Peru e Ucrania concluem o ambicioso projeto de conversão do T-55 em T-55M8A2 Tifón-2A
A empresa ucraniana Kharkiv Morozov Machine Building Design Bureau – mais conhecida como KMDB – e a Diseños Casanave Corporation, do Peru, deram por concluído, no início deste ano, o programa que durou aproximadamente cinco anos e visa oferecer uma solução prática e definitiva para o reaproveitamento dos carros de combate (tanques principales de combate, na nomenclatura militar peruana) T-55, fabricados na União Soviética e adquiridos pelo governo de Lima.
A força terrestre peruana dispunha de aproximadamente 280 desses blindados em operação, mas, segundo informação do site espanhol Defensa.com, só uns 200 serão contemplados com uma possível modernização.
De acordo com Sergio Casanave Quelopana, gerente geral de Desenhos da empresa peruana que se associou aos ucranianos, a ideia geral foi montar uma viatura de, no máximo, 47 toneladas (o T-55 chegou ao Peru com o peso de seu projeto original: 39 toneladas), com blindagem especial, alta potência de fogo e um grupo propulsor capaz de conferir ao veículo elevado nível de operação. O resultado foi o modelo básico T-55M8A2 Tifón, que ainda pode ser upgradeado para o Tifón-2A.
Concorrência – Dentro do Exército peruano, o assunto continua pendente.
Apesar dos bons resultados da cooperação entre a KMDB e a Casanave Corporation, os generais do Peru lidam com outras duas opções: comprar uma partida de tanques russos T-90S, ou entregar seus tanques T-55 não aos ucranianos, e sim ao Serviço Federal para a Cooperação Técnica e Militar do governo de Vladimir Putin.
Em um interessante e bem detalhado artigo intitulado El T-55M8A2-Tifón, uma opción de modernización para el tanque principal del Ejército de Peru (“O T-55M8A2-Tifón, uma opção de modernização para o tanque principal do Exército do Peru”), Casanave Quelopana revela as principais características do Tifón-2A.
Eis aqui um resumo de suas informações:
Sistema de tiro principal – computador balístico de última geração, sistema de controle de fogo estabilizado nos dois eixos integrado a um sistema de guiagem computadorizado, que controla os ângulos de queda e de guinada, permitindo realizar o tiro em movimento durante deslocamentos em velocidades superiores a 50 km/h, com eficiência (índice de acerto no alvo) no patamar de 85% e a distâncias de até 2.500 m, empregando munição APFSDS.
O canhão KBM-1M de 125 mm selecionado para o blindado, com vida útil de mil disparos, foi dotado de mira térmica Buran Catherine-E, que permite a visualização do alvo em distâncias de até 12 km – ou seja, o dobro do alcance de qualquer sistema do gênero em uso na América Latina.
Municiado com projetis APFSDS, o canhão pode alcançar alvos a 3.500 m de distância, mas abastecido com projetis tipo HEAT esse alcance sobe para 4.000 m, e com projetis tipo HE-FRAG, aumenta ainda mais: para até 12.000 m.
O KBM-1M é carregado automaticamente e pode ser acionado, indistintamente, desde o posto do artilheiro ou desde o assento do comandante do carro, à cadência máxima de oito tiros por minuto.
O canhão também pode disparar o novo míssil antitanque Kombat-2, com cabeça de combate HEAT-TANDEM, que possui alcance de 5.000 m e capacidade de penetrar blindagens uperiores a 1.000 mm.
Motorização – o grupo propulsor do Tifón-2A conta com um motor KMDB 5TDFMA, de dois tempos, turbo-alimentado, de cinco cilindros horizontais tipo boxer, e potência elevada para 1.050 HP.
Detalhe interessante: o 5TDFMA é flex; opera com querosene, gasolina (de alta octanagem), diesel, combustível de aviação ou uma mistura de todos esses elementos combustíveis – segundo o articulista, “sem alterar suas performances operacionais”.
De acordo com Casanave Quelopana, o funcionamento da propulsão do Tifón-2A foi cercado de uma série de sistemas complementares que otimizam seu aproveitamento: sistema de administração do campo de batalha com GPS, alimentação de dados via datalink, sistema de identificação Amigo-Inimigo (IFF) e APU (fonte auxiliar de energia) capaz de manter o tanque operando mesmo no caso de o motor entrar em colapso.
Mas essa possibilidade é vista por ucranianos e peruanos como um tanto remota.
Segundo eles, o motor 5TDFMA deve se manter em funcionamento mesmo que Tifón-2A precise vadear um curso d’água com profundidade de até 1,8m.
Blindagem – O Tifón-2A dispõe de dois tipos de blindagem: um passivo na parte frontal da torre, denominado Defleckt M-1, constituído por placas de material composto reforçado por camada cerâmica; e uma blindagem reativa batizada de Nozh, feita de caixas distribuídas pelo chassis e pelo resto da torre que contém explosivos dotados de espoletas de impacto, que podem resistir ao impacto de projetis de até 30mm sem serem ativadas.
O sistema Nozh aumenta em quase três vezes a resistência do tanque a munições do tipo APFSDS, e em 4,8 vezes a resistência do veículo contra projetis tipo HEAT e HEAT-TANDEM.
Um equipamento de alerta Linkey-SPZ, formado por quatro sensores fixados ao redor da torre, detecta a iluminação do Tifón por emissões laser, e, como medida de reação, dispara dez lançadores de 81 mm de granadas de fumaça.
Armamento secundário – Constituído por duas metralhadoras: uma KT-12.7 de 450 cartuchos e alcance de 2.000 m, fixada junto à escotilha do chefe da viatura, que é operada de dentro do tanque; e uma KT-7.62, coaxial, de 3.000 cartuchos com alcance de 1.500 m.
Boa tarde Senhores!
Em tempos de vacas magras até que me parece um bom negócio, olhando a suposta capacidade alegada na ficha técnica após a modernização.
Penso e vejo como vantagem que eu desejaria para mim se estivesse no cmd de um deles é o alcançe de detecção com isso em teoria poderia traçar uma melhor estratégia para neutralizar os Leo 2A4 que tem um melhor alcance seus canhões de 120mm.
A motorização me parece muito débil por são 1050Hp contra mais de 1400 do Leo 2A4. No tema dispare e fuja … os peruanos vão ficar com as calças na mão…
Agora….se optarem pelo T-90S a história passa a ser outra. Motorização de 1.250Hp com uma relação de mais de 26Hp por Ton conta um pouco mais de 23Hp do Leo 2A4. Alcance do armamento o Leo 2A4 ainda leva vantagem…5.5Km contra 4.5 Km do T-90S.
CM
Acredito que o Peru tomou a decisão correta para a realidade do cenário Sul-Americana.
Boa noite, Melky.
Só para ressaltar: o Ministério da Defesa peruano ainda não decidiu nada.
Ele tem a opção do kit ucraniano-peruano, a opção de conhecer uma proposta de modernização dos russos, e a opção de comprar o tanque T-90S aos russos.
Vamos acompanhar os próximos capítulos dessa novela.
Creio que o setor operacional (oficialidade) preferia um material novo; o problema são os recursos…
Existe uma ideia dos preços envolvidos?
Bom dia, Engenheiro.
Fontes americanas na internet falam em 7 milhões de dólares para o T-90S.
Acabo de passar um e-mail para a gerência da empresa peruana em Lima (gerencia@discasanave.com), pedindo o custo unitário de um Tifón.
Vejamos o que eles me respondem.
Obrigado por sua atenção.
Penso que constitui uma medonha burrice do Peru se gastar entre cinco e sete milhões por unidade.
Tanques são armas ofensivas. Se o Peru pensa em uma estratégia defensiva contra o Chile, com o valor de um carro dá pra comprar em torno de 35 misseis top de linha, capazes de parar qualquer CC do planeta. Aliás, isso em parte o Peru já fez com o Kornet.
O preço dos CC de primeira linha os está tornando artigo raro mesmo entre paises melhor aquinhoados. Veja-se o caso da Alemanha, com pouco mais de 200 CC e tentando por mais 100 em operação. E em um campo de batalha coim misseis eficientes e relativamente baratos, investir pesadamente em CC é so pra quem tem dinheiro pra esbanjar.
Pelo mesmo motivo, acho que os russos cometem grave erro ao investirem no Armata, caro e sofisticado, o que vai lhes retirar seu grande trunfo: a superioridade numérica.
No cenário latino americano, o Chile acertou ao pegar uma partida de CC por em torno de um milhão de euros cada. Também corretos o Brasil e a Venezuela com carros intermediários. E e o Peru deveria fazer o mesmo, quem sabe com uma versão modernizada do T-72. Porém continuar com uma gambiarra do T-55 ou investir no T-90 serão as piores opções.
Colombeli… Vc usou a lógica 8 ou 80 nos seus dois assuntos abordados…
Primeiro…
No dia em que misseis anti-tanque avançarem sobre o terreno inimigo, dar combate aos inumeros alvos que um CC pode engajar, da mesma forma que um CC faz, entre outras qualidades\características implicitas em CC, esses substituem os CC. Um é complementar ao outro. Os dois não se substituem.
Segundo…
A Russia não substituirá todos os seus CC por armatas. Esse, sendo mais pesado e sofisticado, complementará os T-90, mais leves e “baratos”.
Ao Engenheiro Bacchi:
Eis a resposta da empresa peruana sobre os valores envolvidos no kit de modernização do T-55:
Estimado Roberto:
Ante todo, disculpas en la demora en la respuesta a tu correo electrónico, es que estoy con una agenda muy cargada, y ayer he estado en una comisión para el reglamento de la nueva ley de armas en Perú, la cual acabó a la 11:00 pm.
Respecto a la consulta, eso depende del equipamiento, es decir, básico que no tiene visor termal, solo pasivos, sin el Administrador del Campo de batalla y sin el APU, motor de 850 HP, es decir, el Tifon-1, esta aprox $1.2M; sin todo lo anterior pero con motor de 1,050 HP aprox. $1.5; finalmente full equipo, el costo de venta es aprox. de $2.2M.
Muy atentamente,
Boa tarde aos Senhores!
Olá Sr. Lopes, a diferença é grande de um Tifón 2 completo para um T-90S…
Vejamos o que os peruanos farão pensando a longo prazo…
CM
Preço interessante!
Obrigado.
Por nada, Engenheiro. O sr. Casanave mostrou ser uma pessoa atenciosa e gentil.
Ao forista Claudio Moreno:
Também achei a diferença de preços muito expressiva.
Creio que o mandatório, nesse caso, vai ser o estado do chassis dos carros T-55. Se eles estiverem bem conservados (o que numa região de baixa umidade não é difícil), talvez os generais peruanos selecionem um lote para receber o kit Tifón.
Alfredo, perdão, mas tu que não leu com atenção o que eu disse.
Ninguém esta advogando a superioridade de um meio sobre o outro ou dizendo que misseis tornaram obsoletos ou inúteis os CC.
Veja bem o que eu falei: tanques são armas ofensivas; se o Peru não tem pretensões ofensivas deve priorizar os misseis, com o que para os Leopard chilenos, e comprar um CC médio. Ou seja, o que eu disse é antes afirmação da complementariedade dos meios do que negação disso.
Isso foi o que eu falei: hoje não vale a pena investir em CC caros que podem ser parados por um míssil de 200.000 dólares. É melhor maior quantidade de um CC médio do que pouca de um top de linha que custa uma exorbitância.
Da mesma forma quanto ao CC Armata continua válido o raciocínio. Te pergunto, quantos T-90 poderiam ser construídos com o valor de pretendidos 2300 Armatas? Supomos que seja dois por um. Um Armata valerá dois T-90 em campo de batalha? Me parece que algumas das caras tecnologias que são incorporadas em CC top não os fazem render muito mais significativamente que um CC médio. Por outras palavras eu prefiro ter dois ou três T-90 do que um Armata, inclusive porque existem quebras, indisponibilidades e muitos outros fatores que diminuem a força combatente em pouco tempo.
Os russos com a adoção de um CC mais sofisticado, estão abrindo mão de uma doutrina que vem desde a II Guerra, que era a de priorizar quantidade em detrimento da qualidade, coisa que me parece mais inteligente que a doutrina ocidental. Nenhuma tecnologia supera 3×1 em campo de batalha salvo se puseres um CC de último tipo contra uma velharia.
Ai me perguntaras: se tecnologia de ponta é não é tão importante por que a adotam? E eu responderei: Por que os ocidentais pensam a perda de vidas de forma diferente dos russos; partem da hipótese de um conflito em bloco com mutua assistência, e tem dinheiro pra isso.
Quem não tem dinheiro e está por contra ( como nós e os peruanos) tem que priorizar quantidade com média/boa qualidade. Se tentar investir em carros de primeira, a quantidade é pouca e as quebras, indisponibilidades, e os misseis baratos que podem ser adquiridos as centenas por qualquer um, irão pulverizar a força blindada em poucos dias.
Colombelli – comentários dignos de serem estudados.
Abraços
Colombeli,
Boa reflexão!
CM
Colombelli… não li não… e reitero o meu comentário.
Não se esqueça q uma das formas mais eficazes de parar o avanço de um inimigo é realizando um contra-ataque em uma área mais fraca e forçar os atacantes a temerem um flanqueamento…
Sobre o Armata… Li algumas vezes já, que custa (atualmente) 8 milhoes de dolares. Será q quando em plena produção ele não ficará mais barato ? E mesmo assim não custa os 2 T90 q vc citou…
Sobre a doutrina russa de quantidade… Acha mesmo que 2300 tanques (500 por ano) é pouco ? Não se esqueca dos T-90 que acabaram de entrar em serviço e dos T-80 e T-72 mais modernos…
Sobre os tanques mais antigos, como os T-72, já li que a tendência é que eles sejam modernizados para serem usados em teatros de menor intensidade. Isso devido ao tamanho enorme do território russo…
Comparando com nr de Leopard 2 da Alemanha, de Leclerc da França, de M1 que os próprios EUA possuem, da para se chegar a conclusão que 2300 tanques é muita coisa, em tempos de arrocho dos orçamentos de defesa.
E mesmo priorizando a quantidade, na época da URSS, a mesma possuiu CC complexos para as suas épocas. Os T-64 e T-80 são exemplos…
E não me leve a mal… Estou apenas argumentando de acordo com a minha opinião…
Tem forista aqui que não gosta muito de ser confrontado por opiniões contrárias…
Abraço
Quando digo que “não li não”, quero dizer que não li com pouca atenção… rsrs
Colombelli, vc concorda então,dentro de nosso teatro de operações, que ao Brasil(EB) já seria de bom tamanho a aquisição de mais Leopard’s 1A5 ? Ou quem sabe a aquisição de algum modelo novo ,porém dentro dos parâmetros que vc descreveu , mediano ,porém acessível à compra de grande quantidade??
Sds, excelente comentário.
Uma baita modernização, agora cabe ao comando peruano se decidir, se opta por modernizar o T-55 ou opta comprar umas 2 centenas que seja do T-90s, o peru vem se modernizando mesmo que sem o alarde que os chilenos fazem.
O chile e só um dos inimigos potenciais peruanos o outro e o equador que tem uma quantidade de amx-30 e se não me engano uma quantidade de leo 1 comprados do chile.
Só outra tem muito teórico de internet que acha que o Leo 1a5 e uma maravilha e não é, e um tanque médio com um motor fraco, uma blindagem que parece papel e poucos recursos tecnológicos, não é essas maravilhas que pregam mais por enquanto ainda dá pro gasto, por enquanto com a modernização da força blindada de vários países sul-americanos de tanques médios e pesados com canhões de 120 e 125mm, só vai ter 2 opções para o EB ou fazer um upgrade total de todas as unidades, ou comprar algum modelo novo.
Prezado Alfredo
Nem cogitei levar a mal nada, pelo contrário. Só tenho a agradecer tuas ponderações que enriquecem o debate.
Quanto ao tema em si, hoje uma manobra de Kesselschalacht não é necessariamente a melhor forma de parar um ataque blindado. Reitero que uma companhia com três pelotões de mísseis modernos (09 lançadores) para facilmente uma ataque nível regimento de carros. Dispara de forma discreta de posições que podem estar até 3 ou quatro quilômetros de distância.
Se pretendes parar uma força convencional sem carros, com um Kessel ou um flanqueamento, até com o M-41 consegue isso. Já participei de exercícios de FT e já ataquei posições defendidas por blindados em exercícios também. É festim, mas o estouro é grande igual, e lhe digo, pra tropa que leva o fogo não faz muita diferença. Se você tiver uma arma AC como um Spike, um Javelin ou um Kornet, vai parar o carro seja ele qual for. Se não tem só te resta tentar imobilizar em uma lagarta e chamar artilharia, mesmo que seja um shernam “modernizado”.
E ainda que tenciones enfrentar tanques contra tanques verás que a posição tática e o treino da guarnição fazem mais diferença do que um salto tecnológico de uma geração para outra. Basta lembrar as guerras árabe-israelenses. A brigada Barak com não mais de 30 carros ativos deixou 500 carros sírios superiores tecnologicamente no vale de Golan em chamas (posição)
Já os alemães fizeram milagres contra os T-34 antes de terem os Panther e Tiger (treino superior).
Basta lembrar os Shermans e T-34 contra o Tiger e mesmo o König Tiger. Existiam vantagem, mas táticas superavam elas.
Mesmo pretendendo enfrentar carro contra carro, superioridade tecnológica não se manifesta tão evidentemente no campo de batalha, mormente quando não há grande diferença. Ai entra o custo benefício do preço.
Sempre há um ponto vulnerável. No Iraque até um simples RPG parou carros M-1. Pra sorte dos EUA, não havia artilharia envolvida. Um carro parado é um carro perdido. Basta chamar uma concentração em cima e tollitur quaestio.
Os números do Armata são pequenos perto do que já teve a antiga URSS cuja superioridade era da faixa de 3×1 contra a OTAN. Estamos falando de algumas dezenas de milhares de CC. 2300 não faz frente nem pra Turquia. Hoje a Rússia tem no máximo paridade com a OTAN se não está inferior. Aliás só pra espelhar o que o número pode fazer psicologicamente, a bomba tática de nêutrons, seja por artilharia seja em mísseis Lance foi desenvolvida justamente para parar os soviéticos, os quais se estimava, poderiam chegar a Portugal em um mês.
Quanto ao valor, creio que o T-90 não custe 7 milhões, mas algo na faixa dos 4,5 ou 5 milhões. Ainda que não exista tanta diferença, fica a questão, o que o Armata trás de supervantajoso além da propaganda que é muito boa? Blindagem ninguém faz milagres. Seu peso é equivalente aos ocidentais, não deve ter muito mais proteção a qual, repita-se, vale pouco contra mísseis modernos. Veja-se os quase 50 carros de Israel postos fora de ação em 2008 em um total de 320 usados na operação em Gaza.
Carregamento automático? Fale com qualquer tanquista e te dirão que é so mais uma tranqueira pra ter que fazer manutenção complexa e falhar.
Guarnição mais protegida? Ótimo pra guarnição, mas a morte ou não de uma guarnição de taques é secundária. Cruel, mas é a verdade, homens se repõe fácil. Equipamento não. Ainda mais em se tratando de russos que mandavam vagas de ataque sem armas e lançavam homens de aviões sem paraquedas na neve. Ademais, o homem que está dentro do carro nunca pensa em sua vulnerabilidade. Se não fosse assim, americanos não teriam enfrentado um King Tiger.
Pra mim, os russos deveriam continuar investindo em maior quantidade. Criaram um produto que sequer vai ter muito espaço para exportações, pois não tem o grande atrativo que sempre foi o maior de seus produtos: o preço.
Eduardo, hoje não tem muitas possibilidades de CC medianos ou menos modernos para que o EB adquirisse. Era o Leopard ou M-60 A3 TTS. Quem sabe o M1 versões mais antigas. Tanto um quanto o outro, Leopard 1A5 e M-60 A3 TTS no cenário latino americano são carros que cumprem a missão e impõe respeito. Inclusive o M-60 sairia baratíssimo e até seria uma opção para o Peru. Com um milhão e meio desta modernização do T-55 (uma gambiarra de papel celofane) compra talvez uns quatro M-60. Uma coisa é certa, o EB não poderia comprar algo mais caro. Os recursos usados no Leo 1-A5 não dariam pra mobiliar nem um esquadrão de carros de primeira (13 carros). Vocês sabem como funciona no pais. Prioridade é o bolsa esmola. Hoje teria na Grécia e na Turquia Leo 1A5. Porque não aproveitam que a Grécia esta se arrastando e não oferecem? Precisa 84 so pros 3 RCB capengas. Eu adquiria até pros fuzileiros navais mais 18 unidades. Seria uma ótima aquisição e padronizada.
Uitiniã, o Peru já andou sondando o T-90, o Oplot e um modelo paquistanês. Tudo ficou muito salgado. Se comprarem algo mediano, duvido muito que chegue aos 100 carros, o que dirá algo de primeira. Eles estão sendo inteligentes. Compraram Korrnets. O Equador não é tanto um problema, pois a área de fronteira é selva e serras.
O Leopard 1 está longe de ser um carro excelente. Mas pensem, pra quem tinha M-41 com os argentinos já operando o TAM? Por ora nos dá superioridade aonde interessa, já que os T-72 venezuelanos não podem entrar muito em Rorraima. Vai nos restar tentar desenvolver um carro nosso com perspectiva de mercado e intermediário (pouco provável) ou adquirir os Leopard 2 alemães (em breve serão 320 hoje são 220) quando derem baixa (15 anos), coisa que se eu estivesse no governo já começaria a costurar
Mais um excelente e rico comentário Colombelli, obrigado pela resposta.
Sds.
Uma prova de como os CCs estão se tornando cada vez menos importantes, principalmente para os exércitos ocidentais é o exemplo do próprio US army que atualmente tem apenas cerca de 1500 carros M1A2 em uso, sendo que todo o resto da frota, cerca de 6000 CCs, estão estocados.
Isso mostra como é caro manter uma frota numerosa de tanques médios/pesados, coisa que se nem os EUA e as potências euroupéias estão dando conta, nós aqui ao sul do equador, simplesmente não temos condições, uma frota pequena e bem mantida de tanques médios e uma infantaria bem armada com armas e mísseis AT em bom número (coisa que temos pouco no Brasil), é o suficiente para a realidade de qualquer pais sul-americano.
Colombelli, boa noite. Fala Roberto Lopes.
Não deixe de ler o artigo:
“CC M60 A3 TTS, da 4ª BDA C MEC, comparado aos CCs do TO do CMO”
de autoria do Capitão do Exército brasileiro Tiago Eduardo Siqueira Veras.
O artigo foi primeiro publicado em uma revista eletrônica do Exército brasileiro, em 2014, e republicado, em janeiro deste ano, pelo site Defesanet.
Não perca esse artigo, Colombelli, o mais instrutivo que já vi circular na web sobre os nossos meios blindados, em muito tempo.
Matheus, acho que você leu a mensagem errada!!!
O numero de carros de combate diminuiu, mas o tamanho dos exércitos diminuiu também.
A infantaria diminuiu, a artilharia diminuiu, tudo diminuiu.
Os exercitos europeus (e mesmo o estadunidense) são uma sombra do que foram na Guerra Fria.
Prezado Roberto.
Ja havia lido este artigo inclusive a partir de um link postado aqui mesmo por um dos colegas. realmente muito bom e técnico.
O que se extrai do texto é que o M60 A3 é equivalente ou pouco superior ao Leopard 1A5.
Creio que a adoção do segundo se deve mais a problemas de logística do que pelo carro em si. Mesmo sendo mais lento e tendo silhueta mais alta o M60 ainda é um carro de respeito, em qualquer parte e especialmente aqui na AL.
Penso que o EB deveria constituir uma reserva blindada com valor minimo de 108 carros (dois regimentos quaternários), ficando parte lotada no campo de instrução do Saicã e Rosário do Sul e a outra em Formosa, podendo inclusive atuarem como força opositora em exercícios cono ocorre no NTC. Reduz custos e ajudaria na instrução.
É emblemático o fato de que poucos paises hoje tem mais de trezentos carros de primeira linha. A importância deles não é a mesma do passado ainda que sejam imprescindíveis, e o que preocupa é que os carros de primeira linha são como os caças: cada vez mais caros de manter e difíceis de desenvolver. É preciso desde já ir planejando um substituto do Leopard. As hipóteses de carros médios ou de primeira que sejam desativados nas próximas duas décadas são poucas e duvido muito que venhamos a desenvolver um nosso, salvo em alguma parceria. Exemplo substituição do Ariete na Italia.
Tomara que aquilo que chamam de nosso governo não invente um parceria bolivariana pra isso. CC é coisa séria e precisa de um parceiro sério. Aqui na AL não há nenhum pra isso.
Bom dia a todos,
Nossa força de carros de combate não está enquadrada em nenhum dos atuais planos do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, Colombelli.
Sua importância para os planejadores da força terrestre me parece, hoje, claramente secundária.
A solução natural, ainda mais com a fábrica alemã recentemente montada no RS, me parece ser a adoção do Leopard 2. Mas eu me pergunto o que farão com o M-60, que me parece importante (poderoso) demais para ser repassado ao Exército paraguaio.
Acho que a importação do M-60, feita no governo FHC, foi um negócio bastante discutível.
Trouxemos um veículos que permitiu aos nossos tanquistas ingressar numa escola de carros de combate pesados, é verdade, mas o M-60 revelou-se muito lento e antiquado, até para engajar os caça-tanques austríacos Kuerassier (como o texto do Capitão Siqueira Veras bem aponta).
Este interessantíssimo dialogo entre os senhores Colombelli e Lopes, não mencionou o fato de que o alto comando do EB não queria o M60, que tinha sido oferecido pelo governo dos Estados Unidos.
Pelo que entendi o EB preferia o Leopard 1 pelas suas características.
Foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso (de tão nefanda memória) que obrigou o EB a aceitar a oferta estadunidense, no seu afã de conseguir se tornar simpático ao governo daquele pais para obter sua aprovação para o Brasil ter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Isto é o que foi dito pela imprensa naquela época.
“Nefanda memória”… Essa é boa Engenheiro.
Sob pena de ser estraçalhado pelos antipetistas, ouso dizer o seguinte:
O advento dos governos petistas — especialmente a partir de 2007 — fez muito mais pelas FFAA brasileiras que o PSDB. Muito, muito mais.
Hoje temos cerca de 40 programas militares prioritários que qualquer entusiasta em assuntos militares conhece de memória.
Circunstancialmente estamos enfrentando uma quadra de escassez orçamentária terrível, mas isso, a meu ver, não apaga o espírito de iniciativa com que o segundo governo Lula e o primeiro mandato da sra. Roussef impulsionaram os projetos militares.
Aliás, no conjunto das compras autorizadas pelo “Nefanda Memória” vieram também, não nos esqueçamos, os M-109 (procedentes, se não me engano, da Bélgica).
Boa macarronada!
Não vou comentar, para evitar que este interessante debate, vire um discussão politica.
Com economia estabilizada via Real e impostos escorchantes é fácil fazer.
Mas a realidade agora é que poucos destes projetos passarão de meras exortações publicitárias. Perder-se-ão no tempo, salvo aquele bilionário da empresa amiga do cidadão.
Bacchi aquela época foram 92 M 60 e 128 Leopard. Não creio que existisse Leopards a disposição em numero suficiente para a renovação da frota que se operou.
Outrossim, parece-me que o M60 era superior ao Leopard 1A1. Há um artigo de um sargento de cavalaria cujo link foi aqui publicado em outro post comparando o M-60 A3 com o Leopard 1A5. A coisa é pau a pau.
Diria que seja qual foi o motivo da escolha do M-60 foi um ótimo negócio pelo custo benefício. Hoje so o Leopard 2 chileno bate, em tese, ele, e com o T-72 Venezuelano fica no empate.
E so para lembrar, quem ja acompanhou tanques em operação sabe que o quesito velocidade tem relativa importância. Até certo ponto ela é fundamental, a partir de certa velocidade é inútil, pois o carro não vai varar campo de batalha a toda velocidade atirando.
Não se esqueça, ainda, que fora a situação de combate blindado blindado, cujo custo benefício não compensa, pois se pode fazer quase o mesmo com misseis, o carro opera acompanhado de infantaria, a pé, inclusive, e sua velocidade não pode ser elevada.
Assim e velocidade superior do Leopard, velocidade teórica e não necessariamente real em operação, não implica vantagem tão significativa sobre o M-60.
Bom dia a todos.
Nesta data comunico o meu desligamento do blog ForTe – Forças Terrestres e da Revista Forças de Defesa, para abraçar outro desafio profissional.
Agradeço a confiança e o reconhecimento ao meu trabalho, e espero revê-los em breve, para que possamos retomar uma convivência que, para mim, sempre foi bastante inspiradora.
Felicidades!
Roberto.
Bom dia, Roberto Lopes!
Boa sorte no seu próximo desafio profissional!
Infelizmente, é uma perda para a Trilogia.
Abraço!
Colombelli escreveu em 22 de junho de 2015 as 7:26 # uma serie de comentários com os quais concordo integralmente.
Parabéns, é um prazer ler algo tão simples e objetivo.
Poxa Roberto Lopes, será uma perda e tanto pra nós que compartilhamos os sites da trilogia, mas ,que Deus lhe abençoe na nova empreitada.
Sds.
Não esqueçam que os venezuelanos tem o veículos para combate anfíbio (IFV) 8×8 sob rodas de fabricação chinesa estão sendo recebidos pela Infantaria Naval Bolivariana, e demais blindados anfíbios como o veiculo blindado de assalto anfíbio VN-18 (ZBD-05) armados com canhão 30mm, veiculo carro de combate ZTD05com próprios para entrar floresta a dentro e região alagadiça. Enquanto nós, apenas o Guarani e M-113.
Caro Jorge KNOLL, caso o Amigo Colombelli leia seu comentário, prefiro que ele comente sobre os carros Chinos, vai te surpreender talvez !