Sistema antiaéreo que o Exército brasileiro vistoriou (mas não comprou) ganhou melhorias
O Exército russo colocou em operação o TOR-M2U, a versão mais atualizada do conhecido sistema missilístico de defesa antiaérea de curta distância TOR-M2.
O modelo M2U foi dotado de um novo equipamento para o disparo de mísseis no campo de batalha, orientado por algoritmos aperfeiçoados, que reconhecem, classificam e priorizam alvos. Além de adotar todos esses procedimentos, o M2U ainda é capaz de engajar quatro targets simultaneamente.
O TOR-M2U foi concebido para proteger obras de infraestrutura, áreas militares e prédios civis de ataques aéreos efetivados por meio de aviões, helicópteros, mísseis de cruzeiro, veículos aéreos não-tripulados (VANTs), mísseis guiados e diferentes tipos de bombas (guiadas e não-guiadas).
No segundo semestre de 2009, o Exército brasileiro, que já estudava um planejamento – mais tarde denominado PROTEGER – de defesa da infraestrutura nacional, enviou alguns oficiais para conhecer o equipamento na Rússia, montado sobre uma viatura 6 x 6 blindada 9A331ME.
Mais tarde, oficiais da força terrestre brasileira receberam, no país, representantes da Almaz Antey – fabricante do TOR – e da agência russa de exportações de armamentos Rosorobonexport, para discutir as propriedades do sistema russo.
Custos – Além de prover a defesa de áreas construídas, o TOR tem a capacidade de, por sua mobilidade – provida por veículos sobre esteiras ou sobre rodas –, executar a defesa de colunas militares e frações de tropa, o que pareceu especialmente interessante ao Exército brasileiro, que desativara o seu antiquado sistema missilístico Roland.
Os custos de aquisição do TOR-M2 pareceram, entretanto, proibitivos.
Ainda em 2009, o ForTe reproduziu reportagem do repórter Igor Gielow, do jornal Folha de S. Paulo (leia texto intitulado Brasil negocia a compra de sistema antiaéreo da Rússia), que informava o interesse dos brasileiros pelo TOR M2E:
“O Tor é uma arma cara”, dizia Gielow. “Uma bateria completa, com quatro lançadores, um veículo de comando, carros de apoio, logística e mísseis não sai por menos de US 300 milhões (R$ 520 milhões). Mas como a tradicional anemia orçamentária militar brasileira está numa fase de reversão, envolvidos no processo acreditam que o dinheiro poderá aparecer via créditos adicionais ou financiamentos de longo prazo a serem incluídos no Orçamento. No projeto de lei do Orçamento enviado ao Congresso, só R$ 640 milhões dos R$ 24 bilhões destinados ao Comando do Exército são para investimentos”.
A força terrestre da Rússia exibiu um protótipo do TOR-M2U na Parada da Vitória (na 2ª Guerra Mundial), em 9 de maio de 2014.
O primeiro modelo de série foi entregue ao comando da Defesa Antiaérea russa há quatro meses, com a expectativa de que, no final deste ano, após uma longa série de testes, os operadores do sistema estejam plenamente capacitados a operá-lo.
Evolução – A primeira versão do sistema TOR – 9K330 – apareceu em 1983, operando mísseis 9M330, com um alcance mínimo informado (ostensivamente) de dois quilômetros.
Oito anos mais tarde os russos começaram a receber a versão TOR-M1 9K331, com míssil de precisão melhorada. Esse sistema já era capaz de trackear e enfrentar dois alvos simultaneamente. O vetor em si tinha alcance mínimo de 1,5 km e, para ser disparado, requeria que o alvo se deslocasse a, pelo menos, 100 metros do solo.
O modelo M2 9K332 entrou em operação em 2007, com proteção anti-jamming (contra a interferência eletrônica do inimigo), capacidade de engajar até quatro alvos simultaneamente e tempo de reação (automática) reduzido para sete segundos.
O TOR M2E 9K332ME foi entregue à Defesa Antiaérea da Rússia montado sobre uma viatura blindada 9A331ME e dotado de contêineres 9M334, que disparavam, cada um, quatro mísseis guiados 9M9331. A arma, completamente automatizada, requeria uma tripulação de apenas dois homens.
No fim dos anos de 2000, a empresa MZKT – uma fabricante de veículos off-road pesados (tratores e caminhões) da cidade de Minsk, na Bielorússia – desenvolveu um novo chassis para a viatura TOR, com tração 6 x 6. Essa versão foi batizada de 9M332MK.
Boa tarde aos Senhores!
Pois é Lopes, com os 28Bilhões furtados da Petrobrás e de tantos outros lugares ainda por descobrir…a realidade não somente da Defesa mas de todo o nosso adorado País seria bem melhor do que o quadro atual.
CM
Salve Cláudi Moreno!
Me permito complementar, dizquendo que NÃO SÓ QUANTO ÀS FFAA, mas em relação à segurança como um todo e à saúde; o que deixaria livre e sem contingencionamento as verbas para a educação e a pesquisa…
Concordo plenamente meus amigos, mas a vida não é feita só de Justiça, como sabemos. O setor da Defesa Antiaérea é um dos mais carentes da nossa força terrestre — especialmente no segmento dos sistemas de mísseis que possuem certa mobilidade. Optamos pelo Gepard que, para alguns, não passa de um trambolhão, fruto de um conceito que remonta ao de certos equipamentos da época da 2ª Guerra. Mas, às vezes, precisamos nos contentar com o que podemos ter (e não com aquilo que desejamos ter). O importante é que o EB não pare de perseguir os seus objetivos, porque, no… Read more »
EM tese, de acordo com Roberto Lopes, apesar de lembrar que o Gepard estava sendo encaminhado para a sucata, pronto para ser desmontado.
Por favor, por algum motivo meu login não acessa o “Poder naval”.
Algum colega da manutenção ou moderação poderia liberar meu acesso lá?
Uma comparação interessante entre os mísseis dos sistemas Pantsir e TOR. 57E6 (Pantsir): Massa total: 75 kg dois estágios um estágio terminal não propulsado que inclui uma ogiva de 20 kg, espoleta de proximidade, bateria, atuadores, aletas, célula, etc. 20 km de alcance horizontal 15 km de alcance vertical Velocidade máxima: 1300 m/s Lançamento convencional. 9M330 (TOR): massa total: 167 kg ogiva de 15 kg Alcance horizontal: 12 km Alcance vertical: 6 km Velocidade máxima: 850 m/s Lançamento vertical a frio. O míssil 9M330 pesa mais que o dobro do 57E6, tem ogiva menor, tem a metade do alcance, tem… Read more »
Só pra estabelecer um nível de comparação, dois exemplares ocidentais com massa comparável.
Crotale NG:
Peso: 76 kg
ogiva 13 kg
alcance: 12 km
altitude: 6 km
velocidade: 1200 m/s
Orientação: CLOS (comando por rádio na linha de visão)
AMRAAM (C5/7) do sistema NASAMS:
Peso: 157 kg
Ogiva: 23 kg
alcance: 25 km
altitude: 12 km
velocidade: 1200 m/s
Orientação: radar ativo.
A solução é fácil, uai.
Compra uma duas duzias de Camionetes estilo F1000, usadas, claro.
Pinta com camuflagem e bota na caçamba uma .50 com uma mira telescopica.
Daí chama de Batalhão Logístico de Defesa Anti-Aérea e Saturação de Área avançado – ” BLDAASAV ”
Nomeia 4 generais, 17 coronéis, 50 tenentes, 200 cabos, 300 sargentos, tudo para cuidar das F 1000…
Perfeito !! mais eficiente, impossível !!
KKKKKKKKKKKKKKKK !!!!!!!!!!! 😉
Ué, já que nada nesse país é sério mesmo…
O míssil do Pantsir não está disponível em uma torre menor (sem canhões e com menos mísseis) para veículos menores?
Penso em uma compatível com o Guarani.
Já que o Brasil compra pouca coisa, vale a pena exercitar a criatividade, pelo menos rsrs.
Mísseis lançados verticalmente em geral têm seu lançador posicionado na horizontal para o translado e colocado na vertical quando estático e em posição de tiro. A única exceção é esse sistema TOR, que fica sempre na vertical, tanto em translado quanto em posição de disparo. Para reduzir a altura do veículo teve-se que usar um míssil gordinho e curto, o que fez com que houvesse um aumento significativo do coeficiente de arrasto, que por sua vez exigiu um motor mais potente, que ficou mais pesado, etc. Mesmo usando um míssil curto (se comparado com outros de dimensões semelhantes) o veículo… Read more »
O link acima não está abrindo porque faltou o .jpg
É só copiar e colar que abre
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/9K330_Tor_-_IDELF-2008_(5).jpg
Rafa,
O Pantsir é focado na função C-PGM, portanto, ele forçosamente deve ter uma maior quantidade de mísseis, por isso não existir uma versão light.
Valeu, Bosco!
Uma pena, pois as qualidades descritas dele são bem interessantes ainda mais em razão do seu peso diminuto.
Abraço.
E pq não exercitar essa criatividade, usando o que temos por aqui???
Mísseis: Piranha; A-Darter; MAR.
Radar: Saber M-60, quem sabe talvez a médio prazo apareça um outro modelo c/ mais alcance.
Plataforma: Desde os diversos caminhões militarizados, fabricados pela indústria nacional até o próprio “Guaraní”.
Só fica faltando alguém da BID, capaz de encarar o desafio.
Maurição,
Você conhece o sistema Antelope?
Meio que um Chaparral modernizado?
http://www.armyrecognition.com/images/stories/asia/taiwan/missile_system/antelope/Antelope_surface-to-air_defense_missile_TC-1_system_Taiwan_taiwanese_army_defense_industry_military_technology_640_001.jpg
Poderíamos usar o Piranha II e o radar M-60 em caminhões separados, como nesse sistema de Taiwan.
Bosco, o Pantsir é um milagre esperado (como o nascimento dum bebê, hehe).
Afinal, o Tor é filho dos anos 70, o Pantsir dos anos 90. Eletrônica, materiais, química, tudo avançou consideravelmente nesse interlúdio de duas décadas.
O novo míssil 9M338 por exemplo, que será utilizado no Tor-M2, já é menor (possibilitando que sejam levados 16, ao que parece) e terá alcance e altitude máxima maior que o 9M330.
Comparado com seus contemporâneos o Tor era razoavelmente versátil, mas hoje definitivamente é necessário que o design fosse revisitado para se manter competitivo.
Abraço
Tá o único sistema antiaérea Russo que eu gostaria de ver no EB.