Comboio de 280 caminhões com ajuda humanitária russa parte para Ucrânia
MOSCOU/KIEV (Reuters) – Um comboio russo de 280 caminhões transportando ajuda humanitária partiu para a Ucrânia na manhã desta terça-feira, informou a agência de notícia Itar Tass.
“Foi tudo acertado com a Ucrânia”, disse o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, segundo a rádio FM Business. Na segunda-feira, os Estados Unidos alertaram que qualquer intervenção russa na Ucrânia sem o consentimento de Kiev seria “inaceitável” e uma violação às leis internacionais.
O comboio será acompanhado por representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), de acordo com um mediador. O carregamento russo assim como ajuda dos Estados Unidos e da União Europeia serão entregues sob a supervisão da Cruz Vermelha Internacional e escoltados por representantes da OSCE até a cidade de Luhansk, disse à agência de notícias Interfax o ex-presidente ucraniano Leoni Kuchma.
FONTE: Reuters.com
Uma pergunta aos amigos frequentadores do Forte. Será que esse não vai ser a “falsa bandeira” para o Putin usar como pretexto para invadir o leste da Ucrânia? Utilizar o comboio como chamariz e atacá-lo em território ucraniano (através dos “rebeldes”) e ter assim um motivo “humanitário” para a invasão? Fica o questionamento aos nobres. Abraço.
Ajuda humanitária? Aham…sei.
Alexandre,
Sim, é possível e provável.
Esta semana havia um comboio de “ajuda humanitária” russa para Luhansk ou Donetsk com nada mais nada menos que tanques T-64 (os mesmos usados pelo exército da Ucrânia) e blindados de transporte de tropas BMP2.
Aparentemente este comboio é uma forma de ajudar os civis que estão no meio desta zorra, desarmando o argumento de Moscow que pretendia manda blindados.
Outro fator importante é despoletar a justificativa “humanitáira” de uma invasão pelo Exército Vermelho.
Segundo a OTAN há entre 20.000 e 25.000 tropas russas no outro lado da fronteira. O chefe da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista à Reuters declarou que considera o risco de uma intervenção militar russa no leste ucraniano. Suas palavras foram:
“Nós vemos os russos desenvolvendo a narrativa e o pretexto para tal operação, sob o pretexto de uma operação humanitária, e vemos uma escalada militar que poderia ser usada para realizar tais operações militares ilegais na Ucrânia”.
Kiev alega que são 45.000 soldados russos na fronteira, formações completas de exército regular, com tanques, blindados de infantaria, artilharia autopropulsada, sistemas de mísseis e helicópteros.
Os números apontados pelo porta-voz militar ucraniano Andriy Lysenko para a mesma Reuters são:
160 tanques,
1.360 veículos armados,
390 sistemas de artilharia,
até 150 lançadores de míssil,
192 aeronaves de combate
e 137 helicópteros de ataque.
As forças armadas ucranianas isolaram Donetsk de Luhansk, bem como tentam manter um corredor sanitário ao longo da fronteira com a Rússia. Mas como são poucas tropas o que tem feito é apenas isolar, sem poder fechar um cerco rigoroso ou mesmo atacar para tomar áreas fortificadas. O que no final é melhor, com menos fatalidades, principalmente entre civís.
A situação está tensa no leste da Ucrânia.
Pode acontecer qualquer coisa, inclusive nada.
Sds.,
Ivan.
Um mapa para ajudar:
http://socioecohistory.files.wordpress.com/2014/03/ukraine-percentage_of_population_russian.jpg
Sds.,
Ivan, o mapento.
Observar que este comboio que é tratado na matéria é de caminhões “civis”, provavelmente com carga negociada entre Kiev e Moscou, inclusive com ajuda humanitária do ocidente.
Sds.,
Ivan.
Obrigado Ivan pela explanação. Também pensei na hipótese levantada por você. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Olha,olha o cavalo de Troia!!
Eduardo,
” Cavalo de Troia !! ”
É um risco, sem dúvida, mas Kiev optou por concordar com um comboio de caminhões de transporte possivelmente para evitar uma desculpa (um motivo) para Moscou alegar uma intervenção direta.
Este carregamento é “acompanhado por representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)”, o que pode dar um aviso se parte da carga for desviada ou venha a ser composta de itens pouco humanitários, como munição e explosivos.
Russos e ucranianos suspeitam uns dos outros por que se conhecem muito bem, desde antes da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas quando integravam o mesmo exército vermelho.
Neste sentido existe uma manobra tradicional russa no que se refere a combates, chamada “Maskirovka”, algo como ‘mascarada’, em que tentam por todos os meios criar confusão entre as tropas inimigas para depois atacar numa posição de vantagem.
Claro que os ucranianos a conhecem e, certamente, a usarão se necessário.
Então todo cuidado é pouco.
Sds.,
Ivan Ivanovich.
Em tempo:
Teorias da conspiração, meias verdades e “maskirovka” é uma constante no pensamento russo, das ‘elites’ do poder ao cidadão médio. Talvez em face da falta de imprensa livre em toda sua história, ou falta do controverso legal nos judiciários e disputas democráticas ocidentais, ou ainda agravado pela alma romântica de uma nação de escritores tão criativos.
Quem sabe?
Morde e depois assopra, chave combinada.
Muito bacana Ivanovich, conhecimento é poder!!
Sds. Eduardovskh.
Nesse caso específico, de um comboio alegadamente transportando ajuda humanitária para civis, o emprego da “maskirovka”, ou qualquer nome que se queira dar para a presença de armamento, munição ou mesmo tropas nos caminhões, é claramente tratado nas Convenções de Genebra, das quais a Rússia é signatária, como PERFÍDIA. Um crime de guerra reconhecido pela jurisprudência internacional.
Para quem já usou dos Homens de Verde na Criméia… O Tzar Putin I não tem limites! Lembrem-se do Cabo da Baviera…