Do rap à jihad
Os irmãos Chérif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, já eram conhecidos da polícia. Os supostos autores do ataque terrorista contra o semanário satírico Charlie Hebdo estavam entre o grupo de centenas de suspeitos jihadistas que a polícia vigiava há bastante tempo.
Chérif, o mais novo dos irmãos, era um jovem fã de rap até que cruzou com Farid Benyettou, que o apresentou à rede jihadista Buttes-Chaumont e o convenceu a viajar ao Iraque. Em 2005, quando Chérif, que mudou de nome para Abu Issen, estava prestes a tomar um voo para Damasco, foi preso e ficou detido por um ano e meio.
Quando foi liberado, começou a trabalhar na peixaria de um supermercado. No julgamento, realizado em 2008, foi condenado a três anos de detenção, mas não chegou a cumprir porque foi descontado o tempo que passou em prisão preventiva.
Dois anos depois, foi processado novamente, acusado de colaborar na fuga de Smain Ait Ali Belkace, um ex-membro do Grupo Armado Argelino (GIA), condenado à prisão perpétua por um atentado em 2002, no metrô de Paris, que deixou 30 feridos. Em 25 de maio daquele ano, voltou para a prisão, mas foi libertado meses depois, em 11 de outubro, por falta de provas.
“Era um aprendiz de perdedor, um garoto de recados com um boné, que fumava haxixe e entregava pizzas para comprar drogas. Um cara sem noção que não sabia o que fazer com sua vida, e que um dia encontrou pessoas que o fizeram se sentir importante”, conta seu antigo advogado, Vincent Ollivier, de acordo com o Le Parisien.
FONTE: brasil.elpais.com