Exército paquistanês compra 15 helicópteros de ataque Viper e 1.000 mísseis Hellfire
O Departamento de Estado americano deu o seu ok, no início de abril, à venda, pela indústria bélica estadunidense, de 15 helicópteros de ataque AH-1Z Viper e 1.000 mísseis ar-terra Hellfire – além de motores de reserva e suprimentos – à Arma Aérea do Exército do Paquistão.
A liberação dessa transação – no valor de 952 milhões de dólares – teve o aval da Agência para a Cooperação em Segurança e Defesa do governo americano.
No ano passado, o mesmo Departamento de Estado aprovou que militares do Exército brasileiro testassem o Viper.
O Comando da Aviação do Exército (CAVEX) trabalha para montar uma unidade de ataque com aeronaves de asas rotativas, e, nesse momento, examina os predicados técnicos e as condições financeiras de três aeronaves: o Viper, o Mi-28N russo e o T-129 Mangusta modernizado, modelo construído na Turquia sob licença da AgustaWestland. A Airbus mostrou interesse em participar da mesma competição, com o seu modelo Tigre.
Waziristão – No começo do ano, esse órgão da Administração Barack Obama julgou o aprimoramento da capacidade de ataque com precisão do Exército paquistanês, indispensável ao fortalecimento do poderio de um país tido como vital à obtenção das metas de segurança nacional e de política externa que os Estados Unidos perseguem na Ásia Meridional.
Em Islamabad, o Ministério da Defesa anunciou que o novo armamento será usado para atender os requisitos de segurança estipulados pela agência paquistanesa dos assuntos do Waziristão do Norte – região que serve de refúgio aos extremistas da rede terrorista da Al Qaeda –, órgão subordinado ao departamento das Áreas Tribais Administradas Federativamente do governo local.
Nos últimos três anos, as incursões de drones americanos armados no noroeste do Paquistão têm causado inúmeras vítimas entre a população civil — um efeito colateral que os militares desse país desejam minimizar.
Lista – A relação dos equipamentos requeridos pelos militares paquistaneses é a seguinte:
- 15 helicópteros de ataque AH-1Z Viper;
- 32 motores T-700 GE 401 C (30 instalados nos helicópteros e dois embalados para servir a uma eventual reposição);
- 1.000 mísseis AGM-114 Hellfire II (a serem entregues dentro de contêineres);
- 36 computadores de missão H-1;
- 17 sistemas AN/AAQ-30 de visada para o alvo;
- 30 sistemas de comunicação 629F-23 em VHF e UHF;
- 19 sistemas H-764 de navegação inercial acoplados a GPS;
- 32 capacetes para pilotos tipo Top Owl;
- 17 sistemas APX-117A de identificação Amigo/Inimigo (IFF);
- 17 sistemas AN/AAR-47 de alerta contra mísseis inimigos;
- 17 gavetas AN/ALE-47 distribuidoras de contramedidas eletrônicas (despistadores);
- 18 sistemas AN/APR-39C(V)2 de alerta radar (RWR);
- 15 sistemas de planejamento de missão conjunta; e
- 17 canhões M197 de 20 mm
A compra também inclui frete para transportar o material até o Paquistão, suprimentos, peças de reposição, ferramental, documentação técnica e software de treinamento de pessoal nos diferentes equipamentos.
Histórico – O Exército paquistanês é um antigo usuário dos helicópteros de ataque da família Viper/Cobra.
Ele recebeu 20 modelos Bell AH-1S Cobra em meados dos anos de 1980.
Entre 2007 e 2010 obteve 26 AH-1F, e, em 2013, comprou à Força Aérea Jordaniana – com a permissão de Washington – outros oito exemplares da versão AH-1S.
Os helicópteros de ataque americanos equipam os esquadrões de nºs 31,32 e 33 da Aviação do Exército, sediados na base aérea de Multan, província de Punjab, no meio-leste do território paquistanês.
Tudo bem que tem sobressalentes e 1000 mísseis Hellfire (algo impensável para o EB), mas a conta é cara.
Enfim, helicóptero de ataque especializado não é para qualquer país. Tem que ter dinheiro e muita disposição ou necessidade para fazer uma compra dessas.
Como o EB não tem nenhuma dessas três coisas e seria necessário ao menos duas delas, ele não terá helis de ataque tão cedo.
Eu queria esse pacotinho para o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, os Sbat-70 temos aqui no Brasil, não precisa vir de fora.
Abraços
Marcos, o Sbat-70 está ultrapassado, o produto que temos que está em nível de igualdade com outros estrangeiros da mesma classe é o Skyfire, também produzido pela Avibras.
Saiu barato.
Off-Topic dos bons…
Eis a nova familia de blindados russo, por inteiro…
http://bastion-karpenko.ru/new-tehnik-parad-150504/
Olá senhores! Eu não sei se observaram, mas uma das justificativas para aprovação dessa aquisição foi justamente para substituir os drones de ataque! Tem muita gente que acha que os vetores de ataque tripulados estão com os dias contados eu particularmente não acho isso. Tem que ter olho humano no cenário principalmente no cenário de combate assimétrico. Mesmo não sendo um homem de infantaria (saudações ao Ivan) sempre defendo que a palavra final em qualquer combate sempre será da infantaria! A AVEx realmente esta no caminho certo quanto suas aquisições: Primeiro helicópteros de manobra, helicópteros de ataque e observação, estes com características dual para formação e treinamento. Acho que os próximos passos não serão helicópteros vetores mais transporte pesado ex. Chinook, Mi 26 (meu preferido), etc. Eu acho que 1000 Hellfire (excelente) seriam excessivos para nossos cenários, acho mais interessante um numero mínimo de misseis e um investimento consistente em foguetes guiados a laser e armas de tubo no estado da arte. Algum dos senhores têm informações acerca dos misseis que armam os nosso Mi 35 Sabre? Eu acho que são tão interessantes como os Hellfire. Saudações ao Bosco nosso expert nisso.
Pedro,
Nossos Mi35 operam o míssil Ataka, com 6 km de alcance (algumas variantes chegam a 8 km), supersônico, com peso e carga bélica semelhante ao Hellfire, guiados por comando de visada semi-automático via radiofrequência, o que obriga o míssil a implementar uma trajetória tensa.
O Hellfire é de um conceito diferente. Também é ligeiramente supersônico e pode-se dizer que é um pouco mais avançado o que o torna mais flexível, sendo guiado por laser semi-ativo (que pode partir tanto da aeronave lançadora do míssil como de outra aeronave ou mesmo do solo). Uma outra vantagem é que pode implementar opcionalmente uma trajetória parabólica (não tensa), atacando o alvo por cima, o que também determina que tenha um alcance maior, podendo chegar a 9 km quando lançado de um helicóptero pairado ao nível do mar.
De modo geral os dois são mísseis antitanques pesados e são equivalentes.
Um abraço.
E’ apenas uma oferta – o Paquistao e’ um pais satelite da China e ja recebeu 3 helicópteros Z-10 de presente dos Chineses, vai ser dificil eles comprarem os AH-1Z se a China doar um numero equivalente.
Bosco obrigado por sua atenção! Essa versão do “Hellfire” não aquela guiada por radar ativo? Acredito que um helicóptero fica muito vulnerável iluminando laser um alvo e este se tiver sensores com certeza disparará suas contra medidas óticas. Bosco eu acho que o “Ataka” é guiado por um tipo de radar semiativo. O vetor enquadra o alvo e orienta dentro de um feixe radar. Se for assim acho muito interessante, pois acerta alvos mesmo encobertos por contramedidas óticas (fumaça). Você sabe dizer se existem versões do “Ataka” guiadas por radar ativo? Pergunto isso, pois vejo o Apache D e o Mil 28 com domos de radares ativos de onda milimétrica. Misseis guiador por radar podem ser bem efetivos por saírem da trajetória tensa. Mesmo admirando os helicópteros vetores de ataque eu acredito que em virtude da sua velocidade de voo os mesmos não são mais efetivos num campo de batalha com moderna infraestrutura antiaérea. Num cenário Brasileiro eu acho mais interessante operação de armas combinadas, helicópteros de manobra / transporte com apoio de “fogo” de A-29.
Pedro,
Como diria o velho Jack: vamos por partes! rsrss
Há uma opção de usar um pod de radar milimétrico no AH-1 que o possibilita usar o Hellfire Longbow, mas não sei se foi adquirido pelos paquistaneses, portanto, eles deverão adquirir a versão guiada por laser semi-ativo.
Quanto ao heli ficar vulnerável iluminando um alvo com laser, sem dúvida isso pode ocorrer se compararmos com mísseis de terceira geração que são fire-and-forget, mas há maneiras de minorar essa fragilidade.
Uma delas é cronometrar a trajetória do míssil e só se expor para iluminar o alvo nos últimos segundos.
Outra forma é usar um designador externo, que pode ser outra aeronave ou tropas em terra.
Mais uma seria usar um iluminador montado acima do cubo do rotor, como no OH-58D, ficando o helicóptero protegido pelo relevo e expondo só o sensor, como um periscópio de submarino.
E sim. O veículo tendo detectores laser ele poderá disparar contra medidas na forma de granadas fumígenas, etc.
De qualquer forma a orientação por laser semi-ativo é mais segura e flexível que a orientação por CLOS, que exige que a aeronave lançadora fique o tempo toda exposta. Pensando nisso os russos fizeram seus mísseis mais rápidos, alguns chegando a quase Mach 2 em.
Quanto à fragilidade dos helicópteros de ataque, eu discordo. Eles operam geralmente ocultos atrás do relevo e se expõem por pouco tempo para detectar, identificar e designar alvos, podendo disparar seus mísseis permanecendo ocultos.
Se fossem usados como aeronaves de asa fixa sem dúvida seriam preza fácil para os sistemas antiaéreos, mas operando pairados quase tocando no solo e ocultos, são quase que invulneráveis à AA convencional.
Quanto ao sistema de orientação do ATAKA, desconheço se há alguma versão com radar ativo e que possa implementar uma trajetória parabólica. Acho que não.
Nos Mi-28 dotados de radar de onda milimétrica, ele é usado para procurar alvos múltiplos, principalmente em tempo ruim ou ocultos por vegetação, etc., de modo a aumentar a consciência situacional, e claro, os que têm esse radar podem guiar seus mísseis contra esses alvos ocultos usando a antena de RF montada no nariz do helicóptero.
Desconheço e não acredito que o ATAKA use algum tipo de seeker de modo a poder operar no modo radar-semi-ativo. Fosse possível de fazer isso e ele poderia implementar uma trajetória parabólica, não havendo razão para o míssil “cavalgar” o feixe de radar.
O que você sugere seria uma combinação de CLOS ou beam rider com radar semi-ativo, mas isso não seria prático já que, como disse, o míssil sendo guiado por radar semi-ativo não seria obrigado a se manter no feixe de radar.
O que pode ocorrer (mas eu duvido), é que o feixe guia do míssil funcione como um radar semi-ativo e receba de volta a “imagem” do alvo, e mantenha o míssil dentro desse feixe. Isso talvez possa ocorre no caso do Mi-28 dotado de radar de onda milimétrica, já que não haveria lógica em se ter um sensor capaz de descobrir alvos de outra forma ocultos aos sistemas EO e não poder engajá-los. Ou seja, o russos devem ter como combinar um sensor de radar ativo com um míssil guiado por CLOS, como fazem os mísseis sup-ar igualmente guiados por CLOS.
No caso do Mi-28 com radar MMW, provavelmente o radar assuma o controle do míssil ATAKA,que deve contar com um “beacon” que facilita ele ser “rastreado” pelo radar MMW do helicóptero, permitindo o uso combinado.
Pra resumir, até onde eu sei o ATAKA não tem um seeker, seja de radar ativo ou semi-ativo, sendo guiado por comando na linha de visada via RF, com trajetória tensa e com aquisição de alvos por meio eletroóptico/IIR, havendo a possibilidade dele ser designado via radar MMW e ser guiado por ele.
Um abraço.
O fato dos russos ainda não adotarem mísseis antitanques (leves, médios e pesados) guiados por laser semi-ativo e por seeker autônomos (IIR ou MMWR) é uma incógnita.
Não lhes faltam capacitação tecnológica.
Enquanto o mundo se rende a esses tipos de orientação os russos ainda estão apegados aos “teleguiados”.
Os mais modernos já não usam fio de cobre, sendo guiados por RF (ATAKA) e laser beam rider (Vikhr, Kornet), tendo o leve Metis como exceção.
Bosco, saudações.
É um tremendo prazer ler teus comentários.
Parabéns
É eu sei bem q os Sbats estão ultrapassados , mas eu não lembrava o nome do sucessor e preguiça de procurar porque sabia que alguém iria corrigir.
Abraços
O uso de helicopteros de ataque nao substitui as vatagens taticas que os drones oferecem (silenciosos).
O Paquistao nao tem nada a ver com os drones, que estao sob o commando e posse dos EUA.
O uso de drones produz menos danos colaterais do que os Helis de ataque.
Um drone pode ficar horas voando em uma trajetoria circular, esperando por informacoes sobre alvos no solo e partir para o ataque imediatamente, sem ser percebido.
Ou pode sair para um missao especifica e voltar para a base sem ser detectado pelo inimigo.
Agora voltando ao tema dos Vipers. O Paquistao e uma nacao palperrima. Economicamente insignificante, mas possui entre outras coisas, helis de ataque puro, e uma quantidade de misseis Hellfire, que da inveja a qualquer potencia de meia tijela.
O Brasilsao, a setima economia do mundo, nao consegue tirar a suas forcas armadas do patamar do terceiromundismo.