Sem tanques, Exército colombiano recorre ao Cascavel para vigiar fronteira com a Venezuela
Roberto Lopes
Exclusivo para Forças Terrestres
O Exército colombiano ativará, no primeiro semestre de 2015, uma unidade de reação rápida e composição mista – “Armas Combinadas”, como chamam os militares colombianos –, alicerçada na mobilidade dos blindados sobre rodas Cascavel, de origem brasileira, que integram a dotação do Grupo Blindado “General Gustavo Matamoros D’Costa”, do município de Albania – departamento de La Guajira –, a apenas 184 km da fronteira com a Venezuela.
A chamada Fuerza de Tareas de Armas Combinadas (Força Tarefa de Armas Combinadas) será um contingente apto a acionamentos de pronta resposta no vasto Deserto Guajiro (também conhecido como “deserto do Caribe”). Por isso o padrão de camuflagem de suas viaturas é o da cor areia (cáqui), também adotado por unidades dos Exércitos do Chile e do Peru na fronteira entre os dois países.
Mês passado, o próprio chefe do Exército chileno, general Humberto Oviedo Arriagada, inspecionou o Grupo Matamoros em sua sede, no Forte Buenavista. A unidade, nível batalhão reforçado, está subordinado à 10ª Brigada Blindada da 1ª Divisão de Exército.
O Grupo foi criado há pouco mais de dez anos e equipado com diferentes versões (artilhadas e não artilhadas) do utilitário leve americano Humvee, Cascavéis e caminhões pesados. Na Colômbia o blindado brasileiro recebeu, em 2010, uma torre ET-90 – dotada do sistema NVG para operação noturna –, e dispositivo de aperfeiçoamento de pontaria para aumentar a eficiência do canhão de 90mm.
Disputa – O assunto do aproveitamento do Grupo Blindado Matamoros como eixo central da nova Força Tarefa de La Guajira reacende, em círculos decisórios do Ministério da Defesa colombiano, o debate sobre a falta de um carro de combate nos agrupamentos blindados da força terrestre local.
Em setembro de 2012 o Ministério da Defesa alemão transferiu, às pressas, seu Adido em Buenos Aires (um piloto da Marinha alemã) para Bogotá, porque se convenceu de que o Exército colombiano estava prestes a fazer uma grande aquisição (em torno de 60 unidades) de carros de combate. Parte das viaturas seria alocada ao Grupo Blindado de Albania.
Os germânicos esperavam vender à Colômbia lotes excedentes (na Europa) do carro Leopard 2A4. Mas essa expectativa, que se prolongou por todo o ano de 2013 e envolveu a visita de dirigentes da empresa Krauss-Maffei Wegmann, de Munique, à capital colombiana, acabou prejudicada por uma oferta feita pelo Exército chileno, de transferir quase cem tanques Leopard 1A5 (sobras de um lote inicial de 200 viaturas adquiridas na Alemanha entre 1999 e 2000), a um preço unitário bem menor que o dos Leopard 2.
Berlim oferecia a versão A4 do Leopard 2 por 1,58 milhão de dólares, enquanto os chilenos não cobravam mais do que meio milhão de dólares por cada um dos seus Leopards 1A5…
Por fim, nenhuma das ofertas prosperou. Lidando com restrições orçamentárias, os generais colombianos optaram por adquirir duas partidas de viaturas blindadas sobre rodas de fabricação americana para mobiliar unidades destacadas em regiões de selva ao longo da fronteira venezuelana, fora da Península de La Guajira. O assunto da aquisição de carros de combate para o nordeste da Colômbia foi temporariamente congelado – sem data para ser retomado –, mas nos círculos diplomáticos de Bogotá admite-se que isso possa vir a acontecer no decorrer de 2015.
Boas noites Senhores,
Não faz muito tempo, oficiais generais do EB, estavam procurando de luz acesas um lote de MBT Leo 1A5 em bom estado… eis aí a oportunidade para criarmos pelo menos uma nova brigada.
CM
Claudio Moreno 29 de dezembro de 2014 at 23:02 #
Pô meu, mas aí não seria mais adequado o tal do lote dos Leopard 2A4 alemães? Os 1A5 já seriam de “terceira mão”, mesmo barato me parece caro.
To com o Eparro, prefiro o lote de Leo 2A4,mas, a quantidade de Leo 1A5 é boa para se ter uma quantidade de peças de reposição e se criar mais uma brigada, pra nossa realidade da AL ta bom demais.
Sds
Bom dia Senhores! Contagem regressiva para o fiim deste anos difícil. .. Grande EParro e Eduardo, achei muito legal a colocação de ambos! Realmente a primeira vista, parece jogar dinheiro fora. Porém eu vou pelo lado prático e vivenciado… 105 & 120mm é a mesmo coisa na hora do mata mata. O que vale mesmo entre os dois são: alcance, meios capazes de atingir o alvo no primeiro disparo, imobilizá-lo ou preferencialmente destruí-lo. Aí entra a razão de ser um MBT blindagem. ..sou da opinião de melhorar a blindagem do Leo 1A5 dispormos de um número maior de MBT’s algo… Read more »
Talvez se os Leo 1AV do Chile tivessem as mesmas especificações do 1A5 do EB seria um bom negócio, mas, pelo que o pouco que sei, isso não é verdade.
Se não me engano os LEo 1AV são uma modernização realizadas pelos holandeses.
Isso criari problemas logiscos semelhantes que causaram a aposentadoria dos Leo 1BE que o EB tinha anteriormente.
Sds.
Os unicos veiculos de transporte de tropas que eu vejo nas cidades da Colombia, sao os Urutus e os Cascaveis.
Os “tanques” nao sao aptos para a topografia colombiana. .
Caro Tadeumar poderia dizer porque os tanques não seriam aptos?
Caro Rafael Oliveira,
Na minha modesta opniao, como ex-militar da Arma de Cavalaria, durante minhas viagens por varias cidades da Colombia, pude observar que a maioria das regioes sao topograficamente muito acidentadas.
Muitas montanhas, com inclinacoes elevadas (de mais de 45 graus), e solo poroso, que transformam em verdadeiros rios de lama durante a temporada de chuvas.
Os veiculos sobre rodas, do tipo Cascavel; os quais a Colombia possui um bom numero, sao os mais adequados para locomover rapida e eficazmentente o poder de fogo necessario para apoio de Infantaria.
Amigos,
Tenho uma pergunta: o que fizeram com os M-41C do EB???
O EB possuia uns 300 tanques M-41C na Arma de Cavalaria.
Na minha epoca (1973), era o que tinhamos para ir a uma guerra, antes dos Leopard, e do Osorio, que nunca se materializou.
Prezado Tadeumar. Com todo respeito, apesar de nunca ter sido militar, de tudo que eu já li a respeito, a lagarta traciona melhor na lama do que blindados sobre rodas (maior área de contato e menor pressão no solo). Quanto à rampa, as lagartas costumam oferecer pequena vantagem, mas praticamente não há diferença (cerca de 60°) Já quanto à obstáculos verticais e trincheiras, a lagarta oferece grande vantagem sobre as rodas. As vantagem dos veículos sobre rodas dizem respeito ao custo de aquisição e manutenção e de seu desempenho superior em estradas, em termos de velocidade. Sendo assim, se nesse… Read more »
Rafael Oliveira – nota 10! Ha algum tempo atraz eu postei neste blog um estudo que mostra a vantagem da lagarta sobre as rodas na questao de pressao sobre o solo.
Obrigado, Bacchi.
Eu já li comentários seus a respeito desse tema aqui no Forte, inclusive um bem abrangente, com uma série de dados de pressão no solo de muitos MBTs e blindados (deve ser esse que você está falando).
Sem dúvida, você e outros colegas daqui do fórum forjaram uma boa parte do que sei sobre esse assunto.
Preazado Rafael Oliveira, Gostei da sua analise. Eu vejo os tanques como um veiculo excelente em terrenos planos, ate mesmo na lama, e existe muito terreno (area) no Brasil, apropriado para o deslocamento de Brigadas inteiras e o engajamento em combate, do tipo classico entre tanques, ou seja em planices. Talvez eu nao tenha me expressado bem. Nao vejo essa vantagem em Colombia, ou seja, a topografia e tao acidentada que ate mesmo difuculta o deslocamento dos Cascaveis e penso que seria pior para os tanques. Eu entendo que um maior ponto de contato com o solo,(largatas) gera uma maior… Read more »
A diferença dos blindados está no peso.
Obrigado Tadeumar. Mesmo não entendendo exatamente o que você quis dizer com topografia acidentada (não entendi se fala de obstáculos off-road ou do relevo de forma geral, morros, montanhas, vales, etc), o blindado sobre lagartas sempre terá melhor capacidade de superar obstáculos do que os veículos sobre rodas. Falando sobre física, maior atrito não gera maior peso, que continua o mesmo (é o produto da massa do veículo com a aceleração da gravidade). De qualquer forma, não sei dizer se há maior atrito entre uma lagarta e o solo do que entre uma roda e o solo – aliás, sequer… Read more »
Olá Senhores uma boa noite a.todos,
Entre rodas e largatas. ..vou sempre de largatas. Para estas quase sempre não há obstáculos, o inconveniente é a mobilidade em comparação com um blindado sobre rodas.
CM
Em tempo: Uma boa opção seria o Scorpion II. Com sua torre em alunimio e largatas mais largas a pressão sobre o solo é baixa. Além de ter a conveniência de ser armado com o mesmo canhão do Cascavel.
CM
O ponto fraco das lagartas, que o tadeumar nao conseguiu explicar, eh o do maior atrito de rolamento que o das rodas. Este inconvenientr se reflete num. maior consumo de combustivel. Foi este um dos fatores que levou o exercito estadunidense a escolher veiculos sobre rodas para suas Brigadas Stryker.
Grande mestre Bacchi,
Sempre bom ouvir teus comentários…realmente é o único contra ponto. Quero aproveitar a oportunidade para desejar a todos votos de um ótimo ano de 2015. Sei que parece dificil mas façamos nós a nossa parte.
CM
Atrito de rolamento – essa informação me faltava. Obrigado, novamente, Bacchi. Encontrei um trabalho de um aluno da Poli-USP sobre veículos sobre lagartas. Segue um excerto e o link: “Uma das principais características no uso de lagartas para a locomoção é que elas distribuem o peso do veículo sobre uma área consideravelmente maior, reduzindo a pressão sobre o solo e ao mesmo tempo aumentando a tração, já que há uma área de contato muito maior. Isso tudo faz veículos com lagartas ideais para a locomoção em terrenos macios, de baixo atrito e acidentados. Ao mesmo tempo possuem a desvantagem de… Read more »
Amigos,
Desculpem minha falta de habilidade para expressar algo tao simples.
Primeiro por causa do meu teclado, o qual nao possui os acentos.
Segundo, por causa da minha memoria. Nao me lembro de todos os substantivos e adjetivos adequedos, o que me dificulta as vezes trabalhar com conceitos que nao vejo ha varios anos.
Terceiro, ja faz muito tempo que nao leio nada sobre o tema.
Agradeco a ajuda dos amigos, mas tenho uma duvida:
Todo veiculo que possui mais contato com solo (seja com rodas ou largatas), gera mais resistencia ???
A questão toda está no peso. Um Leopard 1A5 pesa aproximadamente 40 ton., contra umas 12 ton. de um Cascavel.
Marcos, Peso é relativo. O Leopard 1 é um blindado de 40 toneladas (versões iniciais) a 43 toneladas (versões finais), tracionado por lagartas. O Centauro, por exemplo, é um blindado italiano de 24 toneladas (simples) a 29 toneladas (com blindagem extra), tracionado por rodas, na verdade 8 (oito) rodas. Ambos são artilhados com peças de 105mm, mas a tração é diferente. Um foi criado para ter mobilidade tática, avançar em qualquer terreno, manobrar fora da estrada suportando uma blindagem mais expeça, enquanto o outro foi criado para ter mobilidade estratégica, se deslocar rapidamente por estradas para cobrir um extenso litoral… Read more »
Amigos,
É sempre bom dar uma olhada no mapa.
Este é político, dividido por departamentos, mostrando a Colômbia e seus dois vizinhos mais belicosos, Venezuela e Equador.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6e/Ecuador_Colombia_Venezuela_map.svg
Sds.,
Ivan, o mapento.
Este outro mapa mostra o relevo e rios:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3e/Mapa_de_Colombia_%28relieve%29.svg
Observem que há muitas elevações e uma vasta área de floresta amazônica. Entretanto há vales entre elevações, bem como uma grande península, La Guajira, que se projeta sobre o Golfo da Venezuela e com costa norte/noroeste para o Mar do Caribe.
Sds.,
Ivan, mapento e persistente.
Uma descrição ‘wikipediana’ do relevo da Colômbia: “Na Colômbia, na sua extremidade norte estão os Andes que dividem-se em três ramos principais: as cordilheiras Ocidental, Central e Oriental.” “A cordilheira Ocidental estende-se do Equador até a planície do mar das Antilhas, seguindo aproximadamente a linha do Pacífico. Ao sul é franqueada por íngremes camadas paleozóicas e mesozóicas. O Nevado del Cúmbal, perto da fronteira com o Equador, atinge 4.893m.” “A cordilheira Central ou Quindío, a mais alta das três, é separada da Ocidental pelo vale do rio Cauca e da Oriental pelo vale do rio Magdalena, terminando em colinas baixas… Read more »
Vende o Cascavel que estamos descontinuando para eles, ai o Tio David vai lá ou aqui e da um Upgrade geral e ponto.
A Venefavela tá quebrada e a briga vai ser entre eles.
Fora a fuga para os vizinhos, haja ……….. Haiti, Angolanos, África Ocidental, Bolívia, Argentinos, estamos fud……..