CTEx conclui com sucesso etapa de integração do canhão Rheinmetall MK30-2/ABM
O CTEx concluiu, com sucesso, a etapa da integração do CANHÃO RHEINMETALL MK30-2/ABM em estativa, para o desenvolvimento do sistema de alimentação do Canhão. O próximo passo será o teste do equipamento com a realização do tiro e, posteriormente, integrá-lo à Torre Operada Remotamente e Estabilizada para Canhão 30mm (TORC30).
A atividade de integração do canhão foi realizada pela Seção de Armamento e Munição da Divisão Bélica, no período de 26 a 29 de maio, e contou com o apoio da Seção de Apoio Mecânico, com operações de usinagem de algumas peças; da Divisão de Tecnologia da Informação, para transporte da estativa e do canhão com a viatura Munck; e de técnicos das empresas ARES, ELBIT e RHEINMETALL.
Em julho, serão realizados os primeiros testes em estativa para verificar o funcionamento do sistema de alimentação adotado e eventuais necessidades de correções no projeto, antes da produção do protótipo operacional da TORC30.
A Torre será integrada a uma nova versão do Guarani e funcionará remotamente. O projeto é financiado pela FINEP.
FONTE: www.ctex.eb.br
Ao menos os projetos envolvendo o Guarani estao caminhando enquanto nao se tem nem mais noticias sobre Pantsir ou afins.
Sds.
O Ocidente procura prover capacidade de defesa antiaérea numa grande quantidade e variedade de meios no campo de batalha, em veículos de combate multi-propósitos.
Diferente dos russos, que ainda confiam em veículos antiaéreos especializados, como o Pantsir e o TOR.
No Ocidente, a tendência é que haja uma grande variedade de veículos com capacidade antiaérea colaborando na defesa de baixa altitude na linha de frente, sem radar próprio e de curto alcance. Na retaguarda ficam os sistemas de médio e grande altitude, de menor mobilidade, mas de grande alcance, facilmente camufláveis e com capacidade todo-tempo.
Esse canhão vai mais ou menos nesse sentido. Ele proverá uma maior capacidade de defesa antiaérea ao Guarani sem perder suas características de veículo de combate de infantaria ou de veículo de reconhecimento.
Se ainda houver versões com mísseis integrados, mais flexível ainda.
Por exemplo, pode ter um Guarani só com o canhão, outro, com canhão e 4 mísseis Igla, outro ainda com canhão e 4 mísseis antitanques (MSS 1.2 ?), e por que não um com canhão, 2 Iglas e 2 MSS-1.2.
Haveria uma flexibilidade operacional sem precedentes no EB, semelhante a que é oferecida aos usuários do MPCV, só pra citar um exemplo.
http://defense-update.com/wp-content/uploads/2012/06/MPCV-MMP.jpg
Correção: Quis dizer “Tunguska e TOR” e não “Pantsir e TOR”.
Como será feita a direção de tiro do canhão?
Vamos ver se todas as versões previstas se encaminham e saem do papel, a versão com um canhão de 90 mm e uma que eu mas espero pra se ver, ainda se tem boatos de uma com um canhão de 105 mm, e outra ainda com a função de um morteiro auto propulsado, não sei ao certo se seria armado com o morteiro nacional de 120 mm ou outro modelo importado.
Uitinã,
“(…) ainda se tem boatos de uma com um canhão de 105 mm, e outra ainda com a função de um morteiro auto propulsado, não sei ao certo se seria armado com o morteiro nacional de 120 mm ou outro modelo importado.”
Na verdade sobre a versão equipada com torre armada canhão de 105mm não existe boato, ela está prevista no programa VBR-MR do EB.
Sobre a versão morteiro auto-propulsado esta sim ainda está no campo da discussão, o que está previsto mesmo é uma versão porta-morteiro de 120mm, com preferência por um morteiro nacional.
Marcio,
Se você está se referindo á direção de tiro no caso de ser usado na função antiaérea, ela será via os optrônicos (TV, câmara térmica e telêmetro laser) que já são usados na versão com canhão Mk-44.
A torre é estabilizada e o sistema optrônico é dotado de tracking automático. O alerta seria dado por um radar na retaguarda (Saber 60 ??) ou visualmente, pelos tripulantes do veículo.
Uma opção mais avançada e mais específica para a defesa antiaérea (por exemplo, substituindo o Gepard, futuramente) poderia prover a substituição do sistema de sensores independentes por um sensor de vigilância tipo Air Defence Alerting Device (ADAD), como o usado pelo SP HVM (Starstreak-Stormer)
http://cyberyana.free.fr/army2000/UK/adad.jpg.
Esse sensor é um IRST de uso terrestre e proveria o alerta contra ameaças aéreas sem o uso de um sensor ativo (radar), com a desvantagem de não ser “todo-tempo”.
Uma outra opção ainda, poderia receber um pequeno radar de alerta. Há inúmeros compatíveis com esse veículo, tanto 2D quanto 3D.
Claro, essas alterações só são válidas se forem acompanhadas da integração de mísseis sup-ar.
Um abraço.
Obrigado, Bosco, pela sua competente explicação.
Vale salientar que o fato do canhão Mk-30 da Rheinmetall ter uma cadência um pouco maior que o Mk-44 não faz o Guarani um veículo antiaéreo, no máximo, só o habilita a melhor desempenhar eventualmente essa função.
Um sistema antiaéreo baseado em canhão que usa munição de impacto (de 20 a 35 mm) pra ser realmente eficaz tem que ter uma cadência de tiro bem grande, geralmente maior que 1000 tiros por minuto.
(Os que usam canhão com projéteis pré-fragmentados, com explosão aérea, têm cadência de 120 a 1100 t/min.)
O Mk-30, operado a gás, tem cadência de 750 t/min e o Mk-44 (tipo “corrente”) tem 200 t/min (pode chegar a 600 t/min na dependência do motor elétrico).
Parece que no Guarani o Mk-30 teria um ângulo de elevação maior, o que também facilitaria a função AA.
Fato é que não se sabe ao certo o porque do EB estar adaptando esse canhão. Pode ser pra ter mais uma opção de fornecedor. Pode ser porque essa solução ofereça um perfil mais baixo. Pode ser por um motivo que não faço a mínima ideia.
Há algum tempo atrás foi divulgado que seria para dar mais flexibilidade ao Guarani, de modo a que ele fosse mais capaz na função antiaérea.
Por isso fiz meus comentários! Mas pode ser que o EB não queira usar o Guarani nessa função, nem de forma eventual, e essa possibilidade não faça parte da doutrina de uso do veículo/arma.
Mas até que o EB divulgue algo oficial, fica valendo a informação inicial onde a função AA eventual era aventada.
bosco, quando estudei uma torre antiaérea/anti helicóptero relativamente barata, para o substituto do Cascavel/Urutu, pouco antes da falencia da ENGESA, considerei o uso do ADAD como sensor principal do sistema.
Infelizmente não tive tempo para desenvolver a ideia.
Interessante Bacchi!
Esse tipo de sensor (como o ADAD) tem sido, ao meu ver, menosprezado, mas o conceito é fantástico. Só os britânicos, e mais recentemente os alemães, parece que adotaram o conceito em larga escala.
Deverá ser mais usado no futuro, onde a discrição será o maior fator de sobrevivência.
Quando tiver tempo fale mais dessa torre antiaérea em que trabalhou.
Um abraço.
Posso estar errado mas o Guarani parece começar a tatear em indefinições. Se o canhão em questão na vai trazer grande vantagem, qual o motivo de sua incorporação? É um teste ou há pretensão de utilização? Qual a lacuna que ele cobre?
A mesma situação ocorre no carro armado de canhão. Primeiro, aparentemente ia ser de tres eixos com canhão 90. Depois passou-se à ideia de um com 04 eixos e canhão 105 por conta de pedidos externos ( os argentinos teriam dito). Ora, o EB quer um 105mm? Há mercado efetivo para um carro 04 eixos e canhão 105mm ou seriam meia duzia de unidades para algum exercito da AL que não pagaria nem o desenvolvimento do projeto?
Colombelli, a especificação oficial do EB para o Veiculo de Reconhecimento da familia Guarani MR dita:
Requisitos Operacionais Básicos (ROB) nº 02/11, Viatura Blindada de Reconhecimento – Média de Rodas (VBR – MR)
item 2) Possuir silhueta baixa, altura máxima de 2,30 m (dois vírgula trinta metros), excluindo a torre e o armamento. (Obs. de RJSB: Para o VBTP a altura máxima é de 2,60 metros)
item 5) Possuir trem de rolamento, no mínimo, do tipo 6×6 (seis por seis).
item 63) Possuir torre com movimento horizontal de 360º (trezentos e sessenta graus), guarnecida por dois homens (comandante e atirador).
item 64) Possuir, como armamento principal, canhão com movimento vertical entre, no mínimo, -7º e +18º (menos sete graus e mais dezoito graus), capaz de atingir alvos localizados à distância entre 2.000 m (dois mil metros) e 4.000 m (quatro mil metros), com capacidade para disparar, no mínimo, projéteis dos tipos HE “High Explosive”, HEAT “High Explosive Anti Tank”, HEP “High Explosive Plastic” e APDSFS “Armour Piercing Discarding Sabot Fin Stabilized”.
item 65) Possuir torre com sistema de estabilização que permita a execução de tiros com a viatura em movimento em terreno variado (alvo e viatura) e o rastreamento do alvo após a sua aquisição “target tracking”.
Note que o numero de eixos está em aberto e o calibre do canhão também.
Esta torre denominada TORC-30 tem pouco de tecnologia nacional… pois sensores e canhão serão importados.
O mesmo canhão Rheinmetall MK 30-2 ABM equipa, por exemplo, os Piranha IIIC usados na função de reconhecimento. Equipa também os PUMA IFV (Infantry Fighting Vehicle) da Alemanha.
Sds.
Bacchi de fato não é um condicionamento para o 03 eixos canhão 90mm. Mas o indicativo que se tinha é de que o EB tinha batido o martelo por ele exclusivamente. Inclusive há imagens de possiveis protótipos na internet.
Segundo circulou, o projeto de 04 eixos canhão 105 foi apresentado à FINEP após instâncias de estrangeiros notadamente dos argentinos. Um projeto desta magnetude não pode ficar ao sabor de conveniências. Precisa haver no EB definição logo acerca do que quer. Ou so ou, ou so outro ou os dois, e neste caso em que percentual e para que função. isso é imprescindível para avaliação do custo benefício. Eu acho que o 3 eixos com canhão 90mm dá conta e que o 04 canhão 105 irá esbarrar em um mercado ja saturado e não terá saida no EB. Com as unidades de cavalaria que temos hoje, 350 carros são suficientes, não havendo necessidade de mais de 400 como são os cascavéis.
Colombelli, eu venho acompanhando esta questão do VBR desde o dia em que entrevistei o Gal. Cristino, o Cel. José Carlos e auxiliares, para o 1º artigo sobre o VBTP, anterior a LAAD 2009, e que foi apresentado no sitio TecnoDefesa.com.
Depois disto eu e Helio Higuchi fomos visitar a fabrica da IVECO em Minas Gerais e junto com Paulo Bastos foram escritos mais artigos na T&D, acompanhando todo este desenvolvimento (VBTP-MR e VBR-MR).
Completando a informação anterior: os Requisitos Operacionais Básicos (ROB) nº 02/11, Viatura Blindada de Reconhecimento – Média de Rodas (VBR – MR), mencionados por mim, foram publicados por Portaria Nº 56-EME, de 16 de junho de 2011, o qual após descrever o ROB nº 02/11 estabelecia:
Art. 3º Revogar a Portaria EME nº 022, de 13 de maio de 1999, que aprovou os Requisitos
Operacionais Básicos nº 08/99, relativos à Viatura Blindada de Reconhecimento – Média de Rodas (VBR – MR).
Art. 4º Revogar a Portaria EME nº 212, de 21 de dezembro de 2005, que alterou os Requisitos Operacionais Básicos nº 08/99, relativos à Viatura Blindada de Reconhecimento – Média de
Rodas (VBR – MR).
Muito bem no ROB nº 08/89 e sua emenda, estavam os seguintes itens referentes ao armamento e peculiaridades do veiculo:
Item 04) Possuir silhueta baixa, com altura máxima de 2,70 m ( dois vírgula setenta metros ), excluindo a torreta e o armamento
Item11) Possuir trem de rolamento, no mínimo, do tipo 6 x 6 ( seis por seis ).
Item 75) Possuir, quando em movimento, estabilização para o tiro do canhão.
Item 76) Possuir torre blindada, com movimento horizontal de 360º ( trezentos e sessenta graus), acionada por sistema elétrico ou hidráulico, guarnecida por três homens (comandante, atirador e auxiliar do atirador ) ou por dois homens ( comandante e atiirador ) se dotada de carregador automático para o canhão.
item 77) Possuir periscópio de visão diurna e noturna para o comandante do carro.
item 78) Possuir equipamento de pontaria diurna e noturna ( luneta ou periscópio ) para o atirador.
Item 79) Possuir na torre blindada um canhão de 105 mm ( cento e cinco milímetros ), capaz de bater alvos localizados a distâncias de até 4.000 m ( quatro mil metros), disparando, no mínimo, granadas tipo HE, HEAT, APDSFS.
Em suma o canhão de 105 mm apareceu na especificação do VBR de 13 Maio 1999 até 15 Junho 2011. A partir desta data não foi mais mencionado o calibre do canhão, apezar de que o EB emitiu pedido para varias firmas apresentarem cotação para canhão deste calibre, logo após a LAAD 2013.
Não encontrei nenhum documento do EB que mencione o canhão de 90 mm Cockerill Mk 8.
Na LAAD 2011, a IVECO distribuiu folheto de propaganda de uma versão VBR-MR 6X6 sem especificar qual é o armamento.
Justamente Bacchi, me parece que isso que não pode ficar assim solto sem uma definição. Afinal o EB quer um 4×4 e com canhão 105mm? Isto que eu quero descobrir. Nosso mercado interno será 350 carros. Isso justifica criar um protótipo e desenvolver?
Colombelli,
1 não entendi de onde você tirou este 4X4 com canhão de 105 mm!?!?!?
2 veja, se fosse um carro inteiramente novo: nova estrutura, nova suspensão, novo motor, nova transmissão, nova suspensão, eu diria que estaria no limite dos 500.
O exército alemão está introduzindo um VBCI integralmente novo, o Puma, baseado numa produção de 342 carros.
Note que o Puma é um veículo mais sofisticado e caro que o Guarani.
Ao passar do Guarani VBTP-MR 6X6 para o VBR-MR 8X8, trata-se principalmente de uma nova estrutura, sendo usado o mesmo tipo de elementos de suspensão (mais 2 elementos e regulagem nova), mesmo motor, mesma transmissão, ou seja, não é um veículo inteiramente novo.
Um outro fator (eu estou muito desconfiado disto) que poderá influir na quantidade, reside na criação de uma nova unidade de carros de combate sobre rodas (no caso o VBR-MR) nas brigadas de infantaria mecanizadas. Isto é uma possibilidade, mas não uma certeza.
Bachi escusas, errei. O meu 4×4 era eixos e não rodas. É o seu 8×8.
A cavalaria brasileira precisa de 350 carros nada mais.Se formos dividir entre carros de 8 e 6 rodas vai dar poco mais de 175 de cada tipo. Vale o custo de adaptação?
Ainda duvido muito que sejam criadas unidade de CC nas brigadas. Se partirmos do pressupostos de de 06 brigadas mecanizadas, daria 1200 a 1300 caros ali pelo menos, e o resto pra fechar os 2000 e poucos veiculos ( mais 700 e poucos) vai pra cavalaria. Não vejo lastro na conta para criação de novas espécies de unidades como um regimento CC sobre rodas, salvo redução das brigadas a serem mecanizadas.
Os CC armados com canhão sejam 6 com 90mm ou 8 com 105mm vão pra cavalaria a priori
Colombelli, OK.
Abraços
Bacchi
Caros Bacchi & Colombelli
Uma “adaptação” ou “tropicalização” do Centauro ?
Abs
Carlos, acho que vai ficar um tanto diferente pelo que corre na internet, pois vai usar algumas partes do veiculo de transporte, ao passo que o Centauro foi feito do zero.
REPITO aqui o que já disse em outros fóruns.
Acho que esta interpretação de que esta versão do Guarani seria “anti-aérea” é ERRÔNEA, para mim é uma unidade de infantaria OTIMIZADA para atuação nos pontos centrais de grandes centros urbanos.
Locais como o centro do Rio, São Paulo, outras capitais e outras cidades de maior porte possuem prédios altíssimos no seus centros urbanos onde unidades blindadas podem se ver indefesas por oposição com misseis/RPG operadas por um só combatente postada em prédios altos.
Situações vividas pelos americanos no Iraque e por israelenses.
Estas unidades poderiam se defender melhor dentro dos grandes centros urbanos pelo seu elevado ângulo de tiro.
Para mim esta seria sua utilidade PRIMÁRIA, a função para a qual esta unidade está talhada militarmente a função anti-aérea seria secundária.
Outra hipótese de utilização desta unidade é estacioná-las protegendo um quadrilátero (praça ou evento) circulado por numerosos prédios altos. Pode-se integrar seus sensores a um sinal laser modulado a uma frequência específica.
Um drone sobre o evento que identifique um alvo não coberto pelos atiradores pode iluminá-lo para que Guaranis dotados da torre Torc-30 possam obliterar o alvo em emergência.
Criativo não ???
Gilberto, por favor, qual é o angulo de elevação máximo de tiro da TORC-30?
Eu ainda não conheço este valor!
Também não sei o valor preciso Bacchi mas formulei minha teoria inicialmente pelas fotos do fabricante que mostram a torreta geralmente em ângulos elevados.
Minha impressão AUMENTOU no momento que li este post fala especificamente num trabalho de integração específico PRÉVIO a própria integração ao Guarani !!!
O trabalho que o post relata me dá a IMPRESSÃO que o pessoal do CTEX escolheu um canhão que naturalmente tem um elevado angulo de elevação e este trabalho de pré-integração seja TALVEZ seja justamente para tornar ainda maior a sua capacidade de alta elevação (com provavelmente uma atenção especial para aumentar a acuracidade nos ângulos elevados que não é geralmente prioridade nestes projetos) característica mais relevante para cumprir este objetivo em grandes centros urbanos.
SE estou correto nas minhas ILAÇÕES o Guarani nesta versão se constituirá num produto ÚNICO a nível mundial para ação e defesa em grandes centros urbanos.
Está endereçada a um problema pouco avaliado e até onde eu sei sem similar neste patamar.
Gilberto,
Eu pelo menos fiz minhas observações baseadas no que foi inicialmente divulgado pelo EB quando há alguns meses citaram que estariam integrando o canhão Mk-30 alemão.
Mas só pra deixar claro, eu não disse que ele seria “antiaéreo”, e sim que teria melhor capacidade se essa função fosse exigida, tanto pelo maior ângulo do canhão, quanto pela maior cadência de tiro.
Apesar do Mk-44 da “versão original” proposta para o Guarani poder chegar a 600 t/minuto, é geralmente limitado a 200 t/m, e não conheço nenhum caso em que ele tenha usado um motor elétrico de maior capacidade (8 hp) que possibilita essa cadência máxima.
Quando há alguns meses divulgou-se que o canhão alemão estava sendo integrado ao Guarani numa torre de projeto nacional, como opção ao canhão americano (Mk-44) com torre israelense, citaram que desse modo ele seria mais capaz na função antiaérea e até que, apesar disso, ele não iria receber um radar de vigilância.
Na internet só há informação sobre o angulo máximo de depressão -10º que é um valor alto.
O limite de elevação não conta nos vários carros que usam este canhão (baseados na torreta Lance) por exemplo os Puma, sempre destacando ser um canhão de elevada acuracidade e para tiro de longas distâncias.
Bosco na verdade pelo visual da torreta do Guarani em comparação a da torreta Lance que equipa o Puma do exército alemão dá para inferir claramente o APPROACH de projeto favorecendo o uso em grandes ângulos de elevação.
Este ponto me ficou evidenciado por um artigo que li sobre perdas americanas e israelenses por mísseis e RPGs em zonas urbanas densas onde o grau de elevação máximo destas unidades blindadas limitava seu uso em centros urbanos com prédios muito altos e ruas e avenidas estreitas.
Ou eu sou otimista e o EB está fazendo um blindado otimizado para ação em centros urbanos ou o EB está fazendo um veículo anti-aéreo limitado por uma hipotése própria e acertando por acaso por em outro problema mundial.
ALGO parecido ao FENÔMENO do nosso Super Tucano taylor-made para o Sivam e a amazônia que anos depois virou a panaceia militar mundial para as operações COIN… 🙂
Vale salientar que o canhão Mk-30 ABM recebe a designação ABM por ser compatível com munição de explosão aérea (air burst), usando espoleta programada tipo AHEAD, que lança uma quantidade programada de “fragmentos” para a frente, formando um cone.
Mesmo se não for usado a cadência máxima de cerca de 800 t/min, e sendo mantida a mais comum de 200 t/min, o veículo com ele armado será mais apto na função antiaérea (principalmente antihelicóptero).
Parece que só a munição tipo AHEAD (KETF), semelhante ao usado pelo canhão AA 35/1000 é usada, sendo pouco útil contra alvos protegidos em trincheiras ou atrás de muros, etc., já que lança seus fragmentos para a frente (unidirecional) e não de forma omnidirecional (distribuição esférica de fragmentos).
De qualquer forma é uma munição que aumenta muito o poder de destruição do veículo e coloca o Guarani em sintonia com o que há de mais avançado no mundo, ficando só o enfrentamento de MBTs e outros veículos pesadamente blindados a cargo de munição APFSDS. Mk-44 também tem opção de usar munição “air-burst” omnidirecional (HETF), mas por algum motivo, optou-se, para a torre nacional, do canhão alemão que usa munição AHEAD (unidirecional).
Só de curiosidade, ao que parece, a silhueta da TORC 30 é menor porque há penetração do armamento no veículo, o que não ocorre com a torre israelense.
Gilberto,
Não duvido que a TORC 30 possibilite maior ângulo de elevação, o que seria mesmo interessante para operações urbanas.
Vale salientar que veículos antiaéreos foram aproveitados nos combates urbanos, haja vista o LAV-AD (canhão GAU-12), justamente por ter grande cadência de tiro e grande ângulo de elevação.
Também cogitou-se uma versão A3 do M-1, que dentre outras características tinha um canhão com maior ângulo de elevação, justamente para otimizar seu uso em operações urbanas.
Seja visando a função antiaérea secundária ou priorizando a operação em centros urbanos, parece que o Guarani com a torre TORC 30 fará as duas coisas.
Um abraço.
http://www.tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=899
Essa foi a divulgação inicial da TORC 30 sendo integrada ao Guarani, feita LAAD 2013.
Tanto o canhão americano Mk-44 usado na torre israelense quanto o canhão alemão Mk30-2 ABM usado na torre nacional calçam o mesmo calibre 30 mm x 173 mm.
O canhão americano é do tipo “corrente” e tem uma cadência de 200 a 600 t/m (na dependência do motor elétrico), enquanto o canhão alemão é operado a gás e tem uma cadência de 200 a 800 t/m.
Ambos, quando usados em veículos de terra têm a cadência geralmente limitada a 200 t/min.
Ambos são capazes de disparar munição tipo ABM.
O Mk-44 dispara (quando adaptado para fazê-lo) o projétil Mk310, do tipo HEAB (com fragmentação esférica) e o Mk30-2 ABM dispara um projétil tipo KETF (ou AHEAD – com dispersão cônica de “fragmentos”).
O dispositivo que programa a espoleta dos projéteis ABM no canhão americano fica localizado no sistema de alimentação do canhão, enquanto o que programa o projétil do canhão alemão, fica na boca do cano.
O projétil Mk310 usa uma espoleta sofisticada que conta quantas rotações o projétil efetuou em comparação com o campo magnético da Terra. Na distância programada o projétil explode, liberando fragmentos pré-formados e estilhaços, em todas as direções.
Já o sistema AHEAD usa um sensor que mede a velocidade do projétil na boca do canhão e programa a espoleta por tempo decorrido. No exato momento (distância) o projétil se abre e libera uma grande quantidade de subprojéteis, que são dispersos pela rotação e seguem na mesma velocidade e direção do projétil inicial, dispersando-se de forma cônica.
Tanto o canhão americano Mk-44 usado na torre israelense quanto o canhão alemão Mk30-2 ABM usado na torre nacional calçam o mesmo calibre 30 mm x 173 mm.
O canhão americano é do tipo “corrente” e tem uma cadência de 200 a 600 t/m (na dependência do motor elétrico), enquanto o canhão alemão é operado a gás e tem uma cadência de 200 a 800 t/m.
Ambos, quando usados em veículos de terra têm a cadência geralmente limitada a 200 t/min.
Ambos são capazes de disparar munição tipo ABM.
O Mk-44 dispara (quando adaptado para fazê-lo) o projétil Mk310, do tipo HEAB (com fragmentação esférica) e o Mk30-2 ABM dispara um projétil tipo KETF (ou AHEAD – com dispersão cônica de “fragmentos”).
O dispositivo que programa a espoleta dos projéteis ABM no canhão americano fica localizado no sistema de alimentação do canhão, enquanto o que programa o projétil do canhão alemão, fica na boca do cano.
O projétil Mk310 usa uma espoleta sofisticada que conta quantas rotações o projétil efetuou em comparação com o campo magnético da Terra. Na distância programada o projétil explode, liberando fragmentos pré-formados e estilhaços, em todas as direções.
Já o sistema AHEAD usa um sensor que mede a velocidade do projétil na boca do canhão e programa a espoleta por tempo decorrido. No exato momento (distância) o projétil se abre e libera uma grande quantidade de subprojéteis, que são dispersos pela rotação e seguem na mesma velocidade e direção do projétil inicial, dispersando-se de forma cônica.
bosco, é um prazer ler teu comentário!!!
Factual e preciso!
Parabens!
A questão que fica (para mim) é se teremos um programa de desenvolvimento ou mesmo capacidade técnica para produzir localmente a munição AHEAD…
Para usar plenamente a capacidade deste canhão do Guarani.