da Turquia, que por sua vez teria meios para acompanhar e talvez até abater os tais mísseis em voo.
Por fim, acredito que um ataque com mísseis de cruzeiro atravessando mais de mil milhas e dois países, a partir de um marzinho rasinho como o Cáspio perde todo o sentido na medida em que as forças russas possuem uma dúzia e meia de caças-bombardeiros Sukhoi Su24M2 e Su34, bem como outra dúzia de aviões de ataque Sukhoi Su25, todos operando a partir de Latakia que fica poucas dezenas de milhas dos alvos atacados.
A diferença de custo é incomparável.
A justificativa de tal desperdício passa pela propaganda.
O Urso mostrando que também possui mísseis (mais o menos) inteligentes também.
Seus “Tomahawiski”!
Abç.,
Ivan, o Mapento.
Mas um mapa, este detalhando as fronteiras e principais cidades na rota dos mísseis de cruzeiro russos.
http://www.generationaldynamics.com/ww2010/g151007b.jpg
Abç.,
Ivan.
Os navios em serviço na Flotilha do Mar Cáspio:
Fragatas.
– 2 (duas) Classe Gepard:
… … Tatarstan e Dagestan.
Corvetas.
– 3 (três) Classe Buyan:
… … Astrakhan, Volgodonsk e Mahachkala.
– 3 (três) Classe Buyan M
… … Grad Sviyazhsk, Uglich e Veliky Ustyug.
– 1 (uma) Classe Tarantul:
… … MAK-160
Barcos rápidos de Patrulha com Mísseis:
– 3 (três) Classe Matka.
Aparentemente apenas as corvetas classe Buyan e Buyan M possuem capacidade de lançar mísseis misseis na vertical. Cada uma está equipada com 2 (dois) VLS para 4 (quatro) mísseis modelo 3M-54 Klub.
Seriam versões do Klub usados na Síria?
Abç.,
Ivan, o Antigo.
Resumo da ópera, tudo é propaganda. Seja do lado russo para mostrar que tem e podem usar mísseis de cruzeiro embarcados em navios (como faz a USNavy). Seja do lado dos EUA que fazem uma propaganda (ou contrapropaganda) para dizer que russos podem, mas não como eles.
Típica guerra de informação e contra informação.
Até mais!!! 😉
Seria interessante que os americanos esclarecessem como conseguiram rastrear os mísseis, do lançamento ao impacto, para revestir a informação de maior credibilidade.
Já que falaram o milagre que digam o nome do santo.
Não é coisa fácil rastrear esses mísseis com RCS reduzido e voando muito baixo.
Talvez na fase de voo sobre o Irã eles estivessem voando alto (o que pra esse tipo de míssil representa algo em torno de 6000 a 7000 metros), o que é mais provável, e aí poderiam ser rastreados via radares de terra situados na turquia ou mesmo no Iraque, mas o RCS impossibilita que isso seja feito de forma consistente e durante toda a trajetória do míssil.
Na parte de voo baixo os mísseis só seriam detectados por ar, mas esbarra-se de novo no RCS reduzido.
Duvido muito que um AWACS possa detectar um míssil desse “tamanho” a mais de 150 km, principalmente estando ele “colado” ao chão.
O que pode ter ocorrido é que a rede de satélites americanos de alerta infra-vermelho tenha detectado o lançamento dos mísseis, e não tenha havido a correspondente detonação na Síria e tenha sido detectado a explosão em território iraniano. Questão de matemática: 26 são lançados, 4 detonações no Irã, 22 detonações na Síria. Como o Irã não era um alvo, logo, eles caíram.
Os americanos têm satélites radar que operam no modo SAR, e talvez possam ser usados para detectar mísseis cruise (????).
Também se houve alguma interceptação das comunicações russas via ELINT, inclusive a partir do espaço, via satélite, os satélites SAR poderiam ter percebido a movimentação de meios navais de superfície e a região pode ter passado a ser monitorada com mais atenção a partir do espaço.
Fato é que não é comum que esse tipo de míssil seja rastreado em toda a sua rota e não há equipamento capaz de fazê-lo, pelo menos que seja conhecido.
E até onde sabemos não há radar OTH operando naquela região, a serviço da OTAN.
Talvez também a informação americana seja baseada só nas informações da Inteligência, sem o concurso direto de nenhum equipamento.
Daqui a pouco aparece um 3M-14T Klub made in Irã (ao menos uma maquete).