Blindado militar Guarani exportado para o Líbano
Pedro Rocha Franco
As primeiras unidades exportadas do blindado militar Guarani, desenvolvido pela Iveco em parceria com o Exército Brasileiro e produzido em Sete Lagoas, devem ser destinadas para o Líbano. Em um contrato firmado com a unidade italiana da fabricante, 10 unidades do veículo serão enviadas para o país do Oriente Médio.
O pacote inclui ainda 70 unidades de outros modelos produzidos na Europa, segundo informações do site especializado no setor Defense News, do conglomerado de mídia norte-americano Gannett Company. Fontes do estado confirmam a informação. A expectativa é entregá-los entre 2016 e 2017. Procurada, a Iveco não se manifestou sobre o assunto até o fechamento da edição.
O contrato, de cerca de 30 milhões de euros, segundo o site, inclui 25 veículos leve multifuncional (LMV, sigla em inglês), conhecido como Lince. O jipe, produzido na fábrica italiana da Iveco, tem tração nas quatro rodas e 195 cavalos de potência. É usado por importantes exércitos europeus, como Reino Unido, Itália e Rússia. O veículo foi testado pelo Exército do Brasil para ser incluído na parceria com a Iveco, mas ainda não há definição. Outros cinco veículos de proteção média (MPV, também em inglês), usados para o transporte de tropas, também fazem parte da encomenda. O veículo pode ser adaptado para ambulância. Soma-se a esses dois 10 unidades do Guarani e outros 40 veículos fornecidos para a polícia libanesa.
O Guarani enquadra-se na classificação de viatura blindada de transporte de pessoa média de rodas (VBTP-MR), com capacidade para 11 pessoas. O aparelho é equipado com sistema anfíbio, e tração 6×6 capaz de alcançar velocidade elevada em terrenos adversos. O poder de fogo da artilharia é variável, podendo ser dotado de um canhão de 30 milímetros ou metralhadoras ponto 50 e 762. O blindado militar, segundo apurou o EM, seria transportado para a Itália para depois ser enviado ao Líbano.
Localizado em região conflituosa, o Líbano faz fronteira com a Síria e com Israel. O país tem recebido armamento financiado por outros países para contribuir no fortalecimento militar. Apoiador do regime sírio de Bashar al-Assad, o reforço militar visa ajudar tropas libanesas a impedir qualquer ofensiva do Estado Islâmico e o braço da Al-Qaeda na Síria, Frente Al-Nusra.
Mercado
No lançamento da planta, há dois anos, a direção da Fiat Industrial na América Latina afirmava que havia negociação para um contrato com a Argentina para a venda de 14 unidades do Guarani. A América do Sul era apontada como principal foco de possíveis negócios da empresa.
Outro alvo eram países africanos. A planta da Iveco Veículos de Defesa de Sete Lagoas – a única fora da Europa – foi inaugurada pela subsidiária do grupo Fiat em 2013. O principal contrato da fabricante é com o governo brasileiro. Ao todo, 2.044 viaturas serão entregues para o Exército até 2029, ao custo de R$ 6 bilhões. Neste ano, com o contingenciamento do Orçamentário da União, a Iveco deu férias coletivas para 250 empregados.
A retomada das exportações de veículos militares remete aos contratos bilionários assinados pela Engesa. A empresa vendeu equipamentos para mais de 20 países do Oriente Médio e da África. A dupla Urutu e Cascavel foi bastante procurada. Em nota, o Exército Brasileiro afirma não ser sua atribuição “gerenciar a questão contratual para viabilizar a comercialização do Guarani com outros países”.
FONTE: Estado de Minas
A Iveco foi salva pelo gongo, por enquanto.
É só no Brasil que se financia uma empresa estrangeira para desenvolver produtos. Este país é uma avó (que, diferente da mãe, faz todos os mimos para os netos) para qualquer investidor estrangeiro e uma madrasta má para o empresário nacional. Nos fazemos questão de matar uma empresa nacional, para que uma estrangeira ocupe seu lugar, detalhe, ainda financiamos isto. Vixe, ô país com mentalidade colonial.
Wellington, qual empresa nacional foi morta para que a Iveco assumisse seu lugar?
Não vai me dizer que foi a Engesa, que morreu há muito tempo, sem qualquer relação com a Iveco.
Aliás, o Brasil é uma avó bem má. Prometeu encomendar mais de 2000 unidades e já suspendeu as encomendas antes de chegar em 200. Eu não queria ter uma avó assim.
Rafael, eu sou testemunha de quanto o EB ajudou a ENGESA.
O fim da ENGESA só se deve aos seus próprios donos.
Rafael, não é, necessariamente, o fato de uma empresa ter “falecido” devido o projeto em questão, mas de todo conjunto da obra. Eu não me atenho, tão somente, ao EB, mas de todas às FFAA, especialmente quando estes projetos não são de interesse de algumas cabeças em outras forças. O Guarani, por exemplo, não atende aos requisitos dos CFN que, aliás, nem foi consultado para ajudar no projeto. Não a toa os Fuzileiros correram de braços abertos para o Piranha IIIC (não que eu concorde com isto, mas entende-se o motivo). Somos um país mal organizado, seja no poder civil,… Read more »
Pois é, Bacchi. Wellington, você acha que a Agrale, a Inbra ou a Avibrás teriam condições de fabricar o Guarani? Eu acho que não. Analisando os atuais produtos delas, eu concluo que elas simplesmente não possuem tecnologia para isso. Muito menos dinheiro. Veja que o Gladiador e o Tupi só foram construídos com ajuda de outras empresas estrangeiras, simplesmente porque não há mão de obra qualificada no Brasil para projetar esses veículos, que nem são lá grande coisa. E digo mais, se dependesse só dos engenheiros do EB, o Guarani não teria saído do papel. Veja os outros projetos do… Read more »
Um lembrete: o senhor Expedito Carlos Stephani Bastos, no seu sitio de defesa, postou em 16 Março 2006, que o CFN estava adquirindo VBTPs MOWAG Piranha.
Em 17 Setembro 2007 informou que o CFN já tinha recebido 3 destes veículos.
Enquanto isso lá no sul do Líbano:
– Não atirem, é 1/2 boca, mas é nacional!!!
Ao que os artilheiros do Hez, repondem:
– E nós com isso??? Fogo!!!!
Moral da história depois de uns 30 dias enrolando por aí no mar, eis que chega ao cais da Base Naval do Rio de Janeiro o navio da MB trazendo nossos valorosos soldados imolados pelo bem da Base Industrial de Defesa.
Não importa que o equipamento tenha serventia, seja adequado a missão, desde que seja nacional; é o que mais importa!!!
Se há uma coisa em Banárnia que une políticos canalhas, militares sem-vergonha, empresários safados, sindicalistas picaretas, sonsos ufanistas do “Bravphil-PuThânphia” e esquerdalhas de todos os matizes é a eterna (maldita) visão de que o governo, através das Forças Armadas, serve pra ficar sustentando a indústria bélica nacional, financiando seus projetos lixosos e sustentando suas porcarias ao rechear as Forças com tais itens de qualidade inferior. Eles sempre usam o estapafúrdio argumento de que “us istadus unidu i us russo tamém fase a mema coisa”, ou seja, compram preferencialmente da indústria nacional. (Argumento este, aliás, falso: ambos os países utilizam-se de… Read more »
Rafael, diferentemente do Gladiador e da linha Marruá, todos foram bancados com o dinheiro das próprias empresas (o Marruá foi comprado pelas forças, mas estas não deram um tostão para o seu desenvolvimento). Vale lembrar, ao que parece você não sabe, o Guarani foi bancado com dinheiro público, aliás, pagamos para Iveco construir aqui um produto de segunda linha (Guarani) de outro (SuperAV) que ela já estava desenvolvendo na Itália, ou seja, bacamos uma empresa estrangeira a desenvolver lá fora um produto melhor do que ela está produzindo aqui dentro, negoção esse, não?!?! Sim, só que para a Fiat/Iveco. Outra… Read more »
Mestre Bacchi, antes de mais nada, parabéns pelo seu aniversário acontecido poucos dias atrás!!! 😉 Quanto ao assunto, apesar saber que as aquisições dos Piranhas do CFN terem acontecido bem antes do primeiro protótipo de Guarani estar pronto, o EB já vinha trabalhando na elaboração do ROB e em nenhum momento convidou o CFN para contribuir com o projeto. É claro e lógico que isto deveria ter sido tomado de frente pelo MD, o problema é que, no meu entender, já não há mais espaço para o “cada um por si”. Se o EB estará desenvolvendo um equipamento, armamento, etc,… Read more »
Vader, eu deixo pra ti, e qualquer outro, estes discursos político-ideológicos.
Até mais!!! 😉
Querem um exemplo de quando a cabeça não pensa direito?!?! As polícias do Rio, de São Paulo e Goias estão festejando com os blindados importados que compraram. A despeito de serem ótimos no cumprimento da missão, quero ver como vai ficar a manutenção desses bichanos com o Dólar a 3 pra 1, vai ter blindado virando sucata cedo, cedo, sendo canibalizado para manter outros funcionando.
Lógico que deixa, sabe que a tese é correta…
Mas aida assim insiste na sua miopia ufanista-ideológica…
“…a FAB está indo pelo mesmo caminho com o Gripen NG, aliás, é até pior (AMX-2).” A solução aqui é mto fácil, é só por prá fora a Embraer e sua turma (AEL, Atech, etc, etc, etc…) afinal compramos o avião da Saab que tem no lombo 60 anos de experiência na concepção, projeto, fabricação e manutenção de aeronaves de caça. Ao contrário da empresa nacional que sempre se pautou por não por do seu próprio dinheiro na busca por essa capacitação. O do contribuinte parece ser mais verde… “Vale lembrar, ao que parece você não sabe, o Guarani foi… Read more »
Wellington, Eu sei que o EB bancou o desenvolvimento do Guarani e, até por isso, ele é o dono do projeto. Se ele quiser, pode contratar a Volkswagen, a Agrale, a Avibrás ou eu e você para fabricar o Guarani. A questão é: quem terá competência para fabricá-lo? O EB, em processo de licitação, concluiu que a Iveco teria. Esse é meu ponto. Não duvido que o EB preferisse que uma empresa nacional fabricasse os blindados. O problema é que, na minha opinião, essa empresa não existe. E quando citei o Tupi e o Gladiador, não estava questionando a origem… Read more »
Fale Maurício! Quanto ao Gripen NG, concordo em parte, mas não quero me debruçar sobre o que eu penso, para não desviarmos demais do tópico mais do que eu já vou. O comparativo com os projetos citados não é justo e carece de mais informações complementares do que, tão somente, ter sido à base de uma concorrência/licitação. Por exemplo, já temos um parque fabril automotor pra lá de consolidado. Possuímos diversos produtos e fornecedores de partes, componentes, subcomponentes, seja para o setor automotivo em si, seja no setor de siderúrgico e de blindagens. Já o mesmo não podemos dizer quanto… Read more »
Rafael, o Guarani, além de pagarmos pra desenvolver, iremos pagar para adquirir, ou seja, pagamos duas vezes. Se isto acontecesse à uma empresa brasileira, como estamos fazendo e já fizemos com a Embraer, eu me calava, mas não é o caso. No caso de montar um blindado já pronto e desenvolvido, além dos riscos serem menores, não haveria grandes mistérios para tal. Eu tenho certeza de que a linha de montagem da Agrale é capaz para tal empreitada. Temos que olhar não só os custos diretos, mas também a relação custo-benefício em termos financiado uma empresa estrangeira para, além de… Read more »
Wellington, por favor me esclareça: quando os fuzileiros navais dos EUA adotaram o LAV da MOWAG numa concorrência em que até a ENGESA (junto com a Bell) entrou, a General Dynamics já era dona da MOWAG? Ou esta ainda era independente?
Gostaria de sua confirmação (ou não).
Eu pesquisei e vou responder: era independente.
A MOWAG foi comprada pela General Dynamics em 2004.
Obrigado.
Mestre Bacchi, sim, ela era independente, mas isto não muda o fato de que a MOWAG apenas forneceu o projeto, a produção toda foi feita por uma empresa americana e não a própria MOWAG ter se instalado no EUA. O caso Guarani é o contrário disto. Aliás, o que eu propus quando escrevi que poderíamos ter montado sob licença (mas por uma empresa realmente brasileira) o Piranha IIIC, ou o Patria AMV, vai no mesmo sentido que os EUA (USMarine) fizeram nos anos 1980s. Ou eles bancaram a MOWAG a desenvolver um outro veículo (de segunda linha), baseado no Piranha?… Read more »
Vou pontuar uma coisa para deixar claro. Eu não me oponho a terem escolhido a IVECO, muito menos a Itália, como parceiros no desenvolvimento do Guarani. O que eu me oponho foram ter selecionado a IVECO para desenvolver um produto de segunda linha, do seu próprio produto de primeira linha, detalhe, sem qualquer parceiro nacional. Se o EB tivesse, apenas, selecionado o SuperV, por exemplo, e exigisse sua montagem nas instalações da IVECO no Brasil, isto por si só teria sido, pelo menos, mais barato e ainda sim teria o mesmo efeito de desenvolvimento tecnológico à indústria nacional com este… Read more »
Não, eu não acredito que o Guarani está em pé de igualdade com o Superav, eu acho que o Guarani é melhor, mais moderno. Outra coisa, eu não tenho absolutamente nada contra o fato de ele ser um 6X6 e não um 8X8. Vou fazer uma declaração: acho que o EB fez muito bem em escolher um veiculo 6X6 para ser seu VBTP sobre rodas para os Batalhões de Infantaria Mecanizado. O impressionante é que todos os usuários do Guarani com quem conversei, estavam entusiasmados com as qualidades do veiculo. Eu não acho que haja comparação entre o caso do… Read more »
Srs A lógica que rege a indústria e comércio de armas não se fundamenta na mesma lógica que rege o mercado civil. Em geral, armas são restritas e não podem ser obtidas facilmente. Para os países que sofrem restrições e precisam delas, a solução é fabricá-las ou obtê-las no mercado negro, o que representa insegurança de fornecimento e potencial de baixa qualidade. Mesmo para o caso de armas de maior facilidade de obtenção e de países com poucas restrições quanto a compra de armas, nos casos que tais armas são essenciais para garantir a segurança do país, a solução tem… Read more »
Mestre Bacchi, obrigado pela resposta! Entendo seu posicionamento, mas discordo. 😉 Control, o meu pensamento está (em boa parte) alinhado ao seu. Rafael, só mais um exemplo de interferência de um governo sobre negócios de uma empresa privada, aliás, com a própria IVECO. Vale lembrar que no mesmo caso que exemplifiquei da França x Rússia, devido os mesmos motivos geopolíticos, a Itália (IVECO) também rescindiu um contrato de fornecimento de blindados 4×4 LMV, os mesmos que a IVECO pretende fornecer ao EB. Pois então meu amigo, dizer que isto não acontece com países desenvolvidos é, no mínimo, ingenuidade. Até mais!!!… Read more »
Wellington, A Rússia bateu de frente com a União Européia e se envolveu em um conflito bélico na Ucrânia (ainda que negue). Digamos que a hipótese do Brasil fazer algo do tipo é improvável para receber sanção à altura. Em segundo lugar, o grupo Fiat, dono da Iveco, tem grandes instalações no Brasil e não é algo trivial para ele acolher eventual ordem do governo italiano e sancionar o Brasil, pois corre o risco de ser retaliado e ter um enorme prejuízo com isso (como perda de suas fábricas no Brasil e etc, num cenário drástico). Terceiro, uma coisa é… Read more »
As armas hoje, quase todas, incorporam elementos de alta tecnologia, que as tornam superlativamente caras em vista de armamento que fazia função semelhante no passado. A quantidade de concorrentes igualmente ampliou-se muito. Como bem dito acima, hoje são poucos paises que podem desenvolver uma arma de maior complexidade sozinhos. Menos ainda os conseguem ter um índice elevado de nacionalização em significativo percentual de seus equipamentos. A esmagadora maioria carece de potências. A nacionalização não é um fim em si mesma, mas uma condição desejável. Em paises que não conseguem ter uma força mobilizada compatível com sua efetiva dimensão geopolitica, como… Read more »
Excelente comentário Colombelli.
No cansaço dos ultimos dias estava me abstendo de entrar no debate. Mas ao ler este excelente comentário do Colombeli tive de vir dar meus parabéns. Sempre bom alguém esclarecido do assunto acender uma luz aos indoutos. No mais, faço coro ao mesmo… Veículos de combate precisam ser eficientes em cumprir a missão para a qual foram projetados. E até então, em se tratando de uma VBTP e sua missão, o Guarani cumpre com louvor. O que falta ao nosso EB (falta muita coisa, mas já que o assunto é blindado…) é um VBCI. Temos o M113, que nunca foi,… Read more »
Colombelli, obrigado pela intervenção! Entretanto, gostaria de pontuar algumas coisas: – O caso dos Defenders o qual citei é, justamente, o contrário. Os veículos britânicos importados são MAIS CAROS do que os Marruás, detalhe, sem nenhum ganho extra; – Em todas às minhas intervenções eu deixo bem claro que a parceria com um país/fabricante estrangeiro é uma opção válida, o que eu discordo e pontuei é fazer essa parceria sem a contraparte nacional e até aonde eu sei, a IVECO não é brasileira. Aliás, como o senhor muito bem lembrou, nossa maior deficiência é na tecnologia de blindagem, daí eu… Read more »
Ah tá, ia esquecendo, existem outras coisa também, como pressão sobre o solo, maior capacidade de receber blindagem adcional, sem deteriorar demais suas capacidades de manobra (aclive, declive e rampa lateral), etc…
Mestre, se não houvesse diferenças significativas, os maiores e mais poderosos exércitos do mundo não tinham porque gastar mais com mais um ou dois eixos.
Até!!! 😉
Excelente comentário Colombelli. Acompanhando outros blogs de defesa e até mesmo a trilogia, vejo que tem muita gente precisando acompanhar mais comentários de pessoas como você, Bosco, Nunão etc. Argumentar sem atacar ou desviar o assunto.
Quanto ao carro 6×6 ou 8×8 concordo com o Wellington no que se refere à torre de 105 mm. Embora, como muito bem dito, a missão primária do Guarani não é o “ataque com a tropa embarcada”.
Wellington, é uma satisfação debater contigo. Concordei contigo quanto ao Defender. O exemplo que usei parte justamente de uma hipótese, qual seja, a de que ele fosse mais barato. Sabemos que não é, até por que é um veiculo mais sofisticado que o Marruá. Quanto ao problema da extensão da parceria com a IVECO certamente seria muito melhor aumentar ao máximo a “nacionalização”, ou melhor, até mesmo e participação militar direta através do CETEX. A questão de colocar apenas alguns itens na parceria parece-me que encontra óbice no fator tempo. Se não partíssemos de uma concepção mais ou menos pronta,… Read more »
Obrigado pela intervenção, mestre Colombelli e não se preocupe pela extensão, ou não, de seus comentários. Quando pessoas como o senhor, com o nível de experiência que tem e com o formato didático que argumenta, quanto maior é o texto, mais prazeroso se torna a leitura, pelo menos pra mim. Apesar de saber que o Guarani atende ao ROB do EB, o meu entendimento é de que ele poderia ser melhor e assim atender, concomitantemente, ao ROB do CFN e ao mercado. Claro, não só em relação a quantidade de eixos, mas também melhores condições anfíbias. Quanto atender o mercado,… Read more »
Wellington Góes. sugestionado pela mensagem de Colombelli, postou o seguinte:
“… Claro, não só em relação a quantidade de eixos, mas também melhores condições anfíbias. …”.
Como eu sou uma pessoa bastante curiosa, eu gostaria imensamente de saber quais deveriam ser as modificações do projeto do Guarani, para se ter
“melhores condições anfíbias”.
Outrossim, eu creio que a passagem de 6X6 para 8X8 requer um motor mais possante, para se manter a relação potencia peso, tão vital para o desempenho >>> outro motor: maior e mais caro!!!
Quem decidiu que seria mais proveitoso ao país ignorar algum pretenso ROB do CFN p/ o “Guaraní” e simplesmente mobilia-lo c/ o “Piranha III”, é de fato um genio da raça, pois nos livrou de uma tremenda de uma falsa necessidade.
O link abaixo mostra que se o “Defender” segundo alguns não era nenhuma maravilha, o Marruá consegue ser ainda pior, apesar da suposta vantagem em ser “nacional”:
http://webkits.hoop.la/topic/coleta-nea-vtr-eb-fotos
Vejam a partir de 27 de Outubro de 2013 18:35 e tb em 27 de Outubro de 2013 20:02
Wellington não sei se é possivel com uma conta simples do tipo reduzindo x unidades se poderia ter blindados 8×8, pois não há uma linearidade no aumento ou diminuição de custos e gastos com aumento ou diminuição de eixos. Outrossim, o numero de 2044 unidades parece ser realmente necessário. So pra lembrar a simples reposição do Urutu e do Cascavel demandará na tropa 504 unidades, sendo pouco provável que os pelotões de cavalaria mecanizada venham a manter a estrutura com dois carros de reconhecimento equipados com canhão, dado o preço proibitivo. Eu creio que o ideal seria, inclusive, substituir um… Read more »
Apesar de não entender quase nada sobre os veículos em questão e nem mesmo sobre o assunto blindados, gostaria de tecer alguns comentários sobre o que tange ao emprego do CFN. O veículo Guarani, assim como ocorreu com o Urutu, não atende ao requisito básico do CFN de transporte de seu GC, que é composto por 15 fuzileiros. Não tenho condições de debater o porquê desse número, mas é o fato atual. O Colombelli está certíssimo quanto à inadequação de quallquer desses carros para o “assalto anfíbio” classico. Para esse, somente veículos especificamente desenhados, como o famoso CLANF. Veículos potentes… Read more »
Pois então Colombelli, a título de informação, eu questionei bastante, aquela altura (quando o EB já estava trabalhando no projeto Guarani), a aquisição em si e sua justificativa (usar no Haiti, quando o Urutu ainda tem alguma serventia e a Columbus ainda tinha alguns semi prontos em estoque), bem como forma como se deu (compras fracionadas e sem licitação) e o resultado é este que vemos, o EB se mobiliando com um blindado diferente com que o CFN tem. Esse distanciamento entre às forças, sobre estes assuntos de aquisição de material bélico, é prejudicial ao país, afinal é dinheiro público… Read more »
Interessante o que foi dito sobre o Urutu!!!
O mesmo foi projetado por pedido do CFN, e seu projeto foi tocado dentro da ENGESA pelos técnicos da mesma, e por Engenheiros Navais.
Seu primeiro lote de veículos foi (como deveria ter sido) para o CFN.
Só depois deste fornecimento é que o EB mostrou interesse pelo Urutu, e o adotou.
lynx,
Mas o CFN ainda não operam também os M-113…? Não cabem 15 combatentes lá da mesma forma….
No mais, o debate está muito bom!! Muito aprendizado com as informações dos colegas. Parabens a todos!
Mestre rsbacchi,
Você conhece analises do kit Arisgator sobre o M-113? Gostaria de saber se ele alcançou os objetivos ou se trata de uma adaptação meia boca com restrições operacionais. Ao menos nos folhetos, parece que o kit de fato transformou o M-113 em um veículo para operações de desembarque em mar.
https://www.youtube.com/watch?v=O2_HqVNWPtI
Ficou um mini clanf.
Você acha que a algo similar poderia ser pensado para o Guarani, uma vez que em se tratando de CFN seriam poucas unidades?
carvalho2008, também não cabem naquele MARAVILHOSO 8X8 que é o MOWAG Piranha!!!
carvalho2008, o Aligátor não teve nenhuma encomenda.
Eu acho o mesmo uma verdadeira engenhoca.
Aliás, os japoneses tinham algo muito semelhante na 2ª GM: os carros de combate anfíbios Tipo 2 Ka-Mi e Tipo 3 Ka-Chi, com seções de flutuação destacável.
o exército dos EUA testou veiculo com ideia semelhante.
rsbachi,
Os italianos iriam operar uma pequena encomenda de 40 unidades deles, mas não estou conseguindo confirmar….ao que parece, ficaram apenas com 4 conversões dos 40 previstos…
Tem uma foto interessante em que apesar de centrada dele, dá para perceber um Clanf ao lado….enorme quando comparado a ele.
http://www.modellismosalento.it/oldsite/walkaround/mezzi_militari/Alligator/Alligator.html
http://www.modellismosalento.it/oldsite/walkaround/mezzi_militari/Alligator/Arisgator%20Interni%20-%2010.jpg
Talvez o desempenho prometido não tenha sido o entregue….mas vai saber…
Primeiro, quanto ao M-113 no CFN, recordo aos colegas que a fração de operação minima não é somente o GC. Há também as armas de apoio, peças/seções de metralhadora, peças/seções de morteiros, peças de misseis AC, misseis AA etc.., frações estas que são menores que o GC e podem ser levadas em um M-113. Dai o seu uso pelo CFN. Lynx, ninguem questiona que a vocação do CFN seja operações anfíbias e que ele deva ter material para isso, já que é sua razão de ser. O que não se pode esquecer é que em 99% dos casos ele será,… Read more »
Caro Colombelli, segundo o colega Lord Nauta, lá no Fórum Base Militar Web Magazine – FBM, a questão não está fechada no Piranha IIIC. Conforme nos foi exposto, o CFN tem previsão para no futuro próximo começar encomendar o Guarani também (rogo para que seja a versão 8×8).
Se o mesmo apresentar desempenho semelhante ao seu irmão italiano, acredito que ai sim o Guarani terá maiores chances mercadológicas. Se exceder o que deseja o EB, sou da opinião de que melhor sobrar do que faltar. Rsrsrs
Até mais e um grande abraço!!! 😉
Sem querer me meter e já me metendo, os veículos de combate citados podem até ter diferença de performance na água, mas nenhum foi feito para ser lançado a partir do mar. No Ocidente, salvo engano, só os AAVs são aptos para serem lançados do mar, todos os outros veículos dito “anfíbios” usam sua habilidade de flutuar e se mover na água de forma limitada, apenas para atravessar pequenos trechos d’água doce, alguns sem preparação alguma (no máximo, levantam o quebra ondas) outros com alguma preparação prévia (como o M-2), alguns usando um sistema propulsor específico (hélices ou jato d’água),… Read more »
Quando entro em assunto específico que não domino, acabo me enrolando. Mas vou passar para vocês as explicações que sempre ouvi dos FN sobre esses carros. Eu nem sabia que o Urutu tinha seguido especificações do CFN, mas sempre ouvi que ele não foi bem apreciado pela tropa. Talvez por isso tenha sido logo abandonado. O Cascavel também não era bem quisto. Sempre preferiram veículos com lagartas, principalmente por conta da areia das praias. O ponta-pé para a compra do Piranha foi a ação no Haiti. A ONU não autorizava o uso de veículos com lagartas em Porto Principe. E… Read more »
Bosco, você me desculpe, eu sei que sou uma pessoa indesejada neste sitio, mas antes de abandona-lo definitivamente como pretendo, gostaria de fazer uma ultima observação: a ENGESA fazia demonstrações em que a “desova” do navio (se não me engano era o Duque de Caxias) fora da barra do Rio de Janeiro.
Eu nunca assisti, mas me contaram que era uma experiência apavorante para quem estava no carro.
O Urutu afundava completamente e depois subia a superfície.
Ia a praia e retornava para o navio pela rampa de onde tinha saído.
Depois disto queiram receber um abraço e passem bem!