RG32M LTV da BAE Systems entra na competição VBMT-LR
São Paulo – Mais um veículo blindado leve foi aceito na avaliação conduzida no Centro de Avaliações do Exército (CAEx) visando atender a concorrência Viatura Blindada Multitarefa-Leve de Rodas VBMT-LR, prevista para um lote inicial de até 36 unidades a serem utilizadas pelo Exército Brasileiro (EB), inicialmente, em missões a serviço das Nações Unidas no exterior (a partir de 2015), e posteriormente, como complemento a VBTP-MR 6×6 Guarani nas unidades mecanizadas de infantaria e cavalaria do EB.
O novo concorrente é o veiculo leve RG32M LTV (Light Tactical Vehicle) 4 x4 da BAE Systems Land Systems, um carro 4×4 de 9,5 toneladas de peso, extremamente móvel e protegido por blindagem anti-minas Stanag Nível 1 (pode ser melhorada). O carro é um desenvolvimento da BAE Land Systems South Africa, e faz intenso uso de componentes COTS (Commercial Of The Shelf), dessa forma oferecendo custos de manutenção e mantenimento extremamente atraentes e alta taxa de disponibilidade em serviço. O veículo pode ser customizado pelo cliente, no caso, o Exército Brasileiro, com a integração de sistemas e armamentos diversos, com grande versatilidade.
Disputam o contrato do EB os carros LMV (Light Multirole Vehicle), da Iveco Defence Vehicle, Tupi, da Avibras Indústria Aeroespacial (baseado no Sherpa Light Scout da Renault Trucks Defense), e o Gladiator BLSR (Blindado Leve Sobre Rodas) do grupo InbraFiltro (baseado no Marruá da Agrale).
FONTE: Infodefensa.com
Bela viatura, gostei…
Na minha opinião, o melhor veículo avaliado até aqui.
Não apenas atende os requisitos, como tem eficiência comprovada operando no Afeganistão junto ao exército sueco.
Além disto, a BAE Land Systems South Africa fabrica excelentes veículos blindados!
a.cancado 7 de agosto de 2014 at 10:48 #
Lyw 7 de agosto de 2014 at 11:38 #
Senhores, desculpe lá, mas o mais razoável não seria optar pelo veículo da IVECO, pois já produzem o Guarani? Considerando, manutenção, ferramental etc.?
E o que teria a ver manutenção do LMV com a do Guarani?
Olha gente eu também vou com o eparro pois a Iveco já esta trabalhando para e com o EB e dar continuidade contratando outro produto seria o natural,sendo que o veículo deles também parece ser muito bom.
Off topic
USA voltando para o Iraque, agora ao vivo na CNN.
Seu emprego natural no EB será na cavalaria mecanizada. Cada pelotão conta com uma seção de esclarecedores, composta de duas patrulhas de dois veiculos cada, armadas com metralhadoras, hoje sendo mobiliada com marruas.
Caro Colombelli
Qual você compraria e porquê ?
Sds
Lyw 7 de agosto de 2014 at 13:48 #
Meu raciocínio foi bastante simplório. Como o Guarani é desenvovido pela IVECO, achei que o mais razoável seria optar também pelo LMV da IVECO.
Mas essa é a minha observação, de um leigo no assunto e quero entender e aprender mais sobre estes assuntos.
Carlos, considerando que todos os modelos atingissem os critérios eu levaria em conta dois aspectos.
1) Manutenção: Máximo de independência, capacidade de obtenção ou fabricação de peças aqui, custos dela.
2) Preço da proposta como um todo.
É preciso não olvidar que a maioria destes veiculos mais recentes foi desenvolvida com um paradigma de uso em conflitos como o do Iraque e Afeganistão, com a ameaça vindo principalmente de IEDs e armas anticarro usadas a curta distância ( cujo exemplo masi emblemático é o RPG 7 e afins ). Os conceitos hauridos destes cenários não me parecem muito pertinentes para os usos que iremos fazer deles preponderantemente.
Não vejo perspectiva de atuação do Brasil em força de paz em uma situação de largo emprego de IEDs ou minas. Aliás, ordinariamente as missões de paz não atuam em cenários “quentes”. Já o emprego como veiculo de reconhecimento leve nos RC Mec pressupõe um veiculo para emprego em ambiente não urbano, em campo aberto, sujeito a disparos de maior distância. talvez neste caso se haja de priorizar a mobilidade e velocidade ao invés da proteção blindada, havendo menor risco de minas e IEDS.
Quanto ao veiculo da IVECO ter alguma vantagem por ja fornecer o Guarani, é algo relativo. O contraponto é poder ter veiculos com origens diversas para não se ficar na mão de um único fornecedor. De outro lado. há produtos com desenvolvimento ou participação nacional, fator que também pesa significativamente.
Colombelli
8 de agosto de 2014 at 16:23 #
Mas Colombelli, no caso de equipamentos para as FFAA não seria mais interessante ter um fornecedor comum, do que vários fornecedores?
Não seria mais adequado ainda se o fornecedor tivesse raízes nacionais (mesmo que a matriz seja estrangeira), com base instalada nacionalmente? Tornar o fornecedor comprometido ao extremo, de certa forma até “cativo”.
A meu ver esse “cativar” o fornecedor daria maior força de barganha, pois as perspectivas de contratos futuros poderiam vislumbrar ganhos recorrentes e, até quem sabe, possibilitar investimentos em desenvolvimento e pesquisa.
Eparro, se é para ter nacionalização, melhor que ela seja plena, e neste caso o veiculo com base no marrua seria melhor ou o da Avibras.
Ter-se um único fornecedor tem seus inconvenientes quando se trata de equipamento militar. Afasta-se a redundância e fica-se na mão de um só. E se ele for adquirido por controladores que não tenham prioridade nos interesses nacionais? E se ele falir? e se por um motivo qualquer parar de produzir o produto? O fato de ele ja ter base aqui pode até servir para ele querer impor ainda mais seus termos.
Há vantagens e desvantagens que tem de ser medidas caso a caso. Este critério não pode ser supervalorizado ou considerado de forma absoluta, seja excludente seja para incluir.
Senhores, pelo amor de deus, vocês estão comparando duas Roberta Close com o LTvVda BAE, pessoal, olha o projeto, o LTV é aprovado em combate, e na resisitência anti minas, o iveco é uma bost ambulante, matou os soldados italianos nas dpis enventos com IEds no afeganistão e aquele Frenkestein Francês eu não vou nem comentar, pois é piada.
Se o EB não comprar este aí estão fumando algo muito reuim e vão mandar gente para morte certa.
Grande abraço
Juarez, naquela vez que saiu a notícia do Tupi eu fiz essas perguntas a outro interlocutor e as perguntas ficaram sem resposta.
“Você tem mais dados sobre os veículos e sua sobrevivência?
Testes feitos com o mesmos tipos de IEDs em veículos diferentes?
Ou sua opinião é sobre o que aconteceu em combate? Não que eu despreze o que aconteceu em combate, mas teríamos que saber a carga explosiva do IED que atingiu cada veículo antes de julgar os veículos. Hipoteticamente, não dá para comparar o que um IED com 30 kg de explosivo faz num LMV com o que um IED com 2 kg faz no RG-32.”
Com todo o respeito, você saberia responder essas perguntas ou tem mais detalhes que corroborem sua opinião?
Um abraço!
Juarez, naquela vez que saiu a notícia do Tupi eu fiz essas perguntas a outro interlocutor e as perguntas ficaram sem resposta.
Ok Rafael, eu vou responder em partes aqui OK.
“Você tem mais dados sobre os veículos e sua sobrevivência?
Tchê o Iveco, segundo o fabricante tolera IEDs dependendo do tipo de explosivo, até 6,5 Kg, mas como ,as vezes, eu digo aqui na trilogia, baseado na minha experiência profissional que prospecto técnico de fabricantes e papel higiênico tem a mesma utilidade.
No Afeganistão, um IED de 5 KG matou os integrantes de um LMV
Testes feitos com o mesmos tipos de IEDs em veículos diferentes?
Os melhores testes foram feitos no Iraque e no Afenistão e o LTV é resultado do aprendizado com estes “testes” em que muitos casos resultou na morte dos ocupantes.
Ou sua opinião é sobre o que aconteceu em combate?
Exatamente Rafael.
Não que eu despreze o que aconteceu em combate, mas teríamos que saber a carga explosiva do IED que atingiu cada veículo antes de julgar os veículos.
Concordo contigo, mas qual desses tem mais exepriência em combate e ou derivou destas experiências?
Hipoteticamente, não dá para comparar o que um IED com 30 kg de explosivo faz num LMV com o que um IED com 2 kg faz no RG-32.
Também concordo.
Com todo o respeito, você saberia responder essas perguntas ou tem mais detalhes que corroborem sua opinião?
Rafael, o EB vai para uma região quentissima, lá não terão espaço para fazer “teste”, e como é uma quantidade muito pequna de veículos tem que comprar o que tem de melhor, o que é testado e aprovado em combate.
Como eu cheguei a conclusão que o LTV é o melhor:
Quantos Sherpa fora produzidos e testados em combate???
Qual foi o desempenho do Iveco em combate?
Quantas tropas americanas morreram em explosões de IED??
Um abraço!
Grande abraço
Juarez, muito obrigado pela resposta atenciosa e abrangente.
De fato, até pelo RG32M ser um projeto posterior, espera-se que seja melhor preparado que os anteriores.
Vi em alguns sites que ele resistiria a um IED com 7 kg de explosivo, mas não sei o grau de confiabilidade dessa informação.
Seria uma diferença significativa (17%), mas nada excepcional, já que quem faz um IED de 6kg, pode fazer um com 8 ou 10 kg.
De qualquer forma, espero que o EB leve em conta mais a qualidade do que o lobby na hora da compra.
Grande abraço!
Caro Colombelli
Acima tem um “ping pong” interessante entre o JUÁREZ e o RAFAEL.OLIVEIRA,
gostaria do seu pitaco amigo e responde ao que te perguntei …. qual vc compraria ?
Com todo respeito amigo (rs) .
Abraços
P/S: “Se” nenhum deles, qual ?
Em um dos primeiros relatos de emprego de IED no Afeganistão que eu lí, um MBT T-55 foi literalmente pelos ares ao passar sobre uma mina AT.
Detalhe, em paralelo a mina, haviam 50Kg de dinamite em um poço cujas paredes eram pedras, o que focou o blast da explosão.
Se um MBT não resiste a tanto explosivo assim, como é que veículos como o LMV, o Sherpa ou o LTV vão faze-lo???
É simples, não vão, não há como.
Tudo depende do tamanho da carga do explosivo, estes veículos têm o objetivo de proteger a tripulação contra explosões de pequenos artefatos (IEDs de até 6Kg) por exemplo… Assim como sua blindagem, que protege a tripulação de disparos calibre 7,62X51. São veículos que possuem uma função específica no campo de batalha e devem ser utilizados exclusivamente nesta função sob a pena de serem dizimados.
Carlos, ambos os debatedores trouxeram argumentos ponderáveis.
Concordo com o Juarez no sentido de não emprestar valia aos catálogos e informações do fabricante, porém, não consigno tanta valia ao fato de um produto ter ou não sido testado em combate por uma série de fatores.
Primeiramente, os perigos que hoje serão encontrados em combate são bem conhecidos e podem ser reproduzidos de forma idêntica ou até superlativamente em simulações. Inclusive o normal é que o teste seja um tanto mais intenso do que o que ordinariamente se encontra na realidade.
Todo veiculo teve uma fase de “não testado em combate” e se assim continua isso apenas reflete o fato de que seus usuários não se envolveram em situações reais. Trocando em muídos, se o fato de ter sido eficaz em combate depõe a favor de um modelo, isso não significa dizer que os demais não sejam igualmente ( ou mais) eficientes.
Ainda mesmo que comparemos um veiculo que não tenha registrado mortes em ação e ouro que tenha, a priori não disporemos de dados concretos das situações a que um e outro foram submetidos. Um coisa é certa, se o IED forem tres granadas de 130 ou 152 mmm enterradas, o veiculo vai desaparecer, se for na faixa de 6kg, todos suportarão. Se algum tem mais proteção que os demais somente um teste com os veiculos todos sendo submetidos a um regime idêntico iremos saber.
De qualquer sorte, maior proteção virá em detrimento de outras qualidades, como velocidade, mobilidade, peso, consumo etc… Por conta disso, a primeira coisa que temos de fazer é determinar para que queremos os veiculos.
Se é para mobiliar uma força de paz que operará prioritariamente em ambiente urbano e com poucos veiculos, há de se priorizar a blindagem, ainda que não sejam muitos os registros de ataques contra forças de paz. Mesmo mais caro, a quantidade não tratará um fardo pesado demais.
Por outro lado, se a pretensão é de mobiliar as unidades de cavalaria futuramente ( aproximadamente 177 pelotões com 04 veiculos cada um) ai o emprego muda radicalmente, devendo ser priorizado, por ordem, custo, mobilidade, velocidade, custo. No emprego na seção de esclarecedores, o veiculo fará muitos deslocamentos off road e em campo aberto, onde a chance de ser alvejado por armas AC ou minas é menor. Neste caso, uma blindagem mais leve, mas mais mobilidade sejam requeridos. Infelizmente, as vezes a segurança da tropa fica em segundo lugar, sobretudo diante de contingenciamentos de verbas. AInda assim, sera melhor alguma blindagem do que nenhuma, como hoje temos com os marruás.
Assim, sem ter feito um teste dos quatro com os mesmos critérios, sem conhecer o custo e principalmente, sem ter certeza de qual será a utilização ou quantidade de veiculos adquiridos, eu diria que hoje não tenho nenhum predileto.
Mas também nutro a esperança de que não seja a escolha fulcrada em lobbys ou, o que é pior, critérios político ideológicos ou resultantes de corrupção, como é useiro e vezeiro em fazer este governo mequetrefe.
Tchê Colombeli! respeitando os parãmetros que tu elencou, para se obter um custo acessível tanto de aqusição, mas principa,ente de OPERAÇÃO(que na minha ótica é o mais importante) quem vai mandar é aquele que tem escala de produção.
Acho que ia ficaria o LTV e o Lince.
grande abraço
Essa é uma das razões, se não a principal, de pq raios eu sou fã do chassis “em V”; imagina se fosse um Marruá????
(http://eureferendum.blogspot.com/2007/08/imagine-this-was-snatch.html)
A massa estimada dessa mina, girava em torno dos 90Kg aproximadamente.
O “Snatch” do título está p/ os britânicos, assim como o HMMWV está p/ os americanos.
São veículos que não foram de maneira alguma, concebidos p/ lidar c/ esse tipo de ameaça.
No Reino Unido, o MoD chegou a ser responsabilizado criminalmente, pela morte de soldados no front, neste veículo.
Infelizmente este site se tornou pago e está cada vez mais restritivo.
Mas o tanto da notícia possível de ler, é bastante ilustrativa:
(http://www.defenseindustrydaily.com/hopes-for-ny-times-reporting-questioned-after-mrap-story-04673/)
PS: inclui a noticia destacada em minha postagem anterior e detalha uma outra ocorrência em que houve uma baixa.
Maurício
Com alguma experiência em explosivos que tenho, afirmo que, com certeza, este veiculo do link não foi atingido por uma mina de 90 quilos. Minas anticarro costumam ser bem leves e 90 KG de explosivo fariam com que a maior parte que sobrasse fosse um parafuso.
A propósito, o veiculo sul africano tem todo o know how e a expertise adquiridos na guerra de intervenção de Angola, onde foram usadas largamente minas. Os sul africanos são pioneiros na proteção contra minas.
Mas ao fim e ao cabo, o que vai mandar muito é o preço. Diminui a proteção da tropa, mas como a tropa mesmo sabe, há um “índice de descartabilidade” inerente ao militar. Quanto menos recurso, mais descartável se torna a tropa.
Colombelli, só complementando:
O “índice de descartabilidade” não se aplica só aos militares, mas também ao povo em geral, sendo o uso de fuzis por PMs em favelas, discutido no outro post, um exemplo disso, e o funcionamento do SUS, outro, dentre muitos.
Mas, sem perder o foco da discussão, convenhamos que as ameças existentes no Líbano estão muito longe do cenário existente no Afeganistão e no Iraque.
Concordo Rafael.
No Líbano é uma força de paz, as quais não costumam ser alvos de hostilidade, pelo contrário. O brasileiro, aliás, por ser um povo sociável, inclusive costuma ter melhor rendimento em forças de paz, ou pelo menos temos menos rejeição. Exemplo está no Haiti. onde apesar de alguns tiroteios, não se registraram incidentes mais graves. Não temos imagem e histórico de Estado agressor. Então não vejo motivo para tanto receio e para partirmos do exemplo do Afeganistão como base das emaças.
Afeganistão é guerra e há um profundo ódio dos talibãs contra a ISAF. São situações bem diferentes. Mutatis mutandis o outro tópico dos fuzis tem muito a ver com este, como ressaltas,pois em ambos temos de diferenciar situações de guerra com situações de contenção ( uma delas policial ressalte-se). Assim como as premissas de uma força de paz e das ameaças que enfrenta são diferentes das de uma guerra, também a ação policial não pode se mirar em premissas de guerra. Também pode ser vista até uma ligação entre este post dos fuzis e os que trataram da crise na faixa de gaza. Um internauta disse com incomum acerto: a IDF é a PMRJ, o Hamas são os traficantes, e a população de gaza é a população do RJ. Lá como aqui, o método errado joga a população contra o lado que o usa e faz os bandidos sairem por cima.
A diferença entre os militares e o povo é que o militar tem consciência da sua descartabilidade e a escolhe. Já o povo não so a ignora, como elege e perpetua seus algozes.
Colombelli, eu concordei com quase tudo.
Uma do povo sabe que é descartável e não quer isso. Mas, mesmo optando por mudança, seu candidato pode perder ou pode traí-lo. Fora a parte que, no que diz respeito ao SUS, não é tão simples torná-lo um sistema decente, mesmo com competência e boa intenção do governante.
E sobre os militares brasileiros, creio que boa parte deles simplesmente acreditam que nunca participarão de uma guerra, não correndo perigo de ser descartado. É o típico funcionário público que quer “vida boa”. Além, é claro, de no caso de uma guerra, conscritos irem pro front por obrigação e não por opção.
Corrigindo: uma boa parte do povo.
Procede, maior parte dos militares não tem vocação alguma, querem é sombra e água fresca ( praia preferência), pois sabem ( pensam assim) que nunca haverá guerra. Vão pros exercícios de campo com um cantilzinho, e um porta carregador e “acochambram” o que podem. Até colchão e travesseiro ja vi levarem pro campo enquanto eu ia com uma manta padrão EB no frio do sul e fazia marchas nos domingos, sozinho no CISM, com pedras de paralelepidedo na mochila e uma MAG completa nas costas. .
Porém, quem acabaria indo pro front não seriam os conscritos, nome dado a quem está prestando serviço militar obrigatório no momento e é EV (efetivo variável). A regra é que fossem convocados reservistas da ultima ou das duas ultimas turmas.
Collombelli,
valeu …. por tudo.
Abs
Pois é, Colombelli, trabalhei com um ex-militar do EB (aliás, ele “trabalhou” aí no RS), que entrou pro Judiciário. Não consigo imaginá-lo em combate, pois tem medo até de falar com advogado “reclamão”.
Sobre a convocação, esses reservistas seriam soldados profissionais que foram para reserva ou “ex-conscritos”?
Grato pelas informações!
Rafael, eu tinha colegas que diziam que jamais seriam capazes de matar ( e na infantaria isso). Eram fraudes. faziam o que em uma força militar cujo propósito básico é o “exercício cívico da violência”?
A mobilização seria nos moldes do que ocorreu na argentina nas Falklands, ou seja, os soldados sãos EV que deram baixa no ano anterior e que, portanto, completaram o treinamento ( os ex conscritos); já cabos, sargentos e oficiais, além de soldados NB ( nucleo base) seriam os que estão na tropa, na ativa. A convocação de reservistas nestes últimos grupos somente se daria no caso de se ter de ampliar o contingente.
Colombelli, eles iam lá receber o soldo e outras benesses da profissão.
Sinceramente, acredito que esse seja o perfil da maioria dos militares. Talvez não tão “frescos”, mas tão parasitas quanto, especialmente no imenso quadro de oficiais.
Sobre a mobilização, você considera essa a melhor forma?
Não sei muito sobre o caso das Falklands ( li revistas e vi documentários, apenas), mas, me parece que usar os “ex-conscritos” foi uma covardia desgraçada dos militares de carreira.
Por que existem forças especiais e soldados profissionais, se na hora que o país precisa, eles ficam escondidos em algum quartel seguro, longe da área de confronto?
Grato.
Em países com grande população e sem ambições expedicionárias, o sistema de reserva, que se baseia nos EV, é util, mas é preciso ter equipamento para a reserva em caso de ampliação do contingente em caso de mobilização. Nós temos pouca reserva de artilharia e nenhuma reserva blindada. Somente poderiamos mobiliar batalhões de infantaria sem estrutura de apoio.
No caso do Brasil, melhor um sistema combinado de efetivos profissionais com uma reserva. É mais ou menos o que preconiza a doutrina do EB, mas acho que seria melhor que as unidades pronto emprego fossem totalmente profissionais e não mistas. Eu sugeriria um batalhão (infantaria) ou regimento ( cavalaria) totalmente profissional por brigada e a profissionalização com voluntários de todo o país para as brigadas paraquedista e de infantaria leve.
Nas Malvinas foram convocados reservistas, quem foi para lá não era a tropa incorporada no ano, até porque recém tinha recebido o treinamento básico. Foram usadas tropas profissionais na ocupação das ilhas, e depois algumas lá foram mantidas, tendo lutado até o fim, como a 601 Companhia de Comandos e o 5º batalhão de fuzileiros navais (com bom desempenho) , mas a maior parte dos 10000 homens era de reservistas. Tal se deu porque nunca imaginou, a junta militar ,que a Inglaterra fosse reagir. De qualquer forma, tiveram bom tempo depois da reação inglesa para colocar mais efetivos profissionais e não o fizeram. Padeciam os argentinos de algo muito comum nos latinos, impáfia e falta de autocritica.
Dou outro lado, enfrentaram aqueles que considero os melhores do mundo, os britânicos, principal motivo de sua derrota. E são melhores não porque sejam metidos e tenham aquela postula “macho man” que os militares dos EUA, por exemplo, preconizam no treinamento, mas justamente pelo contrário. Os ingleses combatem com uma frieza e um profissionalismo sem igual. São capazes de te convidar pra um chá no meio do combate, você sendo o inimigo. Isto os torna perigosos como nenhuma outra força no planeta.
Quanto aos argentinos, somo ao quanto dito a inexperiência em guerras (além da covardia, que eu já disse).
Apesar de certa vez você ter discorrido muito bem sobre a eficiência do treinamento duro e dos exercícios com outras nações, eu não me convenci de que isso seja suficiente. Não só porque é muito difícil ter um treinamento tão real quanto uma gerra, mas também porque acredito que outros países não irão fornecer informações, táticas e estratégias num exercício, por mais amigáveis que sejam as nações envolvidas (e, convenhamos, o Brasil e Argentina não são amigos confiáveis dos países que detém a expertise da guerra).
Fora a qualidade dos equipamentos.
Sobre a qualidade dos britânicos, suspeito que os israelenses estejam no mesmo nível ou até que sejam melhores, dada a experiência, treinamento, equipamento e os constantes confrontos nas últimas décadas, sempre lutando sobre o fio da navalha (diminuto território de Israel). Mas minha opinião é de mero entusiasta.
Rafael, na verdade em termos táticos e de técnica de combate, não há muito o que esconder. Não há fórmulas miraculosas e muito do que se faz é apreensível até por um leigo, por pura ilação lógica ou instinto.
O grande diferencial em combate é a ambientação, a capacidade de reagir friamente sob pressão. E ai entra um diferencial dos britânicos que não é adquirido por treinamento, mas cultural. Eles são naturalmente mais “frios”. Há culturas naturalmente propensas à excelência um uma e outra atividade Os britânicos é na guerra. Há disponível na internet um documentário sobre o treinamento do Royal Marine Commando e nada se vê de muito diverso do que fazemos, em alguns pontos é ate inferir ao treinamento de profissionais de outros paises. Mas na hora do pega, os latinos, como regra, reagem mais emocionalmente, e emoção implica ineficiência em campo de batalha. Dai que eles acabam tendo um desempenho melhor. Quanto aos israelenses, em minha opinião, seriam os segundos, mas é imperativo considerar que eles somente combateram forças relativamente de preparo inferior, exceto, pode se dizer, o Egito de 1973.