Odebrecht assina contrato para atualização e continuidade de testes de avaliação do Sistema MSS 1.2 AC
Lote-piloto fornecido ao Exército e à Marinha será avaliado em 2015
A Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), através da sua subsidiária Mectron, de São José dos Campos, assinou com o CTEx – Centro Tecnológico do Exército Brasileiro um novo contrato que dá continuidade aos ensaios de avaliação do lote-piloto do Sistema de Armas Míssil Superfície-Superfície Anticarro MSS 1.2 AC produzido pela empresa e entregue, no decorrer de 2013 e 2014, ao Exército Brasileiro e também ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
Esse contrato prevê o desenvolvimento de um giroscópio (dispositivo usado para indicar as mudanças de rolamento do míssil) com novos requisitos técnicos, bem como sua fabricação e atualização nos mísseis já entregues a serem usados no processo de avaliação. Prevista para ser finalizada em 2015, esta avaliação consiste de uma série de ensaios e testes de caráter técnico e operacional, incluindo em sua parte final lançamentos de vários mísseis contra alvos. A grande maioria dos testes é realizada no Campo de Provas da Restinga da Marambaia/RJ.
O MSS 1.2 AC é um sistema de armas para lançamento de míssil superfície-superfície, anticarro, de médio alcance, guiado a laser, para uso por tropas em solo ou embarcado em viaturas. É composto pela munição (míssil e tubo lançador) acoplada a uma unidade de tiro para mira e disparo, resultando em um sistema leve, de fácil transporte e rápida entrada/saída de posição. Sua guiagem do tipo “beam-rider” é altamente imune a contramedidas e seu sistema de propulsão, que não deixa rastro de fumaça, proporciona segurança ao atirador evitando que sua posição de tiro seja identificada.
Além de munições e unidades de tiro, também foram entregues ao Exército e à Marinha equipamentos de teste e simuladores para treinamento de atiradores.
DIVULGAÇÃO: CDN
Desenvolvimento interessante mas parece gigante perto de outros sistemas anti-carro que existem por aí. A portabilidade não deve ser assim tão fácil.
Não entendi seu comentário de “gigante”!!!
É um missil portatil. O conjunto unidade processadora + missil pesa menos de 50 kg.
Bacchi,
24 kg para o míssil e o tubo e 28 para a unidade de tiro, que soma 52 kg, para um míssil com 2000 m de alcance e que não inclui uma mira térmica é bem pesadinho se comprado com outros que têm alcance maior e já vem com mira térmica.
Por exemplo:
Javelin, com 2500 m (provavelmente até 4750 m) e 23 kg;
Spike MR/LR, com 2500/4000 m e 27 kg;
Milan ER, com 3000 m e 21 kg.
Uma coisa que eu gosto do MSS 1.2 AC é a configuração tipo periscópio da unidade de tiro.
Essa configuração pode até ser dispensada em mísseis muito leves, como o Javelin,por exemplo, mas acho ideal para mísseis guiados por LOS, seja via “comando”, seja via laser beam rider.
A maioria dos mísseis antitanques médios ocidentais não possui essa característica. Ex: TOW, Bill, Milan, MAPATS, Erix.
Essa característica é mais usada pelos russos, como nos mísseis Kornet, Spigot, etc.
Parece bobagem, mas nos tempos de câmaras de imagem térmica é interessante que o operador possa permanecer oculto, principalmente quando tem que ficar acompanhando o míssil até que haja o impacto. Essa configuração tipo periscópio facilita a ocultação do operador.
Bosco,
eu gosto muito do design do Bill, mas akela coisa nanica (pra função que tem) é realmente efetiva contra um MBT?
Outra coisa é esse projeto do MSS 1.2. Gosto dele no sentido de que ele sozinho e no geral não é preponderante para uma resolução global de alguma peleja, mas as tecnologias envolvidas nesse primeiro modelo e em possíveis upgrades possibilitam o desenvolvimento de diversas tecnologias que de fato podem ser aproveitadas em outros sistemas que beneficiem as 3 forças. E o melhor é que isso é possível a um custo relativamente muito baixo ante a certos Programas.
Grande Abraço
Ops Bosco,
me confundi, não é o Bill, é o NLAW (Next Generation Light Anti-tank Weapon).
Acho que me confundi por ambos serem da SAAB. 🙁
Grande Abraço.
Oganza,
Como houve um certo negligenciamento da blindagem na parte superior dos MBTs, motivado por uma série de fatores, houve uma aposta nos sistemas que adotam o método de ataque na parte superior do veículo, seja o método OTA (overfly top attack), como no Bill 2, no NLAW, no TOW 2B, etc. ; ou os sistemas que adotam o “perfil de voo alto e ataque por cima” (top attack flight profile), como no Javelin, no Spike MR/LR/ER, etc.
Essa mudança de abordagem permitiu que mísseis portáteis pudessem continuar a ser efetivos contra os mais novos MBTs, garantindo o sucesso, por exemplo, do Javelin. Até a década de 90 se acreditava que seria impossível a um míssil do porte do Javelin ser capaz de deter um MBT moderno, principalmente tendo em conta o desempenho sofrível do míssil Dragon.
Mesmo o TOW, se for usado hoje contra modernos MBTs, terá que se valer da sua versão TOW 2B, que usa o método OTA para garantir o sucesso.
Acreditava-se que só projéteis cinéticos disparados de canhões de grosso calibre e mísseis com o porte de pelo menos um Hellfire (45 kg, 178 mm de diâmetro e ogiva HEAT de 9 kg) é que teria chances contra a blindagem frontal de um moderno MBT, e que os mísseis portáteis estavam fadados à obsolência.
Com a abordagem de atacar MBTs por cima, na época considerada heterodoxa, a coisa mudou completamente de figura e hoje os MBTs voltaram a ser “preza fácil” de uma série de armas de pequeno porte, entre elas as submunições Skeet, com menos de 4 kg, e o “míssil” NLAW, dentre vários outros.
Agora, o grande desafio são os sistemas de proteção ativos. Até agora não se sabe qual será a resposta dos fazedores de mísseis para neutralizar esse tipo de proteção.
Pelo menos no âmbito teórico, o MBT voltou a estar na dianteira dessa corrida maluca com o soldado de infantaria.
Um abraço.
“presa fácil” e não “preza fácil”.
Perdão!!!
Mas já há uma série de possibilidades e quem saiu na frente foram os russos, com o RPG-30, embora os israelenses dizem que já desenvolveram um sistema de proteção ativa capaz de proteger o veiculo dele.
Blz Bosco,
é engrassado como sempre tem os “visionários” que dizem que determinada coisa será, obsoleta em “x” anos… se acertam, são Gênios, se erram são execrados… vidinha engrata essa 🙁
Mas como eu disse, fiquei surpreso com design do NLAW, apesar de seu alcanse nominal ser bem menor, mas em contra partida seu peso tb é muuuito menor e permite uma mobilidade em um ambiente urbano por exemplo muito maior e essa característica é muito bem vinda, acho eu.
Penso que ele não é um concorrente a sistemas como Bill ou Javelin, acho que são complementares.
Sobre o sistema de proteção ativa de Israel que falaste, é o Iron Fist? Já vi e li algumas coisas sobre ele, se faz tudo akilo é outra história 🙂
Já esse russo, nunca vi nada. 🙁
Grande Abraço.
Cara…
O “Leo” continua sendo avaliado???
Assim vai acabar batendo o tempo de desenvolvimento do “Piranha”.
Se é que esse míssil tenha se tornado operacional, em algum momento qualquer.
Bosco- o alcance do M.S.S. 1.2 AC (Leo) é de 3.000 m e não de 2.000 m.
Oganza,
O sistema que intercepta o RPG-30 é dito ser designado de “Trench Coat”. Deve ser alguma adição no sistema Trophy, que consegue cobrir uma mesma área simultaneamente, com mais de um interceptador. Desse modo podendo se contrapor à ameaça dupla do RPG-30.
Voltando ao NLAW, ele é derivado do conceito do FGM-172 SRAW (Predator), que é usado (de forma limitada) pelas forças armadas americanas, e que prevê um míssil portátil para complementar o Javelin e mais adequado à guerra urbana, e com igual capacidade de neutralizar um MBT moderno.
O conceito adota um míssil estabilizado por sistema inercial usando a método PLOS (predicted line of sight), lançamento “soft” e com ogiva tipo OTA (overfly top attack).
Esse conceito é usado também no Spike SR, de Israel.
A França adotou um míssil guiado, o Erix, para preencher o gap entre os “lança-rojões” e o míssil antitanque médio.
Existe alguma previsão do MSS ser lançado por helicópteros?
Seria taticamente prático se disparar um míssil beam-rider dos Fennec ou Pantera?
Vale salientar que com a guerra ao Terror os EUA não sentiram necessidade de adquirirem o Predator (FGM-172) e hoje só o USMC o opera em quantidade reduzida e assim mesmo só na versão de tiro direto. Se é que também já não o abandonou.
Esse abandono também se deve ao sucesso do Javelin, que embora pesando o dobro e muito mais caro, se mostrou mais flexível do que se imaginava a princípio, mostrando não ser tão necessário assim um complemento de curto alcance/guerra urbana.
Fato é que sem o Predator, o Javelin é o menor sistema à disposição das forças armadas americanas capaz de consistentemente neutralizar um MBT, já que os “lança-rojões” disponíveis (M-72, AT-4, SMAW, Carl Gustav, M-141) não têm ogiva para enfrentar a blindagem mais espessa dos novos MBTs, sendo configurados para a guerra assimétrica.
Renato,
Há alguns anos falou-se de uma versão lançado de helicóptero, designada de MAS-5.1, que parece não foi adiante.
Esse míssil teoricamente teria pelo menos o dobro do alcance da versão MSS-1.2.
Obrigado Bosco, taticamente como isso fuciona de um helicóptero? Ele não ficaria muito tempo exposto enquanto tem que manter o míssil alinhado no alvo?
Pode ser meio segundo, mas seria meio segundo exposto, não?
Renato,
Ele tem que ficar exposto durante todo o tempo de voo do míssil, do lançamento ao impacto.
Mísseis que usam o método CLOS (fio ou RF) ou laser beam rider obrigam o lançador a ficar praticamente imóvel.
Isso significa para o MSS-1.2 uns bons 20 segundos.
O TOW e o HOT ainda são usados no Ocidente a partir de helicópteros e obriga o helicóptero a ficar “imóvel” por dezenas de segundos no limite do alcance.
Os russos usam esses métodos em seus mísseis lançados por helicópteros (CLOS/RF no Spiral e LBR no Vikhr), mas eles são supersônicos, o que reduz o tempo de rastreamento do alvo.
Hoje, a tendência em mísseis lançados de helicópteros são os guiados por laser semi-ativo ou de terceira geração (imagem IR ou radar de onda milimétrica).
O M.S.S. 1.2 AC (Leo) alcança 2.000 metros em 9,5 segundos e 3.000 metros em 16 segundos.
Renato,
Mísseis como o TOW e o HOT , de segunda geração (SACLOS), são guiados por fio e obriga que todo o helicóptero se exponha.
No caso de mísseis guiados por CLOS via RF e por LBR (laser beam riding) não há uma conexão física com o míssil e teoricamente seria possível lançá-lo e rastreá-lo via uma unidade de direção montada no mastro, o que ocultaria o helicóptero em si, já que um helicóptero pairado é detectado via radar doppler pelo giro dos rotores, e por câmeras de imagem térmica, pelas partes mais quentes. Usando um sensor/mira montado no mastro o helicóptero poderia ficar praticamente oculto de observação e à salvo das defesas antiaéreas, escondido atrás do relevo.
Isso é em teoria, porque na prática nunca foi feito. Nem os russos, que usam mísseis guiados por CLOS via RF e por LBR, usam miras no mastro do rotor, e quando lançam seus mísseis eles expõe toda a célula do helicóptero.
Mesmo tendo um sensor no mastro, um hipotético helicóptero armado com mísseis guiados por fio teria que se expor durante a fase de engajamento (do lançamento ao impacto), mas pelo menos durante a fase de detecção e de classificação dos alvos ele ficaria protegido, o que limitaria o tempo de reação da defesa.
Isso foi tentado com o Hughes 500 (http://www.parlier.com/web_resources/500md.jpg) mas não teve grande sucesso, e que eu saiba todos os outros helicópteros que usam mísseis guiados por fio têm seus sensores ou no teto ou no nariz, o que torna a aeronave exposta durante todo o processo, da detecção ao impacto, deixando-a mais vulnerável à defesa antiaérea.
Não é à toa que mísseis guiados por fio lançados de helicóptero está em franca decadência.
O sistema optrônico montado no mastro é usado, por exemplo, no OH-58D, mas serve para designar alvos para os mísseis hellfire, lançados por ele mesmo e pelos Apaches.
Valeu Bacchi!
Quase que eu acerto meu chute. rsrsrss
Aumentei só quatro segundos.
Um abraço.
Obrigado pela informação gente.
Imagino como a tripulação dos helicópteros deve achar essas dezenas de segundos longas.
Renato,
Realmente!!
Por isso que hoje a tendência é se usar mísseis antitanques a partir de helicópteros com orientação autônoma.
O laser semi-ativo como usado no Hellfire ou no Mokopa já ajuda, mas ainda é restritivo.
Só de curiosidade, os mísseis “antitanques” lançados por helicópteros são:
Guiado por CLOS/fio:
TOW – 4 km – subsônico
HOT – 4 km – subsônico
Guiado por CLOS/RF:
Spiral – 7 km – supersônico
Guiado por laser beam riding:
Vikhr – 7 km – supersônico
Guiado por laser semi-ativo:
Hellfire – 9 km – supersônico
Mokopa – 10 km – supersônico
LAHAT – 8 km – subsônico
HJ-10 – 10 km – supersônico (????)
Guiado por radar milimétrico:
Hellfire Longbow – 9 km – supersônico
Guiado por radar milimétrico e laser semi-ativo:
JAGM incremet I – 9 km – supersônico
Brimstone Dual Mode – 10 km – supersônico
Guiado por IIR (fire and forget)
PARS-3 – 7 km – subsônico
Guiado por IIR com data link de fibra ótica:
Spike ER – 8 km – subsônico
Guiado por IIR com data link de RF:
Misrak U – 8 km – subsônico
Helina – 8 km – subsônico
Guiado por IIR, MMWR, LSA, com data-link RF:
JAGM – 16 km – supersônico
Além desses mísseis que citei, há uma série de mísseis táticos menores, além de foguetes guiados, que não são misseis antitanques.
Ex de “mini” mísseis táticos : LMM, Griffin, etc.
EX de foguetes guiados: DAGR, SPKW, CATR, Cirit, Talon, Zuni Laser, LOGIR, STAR, etc.
Correção: SPKW = APKWS
rsrsssss
Bosco, quem fabrica os mísseis Misrak U e Helina?
Grande abraço
Juarez,
O Misrak U é turco e o Helina é indiano.
O Misrak já deve estar operacional mas o Helina com certeza ainda não.
Um abraço.