Saab e Boeing fazem primeiro lançamento de SDB a partir de terra

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GLSDB - imagem Boeing via Saab

GLSDB - imagem Boeing via Saab

Em nota e vídeo divulgados na terça-feira, 10 de março, a empresa sueca Saab e a americana Boeing informaram  que a SDB I (Small Diameter Bomb – bomba de pequeno diâmetro) da Boeing teve comprovada a sua adaptação para lançamento a partir de um sistema de artilharia terrestre, mesmo tendo sido desenvolvida, originariamente, para emprego a partir de aeronaves.

Segundo a nota, as empresas testaram recentemente a chamada GLSDB (Ground Launched Small Diameter Bomb – bomba de pequeno diâmetro lançada de terra), integrando tecnologias da SDB I e do motor foguete M26 (fornecido pela Nammo) ao sistema de lançamento múltiplo de foguetes (MLRS – Multiple Launch Rocket System). O teste mostrou que a bomba pode suportar um lançamento por foguete de artilharia sem comprometer seu desempenho.

A GLSDB permite ao sistema de artilharia atingir objetivos a distâncias significativamente maiores, engajando alvos difíceis de alcançar, ao mesmo tempo em que mantém a manobrabilidade em voo e a precisão da SDB. As duas empresas deverão, a partir de um acordo assinado no ano passado, oferecer a GLSDB a operadores atuais e futuros de foguetes de artilharia.

FONTE / IMAGEM / VÍDEO: Saab e Boeing (tradução e edição do blog das Forças Terrestres a partir de original em inglês)

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Wellington Góes
Wellington Góes
9 anos atrás

Realmente impressionante!

Isto tende a facilitar a vida dos exércitos, diminuindo o apoio aéreo das forças aéreas. Bem como, estas últimas, terão menos aeronaves exposta ao fogo inimigo, bastando a localização dos alvos/forças inimigas por pequenos drones e/ou satélites.

Resta saber qual o custo disso, acho que não será tão elevado assim, se compararmos com o preço dos mísseis de cruzeiro lançados de aeronaves e navios/submarinos.

Até mais!!! 😉

Marcelo
Marcelo
9 anos atrás

mas a SDB I, se não me engano, é guiada por GPS, então não é tão flexível, como por exemplo, para atacar alvos móveis ou de oportunidade.
creio que a SDB II terá sensor múltiplo (IR/GPS/laser)

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Marcelo,
A SDB II terá sensor múltiplo como você disse, só esqueceu do sistema de radar ativo de onda milimétrica (MMW).
E claro, se num primeiro momento vão adaptar a SDB I para lançamento do solo, com certeza, mais pra frente, deverão mesmo adaptar a SDB II, que como você disse, é capaz de engajar alvos táticos móveis.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Não é tão Flexível? Como assim?

São 150 km de alcance…

…depois que a SDB estiver no ar ela irá “voar” (na verdade ela vai planar) para o alvo seja lá onde ele estiver dentro do referido alcance, inclusive na posição 6:00 com relação a SDB ou atrás de uma montanha, podendo ser um banker, artilharia, EAD, C2 inimiga, uma ponte ou até um complexo viário, etc…

… e depois dessa primeira fase seria muito ingênuo eles não usarem depois as SDBs II tb, com o envelope aumentando exponencialmente.

Mas tem um detalhe muuuuito importante ai, lá eles possuem sistemas e doutrina para Identificação e Designação para alvos avançados… não serão tiros no escuro… o disparo do GLSDB já terá endereço certo e só uma defesa de ponto na área do alvo poderá salva-lo. Coisa muito remota de acontecer.

A solução para esse caso é perfeita… não se criou um artefato novo, apenas pegaram o motor foguete do MGM-140 ATACMS que municia o MLRS e o colocaram na função de buster para a SDB que por sua vez, só precisa estar no voando para fazer o serviço… 🙂

Ps.: Bem que nós poderíamos adquirir umas SDB… pode ser da Vs 1 mesmo… 🙂

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

O sistema MLRS/HIMARS é capaz de lançar o míssil ATACMS, com 300 km de alcance, mas apenas 2 no MLRS e 1 no HIMARS.
Essa adaptação da SDB para lançamento do solo (GLSDB) permitirá que doze e seis, respectivamente, possam ser lançadas com pelo menos o dobro do alcance dos atuais foguetes guiados GMLRS, e com muito mais flexibilidade, inclusive, podendo trocar de alvos em voo, já que a SDB possui datalink de duas vias.
Uma característica interessante das SDBs é que são guiadas por GPS diferencial (DGPS), que usa estações no solo para refinar a precisão.
São pelo menos 10 vezes mais precisas que as JDAMs.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Rapá,

já… já… sai uma versão autopropulsada da SDB lançada do ar.

Grande Abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Bosco,

esse ATACMS com 300 km é o MGM-168 né, e não o MGM-140A ou B que foi o que provavelmente está sendo usado no GLSDB, correto?

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
O motor da GLSDB é do foguete M-26 comum mesmo, e não do ATACMS. Esse é muito calibroso e limitaria a quantidade de foguetes no lançador.
Cada bomba SDB pesa por volta de 130 kg, que é mais ou menos o peso da carga bélica do foguete M-26 original, composta por 644 submunições M77 DPICM.
O foguete M26 pesa 306 kg com a “ogiva de fragmentação” e não deve ter alterado muito seu peso com a adaptação da SDB .
Um abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
A diferença do MGM 140 do MGM 168 é só que o segundo tem ogiva unitária de 230 kg (tipo Harpoon) e alcance de 300 km (dizem que esse alcance nominal é para se adequar ao tratado de limitação de mísseis, mas que pode chegar a mais de 400 km), enquanto o primeiro é dotado de uma pesada ogiva de fragmentação com submunições M-74 e alcance de 170 km.
Os dois tipos são basicamente o mesmo míssil, só que a versão inicial (não existe mais) tinha um alcance de 130 km e não era guiada (algumas fontes afirmam que era guiada só por IMU). Hoje, todos são guiados por IMU/GPS.
Um abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Vlw Bosco…

agora já está dando para juntar melhor as partes… 🙂

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
O míssil ar-sup Spear, britânico, em fase inicial de desenvolvimento, tem a célula muito parecida com a SDB II (sendo pouco mais leve), sendo inclusive difícil diferenciá-los (salvo pelas pequenas tomadas de ar laterais no míssil britânico) e poderá ser lançado do lançador quádruplo da SDB, sendo propulsada por uma microturbina, que permite um alcance de até 150 km mesmo lançado de baixa altitude. Se lançado de grande altitude, provavelmente chegará a 250 km.
A SDB I e II para ter alcance de quase 100 km precisa ser lançada de grande altitude (ou no modo “arremesso”)
Além de ser propulsado outra diferença em relação a SDB II é que o Spear tem um sistema de orientação duplo (MMW e LSA), derivado do Brimstone DM, enquanto na bomba americana o sistema de orientação terminal é triplo (MMW, LSA, IIR).
Outra diferença é que a SDB tem uma carga bélica de 93 kg, enquanto o míssil SPEAR tem uma ogiva de 9 kg, também derivado do Brimstone. Claro, a ogiva teve que ceder lugar ao motor e ao combustível, que pode ser maior na SDB, que não os tem.
Isso faz com que a Spear seja específica para alvos táticos enquanto a SDB II tem uma capacidade destrutiva muito maior.
Pela ligação que há entre americanos e britânicos, com certeza essas duas armas irão se intercambiar é não é impossível que o SPEAR também não seja integrado ao MLRS, sendo possível seu lançamento do solo.
Isso ocorrendo, um alcance maio seria esperado, tendo em vista o míssil ser propulsado.
Um abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Bosco,

achei um pdf velhinho aki (do anos 90 🙂 )que me da o M-26A1 com 25 mn (45 km) de alcance, restando para a SDB cobrir as +ou- 56,5 mn (≈ 105 km) restantes para completar os tais 150 km de alcance do GLSDB, o que bate com o alcance nominal aproximado da SDB I lançadas do ar.

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

O problema em ficar aumentando o alcance em demasia é que em geral é preciso uma aeronave radar com capacidade “abertura sintética/indicador de alvos móveis”, como o E-8 JSTAR, voando próximo à fronteira entre amigos e inimigos, mas com baterias antiaérea como a S-300/400 dando sopa, fica difícil isso ocorrer, ainda mais se aquele míssil com 400 km de alcance e Mach 10 estiver operacional (parece que não está e não estará).
Há satélites dotados de radar SAR/GMTI, como o Lacrosse e outros, a salvo de mísseis sup-ar, mas devido ao custo e a complexidade, são em quantidade insuficiente.
Há ainda 3 Lacrosse em órbita.
Houvesse um programa avançado de radares espaciais, e o céu seria o limite para esse tipo de sistema.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
Se lançada de grande altitude e velocidade supersônica, como é corriqueiro no caso do F-22, é sabido que o alcance da SDB aumenta muito.
Provavelmente o foguete do M-26 pode colocar a SDB numa altura e numa velocidade maior que o possível com um caça “normal”.

Como visto no vídeo, o alcance linear deve ser bem maior que o alcance de 150 km, tendo em vista as manobras efetuadas pela “bomba”.
Isso ocorre por exemplo com mísseis cruise (inclusive antinavios), onde o alcance operacional do míssil é em geral só 2/3 do alcance máximo, já que o míssil pode usar uma trajetória alternativa e não fazer como mísseis balísticos, que são lançados em “linha reta”.
Se no vídeo foi mostrado uma bomba atingir um alvo a 150 km efetuando manobras bem “radicais”, e se aproximando do alvo usando uma rota “alternativa”, manobras essas que fazer a bomba perder energia, é aceitável supor que o alcance linear seja de pelo menos uns 200 km.
Chute!!!
Um abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Bosco, esse intercâmbio do Spear com SDB parece até o intercâmbio que viamos muito nos F-16 com GBU-12 e os Mavericks nos anos 90.

Mas agora o um Spear com alcance de mais de 200 km e que provavelmente estará sendo disparado contra um alvo tático e pequeno, provavelmente terá quer sua trajetória terminal guiada por um segundo vetor… sendo ele um UAV, um outro caça ou até tropas no solo não?

O que pode ser até uma vantangem, uma aeronave “A” já sem a sua carga recebe um pedido de apoio aéreo, mas o pacote seguinte está a uns 200 km da área que conta apenas com a dita aeronave “A” mas sem munição. A aeronave “A” passaria a funcionar como Waypoint Terminal para o Spear.

grande Abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Bosco,

acho que essa vunerabilidade de vetores como os JSTAR é uma das justificativas das capacidades de amplição dos elos da rede de informações dadas ao F-35, ele pode, em teoria, ficar no hot zone praticamente impune, ou com uma maior capacidade de sair impune. Desde que haja combustível rsrsrs… 🙂

E o pior é que armas como as SDB, Spear e JSOW podem contunuar a ser lançadas de um perímetro mais seguro pelos outro vetores sem as capacidades stealths do Lighting, mas com endereço certo, seja o alvo fixo ou móvel.

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
Eu acho que nem precisa de uma outra aeronave.
Esse tipo de arma é apelidada de “brilliant” e têm alto nível de IA, sendo capaz de reconhecer um alvo válido (ATA).
Vamos supor, um caça dotado de AESA e capacidade SAR-GMTI detecta uma coluna blindada a 150 km, se movendo a 30 km/h, e despacha suas 16 Spears, cada uma com a coordenada aproximada do seu alvo e “recomendada” a não atacar o alvo vizinho.
O lançador após acompanhar o “enxame” fazendo as correções necessárias via data-link faz meia volta enquanto os minimísseis cruise passam a voar de forma autônoma a 800 km/h, chegando a área alvo em cerca de 12 minutos, e lá, ativarão seus sensores no PIP (predicted intercept point) determinado, onde começarão a buscar seus alvos e a comparar os contatos com as ameaças armazenadas na “biblioteca”, e como são dotados de sensores autônomos (no caso do Spear, o radar de onda milimétrico – MMWR), se encaminharão aos alvos designados, podendo inclusive, no processo, trocar informações entre elas para que seja mínimo a possibilidade de mais de um míssil atacar um alvo.
Um míssil não achando alvos válidos, na área “liberada”, ele se autodestrói.
Na verdade funcionarão como os mísseis antinavios OTH.
Claro, nada é 100% e haverá algum nível de erro que eventualmente redundará em danos colaterais.
Coisas da guerra. rsrsrs
Um abraço.

Oganza
Oganza
9 anos atrás

Bosco,

sim… sim… concordo… mas que um F-35 pode fazer as vezes de um Controlador Aéreo Avançado em uma área muuuito quente e permitindo que aeronaves não furtivas possam lançar suas cargas stand off de um perímetro maior que 200 km… isso se converte em uma vantágem muito boa além de ser um grande multiplicador de poder aéreo.

Bom, mas isso seria em TO de alta intensidade, coisa que hj em dia está meio difícil da gente ver. kkkkkk

Grande Abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Oganza,
Quanto ao F-35 e até ao F-22, sem dúvida!
Terão sim esse papel num conflito de alta intensidade.
Um abraço.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
9 anos atrás

Imaginem que delícia deve ser um sistema de saturação lançando dezenas, talvez mais de centena dessas coisinhas maravilhosas na cabeça de facínoras como ISIS e Boko Haram.

Com um F-35 atuando como FFAC

O ser humano é um bicho criativo mesmo.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
9 anos atrás

Esse sistema pode ser usado à partir de navios também?

Ivan
Ivan
9 anos atrás

Bosco e Oganza,

Uma possibilidade é ter um VANT (UAV) furtivo como o Sentinel ou simples e ‘barato’ como o Predator usando os sensores sobre a linha de frente e se comunicando com centros de controle recuados em terra ou aerotransportados.

Abç., Ivan.

Bosco Jr
Bosco Jr
9 anos atrás

Ivan,
Sem dúvida cabe a operação conjunta com VANTs, mesmo porque a SDB II tem um canal a laser semi-ativo, justamente para que possa ser designada por uma aeronave ou por tropas em terra, principalmente em operações assimétrica.
Nas operações de alta intensidade, a tônica, creio eu, será na operação autônoma.

Rafa,
Há um programa antigo chamado de POLAR, que visava desenvolver a capacidade do GMLRS de ser lançado pelo sistema VLS Mk-41, com 4 “foguetes” por célula.
Ou seja, é sim possível que esse sistema integre os navios dotados de lançadores verticais.

Groo
Groo
9 anos atrás

Realmente um gamechanger, como o título do vídeo diz.

E tudo isso desenvolvido a partir de sistemas já operacionais, ou seja, com um risco muito baixo.

Sendo usado em cenários de baixa intensidade ele pode substituir boa parte dos aviões hoje empregados, diminuindo custos e o desgaste político de um eventual piloto capturado.

O sistema ainda é móvel, dificultando algum tipo de fogo de contra bateria ou mesmo sua destruição, em um conflito de maior intensidade, em um cenários remotíssimo onde o domínio aéreo seja disputado.

Este sistema ainda pode ser protegido pelo sistema de defesa laser contra pgms e uavs inimigos em desenvolvimento.