Fotos das Forças Armadas se preparando para as Operações de GLO no Rio de Janeiro

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Imagens dos preparativos do apoio logístico das Forças Armadas para as operações de GLO no Rio de Janeiro, que terão início no sábado, dia 5 de abril. O número de militares que será empregado nas operações não foi revelado, mas não deve ser superior a dois mil.

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FONTE: Ministério da Defesa

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Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

As unidades instaladas estão fazendo água e já estão querendo implementar outras.

O que parece? pura jogada de cena pra tirar a atenção do que está acontecendo nas já instaladas.

Fora isso, mais algumas centenas de milhões que serão indevidamente pagas pelo contribuinte do resto do país. Isso ai não é serviço das FA, e sim da tal força de segurança nacional (que não passa de um embuste),

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Colombelli
4 de abril de 2014 at 17:05

Vou ousar discordar de você.

São 40 UPP’s. Para mais infos, tem esse mapa: https://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&vpsrc=0&oe=UTF8&msa=0&msid=204697794257026268058.0004ac5c5411b04da4e04

Os problemas mais graves estão acontecendo nas UPP’s do Complexo do Alemão. Parque Proletário, Vila Cruzeiro e Rocinha. São justamente as que estão situadas nas maiores áreas, onde funcionava o centro das atividades do tráfico.

As outras estão relativamente tranquilas. Então, ao afirmar que as unidades instaladas estão fazendo água, o nobre acaba caindo em uma generalização que não procede.

E, de fato, ainda é cedo para traçar qualquer diagnóstico. Só teremos um resultado concreto dentro de talvez 5 anos.

Quanto à questão do gasto do contribuinte, longe de mim querer defender a gestão do cretino do Sérgio Cabral, mas acaba a SSP-GERJ atuando na ponta do problema, enquanto a causa é muito mais profunda e fora de sua alçada.

Ontem, em entrevista no programa da Miriam Leitão (Na Globo News), o Secretário de Segurança Pública J. M. Beltrame afirmou o que sempre digo aqui: só a UPP não basta. A ação tem que passar pelas fronteiras, pela revisão do Código Penal, pela maioridade penal, pela infra-estrutura carcerária.

E isso não depende apenas do GERJ. Depende também do GF.

Sem qualquer ação nesse sentido, a SSP-GERJ está apenas enxugando gelo.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

O problema é o resto do Brasil pagando pelo contribuinte carioca. cada vez será isso, em torno de 300 milhões sendo lançados para um problema estadual

Em todas as UPPs o tráfico continua ativo, só baniram os fuzis (temporariamente pelo que se vê). É uma farsa. Não sobreviverão 05 anos, antes o tráfico irá retomar seu espaço armado como está fazendo nas outras já citadas.

A nova ocupação bem na hora em que nas outras populares literalmente achincalham o, em que os tiroteios voltam, é uma joga escancarada de marqueting, uma ação diversionária para desviar a atenção.

Sim o problema é outro, bem maior, mas vertente da ação policial precisa ser o inverso: uma ação de força e não de farsa.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Não é um problema estadual. É nacional.

As armas vêm de fora. A droga idem. A PMERJ está enxugando gelo.

De fato, o tráfico continua nas áreas pacificadas, pois há demanda. Embora em menor grau, o que já representa um alívio para a população dos locais com UPP implementadas, pois ficam menos expostas a confrontos entre facções criminosas ou entre facções e a Polícia.

O próprio Beltrame afirmou na mesma entrevista que é impossível acabar com o tráfico enquanto houver demanda – uma mensagem indireta a favor da legalização.

Como você, também sou a favor de ações de força. Tivemos uma oportunidade única em 2010, quando durante a invasão do Complexo do Alemão, mais de 300 traficantes ficaram expostos em terreno aberto – situação ideal para um ataque com alto poder de fogo e baixa possibilidade de dano colateral.

Mas infelizmente havia um helicóptero da Globo filmando tudo. Perdeu-se uma oportunidade de ouro de infligir um duro golpe no tráfico.

Por mim, colocava equipes pequenas de atiradores do BOPE para fustigar traficante. Fazê los sentir que poderiam ser alvejados a qualquer momento os fariam pensar duas vezes antes de escolher essa vida.

Mas infelizmente isso passa por barreiras constitucionais. Sem contar que há a possibilidade grande de alvejar um inocente por engano, o que seria desastroso.

A PMERJ está lutando com uma das mãos amarradas. O GERJ está cada vez menos tolerante com danos colaterais. Qualquer pessoa que é baleada em ação contra o tráfico já gera uma comoção imensa, e um desgaste imenso para a imagem de uma instituição já desgastada por problemas dos mais variados: corrupção, treinamento, salários…

Não é fácil ser PM por essas bandas.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, o tráfico pode ser um problema nacional e mesmo mundial. A diferença é que a maioria dos estados se vira sozinha, mas o RJ ja consumiu R$ 300.000.000,00 de recursos federais para cobrir uma demanda que deveria ser escorada por recursos próprios. E pior, isso não adiantou de nada, pois os locais voltaram a ter violência.

Se um Estado perdeu o controle de sua segurança, se é incapaz, a saída legal ( e eficiente) e uma intervenção federal. Isto sim daria conta do problema de uma vez. Nomeia um 04 estrelas interventor e deixa uns tres meses que resolve. Mas o GF jamais faria isso. Jamais queimaria um aliado.

Ai o que se tem são estas intervenções esporádicas, custosas, que expõe as forças armadas, oneram indevidamente o contribuinte de outros estados e nada resolvem. Antes de ampliar este modelo que ja mostra cansaço, deveriam dar conta de retomar a Rocinha e o Alemão. Lançar a ocupação agora foi justamente pra ofuscar o problema que está acontecendo nestes lugares e que eles sabem que não tem solução. Antes pelo menos os vagabundos tinham medo da polícia. Mas a polícia da UPP é motivo de escárnio, como vimos em um videos estes dias atras que correu os noticiários, onde policiais foram hostilizados e nada fizeram. Que traficante armado de fuzil vai respeitar isso?

O futuro de todas as UPPs é atingir este estágio, onde as coisas voltarão onde estavam, pois o problema não foi eliminado, ele foi “afugentado”. Passado o choque inicial, eles começam testar o dispositivo ( fazer reconhecimentos em força) e descobrem que está ainda mais fácil.

A solução definitiva todos sabemos qual é,a começar por presença estatal maciça. O que falta é real vontade de resolver o problema, coisa que jamais devemos esperar de quem faz anos que so faz mentir e manipular para se reeleger.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

“A diferença é que a maioria dos estados se vira sozinha, mas o RJ ja consumiu R$ 300.000.000,00 de recursos federais para cobrir uma demanda que deveria ser escorada por recursos próprios.”

Não se vira.

Basta ver o que está acontecendo no NE, onde a violência disparou, pois o eixo do tráfico está se deslocando para lá por duas razões: endurecimento das políticas de segurança pública nos estados do SE/Sul; proximidade com a África, o que possibilita um novo fluxo menos extenso de passagem de drogas (Países Andinos-Norte-Nordeste-África-Europa)

O Rio de Janeiro, em 10 anos, reduziu seus índices de homicídios em 35%. São Paulo, em 66%. Foram os estados que mais reduziram suas taxas de homicídios. E muito disso no Rio se deve ao trabalho do Beltrame (um conterrâneo seu, diga-se de passagem).

Em compensação, estados como RN, PA, MA e BA duplicaram, até mesmo triplicaram as taxas de homicídios no mesmo período.

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/12/homicidio-cai-no-rj-e-em-sp-mas-cresce-em-cidades-pequenas-diz-ipea.html

“E pior, isso não adiantou de nada, pois os locais voltaram a ter violência.”

Os que voltaram a ter violência foram os quatro que mencionei. Um deles, o Complexo do Alemão, é simplesmente o maior complexo de favelas do RJ. Nesse local já era de se esperar problemas, até pela extensão da sua área.

Só que aí a PMERJ já passa por outro dilema: para evitar casos de corrupção, colocaram policiais jovens com pouco tempo de serviço. Só que esses não possuem a “manha” necessária para se atuar em um ambiente desses, que somente policiais experientes possuem. Mas a chance de entregar a área a um corrupto é muito maior, e a PMERJ não quer expor a UPP do Alemão a isso. Daí incidentes como o da SD Alda…

“Se um Estado perdeu o controle de sua segurança, se é incapaz, a saída legal ( e eficiente) e uma intervenção federal. Isto sim daria conta do problema de uma vez.”

Outro cuidado que devemos tomar: a segurança pública do Rio não está fora de controle, não nos termos escritos. Já esteve em 2010, quando criminosos iam para as ruas e queimavam ônibus, carros, faziam todo tipo de depredação. Você tinha que ver como era aqui, por exemplo, nos anos 90. Ali, sim, era situação fora de controle.

O que se pede é uma intervenção pontual, em uma área onde estão ocorrendo ações típicas de guerrilha, onde serão usados efetivos do exército com experiência anterior em missões de pacificação em um ambiente similar (Haiti).

A cidade do RJ, até por ser uma cidade portuária, tornou-se ponto de entrada e distribuição de drogas e armas. Isso não é exclusividade daqui. Cidades portuárias tendem a ser mais violentas, por ter essa característica de porta de entrada. Marseille, por exemplo, é considerada a cidade mais violenta da França. E é uma cidade portuária.

Acaba que temos que resolver um problema que está se desenrolando há mais de 40 anos, e não será da noite para o dia. Vamos levar mais de uma geração.

E outra: o que você está propondo (intervenção federal) é muito semelhante ao que está sendo feito. Com a diferença que é mais ostensivo. Mas uma hora o interventor irá embora e os problemas retornarão, pois como eu disse, está sendo atacada a ponta, e não a raiz do problema. A raiz do problema está fora da alçada da SSP-GERJ

“Mas a polícia da UPP é motivo de escárnio, como vimos em um videos estes dias atras que correu os noticiários, onde policiais foram hostilizados e nada fizeram. Que traficante armado de fuzil vai respeitar isso?”

Nesse ponto, ousarei novamente discordar de você. A melhor atitude dos soldados da PMERJ naquele momento foi não reagir. Estavam em desvantagem numérica e, pior ainda: aquilo era uma ação claramente provocativa do tráfico de drogas (os traficantes estavam desarmados), buscando induzir os soldados da PMERJ a tomarem uma atitude precipitada. Você não faz idéia de como havia defensor dos “direituzumanus” doido para que um PM abrisse fogo.

Todos os delinquentes foram identificados. Todos tinham passagem pela polícia. Aí te pergunto: o que estavam fazendo ali, ao invés de estarem na cadeia? Respondo: infra-estrutura carcerária falida e judiciário moroso.

E o caso do pedreiro Amarildo colocou a PM na defensiva na Rocinha. 25 policiais foram presos. Você entende quando falo que a PMERJ está lutando com uma das mão amarradas?

“O futuro de todas as UPPs é atingir este estágio, onde as coisas voltarão onde estavam, pois o problema não foi eliminado, ele foi “afugentado”. Passado o choque inicial, eles começam testar o dispositivo ( fazer reconhecimentos em força) e descobrem que está ainda mais fácil.”

Isso já é mais difícil prever, pois as lições dos erros que estão sendo cometidos nas favelas maiores estão sendo aplicados nas comunidades menores.

“A solução definitiva todos sabemos qual é, a começar por presença estatal maciça.

Enquanto a presença estatal maciça estiver na ponta do problema, e não na raiz, será enxugar gelo.

Eu entendo seu ponto de vista, mas você está olhando por uma ótica puramente militar em um problema majoritariamente de saúde pública. E isso envolve diversas variáveis em diversas áreas muito além da militar. Veja o exemplo dos Estados Unidos, que duplicou seus gastos no combate ao tráfico de drogas (em 10 anos, os gastos subiram de US$ 20 Bilhões para US$ 40 bilhões) sem qualquer resultado prático. e olha que eles possuem recursos tecnológicos muito superiores aplicados em uma área muito menor (3000 km de fronteirar terrestres).

O fracasso da política americana de combate às drogas está levando democratas e republicanos a um debate sério a respeito da descriminalização. E vários estados norte-americanos já descriminalizaram drogas como a maconha.

O Brasil possui 17.000 km de fronteiras terrestres e 8.000 km de costa. É impossível vigilância integral.

Eu vou reescrever um comment feito em post anterior. Não sou especialista em segurança pública, portanto, peço que perdoe qualquer inconsistência.

Aqui no Rio, a política de implantação de UPP’s está sofrendo seu mais duro teste. Particularmente, considero a UPP é uma excelente idéia: aproximar a polícia da comunidade, sair do modelo de polícia aquartelada e ter uma ação mais pró-ativa ao invés de reativa.

E há mais um fator: na UPP, se o policial comete abusos, a comunidade o denuncia à Corregedoria (que funciona, tanto que a da PMERJ expulsou 317 policiais em 2012, quase um por dia). Em uma comunidade dominada pelo tráfico, isso inexiste.

Mas a UPP sozinha não é a solução. É parte da solução. Uma solução abrangente passa pelos seguintes locais:

– Agilização do Poder Judiciário;
– Reforma do Código Penal, estabelecendo penas mais duras (sou inclusive a favor da prisão perpétua e da redução da maioridade penal) e reduzindo os dispositivos de redução penal;
– Expansão e modernização do sistema carcerário, com divisões físicas de acordo com faixa etária e delito cometido;
– Criação de uma Secretaria Nacional de Segurança Pública, com status de ministério, cujo papel seria centralizar e coordenar os diversos tipos de forças policiais e forças armadas;
– Melhora de salários e condições de trabalho para os policiais, pois um policial bem-remunerado é um corrupto em potencial a menos;
– Desoneração e incentivos ao setor produtivo e à pequena e média empresa (que são os maiores empregadores), já que um jovem empregado a mais é um criminoso em potencial a menos;

Essas ações que enumerei seriam de curto/médio prazo. A longo prazo: educação de base em período integral e sem qualquer tipo de doutrinação ideológica.

Quanto à questão da criação de uma Secretaria Nacional de Segurança Pública o papel dela seria centralizar e integrar os esforços de todos os níveis de polícia, Forças Armadas, Inteligência e Poder Judiciário.

Para se combater o tráfico, tem que se atuar de forma integrada, nas fronteiras (Atribuição das Forças Armadas e Polícia Federal) e nos portos (Polícia Federal e Marinha), pois são onde entram a maior parte das drogas e das armas. Além da Polícia Rodoviária.

Tem que se fustigar os recursos do tráfico, através pricipalmente do combate à lavagem de dinheiro (atribuição da Polícia Federal e do Ministério Público)

Na outra ponta, nas ações diretas, aí entra a Polícia Militar e a Polícia Civil nos estados, com a Polícia Civil exercendo trabalho de investigação e inteligência a nível local, assim como ações diretas de enfrentamento através da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

E a Polícia Militar exercendo ações diretas de enfrentamento (BOPE e Choque) e ocupação permanente (UPP).

Sou à favor inclusive da unificação do serviço reservado das duas polícias (Militar e Civil) para a criação de um órgão que coordene ações de inteligência a nível local. Esse órgão estaria subordinado diretamente à Secretaria Nacional de Segurança Pública.

E o combate ao tráfico de drogas passa inclusive pela área em que atuo – Arquitetura e Urbanismo – pois faz-se necessário um processo de “desfavelização”, melhorando os acessos, eliminando vielas e becos, convertendo casebres em unidades habitacionais uni e multifamiliares decentes, criando espaços de convivência (onde o povo ocupa, criminoso não entra).

Lógico que, para que tudo isso funcione a contento, tem que se garantir o básico: que os criminosos presos em decorrência das ações integradas permaneçam presos. Daí a reforma penal e a modernização e expansão do sistema carcerário.

Vou continuar em outro comentário para não ficar longo em demasia.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Continu

Partindo da premissa de que o número de homicídios está ligado ao consumo de entorpecentes, considero isso um problema insolúvel, pois esbarra com algo inerente à natureza humana: o egoísmo.

O sujeito não quer saber se a maconha que ele compra na boca-de-fumo financia a arma que será usada contra ele mesmo. Ele quer “ficar de boa”, seja com ele mesmo, ou com o grupelho do qual faz parte.

Por isso que eu acredito que o problema do tráfico é de solução definitiva impossível.

Por outro lado, creio que a legalização de drogas como a maconha e a cocaína poderiam enfraquecer financeiramente o tráfico, já que são as mais consumidas. Uma vez que sua distribuição e comercialização esteja regulamentada (e o estado pode taxar essa renda, fazendo com que esses recursos sejam utilizados inclusive contra o tráfico), o usuário certamente preferirá ir até à farmácia comprar seu cigarrinho de maconha ou seu envelope de pó a subir o morro.

Restará ao tráfico apenas drogas pesadas como o crack. Não incluo drogas como o ecstasy e a heroína nessa contagem porque eles respondem por uma parcela pequena desse mercado consumidor. Isso enfraquecerá financeiramente o tráfico e gerará uma concentração de ações em poucos produtos, o que facilitará a ação da polícia.

Para não parecer contraditório, deixo claro: isso não anula uma letra do que falei antes.

É possível uma política liberalizante, com o Governo estabelecendo regras de produção e distribuição de drogas como a maconha e a cocaína, enquanto utiliza os recursos oriundos dos impostos sobre a venda legalizada desses dois itens para melhorias nas polícias que possibilitem reprimir com maior eficácia drogas com maior poder de dependência como o crack.

Alguns contra-argumentarão: mas os traficantes migrarão para outros tipos de crime. No que respondo: o que se considera atualmente mão-de-obra em potencial do tráfico pode ser absorvida na produção e distribuição legalizada. Quem é traficante continuará traficante. Mas quem é traficante em potencial poderá ser absorvido nesse novo mercado legalizado.

Foi assim que os Estados Unidos fizeram quando terminaram com a Lei Seca, em 1933.

No que diz respeito a drogas como maconha e cocaína, 8 em cada 10 usuários são do tipo eventual (ver link: http://www.istoe.com.br/reportagens/23565_DROGAS+APERTANDO+O+USUARIO). Me arrisco até mesmo igualá-los aos usuários de álcool que, convenhamos, possuem também efeitos entorpecentes. E é comercializado livremente.

Na prática, as drogas já são legalizadas. É muito difícil um usuário surpreendido portando maconha ou cocaína ser preso. No máximo fica algumas horas detido.

Algumas pessoas temem que os efeitos da legalização fujam ao controle. Rebato afirmando: na prática já está fora de controle, uma vez que essas drogas são comercializadas livremente, contando até mesmo com serviço de entrega domiciliar (o famoso “disque-pó”). O que se pode fazer é tentar reduzir a violência associada às drogas, e creio que essa é a finalidade da legalização da maconha e da cocaína – as menos nocivas, e por isso as mais comercializadas.

Estamos diante de uma opção ruim e uma opção péssima, infelizmente.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael se o o que ocorre hoje no Rio não é estar fora de controle, então não sei o que é. É fato: se precisou do EB e marinha é o porque não dá conta com seus meios. Até quando isso vai durar? Semana retrasada era tiroteios generalizados de novo. Isso é controle? É controle apenas espantar temporariamente os criminosos avisando semanas antes que vão invadir e fazer embuste de hasteamento de bandeira?

Se viram os outros sim, pois o máximo que se viu foram ajudas de alguns dias em greves da polícia ou atuação da FNS ( esta sim que deveria atuar em todos os casos). Nenhum Estado botou fora 300.000.000,00 com milhares de elementos das FA por meses a fio. E nenhum vai por de novo como agora o RJ irá fazer por incompetência do seu governador, eleito pelo seu povo.Fazem a burrada e nos pagamos. O Brasil quer ajudar e esta disposto a pagar sua parcela por uma federação, mas quer fornecer uma ajuda que resolva e não para uma encenação bufa.

O fracasso só se deu em 04 áreas? Sim nas 04 maiores e mais importantes, prelúdio do que vem adiante.

Santos, Recife e Fortaleza tem portos mas a sua população circula sem medo de um tiro de fuzil e nenhuma delas consumiu 300 milhões da união por incompetência gerencial de seu governo local e estadual. Tu podes morrer lá como em qualquer lugar, mas não há uma guerrilha armada de fuzis nas ruas. Há uma enorme distância em compara a violência da cidade do Rio com qualquer outra do Brasil. nem os vagabundos do PCC em São Paulo conseguem tanta força como o tráfico lá, q.

Quando a polícia deixa vagabundo passar a mão na retaguarda como aparece no video, o ultimo bastião caiu. Não se vai resolver problemas graves d 40 anos em um piscar de olhos, com certeza, e muito menos com a policia querendo passar uma de politicamente correta e de fraca.

As politicas que tu propõe são justamente a intervenção estatal maciça que falei, mas elas nunca irão ocorrer, não com estes elementos no GF, e talvez mesmo nem com outro.

O problema das drogas nos EUA não o pode ser comparado ao do Brasil sem simplismo. Lá é muito, mas muito pior que aqui, porém nenhuma grande cidade americana tem a situação onde um transeunte está a perigo de um tiro de fuzil em qualquer ponto e a qualquer momento. O problema do RJ está mais para Cartagena e Bogotá, e lá so a força e não uma pseudopolicia adiantou.

Já há uma secretaria de segurança federal. Isso é so criar mais cabide de emprego para alojar a base vendida. Guerra se comanda com estado maior em campo, não com burocratas de Brasília. E há uma guerra em curso.

O mesmo governo que deveria e poderia melhorar a legislação e agilizar o judiciário, a aparelha este ultimo com desqualificados e faz um lei porca atras da outra como a ultima lei de prisões cautelares, que afrouxou ainda mais a possibilidade de cárcere. Depois, quando o circo pega fogo, joga as FA fazer papel que não é seu e as custas do contribuinte de outros estados. Ajuda eventual sim, pela presença de uma federação, distribuição e banalização do ônus da incompetência reiterada não

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Quanto a discriminação de certas drogas, por dar palestras sobre drogadição quando estava no judiciário (ineficiente e que não move a retaguarda de seus gabinetes), me aprofundei no estudo desta questão e de fato para algumas delas pode ser uma solução.

Porém repito, a UPP é uma farsa que mascara e adia um confronto que vai ter que ocorrer. Quantas ainda poder´~ao se instaladas ao custo de 300 a 500 elementos? Terá a PMRJ um efetivo de 200.000 homens algum dia para resolver o problema?

Muito mais racional é equipar o BOPE e a CORE e partir para uma politica de pressão implacável, feroz, mas sem megatiroteios e midia para demagogos se locupletarem. O exemplo está na Colômbia.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Bom, vejo então que nosso único ponto de discordância é com relação à UPP.

Excelente! Assim se constroem consensos.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Aparando arestas:

“Rafael se o o que ocorre hoje no Rio não é estar fora de controle, então não sei o que é.”

Você não viu como isso aqui estava em 2010. Vou mais longe: você não viu como isso aqui estava nos anos 90 e na primeira metade dos anos 2000.

O fato do eixo do tráfico ter se deslocado para o Nordeste evidencia o endurecimento da política de combate ao crime no RJ/SP. E em ambos os estados, a violência diminuiu.

Longe de mim querer defender o cretino do Cabral. Deixo claro. Não votei nele, e nunca votarei. Marqueteiro demagogo – como todo político.

Mas louvo sim o trabalho da SSP-RJ, pois sei que ali tem muita gente séria.

“O fracasso só se deu em 04 áreas? Sim nas 04 maiores e mais importantes, prelúdio do que vem adiante.”

Repito: é precipitado falar em “fracasso”. O modelo de UPP está sofrendo provavelmente seu mais duro teste. E, sinceramente, veio para ficar. A SSP-RJ não irá recuar, a menos que receba ordens de cima.

E, a experiência da UPP está sendo testada em vários outros estados: Paraná (Unidades Paraná Seguro – UPS), Bahia (Base Comunitária de Segurança), Maranhão (Unidade Comunitária de Segurança (UCS) inclusive no RS – o programa “Território da Paz”, que você provavelmente conhece.

Se está sendo reproduzido, definitivamente não é um fracasso.

E a UPP se baseou em experiências bem-sucedidas anteriores na Colômbia (Mais especificamente, em Medelín).

“Santos, Recife e Fortaleza tem portos mas a sua população circula sem medo de um tiro de fuzil e nenhuma delas consumiu 300 milhões da união por incompetência gerencial de seu governo local e estadual. Tu podes morrer lá como em qualquer lugar, mas não há uma guerrilha armada de fuzis nas ruas. Há uma enorme distância em compara a violência da cidade do Rio com qualquer outra do Brasil. nem os vagabundos do PCC em São Paulo conseguem tanta força como o tráfico lá”

Compare o tamanho da população de Santos (433.000 habitantes), Recife (1.600.000 hab) e Fortaleza (2.550.000 hab) com o Rio de Janeiro (6.430.000 hab, só a capital) e verá que a sua comparação não procede.

Não há como comparar uma Região Metropolitana de 11 milhões de habitantes com qualquer dessas cidades.

Junte a posição geográfica de porta de entrada característica da cidade portuária. Acresça a ausência durante décadas de uma política urbana e de mobilidade urbana. Inclua décadas de êxodo populacional de outros estados mais pobres.

Está pronta a receita do desastre.

E, para piorar, a cidade ainda será sede de dois grandes eventos esportivos.

“Quando a polícia deixa vagabundo passar a mão na retaguarda como aparece no video, o ultimo bastião caiu. Não se vai resolver problemas graves d 40 anos em um piscar de olhos, com certeza, e muito menos com a policia querendo passar uma de politicamente correta e de fraca.”

Já mostrei minhas discordâncias. Reafirmo: a PMERJ está lutando com uma das mãos amarradas. O GERJ está cada vez menos intolerante com danos colaterais. Cada vez que um inocente é baleado em uma favela – pacificada ou não – desce uma multidão para as ruas (provavelmente insuflada por traficantes).

Durante pelo menos duas décadas, foi feito enfrentamento direto, sem considerar os danos colaterais, e o resultado foi apenas o desgaste da corporação junto à população.

O problema é que uma ação clássica de enfrentamento em uma região com vielas estreitas e irregulares – que favorecem o defensor – sem danos colaterais é impossível. O ideal, na minha opinião, seria um amplo programa de desfavelização, mas que político vai querer enfrentar nesse tema?

Aí voltamos a enxugar gelo…

“O problema das drogas nos EUA não o pode ser comparado ao do Brasil sem simplismo. Lá é muito, mas muito pior que aqui, porém nenhuma grande cidade americana tem a situação onde um transeunte está a perigo de um tiro de fuzil em qualquer ponto e a qualquer momento. O problema do RJ está mais para Cartagena e Bogotá, e lá so a força e não uma pseudopolicia adiantou.”

Devemos tomar cuidado com as palavras, pois desse jeito, acaba parecendo que aqui no Rio temos que passar o dia inteiro abaixados para evitar levar um tiro, o que não corresponde à realidade. O problema no Rio está começando a deixar de ser generalizado para se tornar de caráter localizado. Mas só vamos ver isso daqui a 5 anos no mínimo.

Quanto aos Estados Unidos, as cidades localizadas próximas à fronteira com o México estão sofrendo sérios problemas com gangues. Los Angeles é uma delas (e é uma cidade portuária, como o Rio). Ok, nada comparado às facções criminosas no Rio, até porque elas são bem mais dispersas, mais numerosas e com poucos membros – diferente do Rio, onde o tráfico é dividido em três grandes facções.

Mas ainda assim um problema sério. Tão sério quanto aqui.

E, longe de ser simplismo, se uma potência militar como os Estados Unidos declara que a política de combate às drogas fracassou, é porque a coisa está séria: http://www.washingtonpost.com/news/volokh-conspiracy/wp/2014/01/26/conservatives-rethinking-mass-imprisonment-and-the-war-on-drugs/

“Porém repito, a UPP é uma farsa que mascara e adia um confronto que vai ter que ocorrer. Quantas ainda poder´~ao se instaladas ao custo de 300 a 500 elementos? Terá a PMRJ um efetivo de 200.000 homens algum dia para resolver o problema?”

Discordo, e os estados que estão reproduzindo a experiência das UPP’s corroboram minha discordância.

E esse confronto já ocorreu. Em 28/11/2010 no complexo do Alemão. Ali, infelizmente, perdeu-se uma oportunidade de ouro de infligir um duro golpe no tráfico, já que 300 traficantes ficaram expostos em terreno aberto, com chance mínima de danos colaterais. Mas, após esse dia, o tráfico deixou de agir ostensivamente, e passou a agir de forma assimétrica. Eu acompanho as notícias sobre o que acontece nas favelas pacificadas, sendo assim, sei do que falo.

E as UPP’s não serão instaladas em todas as favelas (até porque é impossível, são mais de mil), e sim nas consideradas estratégicas, seja por suas dimensões, por sua localização geográfica.

“Muito mais racional é equipar o BOPE e a CORE e partir para uma politica de pressão implacável, feroz, mas sem megatiroteios”

Mesmo com toda a capacidade reconhecida do BOPE e da CORE, continuaremos enxugando gelo. Não adianta nada se um “Menor P” continua mandando através de instruções ao advogado. Não adianta nada se policial corrupto da PMERJ vende ao tráfico armas apreendidas pelo BOPE. Não adianta nada se continuam passando toneladas de drogas e armas pela fronteira com a Bolívia, com a Colômbia, com a Venezuela. Não adianta nada ver traficante preso ser solto em três meses, porque faltam celas. Não adianta nada um traficante permanecer solto por conta de um judiciário moroso.

Para finalizar: entendo a sua indignação de contribuinte ao ver R$ 360.000.000 sendo colocados para resolver um problema local. Eu também paguei isso, e pago todo ano R$ 132.000.000 para manter as UPP do Complexo do Alemão (dinheiro do estado, deixo claro). Seu protesto é válido e legítimo.

Mas há alguns equívocos em sua argumentação. Equívocos normais, já que não reside aqui. Nasci no Rio em 1980. Moro aqui. Pretendo morrer aqui. E se me derem a opção de escolher um lugar para nascer de novo, quero nascer aqui.

E te afirmo com todas as letras: A situação, há dez anos atrás, era muito pior

Saluti

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, inexiste maior atestado de perda de controle do que ter que se valer das FA. Não se cuida de opinião, é dado objetivo. Se já foi pior, antes tanto mais grave.

A UPP pode funcionar em outros lugares, como os citados, não em um lugar com 15.000 fuzis nas ruas e com uma polícia desacreditada e corrupta que usa a anos um método errado. São circunstâncias diferentes E em Medelin, como de resto em toda a Colômbia, o EC efetua patrulhamento agressivo em apoio. A UPP bota 500 guris no meio da fogueira sem apoio. Ai so há dois caminhos, passar fiasco ou se corromper. A UPP é e será um fracasso no RJ não pela quantidade de violência mas pela qualidade.

E o degaste da PMRJ reside justamente em trabalhar com 08 ou 80. Ou deixa vagabundos tripudiarem ou entra em favela com 600 homens e atirando a esmo. O que precisa é ações violentas mas inteligentes, pontuais: ações de comandos. O dano colateral ocorre por falta e inteligência nos dois sentidos, como preparação, e como falta de intelecto mesmo, pois somente um comando inepto coloca fuzis na mão da tropa para uso urbano e deixa a tropa dar rajadas dentro de área urbana. Fuzil=sniper.

As vielas atrapalham? sim, mas as bixas civis decorrem da irresponsabilidade. Ano passado circulou um video de uma perseguição onde foram disparados ( eu contei) mais de 70 tiros de um helicoptero em uma rua de um bairro contra um carro, usando-se uma MAG. Ai não dá pra querer. Claro que vai morrer inocente.

O tráfico no EUA é ainda pior, mas como tu bem reconhece, nem de longe a população de los Angeles ou Seatle corre o risco da população da cidade do RIo, onde tu esteja onde estiver, pode morrer baleado dentro de casa como aconteceu com o Older Cazarré. E nos EUA a coisa ainda não é pior justamente porque tem uma política de força. Força inteligentemente aplicada e um Judiciário sério ( de verdade, não arremedo).

Se o problema é insolúvel, certamente afrouxar as coisas não vai torna-lo ainda menos grave. A PMRJ ganharia mais respeito se não entrasse atirando com metralhadoras Madsen, fuzis e agora MInimis do que querendo criar um polícia smurf.

Por fim o fato de eu não morar ai não muda em nada a situação. Tenho um cunhado dai e minha irmã morou alguns anos ai. Ademais, a carga de informação diariamente na mídia permite qualquer pessoa ter uma boa ideia da situação. Eu aliás, fiz estágio no Regimento Avaí e conheço as águas do Rio Guandu ( de dentro)

Força se combate com força ainda maior. O Inimigo é vencido quando é vencida a força dele de continuar, ou por conveniência ( não vai ocorrer com eles) ou por medo. É possível uma política de força com menos dano colateral. Ai a solução: ações pontuais, cirúrgicas, agressivas. Chamem alguns capitães Nascimento urgente.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

“As vielas atrapalham? sim, mas as bixas civis decorrem da irresponsabilidade. Ano passado circulou um video de uma perseguição onde foram disparados ( eu contei) mais de 70 tiros de um helicoptero em uma rua de um bairro contra um carro, usando-se uma MAG. Ai não dá pra querer. Claro que vai morrer inocente.”

É disso que falo. A PMERJ, quando entra, é botando pra quebrar. Daí incidentes como o assassinato da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira.

Só que a população não está mais tolerando isso.

Força se combate com força ainda maior. O Inimigo é vencido quando é vencida a força dele de continuar, ou por conveniência ( não vai ocorrer com eles) ou por medo. É possível uma política de força com menos dano colateral. Ai a solução: ações pontuais, cirúrgicas, agressivas.

Infelizmente, nesse ponto, a SSP-GERJ deixa muito a desejar. É a que menos investe em inteligência. Agora é que isso está começando a mudar, através de ações conjuntas com a PF – inclusive a prisão do Menor P foi feita com o auxílio de um drone, que o estava acompanhando há pelo menos uma semana.

Às vezes eu penso que isso é algo intencional, pois muita maracutaia de político seria descoberta.

Nesse aspecto, a SSP-GESP lidera com folga, com R$ 273 milhões investidos em informação e inteligência.

Mas ainda assim, mantenho minha posição: não podemos olhar de uma ótica puramente militar um problema que é de saúde pública. Ela terá serventia no sentido de manter a bandidagem na defensiva, solapando seu moral gradativamente. Mas não fornecerá a solução definitiva, pois cada vagabundo que cai, tem dez para entrar no seu lugar.

Tem que se fustigar as fontes. As que não puder secar, reduzir para o mínimo possível.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Tem que por pra quebrar sim, mas da forma certa. Mutatis mutandis é como os EUA no Afeganistão. Não adianta por grandes efetivos abafar por uns dias, ou entrar favela adentro dando rajadas como fazem de forma inconsequente os policiais. Os EUA fazem hoje com drones. Nos temos de usar no RJ DACs (Destacamentos de ações de comandos) equipes pequenas de 12 a 30 homens, com ações violentas, pontuais. O BOPE pode dar conta tranquilamente. O método que tem que mudar.

Não adianta tentar abordar um problema com uma solução abrangente quando ela não é viável. Tentar resolver os problemas na raiz social demorará décadas, se for possivel. Ou alguem acha que é viável suprimir as favelas onde estão? Agora, hoje, o problema premente é militar, tanto que o que se está fazendo é uma ação militar maciça, com doutrina errada. Há uma guerra em curso e ela não é fruto do fato de ser uma grande cidade, mas sim de uma forma especial de criminalidade. Em São Paulo, com maior população e um PCC bem organizado, não se tem o nivel de guerrilha urbana que se vê no Rio.

Quando vagabundo anda em pelotões armados com fuzis e se tem que chamar o EB e marinha é uma guerra que há. É um problema militar cuja solução militar não impede outras. Mas a militar é a urgente e possível agora. O vagabundo so irá parar morto ou por estar aterrorizado. Te-s eque mudar o custo benefício da atividade criminosa.

Aliás, ao invés de usar as forças armadas para a ação inicial de choque e depois estas serem substituidas pela polícia, mandaram a PM primeiro e depois vão por as FA fazer abordagem e revista, ou seja, inversão completa das coisas.Mais um exemplo de amadorismo

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Em São Paulo, com maior população e um PCC bem organizado, não se tem o nivel de guerrilha urbana que se vê no Rio.

Porque – e nesse ponto eu lhe dou a razão – o GESP respondeu com ações duras.

Em 2006, o PCC fez algo semelhante ao que o CV fez aqui em 2010. 24 policiais mortos em apena um mês. Mas lá o enfoque foi direcionado para atentados contra policiais. Aqui, foi com depredações.

Aí o GESP agiu. Removeu os líderes para penitenciárias fora do estado, e nos meses seguintes prendeu a maior parte dos envolvidos nos atentados.

Aliás, ao invés de usar as forças armadas para a ação inicial de choque e depois estas serem substituidas pela polícia, mandaram a PM primeiro e depois vão por as FA fazer abordagem e revista, ou seja, inversão completa das coisas.Mais um exemplo de amadorismo.

Mas aí acho que isso vem de uma questão que inclusive foi debatida aqui várias vezes: colocar ou não as FA’s em ações de enfrentamento ao tráfico?

E aqui mesmo na Trilogia, muita gente se posicionou contra, pelos mais variáveis argumentos, e todos com fundamento.

Eu, pessoalmente, sou a favor. Ninguém melhor que os destacamentos do EB/CFN que serviram no Haiti para fazer esse serviço (em conjunto com tropas como o BOPE e a CORE). E lá era um ambiente similar, mas muito pior do que aqui, pois era um país com instituições inexistentes, dominado por gangues, e para piorar, havia a barreira do idioma.

Aqui há a vantagem de estar combatendo em território conhecido, além do respeito que a população possui.

Abro um parêntese: Para você ver como o tema é controverso e fascinante: olha a quantidade de linhas que escrevemos aqui.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

A minha única ressalva com relação à opção militar é a seguinte:

Por quanto tempo? Meses? Anos? Porque, mesmo em conjunto com outras ações e outras forças, militares ou não, isso uma hora terá que cessar.

E depois que cessar, como fazer para a vagabundagem não retomar a iniciativa?

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Qual seria o fundamental legal para Comandos matarem criminosos sem correrem o risco de serem condenados, como ocorreu agora com os PMs que invadiram o Carandirú?

Hoje, com o tanto de câmeras existentes, uma ação ou outra será filmada e os “direitos humanos” e a imprensa cairão “matando” nos policiais e/ou militares envolvidos.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, ninguem falou em usar os comandos do EB ou da MB. O método é que seria de comandos, mas as tropas seriam do BOPE. O BOPE aliás tem capacidade igual e maior experiência. Dá conta tranquilo.

Ninguem também falou em matar nenhum criminoso. Mas você sabe, eles sempre “reagem” ai acabam morrendo por conta do “uso indispensável da força”. Ainda mais de noite sem muitas testemunhas eles costumam ser mais “afoitos”. Outros quem sabe teriam ido pra longe, por receio em viagens sem volta. Somem e ninguem sabe onde foram. Acidentes acontecem com estes sujeitos de Karma ruim.

É um grave erro por tropas das FA fazer este serviço, mesmo os que tiveram no Haiti. Lá era terra sem lei e sem imprensa. Aqui não. Ja houve uma morte na Maré e o EB levou críticas. No Haiti a imagem não se desgastava.

Além disso, tropa combatente não deve fazer isso. Como bem se disse em uma entrevistas estes dias aqui publicada, o militar so tem dois módulos, atirar ou não atirar. Policiamento precisa manha, psicologia. Uso das FA so se justifica em caso de intervenção federal.

E se fosse pra fazer, que fosse na fase de choque, inicial, máximo uma semana e deu. Jamais pra ficar fazendo serviço de revistas e abordagem. Isso faz os vagabundos descobrirem que o tigre é de papel.

Sempre profícuo debater contigo. Sempre alto nível.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Eu costumo sempre dizer: o melhor desse espaço não são as concordâncias, mas as discordâncias.

São elas que geram os melhores debates, graças ao alto nível dos comentaristas que temos aqui. Sou pinto no meio desses autênticos Galos de Briga.

Vou resumir a situação aqui no RJ em uma frase: Em dez anos, passamos de uma situação crítica para uma situação muito ruim

Talvez seja necessário mais dez ou quinze anos para se chegar ao nível de São Paulo. Quinze anos atrás, SP tinha o mesmo índice de criminalidade daqui. Hoje é metade do nosso. Lá o trabalho deu resultado, e os invejo por isso.

Aqui também tivemos bons resultados – apesar de criminosos como Garotinho e incompetentes como Cabral – mas em menor grau. Ainda há muito o que se fazer.

Mas aí olho as opções de voto: Crivella, Garotinho, Lindbergh e Pezão.

Dá vontade de fazer as malas e meter o pé daqui…

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Agora ficou clara sua posição a respeito. É que da forma que tinha exposto anteriormente, pensei que fosse mais “radical” quanto ao tema.

E parabenizo você e Rafael M. F. pelo ótimo debate.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

As minhas considerações supra acerca do alto nivel e da satisfação dos debates faço extensivas a ambos os Rafael.

Rafael Oliveira, certamente que não podemos advogar abertamente execuções ilegais, pois ai a polícia se torna igual ao que combate. Mas quando a policia age com mais força, acabam ocorrendo mortes de marginais, e isso poderia ser uma medida para por um certo receio e respeito ao menos neles como o PCC tem em relação à policia de SP. O que não se pode admitir, porque ilegal é cenas como as que há em um video de dois ou tres marginais descendo uma lombada correndo entre o capim, sem alvejar ninguem, e a polícia mandando bala em cima. Isso é homicídio. E ainda fazem na frente da imprensa. Muito manés. .

Rafael M F. Tá dificil mesmo. E quatro ja dá formação de quadrilha. Até o garoto de recados de lula ( foi mandar a rosemari calar a boca), aparece na lista. Uma vez defensor da legalidade e da democracia (se dizia na presidência da UNE na época do Collor, quando agiu de forma oportunista noc aso do empeachment), depois lacaio do maior corrupto da história da nação, indo levar recadinhos. Isso resume o sombrio prospecto que aguarda o povo do Rio, o qual é 99,999% trabalhador, honesto e muito sofrido ( na mão dos bandidos, uns armados, outros não).

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Grato, Colombelli, pelas palavras.

Sobre o caso dos bandidos sendo mortos ladeira abaixo, assim como o da morte do Matemático, acabou, forçadamente, interpretado como uma “legítima defesa”.

Da minha experiência de vida, é normal o ser humano ir superando cada vez mais os limites, inclusive os imorais. No caso da minoria de policiais que fazem isso, primeiro ele mata alguém em legítima defesa. Depois, uma legítima defesa putativa. Daqui a pouco, já é uma legítima defesa “preventiva”. Depois, descamba para execuções de bandidos e até de inocentes.

Por isso, apesar de não me importar nem um pouco com a vida de vagabundos, tenho certo temor da escalada desenfreada de uso da força da polícia.

Sobre o cenário político, apesar de ser um defensor da democracia, nessas horas bate um desânimo que prefiro nem comentar sobre esses candidatos.