Avibrás entrega Astros 2020 para o Comando do Exército
Exército já investiu R$ 350 milhões no sistema. Custo total do investimento é estimado em R$ 1,1 bi até 2017
Roberto Godoy
O Comando do Exército vai receber hoje o primeiro grupo de veículos semi blindados do sistema Astros 2020 – lançador de foguetes e do primeiro míssil de cruzeiro do País com alcance na faixa de 300 quilômetros.
Os foguetes não guiados cobrem alvos na distância de 9 a 90 quilômetros. Uma configuração com guiamento eletrônico leve chega a 150 km.
O fabricante Avibrás Aeroespacial entregará um esquadrão completo, de nove unidades, ao 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes no campo de ensaios de Formosa, no estado de Goiás, às 10h.
O Astros 2020 é a sexta geração do sistema exportado regularmente para a Ásia e o Oriente Médio desde os anos 80. O projeto do Exército está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Exército já investiu no sistema R$ 350 milhões. O custo final é estima do é de R$ 1,1 bilhão até 2017.
A Avibrás é certificada como Empresa Estratégica de Defesa. O presidente da empresa, Sami Hassuani, acredita que a demanda internacional para novo Astros 2020 “possa gerar negócios no valor de US$ 5,5 bilhões até 2022 – US$ 2,2 bilhões em encomendas dos clientes atuais mais US$ 3bilhões em novos pedidos”.
Burocracia
Embora atravesse um bom momento em suas operações, a Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos, enfrenta o fogo amigo da burocracia. Cumprindo contrato de US$ 400 milhões com a Indonésia e mantendo em carteira o pedido firme de US$ 58,6 milhões da Arábia Saudita para revitalização e suprimento de munição da configuração mais antiga do Astros, a corporação luta desde agosto de 2013 para obter no Banco do Brasil dois documentos garantidores-Performance Bond e Refundment Bond – para executar a venda. Cada garantia vale US$ 2,93 milhões, o equivalente a 5% do contrato.
Há mais: o governo de Riad discute com a Avibrás a compra de um regimento completo da arma por US$ 373 milhões. Na mesma região, o emirado do Catar vai incorporar uma bateria do Astros mais munições – um pacote de US$ 120 milhões.
Hassuani não comenta o episódio, invocando a confidencialidade da transação. O BB não se manifestou. Por normas internas, a instituição não trata de operações em andamento.
FONTE: O Estado de São Paulo
pelo que eu entendi, o trezentao ja esta pronto ???
os foguetes guiados tb ja estão prontos ??
se eu entendi correto, Parabens ao EB…
se eu entendi errado, culpa da minha professora de português…
wwolf22
6 de junho de 2014 at 11:39 #
Creio que o “Trezentão” ainda não será entregue. Parece que a referência seja sobre o Astros 2020 com capacidade para lançar o míssil de cruzeiro.
Já eu entendi que a entrega se refere ao primeiro grupo de veículos (o “esquadrão completo”, de “nove unidades”) do sistema Astros 2020 e, junto, um primeiro exemplar do míssil de cruzeiro.
Nunao, entendi a mesma coisa…
sera entregue o “combo” completo… VL, VR, VC, VM, os trezentao e os foguetes guiados…
wwolf22,
Só pra esclarecer: eu entendi só um “trezentão” e não “os trezentão”.
Deixando claro que isso é apenas minha interpretação do que está lá no texto do Estadão, e não informação de minha parte.
De resto, e quanto a informação em si, o que vi a respeito é o que escreveu o Eder aí em cima: que serão entregues as viaturas do novo sistema que é capaz de empregar o míssil.
Eu não entendi nada disso.
Pra mim o jornalista só descreveu as capacidades do ASTROS 2020, dizendo ser ele um lançador de foguete e que é habilitado a lançar o primeiro míssil de cruzeiro a ser usado por nossas forças armadas.
Em nenhum momento há a afirmação que estamos recebendo junto com os lançadores, foguetes guiados com 150 km de alcance e mísseis “El Gran Matador”.
Na verdade mudo meu nickname pra Gervásio se esses sistemas estiverem operacionais ainda nessa década.
Esses artigos do Godoy são sempre meio que nebulosos. Acho que ele fez estágio de jornalista lá na Voz da Rússia. rsrsrss
Bosco, acho que é isso mesmo (tirando a parte que você falou de estágio no Voz da Rússia, porque eu respeito bastante o Godoy, na comunicação com o público em geral sobre assuntos de defesa. Apenas a forma dele descrever as coisas, voltada ao leigo, muitas vezes não atendem ao que deseja a pequena parcela que quer detalhes bem específicos e procura por eles avidamente)
Infelizmente esse pedaço poderia estar escrito de outra forma, para não dar margem a outras interpretações.
“O Comando do Exército vai receber hoje o primeiro grupo de veículos semi blindados do sistema Astros 2020 – lançador de foguetes e do primeiro míssil de cruzeiro do País com alcance na faixa de 300 quilômetros.”
Mas enfim, ele diz que o sistema serve para lançar foguetes e o míssil de cruzeiro, simplesmente, como complemento à informação do recebimento. Mas o “e do primeiro”, assim tão próximo do “vai receber hoje”, faz confundir um pouco as coisas.
Você está certíssimo quanto à interpretação.
Porém, o acréscimo de uma simples palavra, como “futuramente” (referindo-se ao míssil), deixaria o texto mais claro a quem demanda detalhes. Ou separar uma frase da outra.
Enfim, para quem quiser entender o programa Astros 2020 como um todo:
“O Projeto ASTROS 2020 contém no seu escopo e estrutura as seguintes etapas: – criação e implantação de: uma Unidade de Mísseis e Foguetes; um Centro de Instrução de Artilharia de Mísseis e Foguetes; um Centro de Logística de Mísseis e Foguetes; uma Bateria de Busca de Alvos; paióis de munições; e uma Base de Administração e Campo de Instrução de Formosa (CIF); – modernização do atual 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, transformando-o em 6º Grupo de Mísseis e Foguetes; – desenvolvimento de dois novos armamentos: o foguete guiado, utilizando-se a concepção do atual foguete SS 40, da família de foguetes do sistema ASTROS II, em uso pelo Exército Brasileiro, e o míssil tático de cruzeiro com alcance de 300 km; e – construção de Próprios Nacionais Residenciais (PNR) e outras instalações necessárias ao bem-estar da família militar na Guarnição de Formosa (GO).
As duas Unidades de Mísseis e Foguetes estarão estruturadas com um Comando e Estado-Maior, uma Bateria Comando e três Baterias de Mísseis e Foguetes mobiliadas com viaturas e equipamentos em fase de desenvolvimento com base no atual sistema ASTROS II. O sistema ASTROS 2020 irá possibilitar a realização do lançamento, partindo das plataformas da nova viatura lançadora múltipla universal na versão MK-6, dos vários foguetes da família ASTROS e também do míssil tático de cruzeiro de 300 km. Além disso, permitirá fazer toda a preparação para a realização do tiro, desde o recebimento e análise da missão, o comando e controle, a trajetória de voo e o controle de danos. O Sistema ASTROS 2020 foi concebido e elaborado pela empresa brasileira AVIBRAS, sediada em São José dos Campos (SP). “
http://www.epex.eb.mil.br/index/astros-2020/cont_01.php
Pelo que li e entendi, a entrega foi de todo ‘o esquadrão completo’, incluindo os ‘trezentão’. Senão, qual a finalidade da entrega capenga?
Nunão,
Foi só uma brincadeira com o Godoy. rsrsss
Eu gosto dele. Ele é um dos responsáveis por eu gostar desse assunto. Se não fosse ele eu poderia estar frequentando um blog de arranjos florais ou culinária.rsrssss
Aldo,
Tendo os meios de lançar os mísseis já ajuda muito.
Eu acho que ainda estamos engatinhando nessa história de foguetes guiados por GPS e mísseis cruise. A menos que tenhamos uma verba secreta “a la” Área 51 e que testes estejam a todo vapor sendo feitos longe do público e em total segredo, ainda temos muito que caminhar até estes projetos estarem operacionais.
Mesmo porque, no âmbito do EB ainda falta uma verdadeira e consistente capacidade de detecção e identificação de alvos OTH e não seria útil termos armas que atingem 150 e 300 km sem ter como designar alvos pra eles. Seria como dar um fuzil a um cego.
Recebi no meu facebook hoje, onde sigo a página do MD:
Ministério da Defesa
O Exército Brasileiro (Oficial) recebe hoje (6), às 10h, as primeiras nove viaturas Astros 2020. Tratam-se dos novos lançadores de foguetes que serão entregues ao 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, sediado no Campo de Instrução de Formosa (GO). A iniciativa proporcionará nova capacidade de apoio de fogo à Força Terrestre, com maior precisão de alcance (300km).
Foto: Avibras/divulgação
Não ajuda muito, mas dá a entender que o AV-MT 300 está sendo entregue também.
A notícia que saiu no Terra é mais esclarecedora:
http://noticias.terra.com.br/brasil/exercito-brasileiro-recebe-novos-lancadores-de-misseis,3711a01f3b176410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html
“O Exército brasileiro recebeu nesta sexta-feira nove lançadores de mísseis, chamados de Astros 2020. Os equipamentos foram entregues ao 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, sediado no Campo de Instrução de Formosa, em Goiás.
De acordo com o Ministério da Defesa, a iniciativa proporcionará nova capacidade de apoio de fogo à Força Terrestre, com maior precisão de alcance, de 300 quilômetros. O Projeto Astros 2020 tem por objetivo a modernização das viaturas do grupo de lançadores, o desenvolvimento do Míssil Tático de Cruzeiro, o desenvolvimento do Foguete Guiado e a implantação do Forte Santa Bárbara, em Formosa.
Segundo o Exército, a empresa fabricante do sistema, a Avibras, é “genuinamente nacional”, sediada em São José dos Campos (SP). Foram entregues os seguintes equipamentos: seis lançadoras múltipla universal (AV-LMU); uma viatura remuniciadora (AV-RMD); um veículo de comando e controle em nível bateria (AV-PCC), e uma estação meteorológica móvel (AV-MET).”
É um caso clássico de contar com o ovo no fiofóculo galináceo.
O sistema foi entregue e o sistema permitirá agregar os tais mísseis, e isso está sendo alardeado como se já fosse pra hoje.
Tão antecipando.
Uma parcela da população mais desinformada lê a notícia e fica satisfeita.
Exato, Bosco.
Por isso que, mesmo para o público leigo, acrescentar naquele parágrafo inicial da matéria umas palavrinhas como “futuramente” ou “em desenvolvimento”, junto à informação sobre o míssil de cruzeiro, já resolveria o problema de ambiguidade no entendimento.
joseboscojr
Concordo… a minha argumentação cingiu-se à gramática do texto que, agora, vejo, está mal redigido.
Diante dos leitores mais desavisados, realmente, a leitura do texto remete a outro entendimento. Eu, que não sou desavisado, fui enrolado…
Aldão,
Mas o meu tom irônico não foi endereçado a ninguém daqui da Trilogia não.
Foi endereçada ao povão mesmo, que não entende nada do assunto e nem tem onde melhor se informar ou interesse em discutir a informação e aprofundá-la.
E também é um pouco direcionada ao Godoy, que é mestre em dar uma roupagem especial a algumas notícias, com um tom patriótico meio que exagerado.
Mas é o jeitão chapa branca dele. rsrsrss
Um abraço.
O MTC-300 tem uma utilidade estratégica que dada à sua precisão o possibilita atingir alvos fixos. Nesse contexto a capacidade de adquirir alvos OTH é menos importante.
Já no uso tático do MTC-300 e dos “foguetes guiados” (mísseis) de 150 km de alcance e dos foguetes não guiados de até 90 km de alcance, contra alvos táticos (móveis, mesmo que estacionários), é necessário um nível mínimo de complexidade para a aquisição dos alvos, que temo, ainda estamos longe de conseguir.
Esse mísseis devem antes buscar penetração no mercado internacional e só bem depois é que devemos adquiri-los. Claro, uma quantidade mínima deverá ser adquirida para que possamos formular a doutrina de uso.
Hoje, a capacidade máxima de aprofundamento de ações ofensivas do EB, salvo engano, está limitado aos 35 km dos foguetes SS-40 do Astros II, e a uns 18 km dos armamento de tubo (obuseiros AP M-109 de 155 mm).
Obs: Não sei se o EB usa os foguetes SS-60 e SS-80, com respectivamente 60 e 90 km de alcance. Até onde eu sei, não usa. E se usa, creio ser de forma limitada, pra desenvolver doutrina, e não de forma operacional.
ÉÉÉ Bosco,
é mais ou menos assim:
– Ei cara, inventei uma coisa fantástica, vou chama-la de Rifle Sniper. Ele acerta um alvo a mais de 3 km de distância, claro que falta eu descobrir como eu adquiro e idêntifico o alvo, mas estou trabalhando nisso.
– Humm interessante, vc já pensou em um binóculo ou quem sabe uma luneta.
– Boa idéia, vou ter que descobrir como integra-la ao rifle, mas valeu.
(Deve ser ai que reside uma das principais necessidades de UAVs orgânicos nas unidades do EB)
Tempos depois:
– Integrei a “luneta” tenho conseguido acertos, mas não são certeiros, principalmente quando disparo de leste para oeste, não entendo, já mudei o propelente, o projétil, mas o problema persiste…
– Isso se chama Força inercial de Coriolis ou Efeito Coriolis, vc não sabia?
– Não, ninguém me disse!!!
EXPERTISE… Puthenfia acha que isso está a venda.
Sds.
Oganza,
Em conflitos de baixa intensidade os vants são excelentes, mas em conflitos de alta intensidade, onde realmente se faz necessário o uso de armas de longo alcance como os foguetes não guiados de 90 km de alcance, o foguete guiado de 150 km de alcance e o míssil MTC-300, eles – os vants – são menos úteis já que têm que se aproximar dos alvos e são “relativamente fáceis” de derrubar pela antiaérea.
Nesses casos acho que equipes em terra e aviões dotados de radares de abertura sintética e capacidade MTI, como o R-99, são mais indicados.
Isso, claro, em tese, porque na prática, pequenos vants podem passar desapercebidos e até mesmo escaparem do fogo de artilharia e mísseis sup-ar.
Não é à toa que muitas forças armadas quebram a cabeça tentando melhor equacionar a forma de neutralizar essa ameaça “insidiosa”.
Armas laser parece que estão se sobressaindo nessa função. Também os canhões AA, em suas diversas formas, associados a complexos sistemas de controle de fogo, estão ressurgindo com força e se voltando para essa ameaça, acumulando a função anti-UAV, C-RAM e C-PGM.
Outra opção é o uso de UAVs Killers, armas de micro-ondas de alta energia, e claro, usar métodos “soft”, que tentam interferir no link de dados e até métodos cibernéticos, que tenta assumir o controle da aeronave.
Fato é que apesar de “relativamente fáceis” de derrubar, como disse no início,os pequenos UAVs têm se mostrado resistentes aos sistemas antiaéreos convencionais.
Na medida que dispusermos de UAVs e armas de longo alcance, nossos potenciais inimigos (???) irão buscar solução de modo a neutralizar nossa capacidade de adquirir alvos em distância ultra-longas.
Reescrita do parágrafo:
“Outras opções são: o uso de UAVs killers; armas de micro-ondas de alta energia; e métodos “soft kill”, que tentam interferir no link de dados, no sinal de GPS e até métodos cibernéticos, que tenta assumir o controle da aeronave.”