Reportagem da Globo onze anos após a Revolução de 1964

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Esse vídeo de apenas 11 minutos que mostra como estava a situação política no Brasil antes do Regime Militar. Observem como estava o caos que hoje nem a TV nem os jornais mostram.

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edurval
edurval
10 anos atrás

A TV Globo como sempre ao lado Governo.

Esse vídeo é apenas propaganda governamental utilizada para justificar a continuação de um governo ilegal, visto que nenhum presidente militar foi eleito diretamente pelo povo.

Aos que sentirem-se ofendidos pelas minhas palavras lembro lhes que o certo sempre será o certo, por mais difícil mais duro e mais insensato que possa parecer o certo nunca será o errado.

Democracia – A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal.

Vida longa e prospera a todos.

Blackhawk
Blackhawk
10 anos atrás

Exatamente, edurval.
Já tinham tentado rasgar a constituição em 1961. Em 1964, de fato o fizeram.
Justamente aqueles responsáveis pela seu zelo…

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Mesmo assim, na época impediram por algumas décadas quem atualmente ocupa o poder fizesse naqueles tempos, o que fazem hoje. E naquele tempo talvez o fizessem com mais êxito do que agora pois alguma coisa restou de instituições que ainda fazem algum contraponto.

E hoje é mais fácil se posicionar contra o ocorrido mas, e na época? Boa parte da população, do clero, do empresariado apoiou o golpe por pura certeza de que lucrariam com isso?

Os valores são importantes mas, mais importante é sua consolidação, por exemplo, porque seria um presidente ilegal quando eleito indiretamente se, nos EUA o presidente é eleito indiretamente? Democracia é algo que precisamos preservar mas, o conceito foi criado onde o “demos” era 97% escrava portanto, sem direito a votar. A democracia grega na época de sua criação pouco importava pois quem se beneficiava dela?

Não há dúvidas quanto aos erros do governo militar mas, os que já estavam lá e queriam chegar lá, não eram boa coisa e nem os democratas, reformistas que alegavam ser.

abraços.

M@K
M@K
10 anos atrás

Concordo com o Antônio.
Só para reflexão… se não houvesse ocorrido a ditadura militar, como estaria o Brasil hoje, melhor ou pior???

edurval
edurval
10 anos atrás

Antonio M 1 de abril de 2014 at 12:39

“E hoje é mais fácil se posicionar contra o ocorrido mas, e na época? Boa parte da população, do clero, do empresariado apoiou o golpe por pura certeza de que lucrariam com isso?”

E você ainda tem alguma ilusão que não? No Brasil sempre houve alguém se beneficiando das tetas do Governo, acha mesmo que esses acima listados estariam preocupados com o bem estar da nação ou com o próprio bem estar?

“Os valores são importantes mas, mais importante é sua consolidação, por exemplo, porque seria um presidente ilegal quando eleito indiretamente se, nos EUA o presidente é eleito indiretamente? Democracia é algo que precisamos preservar mas, o conceito foi criado onde o “demos” era 97% escrava portanto, sem direito a votar. A democracia grega na época de sua criação pouco importava pois quem se beneficiava dela?”

Me desculpe, não sabia que o povo votava para eleger os generais no Brasil, quando ao EUA no Colégio Eleitoral os representantes tem a obrigação de votar no candidato que obteve a vitoria no seu estado ocorre que para cada estado o numero de representantes é diferente sento assim essa forma de eleição permite que o candidato com o maior numero de eleitores possa perder a eleição, caso não consiga vitorias nos estados com maior numero de representantes ou seja um sistema falho e que pode gerar um desagradável resultado e que jamais deveria ter sido copiado.

O erro no meu entender não foi o golpe/contragolpe, o erro foi não entregar aos civis o governo em 68/69.

O povo brasileiro é uma criança, se queres que se tornem um adulto deixem a eles o direito de escolha.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Direito e Moral são coisas diferentes embora recomendado que andem juntas.

O governo eleito indiretamente podia ser imoral, mas não era ilegal, pois de acordo com as regras legais vigentes.

Os maiores responsáveis pelo governo não ter sido entregue aos civis logo foram os subversivos de esquerda. Se tivessem ficado quietos, o respaldo para continuidade do regime teria desaparecido, como de fato desapareceu logo que cessaram os movimentos de guerrilha.

Como continuaram ativos e querendo implementar uma ditadura de esquerda, respaldaram a continuidade do regime de exceção.

Democracia indireta também é democracia.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Quando Mourão Filho resolveu marchar em direção ao Rio, sua conduta era legal?

A eleição de Castello Branco foi legal?

Depois que se toma o poder a força e usa-se a força para se manter no poder, chamar o direito criado de “legal” faz perder a principal finalidade da distinção legal/ilegal.

Aí até um AI-5 é legal.

E eu até concordo que a democracia pode ser indireta, com é nos EUA, mas as eleições, em especial as presidenciais, durante o regime limitar não podem ser chamadas de eleições democráticas, seja direta ou indireta.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael. repito, não confunda legalidade com moralidade. A marcha do general foi ilegal, a eleição indireta que se seguiu pelo abandono de cargo de Jango não.

Não houve uso de força para se manter. Eleição nunca é uso de força. Usar força é fazer a antítese de eleição.

Sim, sob o ponto de vista legal até o AI5 é justificável. Por isso mais uma vez ressalto que legalidade não é moralidade e nem ética. Os termos devem ser usados com precisão.

E te pergunto, eleições onde o governo compra o voto com a máquina e financiado por empreiteiras que depois se locupletam, como ocorre direto no Brasil é democrática? Onde a mídia é comprada com recurso público? So no nome e de fachada.

Aberração por aberração,isso não é diferente do regime de exceção.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Reforçando o que o Colombeli diz, por isso que também se chamava regime de exceção. Concordo que deveriam ter permanecido menos tempo e como havia dito ocorreram erros e acertos mas julgar agora, é muito mais fácil ainda, de fato se os tais “movimentos democráticos armados” não tivessem existido, não haveria justificativa para permanecerem por mais tempo. Também não tenho dúvidas de setores que queriam subsídios, privilégios mas boa parte que apoiou o início, no meio já se opunha devido aos erros citados e não foram 100% dos apoiadores a se dar bem. Se assim fosse por exemplo a Engesa poderia ainda existir.

Ao menos conseguiram impedir temporariamente que certo grupo chegasse ao poder em uma época que seria fácil radicalizar e fazer como Cuba, que após 2 ou 3 anos de sua revolução foram “obrigados” a aderir à URSS.

E democracia não é apenas votar, senão justamente Cuba seria uma das maiores democracias, pois lá se vota também, como na Coréia do Norte. Falando de dinheiro público, o boato ano passado sobre o fim do bolsa-família causou um tumulto enorme e mostrou a força de um programa que deveria ser assistencial que virou uma máquina de votos, um grande curral eleitoral. E muitos que estão no poder hoje se beneficiando disso são os mesmos que estavam “do outro lado” àquela época e se não fosse pela ditadura, no máximo seriam professores, porteiros, sindicalistas hoje em dia.

Se fossem esse os governantes na época e conseguindo seu intento, já seriamos naquela época o que a Argentina e Venezuela são hoje.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli, não estava confundindo legalidade e moralidade ou querendo fazer algum questionamento sobre direito natural e direito positivo.

Até porque Hitler, Saddam e Kim Jong Il eram legalmente eleitos e produziam normas “legais”.

Quis apenas questioná-lo sobre condutas claramente ilegais conforme o Direito então em vigor.

A marcha do general o senhor confirmou o que eu disse.

Sobre a eleição do Castello, qual norma deu poderes para a Junta Militar baixar o AI-1 e determinar que ocorressem eleições indiretas?

Baixar o AI-1 foi uma decisão legitimida pela força. Ninguém elegeu a Junta, muito menos lhe deu poderes para tal. Não é questão de ser imoral (o que também era). É questão ser ilegal em sentido estrito. Não havia qualquer fundamento de legitimidade para isso.

“Eleição nunca é uso de força. Usar força é fazer a antítese de eleição.” – Então você defende que Kim Jong Il não é eleito pela força (ou ameaça de seu uso)? E que além de legal, a eleição dele também é democrática, porque ele foi escolhido pelo povo?

Sobre a compra de votos. Até prova em contrário, as pessoas são livres para votarem em quem bem entenderem. Se optam em votar em que lhe “‘dá” um Bolsa-família isso não é antidemocrático.

Acredito que a maioria das pessoas votam em candidatos que prometem algo que melhore as suas vidas. Se um candidato prometer corrigir a tabela do IR e eu voltar nele eu não estarei vendendo meu voto. Um candidato que prometa um Refis e conquiste votos de empresários não estará comprando os votos com dinheiro público.

Até porque quem ganha bolsa-família pode ou não votar no PT. Assim como a oposição pode ou não prometer acabar ou manter o Bolsa-Família.

Há um abismo entre isso e a eleição presidencial que ocorria durante a ditadura militar.

Quanto às relações entre construtoras, imprensa e governo, elas são as mesmas da época da ditadura e de agora. A Odebrecht lucrou com a Ditadura e com o PT. A Globo, idem. E ainda acrescento o Bradesco, para incorporar mais um setor que sempre anda de mãos dadas com o governo, seja ele qual for.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, bem se vê que nunca acompanhou um processo da justiça eleitoral. Não estou falando em comprar por bolsa e cotas (que também é compra velada), estou falando em compra compra mesmo, com dinheiro, como mercadoria. Eu fui juiz eleitoral e te dito que a compra de votos é sistemática, de cima a baixo. Os partidos chegam a saber casa por casa quais são os votos que estão disponíveis. Isso não era assim a alguns anos. Com as restrições à propaganda eleitoral, o dinheiro que ia pra panfletagem, camisetas e outros meios agora proibidos é usado em compra direta.

Os ato que instituiu a eleição indireta foi apoiado pelo congresso de então e pela maioria da sociedade. A mas ele, congresso, não era livre. E o de agora é? comprado com cargos CC mais de 25 partidos? Pelo menos eram menos imorais em se curvar por medo do que por se venderem como os atuais, onde há partidos que muda um sai outro estão no poder desde 1984, onde a não concessão de um ministério é seguida de ameaças de e de CPI que deveria ser instalada pelos motivos certos e não por revanche de jogo político.

Se o bolsa familia não obriga ninguem a votar em ninguem, também a eleição indireta não obrigava à eleição de um general. E por falar em força, chantagens como a de a oposição vai cancelar assistencialismos também é uso de pressão e coerção. Compra votos com assistencialismo não pode ser nem nunca será democracia.

Não compare arremedos de eleição de coreia do norte ( pais que profliga a doutrina que os guerrilheiros de então defendiam) com o que tinhamos. Ai sim há um abismo. O congresso era livremente eleito. Eu inclusive lembro do horário político com arena e MDB. No Brasil, tinha oposição, com nomes do quilate de um Ulisses Guimarães, um Pedro Simom, e não o que temos hoje, uma camarilha de vendidos.

A relação das empreiteiras não era a mesma não. Nenhum presidente do governo militar tinha suas viagens pagas por empreiteiras e pelo menos as obras que elas faziam financiadas pelo governo eram aqui e não em cuba, bolívia e equador. Nenhum presidente do governo militar fez conchavos para custeio de eleições, e nem ele, nem seus filhos enriqueceram indevidamente durante seus mandatos.

E o abismo que tu referes entre antes e hoje parece mais uma fissura do que uma fenda. Antes havia o uso da força, da coerção de forma aberta e não era de forma absoluta, agora se usa a doutrina de guerra assimétrica, onde a coerção é obtida com mentira sistemática, compra da mídia, compra do congresso, chantagens e tudo de forma velada, revestida do m,anto da legalidade também. Quando se chega a ponto de um governo abertamente dizer que irá avacalhar uma investigação de seus mal feitos não é muito diferente do que se apregoa ter se vivido naquela época.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Antonio M

“se os tais “movimentos democráticos armados” não tivessem existido, não haveria justificativa para permanecerem por mais tempo.”

Será? Ou os militares e seus apoiadores apareceriam com um novo Plano Cohen ou um atentado a la Rio Centro para justificar sua permanência no poder?

Sinceramente, creio que se ocorressem eleições em 1965, JK ganharia e faria um governo parecido com o seu anterior e, poderia, combater os guerrilheiros comunistas, com uso da força, mas sem abrir mão da democracia (eleições livres).

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli, .

Na cidade que o senhor atuou todos os votos eram comprados? A maioria? Só os dos pobres?

Bom, não duvido da compra pontual de votos (sempre com certa incerteza, pois a pessoa pode vender o voto e não votar no comprador). A menos que você diga que nas comarcas que você atuou o eleitor vota com o candidato do lado ou entrega o título para ele votar no lugar. Eu fui mesário e nunca presenciei algo como isso.

Em verdade, muito mais do que compras de votos, pesam mais as abstenções, votos nulos e brancos.

Como as eleições presidenciais não obrigavam a eleição de um general? Quais eram as opções?

Nem quando Costa e Silva morreu(?) o vice, civil, assumiu o cargo.

Eu concordo que há um abismo entre Coréia do Norte e nossa ditadura militar. Mas também há entra ela e o governo de hoje,

Por exemplo, se o Aécio for eleito nesse ano, como fica isso de regime de exceção?

E ainda que seja sistematicamente seduzida com cargos, a tal da base aliada costumeiramente impede que o governo implemente políticas ou aprove projetos. Isso é muito mais liberdade do que havia outrora.

O uso da força não era tão aberto. Quantas mortes viraram suicídios? Quantos desaparecidos?

Foram poucos comparados com outros países. Sim. Mas existiram. Então não dá para dizer que o uso da força não foi muitas vezes, mascarado.

Sobre o caráter incorruptível dos militares e o seu não enriquecimento, para falar a verdade, eu nem acho que os militares assumiram plenamente o controle do país. A elite econômica usou o governo em seu favor e não os militares. Fora a ascensão meteórica, durante o regime, de políticos da estirpe de um Maluf.

Porém, lhe pergunto, quando o Médici adotou a neta para deixar sua pensão para ela, ele teve uma conduta moral adequada? Quanto esse ato já custou aos cofres públicos?

Enfim, acho que a história do Brasil segue uma determinada linha. Ora puxam um pouco pra cá. Ora puxam para lá. Mas são puxões fracos, pois grande parte das coisas (políticas, econômicas e sociais) não muda.

Control
Control
10 anos atrás

Srs

Há muita desinformação sobre a década de 60.
Uma das falsidades maiores que os jornais de hoje estão apresentando é que Jango contava com apoio da população. Por conhecimento próprio e não de falsos jornalistas, isto não é verdade.
Jango foi eleito Vice Presidente com 36% do eleitorado enquanto Jânio obtinha 48% na votação para Presidente. Na época, a eleição do vice era independente da eleição do presidente. Grande parte de seus votos foi por fidelidade ao PTB de Getulio Vargas (havia na época fidelidade partidária dos eleitores).
Ele só assumiu, após a renúncia do Jânio, após uma mudança constitucional que o transformou numa rainha da Inglaterra, ao se instituir o regime parlamentarista.
Só após o parlamentarismo improvisado ter fracassado e o povo ficar de saco cheio com a desgovernança instituída é que Jango, através de um plebiscito, pode atuar conforme um líder de um regime presidencialista. E, infelizmente foi fraco e aceitou companhias e conselheiros que o levaram ao desastre.
Ele nunca contou com apoio popular substancial e piorou sua imagem com uma administração ruim e economicamente péssima. Por exemplo, em seu governo houve greves e paralisações, como dos ferroviários que pararam o país debilitando uma economia já depauperada pelo governo populista do Jânio e pelo interregno parlamentarista que nada decidia.
Para complicar, Jango associou sua imagem a um sindicalismo, dominado na época por líderes comunistas e ao movimento das ligas camponesas, num país, em sua maioria, ainda agrário e conservador.
Muitos não gostam de lembrar, mas a maioria das ditas entidades civis eram contra Jango (OAB, CNBB, etc.) e apoiavam a sua substituição. Infelizmente, ou felizmente, os congressistas não conseguiam se entender nem mesmo sobre uma pauta de mudança, o que levou a um agravamento da situação e a ida dos políticos atrás do militares que eram, na prática, o último recurso político desde 45. Com o seu aparente apoio a ação dos sindicalistas de esquerda e das ditas ligas camponesas e sua participação no comício dos sargentos e sub-oficias da marinha, Jango forneceu a gota d`água. E deu no que deu.
É uma falsidade histórica afirmar que o movimento militar não teve apoio. Ao contrário, ele aconteceu a pedido de políticos e lideranças civis.
Jango caiu porque não soube corresponder ao seu papel de presidente do país tendo governado para uma minoria que não tinha identidade com o país.
Falso também é ignorar que o primeiro governo militar encontrou as contas públicas em pandarecos e conseguiu por a economia a andar contando com o apoio da população. Ninguém cita, por exemplo, a campanha Ouro para o Brasil, quando brasileiros doaram seus objetos de ouro para o país.
Ninguém cita também o enorme esforço modernizador, tanto nas contas públicas como na infraestrutura e na organização econômica (por exemplo o FGTS, tão querido dos petistas é dessa época, o primeiro sistema de telecomunicações nacional, também, tanto que o país saiu de ilhas isoladas em 1964 para a condição de acompanhar a Copa de 70 ao vivo).
Ninguém cita, também, que houve eleição em 1965, com governadores sendo eleitos, inclusive do MDB, e que o país caminhava para o retorno a um regime democrático normal após a constituição de 1967, quando começaram as ações terroristas (considera-se que o divisor de águas foi a explosão de uma bomba no Aeroporto de Recife) por movimentos cujo objetivo era a implantação de um regime socialista modelo URSS, Cuba ou China de Mão, conforme o matiz de cada grupo terrorista.
Ninguém cita também que os grupos terroristas torturavam e matavam militares, policiais e mesmo membros do grupo que, por alguma razão, despertavam suspeita ou eram um risco. Há dois exemplos de tais fatos que são convenientemente esquecidos: o assassinato da namorada de um dos terroristas, uma adolescente, que foi considerada um risco e condenada e assassinada e a morte a pancadas de um tenente da Polícia Militar de SP que foi assassinado após ter sido capturado e guiado o grupo de Lamarca no Vale da Ribeira.
Há muita história a ser contada, história nada meritória seja dos terroristas da época, hoje transfigurados em democratas perseguidos por uma ditadura, seja dos militares que os perseguiram.
Porém tais fatos devem ser considerados como história e não fase de uma guerra ainda não terminada; pois afinal, os terroristas da época venceram.
Quanto a discussão “democracia” na época dos militares e “democracia” hoje, é puro surrealismo pois tanto naquela época como hoje, o povo pouco podia influir na escolha dos candidatos que vinham ungidos de cima, sejam generais indicados para eleições indiretas, seja postes indicados pelo iluminado líder do partido que está no poder e pode usar a máquina para ali permanecer.
Na realidade nem mesmo há república, se considerarmos que esta implica em respeito as leis.
Hoje, de fato, temos um regime similar aos reinados onde temos os nobres (os que sufruem do poder) e o povo (os que sustentam a todos e a tudo).

Sds

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Control,

Numa disputa política a primeira coisa a sumir é a verdade.

Concordo com muito do que você escreveu.

A esquerda não era democrática. Os miltares também não. Aliás, havia um contexto não democrático.

Por isso não gosto da comissão da “meia-verdade”.

Quanto ao apoio ao golpe, o fato da OAB, CNBB e outros grupos o apoiarem tornam o golpe “aristocrático”, mas, não democrático.

Esse é um ponto. Esses dias, vi uma pesquisa do Ibope em que a maior parte da população apoiava Jango. Não sei sei é verdade, mas é um tanto crível, se levarmos em conta que ele propunha, dentre outras coisas, dobrar o salário-mínimo.

Mas, para mim, o fato dos militares não se arriscarem em uma eleição “mais livre” denota que eles temiam não serem eleitos pelo povo.

Ainda, quanto ao FGTS, em tese, ele prejudicou o trabalhador que tinha direito à estabilidade após 10 anos de serviço na mesma empresa. Concordo que ele é uma poupança forçada muito útil ao Governo, mas, como sou liberal, preferiria que ele não existisse (assim como a estabilidade);

Quanto ao vivermos em uma espécie de reinado, até concordo. Já chamaram isso de casa grade e senzala. A lei não vale para todos. Porém, nos últimos tempos eu acho que isso melhorou um pouco e, por exemplo, “as carteiradas” já não são tão eficazes (apesar de funcionarem em alguns casos).

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, não me chame de senhor que não sou muito velho apesar de ter visto ARENA e MDB e lembrar da abertura das Olimpíadas de 80.

A compra de votos hoje é uma realidade em todas as comarcas e seções eleitorais do Brasil. Especialmente, mas não exclusivamente, nas eleições municipais compra é escancarada e na minha impressão chega a mais de 20% dos votos com folga.

Isso não é impressão so de onde atuei. Antes trabalhei cinco anos no MP, e tinha contato com a mesma sujeira. Com quer que se falasse era a mesma coisa em todos os Municípios. E isso que é no sul do Brasil, imagine em rincões mais distantes. O pessoal dos partidos como eu disse, conhecem casa por casa quem é de quem e quem é negociável. Isso ocorre mais nas classes de menor renda, mas não so nelas. A juventude de classe média chega se vender por 50 reais de gasolina pra dar uma “banda” de carro fim de semana.

Existem vários mecanismos de controle do voto. Hoje até o celular é utilizado, mas há métodos mais sutis. Em alguns locais se sabe até por mera questão matemática e mesmo nas cidades maiores, as urnas de bairros são fiscalizadas por “capitães” que sabem que ali tem que dar x votos a favor no mínimo.

Eu achava que era algo pontual, mas não é. Isso hoje é avassalador e impressionante. E jamais é algo visível. As vezes so com interceptação telefônica se consegue pegar.

Que eu saiba não se apresentou nenhum outro candidato que não fosse um general. Nada obrigava a que um fosse escolhido. Se o foi é por anseio que existia de um governo forte, por receio dos comunistas. Justificado, aliás, pelo que vimos eles fazerem com outras nações. Houve algum civil que tivesse se apresentado como alternativa? Então a eleição de um militar me parece mais resultado de omissão dos civis do que de qualquer coisa.

Se o Aécio se eleger, já começa que não tem os 25 partidos vendidos da base aliada com ele. Se ele quiser seguir exemplo de lula e comprá-los pelo menos estará começando do zero e não dando continuidade a esta patota que está ai. Espero que ele faça diferente e já comece extirpando um certo partido prostituído que está no governo desde 1984. Melhor só que mal acompanhado.

A diferença abismal é que o governo de hoje é mais corrupto umas quantas vezes.

Me aponta uma política importante que a base vendida tenha impedido?

Em nenhum período da história republicana houve tanta corrupção e clientelismo. E antes que se diga que antes também era assim mas não aparecia, olha que os governos civis, especialmente o revanchista do PT, reviraram todo o período do governo ,militar em busca de cosias para acusar de corrupção e o resultado nós sabemos: nem uma fraç~]ao do que se vê hoje.

Falas dos mortos e desaparecidos. Pois bem, os mortos e desaparecidos são precisamente 362 do lado dos subversivos em uma década. 1/30 do que ocorreu na Argentina. Neste universo a maioria foi morto abertamente e alguns o corpo foi consumido. Suicídios que poderiam ter sido morte so lembro do Herzog e além deste também o caso da socialite que teria se “acidentado” (Zuzu). Mas o que eu quis dizer é que a regra era clara, a ameaça visível e o governo era respaldado pelas armas. Hoje a violência se manifesta sorrateiramente, na cooptação dos miseráveis, na manutenção do seu status para mantê-los em currais eleitorais; na mentira sorrateira e fabricada por marqueteiros que hoje ainda veiculam propagandas da PETROBRAS como se tudo estivesse as mil maravilhas (gastando 16 bilhões em propaganda em 10 anos).

Podemos falar de um Maluf, mas hoje se tu fores ver os exemplos da mesma estirpe, começa pelo ex presidente, ex chefe da casa civil, sete ministros neste governo e desce até o ultimo escalão.

Quanto ao Médici ter adotado a neta, primeiro não se pode adotar descendentes no Brasil. Segundo, Segundo, seja o que tenha feito (e não foi adoção) foi abertamente. Terceiro, é um fato. Quantos são os casos de nepotismo e favorecimento neste atual governo? Milhares, dezenas de milhares? So para citar exemplos o hiper administrador lula jr, que saiu de 02 salários para 5 milhões, e o (noticiado aqui) marido da ministra viajando para Moscou as nossas custas Uma rápida pesquisa na internet rechearia com dezenas de casos.

Os militares evitaram que o puxão que pretendiam fazer na época nos levasse ao abismo do comunismo. Coreia do norte e cuba estão ai para dar o paradigma.

Control, justamente o que eu já disse por aqui. Os principais responsáveis pela manutenção do regime foram os paspalhos da guerrilha que justificaram o governo militar durar com suas ações, ab initio fadadas ao fracasso. Tivessem um pouco de inteligência tinham deixado ele cair de maduro (sem trocadilho com o que vê pássaros). Mas quando se vê pelo padrão da dilma se entende que era exigir demais do cérebro deles.

Jango era um marionete das esquerdas e um fraco. Nem pulso para reagir teve.

A vitória dos terroristas será breve e passageira.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

O que vou escrever, simplesmente reproduzo do primeiro livro da série “As Ilusões Armadas” – “A Ditadura Envergonhada” do Elio Gaspari. Creio que já tenham lido:

– Jango tentou um golpe de estado em outubro de 63, tentando decretar um estado de sítio, e essa manobra foi repelida pela esquerda;

– Jango era visto com desconfiança tanto pela direita quanto pela esquerda;

– Francisco Julião, em 1963, enviou 12 militantes para treinamento em Havana. Julião já havia estado em Havana em 1961;

– Prestes era abertamente contra a opção armada da esquerda, certamente escorado pela experiência desastrosa de 1935, e tal posição provocou dissidências no PCB, que em 1962 culminou na criação do PCdoB, de tendência maoísta, a favor da luta armada e apoiado financeiramente por Pequim;

– Em 1964, 10 militantes do PCdoB embarcaram para Pequim para um curso de capacitação político-militar;

– O braço armado do PCB e do PCdoB foi fornecido pelas expulsões decorrentes das rebeliões dos marinheiros e dos sargentos;

– Brizola contava com o apoio financeiro de Fidel Castro e tinha dois projetos de guerrilha: um no Acre e outro no Maranhão. Ambos foram dissolvidos em 1967;

– Em 1962, foi criada a Ação Popular (AP), ligada ao regime de Havana. Sua primeira ação foi uma bomba no aeroporto dos Guararapes em 25 de julho de 1966. Um dos seus integrantes, ao ser questionado acerca das vítimas fatais do atentado, afirmou: “morreu gente, nós lamentamos. Mas era uma guerra, tinha que haver vítimas” (qualquer semelhança com os milicos não era mera coincidência);

– Em termos gerais, haviam três vertentes da esquerda no Brasil de 64: a brizolista, financiada por Castro; o PCB, patrocinado pelos soviéticos; o PCdoB, escorado por Mao;

– O PCB, embora radicalmente contra a opção armada, recebeu até metade dos anos 80, de 200.000 a 300.000 dólares anuais, além de apoio logístico sob a forma de centros de educação ideológica e oficinas de documentos falsos. Além de “refúgios” em Moscow, Paris e Buenos Aires;

Repito: não sou eu afirmando isso, e sim Elio Gaspari.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Obrigado pela explicação sobre a venda de votos.

Segundo o que narraste, ela é um pouco maior do que eu imaginei. Porém, eu ainda não “assino embaixo” do caráter decisivo em uma eleição. Eu trabalhei como mesário em 6 eleições e, na minha sessão eleitoral, sempre achei interessante o quanto não existe de fidelidade partidária, tampouco pessoal. Tanto que nas 3 eleições que participei, ganharam candidatos de partidos diferentes, inclusive PT e PSDB. Talvez, essa compra de votos seja importante apenas para manter certos vereadores no poder e em cidades pequenas. Quanto maior o número de votos necessários para a eleição, mais a estratégia de compra e fiscalização vai sendo mitigada.

Veja que no seu RS os governadores não conseguem se reeleger. Há uma alternância constante de partidos e, até em alguma medida, de políticas implementadas. A diferença entre a Yeda e o Genro é enorme, na minha opinião.

Sobre o Congresso. Derrubada da CPMF – A época, R$ 40 bilhões a menos nos cofres da União. Fora que o PT não põe em pauta de votação aquilo que imagina que irá perder. Então há derrotas “invisíveis”. Cito, por exemplo, a união civil de pessoas do mesmo sexo, uma política de aborto mais flexível e o controle da mídia.

Quanto à adoção por ascendente, a vedação veio com o ECA. Antes era permitido. O caso da neta-filha do Médici só veio a público porque ela também quis receber a herança como filha. E, tanto a questão da herança quanto a da pensão chegaram ao STJ. A herança ela não levou, mas a pensão do ex-presidente continua pingando na conta dela. Não dá para dizer que isso foi feito às claras. Salvo se os “às claras” for o mínimo de publicidade que o ato exigia. Até aí, o caso Lulinha também foi “às claras”.

Óbvio que muitos políticos hoje têm comportamento igual. Mas, isso vem mais facilmente à tona e, de certa, forma é combatido. A lei da Anistia impede que se apure esse tipo de coisa. Fora o natural problema temporal. E se militares conseguiam sumir com corpos, sumir com dinheiro não deveria ser difícil para eles. Por isso essa crença de que todos eram incorruptíveis é uma fé cega. Acredita-se por ato de vontade e não por racionalidade. Ninguém efetivamente investigou profundamente os militares para saber se todos eram “mocinhos”.

Sobre o uso de propaganda nacionalista mostrando o “Brasil potência”, que o governo faz por meio da Petrobrás, isso está praticamente no DNA dos políticos brasileiros. Vargas usou. Militares usaram. E o PT usa. E o PSDB usa também algo como “São Paulo Potência”, por meio de propagandas da Sabesp e do Metrô. É lamentável, mas é comum.

Em relação ao Maluf. É claro que é emblemático ele ser um “aliado” do PT e continuar tendo relevância política.

Mas, é notória a perda de importância dele no cenário político. Durante o regime militar ele teve uma carreira meteórica. Foi nomeado prefeito de SP e governador do Estado. E foi o candidato do que sobrou da Arena para presidente. Ocorreu o vergonhoso caso da Lutfalla (verdade seja dita, muito comum hoje com a política salvadora do BNDES). Então dá para dizer que era um “queridinho” do regime militar.

Já durante a democracia foi eleito prefeito e conseguiu eleger seu sucessor, graças a várias políticas que captavam votos (“leve leite”, “Cingapura”, “PAS – Plano de Atendimento à Saúde”). Porém, durante a gestão do Pitta vieram a público vários escândalos de corrupção e, desde então, ele não mais teve chances reais de ser eleito prefeito ou governador. Tanto que abandonou essas pretensões e hoje é deputado federal, devendo continuar sendo eleito (salvo se a lei da Ficha Limpa impedir), graças a uma base de eleitores fiéis. Chegou a ser preventivamente preso.

Para mim, é nítido que a democracia permitiu, ao menos, que se freasse a ascensão política dele e que começasse a sua queda, a qual não será uma queda total, mas é uma queda relativa importante.

E concordo que há exemplos de políticos do PT da mesma estirpe. Alguns estão presos e outros não têm a mesma relevância política. Aliás, Genoíno, Dirceu e Mercadante tentaram ser governadores e não conseguiram. O povo tem mais poder hoje do que tinha no passado. Isso é um fato. Lula ainda continua muito poderoso, é verdade, mas nem ele tem o poder que os militares tinham de se elegerem e nomearem governadores e prefeitos de cidades importantes.

Sobre a possibilidade de um civil se eleger presidente durante o regime isso era mera formalidade. No mundo real, isso não era possível. Políticos relevantes, que nem de longe eram comunistas, perderam seus direitos políticos, como JK e Lacerda. O surgimento da Frente Ampla no Congresso, somados a outros fatos, resultou no AI-5. Com a morte de Costa e Silva, em vez do vice-presidente assumir o mandato, assumiu uma Junta Militar, sem que houvesse previsão legal anterior para tal. Não Colombelli, não dá pra dizer que os civis foram simplesmente incompetentes em não disputarem e serem eleitos presidentes durante a DM. Isso não era possível.

Ainda, sobre a ditadura ter sido uma ditabranda, eu concordo que ela matou e prendeu pouco perto das congêneres latino-americanas. Mas, será que isso não se deve a realmente existir menos comunistas para serem caçados aqui do que em outros países?

E quanto a ser “às claras”, se no AI-5 constasse autorização para uso da tortura em interrogatórios eu até concordaria. Mas, não. Isso era ilegal. É claro que a tortura é anterior à DM e ainda hoje existe, porém, não dá pra dizer que ela era usada “às claras”.

Enfim, quanto ao puxão à esquerda que Jango e Brizolla queriam dar, eu duvido muito que conseguiriam. No máximo, conseguiriam dobrar o salário-mínimo e fazer outras intervenções pontuais. Veja os dados que o M. F. colocou. “12 militantes para treinamento em Havana”. “10 militantes do PCdoB embarcaram para Pequim”. Qualquer BIB e BIl da vida daria conta disso.

Mas, é claro, que se fosse o caso de optar entre a Ditadura Militar que tivemos e uma Ditadura de Esquerda, eu preferiria mil vezes a primeira.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Rafael Oliveira
1 de abril de 2014 at 19:25 #

Sim acredito, senão teriam feito alguma coisa para se manter no poder por mais tempo, indefinidamente e de qualquer forma haviam traçado um cronograma se não perfeito, ao menos foi cumprido. E JK até poderia se eleger mas dificilmente seria melhor do que o primeiro, vide FHC? Se é que o primeiro foi tão bom como alguns dizem e as consequências disso seria mais insatisfação de um modo geral, e poderia levar novamente a um quadro como o de Jango? E bem lembrado o pouco responsabilizado Jânio Quadros, que foi um dos que começou a provocar a instabilidade, esse sim com sua tentativa de golpe ao anunciar uma renúncia fajuta, para tentar voltar ao poder “nos braços do povo” e com isso ter argumento para fechar o congresso. E os militares vieram a intervir de fato 3 anos depois desse episódio e se queiram tanto o poder assim, por que já não assumiram logo após a renúncia de Jânio?

E vide os próprios dados do livro de Elio Gaspari,sendo o AI-5 é do final do ano de 1968 porque já não o fizeram logo ao chegarem ao poder em 1964? A guerrilha ainda aprontou muito antes de tal endurecimento por parte do governo militar portanto é muito provável terem saído antes se não fosse pela guerrilha de esquerda.

E com a redemocratização mesmo com o desgaste dos militares, não houve uma corrida desesperada dos eleitores para eleger os os representantes mais à esquerda, foram Tancredo (Sarney), Collor e FHC. E esses sim se fizessem melhor não teriam jogando o poder no colo de Lula et caterva que no caso de FHC por ser um dos que ajudaram FHC na política, então, ter alguma aliança seria até natural mas, depois de todo o ocorrido ser aliado de Sarney, Collor, Maluf o que apenas corrobora o que foi dito sobre a nossa classe política, pior atualmente pois rifaram seus mandatos.

O episódio “República de Ribeirão Preto” proporcionou um acontecimento dos mais vergonhosos, o de se emitir o extrato bancário de um simples caseiro sem mandado judicial, a partir da simples ordem de um ocupante de cargo no governo cujo diretor do Banco era um pau mandado dos mesmos, algo que nem mesmo na ditadura militar, há registro de ter acontecido !!!! Qual país de fato democrático, decente deixaria passar um ato desses como passou? O tal político continuou sua vida normal, apenas perdendo o cargo com direito a discurso elogioso do chefe do executivo, tapinha nas costas e saindo pela porta da frente para casa, ao invés da cadeia!!! E ainda, sendo reconduzido a cargo nesse mesmo governo uma segunda vez!!

E o voto não serve como escola, aprendizado, ou laboratório de ensaios, o voto é um ato consciente de um cidadão, que antes de ter esse direito deveria ter sido educado formalmente e em casa para que tenha discernimento do que faz, e não o de como estivesse jogando em uma loteria ou para garantir as migalhas assistencialistas que recebe.

abçs.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

E Maluf nunca foi queridinho da ditadura militar não. Podia ser queridinho em seu partido.

No auge do governo João Figueiredo até mesmo à época do colégio eleitoral onde disputaria com Tancredo Neves, Maluf queria Figueiredo no seu palanque, do qual o presidente fugia como o diabo da cruz.

E ninguém afirmou em incorruptíveis ou coisa assim, falou-se de erros e acertos mas, me decepciona a roubalheira nos governos civis e atos que não ficam nada atrás do que aconteceu na ditaduras: As mortes de PC Farias, Celso Daniel, Toninho do PT, a “república de Ribeirãoo Preto”, mensalão, da guarida para terroristas como Achille Lollo, Cesar Battisti, a devolução dos boxeadores cubanos, a “contratação” de médicos-escravos cubanos onde basta rotular “ajuda aos pobres” e pronto, qualquer crítica se transforma em ato de fascistas. Inclusive o caso Celso Daniel fez com que seus irmão conseguissem asilo político na França, ou seja, o governo democrático do Noço Guia produziu exilados políticos !!!!

E quantas crises o governo de Noço Guia teve de enfrentar? Uma e mesmo assim ainda se faz sentir, ao contrário do que o governo insiste em dizer e ainda, usando de medidas do Plano Real, nem mesmo de medidas criadas em seu governo e que também, sempre insistiu em dizer que não. Outra “qualidade” da “oposição” que nem mesmo a paternidade de algo bom que fez, consegue manter ou provar.

E mesmo com decadência de alguns, o voto garante Sarney e sua família, e de tantos outros “coronéis”, no comando por um bom tempo mesmo com os péssimos índices sociais;econômicos de seus governos. A democracia não é perfeita, e apesar de eleções serem intrínsecas a ela, apenas eleições não garantem que vá funcionar como deve ser. Precisamos avançar muito mais se quisermos algo melhorzinho.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Antonio M,

Não me sinto confortável no papel de advogado do PT. Estou apenas tentando defender a democracia e o estado de direito, o que são coisas bem diferentes e que o PT e outros partidos atuais, muitas vezes, atacaram.

Concordo que todos esses casos elencados são deploráveis.

Sobre o caso Francenildo, relativizando, eu prefiro que consultem o meu extrato bancário do que me coloquem no pau-de-arara. Todos os envolvidos perderam seu cargos e foram acusados pelo MPF. Francenildo ganhou R$ 500 mil em 1ª Instância. Pode não ser o ideal, mas está longe de dizer que não houve punição.

Quanto á Maluf. Se ele era queridinho do seu partido governista e foi nomeado para cargos de extrema importância durante o regime, ele era um queridinho sim. Ninguem nomearia um governador de SP que não fosse bem quisto.

É claro que a democracia, muitas vezes, resulta em eleições de pessoas que, do ponto de vista moral e técnico, não deveriam ser eleitas. Mas eu ainda acho isso melhor do que colocarem alguém à força no poder.

E, sim, precisamos avançar muito para melhorar o nosso cenário político. A lei da Ficha Limpa é um avanço. Não resolve tudo. Mas é um avanço. Outros precisam vir.

Sobre o voto, seria ótimo se todos tivessem educação suficiente para exercê-lo de forma adequada. E, convenhamos, que a Ditadura não entregou o Brasil melhor do que encontrou, nesse aspecto. De 64 a 89 o Brasil não pôde decidir quem seria seu presidente. Isso é algo extremamente nocivo para que o cidadão dê valor à política.

Quanto às eleições pós-ditadura, realmente não houve uma corrida para a esquerda. E, aliás, a esmagadora maioria das pessoas não sabe o que é esquerda e direita. Fora que os partidos políticos mais importantes têm políticas de esquerda e de direita, simultaneamente. Enfim, o que ganha uma eleição é a propaganda política.

Se o governo de JK seria melhor ou pior eu não sei dizer. Também não acho o 1° bom. E não acho os governos militares bons. O sucateamento da malha ferroviária em favor da rodoviária foi uma péssima medida adotada por eles com reflexos até hoje. E, como eu disse, a intervenção estatal na economia é uma característica de praticamente todos os governos. Vargas, JK, DM, FHC, Lula tiveram políticas econômicas parecidas. Desses FHC fez alguma coisa mais liberal e, ao meu ver, melhor. Mas o cerne estatista é o mesmo.

E concordo que Jânio, o bebum moralista, contribuiu para o cenário político de 64. Mas, a responsabilidade é de quem agiu, “in casu”, dos militares.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Maluf sempre foi uma raposa política e duvido se era exatamente querido por alguém, era sim competente, pragmático, não no sentido honesto, para conseguir o que queria.

Como houve punição no caso do Francenildo se os mandantes dos crimes continuam na boa? Francenildo não foi para o pau de arara mas Celso Daniel foi e seu partido solenemente aceitou os resultados das investigações sem indagar absolutamente nada. E recebeu indenização com dinheiro público. Punição de verdade não houve.

E o hoje com todo tipo de informação disponível que circula, como circula é muito mais fácil se posicionar em relação à ditadura do que na época. Do que adianta deixar o poder para quem o conquistou de forma democrática, se os mesmos não queriam manter esse modelo e poderiam até mesmo encontrar apoio para isso dentro das forças armadas?

Mas, de qualquer forma o editorial melhorzinho que li a respeito foi a da Folha, em relação ao atual da Globo, como mencionei em outro artigo e para falar das instituições da época.

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/03/1433004-editorial-1964.shtml

E própria Folha não permite a cópia dos trechos, apenas o link.

abraços.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

O querido não quer dizer exatamente “amor”. Os motivos para escolherem ele para cargos importantes podem ser vários, inclusive, corrupção.

Os casos Francenildo e Celso Daniel apresentam a problemática das provas para condenar o mandante ou, ao menos, o chefe da quadrilha. Por mais que exista uma boa probabilidade de Pallocci ter mandado quebrar o sigilo ou que ele, sabendo da quebra, nada tenha feito, isso não é suficiente para condená-lo.

Li o editorial da Folha e realmente ele é bom, apesar de eu não concordar integralmente com ele. Poderia ter enfrentado alguns aspectos econômicos e sociais do período, mas, num editorial o espaço é limitado.

E, é claro que olhando para trás é mais fácil julgar os fatos.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Sim é fato que Maluf poderia ser escolhido pela facilidade em lidar com corrupção, então não deixa de ser mérito desses militares que o repudiavam e repudiam até hoje mas, que ainda é acatado em alianças com os partidos desses mesmos que agora são aposentados e indenizados por perseguição política pelo regime desses mesmos militares. Em outro fato correlato à atualidade, não é apenas uma testemunha que viu Figueiredo pessoalmente em uma conversa com João Havelange rejeitar a realização de uma copa do mundo, a de 1986, pois achou o preço da realização um absurdo, que o país não tinha condições de fazer isso. Os tais perseguidos que antes defendiam o “futebol é o ópio do povo” fizeram de tudo para organizar uma e daqui a pouco vamos ver como fica essa conta para nossos bolso.

Aliás, no caso de Pallocci e de outros criminosos na classe política até mesmo os tais reformadores não reformaram nada para se aproveitarem das brechas e da mesma corrupção. Assim como Al Capone que mandou matar meio mundo mas só foi condenado e preso por sonegação fiscal.

E o golpe, contra-golpe, revolução como queiram, faria menos sentido se, em 2 ou 3 anos entregasse de volta o poder para quem eles haviam combatido. E Jango no poder e Brizola governador no RJ, que na época poderiam ser reeleito/eleito, nos permite hoje avaliar que escapamos da possibilidade de porcarias de governos .

abraços

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Não sou a favor da Copa pela simples razão de que o dinheiro público não deve ter essa finalidade.

Porém, cabem ressalvas.

A União apenas emprestou dinheiro, via BNDES, para a construção de estádios e gastou em algumas obras relacionadas à Copa e que tem certa utilidade (bem menos do que prometeu, diga-se de passagem).

Quem gastou efetivamente com estádios foram Estados, Municípios e clubes.

E, se analisarmos com frieza os números dentro dos orçamentos, os gastos não são tão exorbitantes assim para quebrar o país ou mesmo Estados e Municípios.

Existem muitos outros gastos e políticas do Estado que podem fazer um grande estrago nas contas públicas, mas não a Copa. Se olharmos o que a Petrobrás andou perdendo de dinheiro, vemos que a Copa é fichinha perto disso.

E, só para não perder o costume de cutucar os militares, o Estádio de Brasília foi construído originalmente por eles, sendo um enorme elefante-branco. E, frise-se que, naquela época, o Brasil era muito mais pobre (em termos absolutos) do que é hoje.

E a Copa de 50, com a construção de vários estádios num país pobre, ocorreu no Governo Dutra, miltar eleito democraticamente.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

E são mais lições, de onde não se aprendeu muita coisa.

Mas os custos de uma copa de 50, 30 anos e hoje são muito diferentes e para cima. A de 1986 em dinheiro atual seria de R$3,2 bilhões. Duvido que a de 1950 tenha chegado perto disso. A “copa de Lulla” é estimada em 28 bilhões, passa longe de ser fichinha mesmo em termos comparativos.

Blackhawk
Blackhawk
10 anos atrás

Colombelli, o poder constituído em consequência do golpe é ILEGAL sim!
As “eleições indiretas” que tu citastes foram feitas após os militares tomarem o poder, cassarem todos os deputados “subversivos” (leia-se os que não concordaram com os golpistas) e pressionarem o restante (maioria udenista) para aprovarem o que quisessem.
Só lembrando que eleições indiretas legais só existem com a vacância do presidente nos últimos dois anos de cargo. Não foi o caso, o presidente foi deposto ILEGALMENTE pelos militares.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Eu usei a palavra fichinha comparando com o que a Petrobrás andou gastando com Pasadena, Comperj e Abreu Lima.

E se levarmos em conta que a previsão de receita do Orçamento da União para 2014 é de R$ 2,488 trilhões é mais fichinha ainda.

Nós gastaremos em refinanciamento da dívida pública R$ 654,7 bilhões. Isso realmente é um problema mais grave do que a Copa.

Fora que o dinheiro gasto com a Copa não é todo de 2014, pois há gastos nos orçamentos de 2013, 2012, etc.

Claro que a Copa de 1950 foi muito mais barata. Além da inflação, as instalações eram bem mais simples e em menor número.

Agora qual era o PIB do Brasil em 1950?

Frise-se que não estou dizendo que o gasto é moralmente certo. Só estou dizendo que é relativamente baixo.

Vader
10 anos atrás

Na há ilegalidade do ponto de vista formal quando a norma decorre de norma fundamental decorrente de ato revolucionário (quebra da ordem constitucional). Como eram os famigerados Atos Institucionais.

Estudem Direito Constitucional senhores. O Colombelli está correto.

Sds.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Gastos improdutivos, inconsequentes de 1 em 1bi, de 10 em 10, de 28bi em 28 bi etc. vai-se ao brejo de qualquer jeito. Se não investidos como se deve, a conta vem amarga mesmo.

E mesmo com esse orçamento há tanta sanha pelo aumento de impostos seguidos de tantos cortes em tantas áreas que se puderem aprovam CPMF e o que puderam para tungar nossos bolsos. Reforma que é bom nada.

PIB de 1950 não pesquisei mas nunca soube que a realização daquela copa tenha pesado tanto como essa possa pesar, mesmo com a evolução do PIB.

E realmente, em regime de exceção no momento não seria ilegalidade devido à ruptura, de novo a análise com visão de hoje e na verdade é preciso levar em conta o contexto da época. Se o voto da população legitima o governante, por que o apoio popular que o golpe teve, ao menos naquele momento, tem de ser tratado com irrelevância ? Que tal apoio não seja exatamente um legitimador mas, é fato que os militares consideraram esse apoio para agir.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Conheço Hans Kelsen e não tratei a questão da legalidade sob o ponto de vista formal.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, de fato eu também me choquei com a compra de votos. Em 2004 havia me falado um estagiário que trabalhava comigo na promotoria e cujo pai fora candidato a prefeito que nunca havia visto tanta sujeira como em uma eleição. Eu redargui que era exagero. Porém, depois de alguns anos, tive de dar a mão a palmatória. É decepcionante, e como disse, não é so nas eleições miúdas de vereadores de interior. Nos subúrbios das grandes cidades é idêntico. A diferença é que nas eleições pequenas o voto vale mais. O processo é o mesmo, quase institucionalizado, em todas as partes e feito por todos os partidos. Depois, falando com os envolvidos, vi afirmações que as eleições eram ganhas por questão de um “pouco mais de dinheiro na hora certa”, ou seja, na última. Lamento desmanchar a ilusão da democracia, mas esta é a realidade. No Brasil, as eleições são compradas, e boa parte do povo que aponta o dedo para os mensaleiros são os que vendem seus votos.

Aqui no RS nunca um governador se reelegeu, mas isso é uma questão política e cultural. Mas para se elegerem, pode ter certeza que o dinheiro corre. O tarso, por exemplo, tem como ato mais saliente do seu governo ( de longe o pior da história do Estado), ter nomeado 500 CC logo nos primeiros dias de mandato. Quem eram? Os capitães da eleição.

As políticas de igualdade, controle de mídia e aborto que tu citaste não são políticas do PT especificamente ( salvo o controle da mídia) e não passariam fosse qual fosse o partido a tentar as implementar. Não é uma questão de negociação ou de partido, mas de serem questões melindrosas em que não querem, os parlamentares, se comprometer. A CPMF não era uma política, e vinha desde antes. Esta iria cair de qualquer jeito também. O fato é que nenhum dos grandes “programas” (vamos chamar assim, fazendo uma concessão pra eles) do PT jamais foi derrotado e no congresso “ta tudo dominado”. Só há uma pequena rebelião quando os partidos (prostituídos) não conseguem suas migalhas. Mas logo tudo é aplacado por uma nova secretaria ou ministério.

A questão d Médici digo que foi as claras, pois toda a informação acerca dela estava e está acessível. Mas pergunto, de onde veio a fortuna do lulinha? Ninguém sabe. Clareza ai é o que não existe. Quero saber esta formula de enriquecimento. Outrossim, é uma pensão, não o bilhão que a revista Forbes atribui a lula possuir. De onde veio este valor? Com o salário e os valores que ganha dos puxa sacos que finguem prestigiar suas palestras não foi. Há uma boa diferença de situações. Não se vê nenhum filho de ex presidente do governo militar tendo vantagens ou rico por conta do pai.

A Lei de Anistia impede apuração de delitos relacionados a repressão. Não impede apuração de crimes comuns de corrupção ou quejandos. Se não foi encontrado muita coisa é porque não havia mesmo, já que os governos civis, em especial este agora, reviraram de todas as formas o passado tentando achar ( quem sabe medindo os outros por si mesmos).

Os militares não são incorruptíveis. Mas há uma coisa que somente quem é ou já foi militar compreende: A formação do militar o afasta naturalmente do luxo e da ânsia de riqueza, ainda mais no passado, onde esta formação era mais sólida. O fato é que revirando todo o passado, todos os governos civis que enveredaram pelo revanchismo não acharam corrupção na escala hoje vista. Hoje as coisas vêm a tona não por haver liberdade, que é relativa, tendo a mídia aparelhada, mas sim porque os escândalos são tão grandes e graves que se chega a um ponto que não tem como esconder. O caso da refinaria, por exemplo, já circula em mídia a mais de ano, e foi mencionado em texto publicado aqui (primoroso aliás) meses atrás. So veio a tona agora na grande mídia por conta da rebelião do PMDB. Está tão difícil quanto antes apurar a verdade so que agora o dinheiro e os cargos e não os fuzis são a força.

Nada há de errado com a propaganda do Brasil potência da Petrobras, o problema é que agora, por conta da ruinosa administração do PT, que em um aumento de produção de 35% de produção em dez anos, aumentou em 75% a mão de obra e em 175% os terceirizados, esta propaganda é mentira. É enganação. Antes não era.

O Maluf certamente está hoje junto com o PT justamente por ser um especialista em cooptação eleitoral suja. Um caso onde os semelhantes e não os opostos se atraíram.

Quanto ao civil se eleger, afirmar que era impossível um ser eleito é especular. Nunca poderemos afirmar esta impossibilidade exatamente porque faltou um que se apresentasse. Não há base concreta para afirmar esta impossibilidade. O quer faltou foi um de coragem para segurar o rojão de administrar um período turbulento.

Também é especular sem base afirmar que aqui poderiam haver menos comunistas. Pelo contrário, mantida a média de desocupados alienados que existem em todas as populações, e sendo a nossa maior, o número absoluto deles deveriam ser ainda maior que nos outros locais. Se não morreu mais gente e a guerrilha não foi mais ativa aqui foi por incompetência e incapacidade dos guerrilheiros e leniência dos militares. Vejam o padrão da dilma, genoino e dirceu. Tipos destes jamais irão pegar um fuzil e ir pro mato. Queriam é guerrilha de fim de semana no parque e vida boa.

Tortura nunca é usada as claras ( salvo nos regimes comunistas do tipo que eles queriam aqui).

Por fim, quanto aos poucos militantes terem ido treinar e o EB poder dar conta disso fácil, saliento que a situação não é simples assim. O EB tomou uma surra no Araguaia quando mandou efetivos convencionais de vulto. 10 ou 12 guerrilheiros formam células e estas se multiplicam, além disso, contam com a surpresa no agir. Não se pode subestimar o efeito que os poucos que já estavam treinando para a revolução vermelha poderiam ter causado.

Quanto à Copa, não se pode comparar ela com outros gastos por ela ser simplesmente totalmente descartável e inútil. Um real que se gaste com ela já está errado e vai ser dinheiro público que, ao cabo, irá financiar, dinheiro que podia ir para empréstimos ao setor produtivo ou as municípios e Estados para algo sério. O valor ser proporcionalmente pequeno em vista do PIB não muda o fato de que é um gasto feito da pior forma possível em um país com severas carências, gasto este que não vai ter retorno. É dinheiro jogado fora pelo ego de um inconsequente.

Blackhawk
Ilegalidade ou não é um juízo de valor e objetivo de contrariedade à lei que pode ou não ter relação com a origem do ato. Se o ato foi chancelado pelo legislativo, deixa de ser ilegal.
Já a legalidade material é um conceito subjetivo, multifário e passível de enfoque ideológico.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Que a maioria dos brasileiros é corrupta (e até mesmo, criminosa) eu não tenho dúvida. Só não imaginava que vender votos fosse tão comum.

Só acho interessante eu e meus parentes mais próximos nunca termos sido assediados para vendermos nossos votos.

Sobre o Congresso, a CPMF, o PT queria porque queria mantê-la e “apesar de não ser um grande programa”, era uma fonte importante de recursos.

Em relação ao Lulinha, os R$ 5 milhões que a Oi “investiu” na empresa dele foi feito “às claras”. Tem também a questão do empréstimo do apartamento. Se há mais dinheiro, eu não sei.

E isso do Lula ser bilionário a Forbes já desmentiu, tratando-se de hoax da internet.

Em questão de valores, a pensão acumulada deve estar na casa dos milhões. Mas ainda que fosse um salário mínimo, o que eu critico é a torpeza do ato, até porque o STJ afirmou ser legal o ato.

Aliás, é o mesmo que você fala sobre a Copa. Gastar com ela é torpe, diante de outras necessidades mais prementes, independentemente do custo dela. Aliás, repito: a Copa é um gasto moralmente errado, mas não é um gasto que comprometa as contas públicas do país.

Em relação ao EB, não disse que ele não perderia homens. Só disse que ganharia qualquer batalha nesses moldes, como. de fato, ocorreu. Note-se que há uma enorme desproporção de forças entre os guerrilheiros e o EB. Esse é o meu ponto. A chance de uma vitória dos guerrilheiros comunistas era ínfima, quase impossível. O Brasil não era Cuba com Forças Armadas ridículas para serem derrotadas por guerrilheiros. Então, apesar do EB ter tido um início péssimo no Araguaia (prova de que o treinamento não era lá essas coisas), no final, saiu vencedor.

No mais, concordo que além da questão da quantidade, a qualidade dos combatentes era bem diferente. A formação de um guerrilheiro estava longe da de um oficial ou sargento do EB.

Sobre o número de comunistas no Brasil, de fato, eu especulei. Até porque não existe um censo oficial sobre isso. Só acho que, baseado nas mortes sofridas e causadas por comunistas, seus crimes e suas prisões, é possível dizer uma das duas coisas: 1 – o número de comunistas era um pouco maior do que os que foram mortos, presos, exilados ou que fugiram; 2 – nossos serviços de inteligência eram péssimos e não conseguiram identificar os outros comunistas existentes,que poderiam ser milhares ou milhões; 3 – os comunistas eram poucos, mas poderiam se multiplicar rapidamente e sua rápida eliminação impediu isso.

Sobre minha especulação quanto a um civil se candidatar a presidente, apesar de ser especulação, os fatos elencados por mim, dão certo apoio a tese à tese. Mas, respeito sua contrariedade.

Com relação à liberdade de imprensa, hoje, apesar da compra de espaço em boa parte dela, não dá para dizer que uma Veja seja comprada ou aparelhada pelo Governo. Você consegue imaginar um Reinaldo Azevedo ou um Rodrigo Constantino batendo no governo de 68 como eles batem agora?

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, sabe porque vocês nunca foram assediados? Por que os caras sabem bem quem podem e não podem abordar. Como eu disse, os capitães de bairro sabem casa por casa quem está a venda na eleição. Isso não é exagero meu, isso me foi dito por eles mesmos. E pior, quando perguntei se eles não achavam baixo e medíocre isso, respondem: se tu não fizer, o outro lado faz.

O lulinha o investimento so veio a publico porque alguem furou, pois estaria no sigilo fiscal dele e da empresa investidora. Qual o motivo deste investimento? Ai que está o recôndito. O processo do Médici é publico, até o acordão pode ser consultado. O dinheiro de pai e filho não. E o pai, se não está bilionário, certamente está bem longe da imagem de coitadinho e povão que ele prega, sobretudo recebendo beneces de construtoras e estando afastado do trabalho a mais de 30 anos.

Em pais onde mora e morre gente na fila do SUS qualquer gasto compromete a finalidade do poder público. Queria os 27 bi em hospitais, aeroportos, portos e presídios, além de estradas.

Quanto ao EB e a guerrilha, na verdade é o inverso. Os guerrilheiros eram muito melhor preparados que os militares. Os militares recebiam treinamento para guerra regular e irregular (inclusive eu recebi em operações de contraguerrilha). Não havia um foco geral em guerrilha na tropa em geral. Esta, em sua grande maioria eram recrutas, embora o DOI e operações de campo mais importantes fossem feitas por profissionais, poucos, estes sim treinados. Ja os guerrilheiros, além de terem motivação extrema que chegava ao fanatismo, recebiam treinamento intensivo fora do pais. A respeito é interessante a entrevista do general Leônidas em outro post. Por isso, havia sim, grave risco de eclosão de um movimento significativo de guerrilha no pais. Cada um treinado seria lider de um célula que se expande rapidamente. O numero de tropa opositora acaba não sendo o fator mais importante, sobretudo porque até mesmo esta tropa é alvo de ataques de doutrina e pode virar a casaca de uma hora pra outra. Isso inclusive está previsto no manual de guerrilha. É operações psicológicas, coisa que é feita em caso de forças regulares pelas FE.

O EB so começou a virar o jogo quando combateu guerrilheiros com guerrilheiros e ai a quantidade de efetivos preparados era pequena, sem muita vantagem do Estado. A presença de forças auxiliares reprimindo é contrabalançada pela surpresa e furtividade da guerrilha.

Os comunistas do Brasil so não morreram mais porque eram covardes e amadores e se esconderam. Como eu disse, revolucionários de gibi. Poucos tinham tutano para luta de verdade. Estes morreram. Os outros estão ai dilma, dirceu, genoino et alii, fazendo agora tudo o que criticavam e diziam combater antes. São comunistas (ou socialistas como eufemisticamente se intitulam) mas não dispensam o melhor restaurante em viagens como a dona dilma. No fundo, hipócritas e gananciosos como o pior liberal capitalista com a diferença que não querem concorrência pois não tem competência e ai criam o estatismo pra viver nas tetas do Estado.

Quanto a liberdade de imprensa, ainda bem que existe a despeito do governo atual a tentar suprimir com medidas sorrateiras. Não tenho dúvida em afirmar que se pudessem, estes que estão ai no poder suprimiriam a liberdade de imprensa em grau ainda mais acentuado que o regime militar. Pior, agiriam para doutrinação de forma ainda mais incisiva, como estão fazendo no livros escolares. Como não podem pela força, tentam por meios travestidos dos mais diversos matizes, desde patrocínios para comprar opinião até propostas de conselhos disso e daquilo. .

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Sobre a Copa, só lembro que dos R$ 27 bilhões, nem tudo são estádios e estruturas relacionadas à Copa. Parte do dinheiro foi usado em infraestutura (muito menos do que eles falaram que iriam fazer) e, de certa forma, a Copa estimulou a concessão dos principais aeroportos do país, o que eu vejo como um reflexo positivo de algo negativo.

Obviamente, repito, isso não impede que eu seja contra a Copa por ser um gasto torpe.

Sobre o caso do Médici, a história da adoção só veio a público (imprensa, opinião pública), após a questão ser judicializada pela própria filha-neta e, depois, pela PRF. Médici não marcou uma coletiva de imprensa e disse: “como eu não tenho filha, vou adotar minha neta e recomendar que ela não case de maneira oficial, para que receba minha pensão até os últimos dias de sua vida”. A publicidade ocorrida foi bem posterior e contra a vontade dos envolvidos, sendo decorrência da publicidade processual e de alguém que tomou contato com o processo ter levado o caso à opinião pública.

Interessante sua descrição sobre a guerrilha do Araguaia. Eu pensava que a derrota inicial e a vitoria final estariam mais relacionadas ao uso de tropas mal-treinadas e ao posterior uso de tropas especiais. De qualquer forma, o EB venceu, mostrando que nossas forças armadas eram melhores do que a dos guerrilheiros.

Sobre a ideia de multiplicação da célula guerrilheira, que eu conhecia, a estratégia não funcionou e poucos foram os habitantes locais que aderiram ao movimento.

Quanto à nossa “esquerda caviar”, assino embaixo. E que Lula ficou milionário com suas palestras (e, talvez, com algo mais) isso também é fato. Mas, até onde se sabe esse dinheiro é legal, assim como o caso da Oi e Lulinha, ainda que nesse caso haja uma motivação clara de dar a bala para o filho para adoçar a boca do pai. Mas, como você que é do ramo e sabe, é um caso difícil de provar o crime. Não dá apenas para encadear os fatos e esperar uma condenação criminal.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Rafael, la nos idos de 1994, quando estive na escola militar, se ouvia muita coisa sobre as operações no Araguaia inclusive algumas ainda decorrentes de pessoas que conheciam os envolvidos diretamente.

O EB mandou pra lá a melhor tropa de que dispunha, inclusive paraquedistas profissionais, mas cometeu um grave erro. Foram como militares, de forma ostensiva. Sempre chegavam atrasados, e a população local encobria os guerrilheiros. Eles sabiam de cada movimento da tropa.

Houve muitas baixas e pouco sucesso, pois a tropa enviada tinha bom treinamento, mas a doutrina empregada era inadequada. A tropa foi retirada por um tempo. Em seu lugar, poucos elementos das FE chegaram com suas famílias, barbudos, cabeludos, como se fossem populares. Passaram meses infiltrados como agricultores até começar a fazer amizades, e ai começaram a agir como a guerrilha.

Ao invés das mega operações de varredura como faziam os EUA no Vietnã (search and destroy) e que tinham servido de paradigma do EB, passaram a ocorrer operações de pequena monta. O foco eram os “cachês” locais onde ficavam os suprimentos. Pouco a pouco, por ação própria ou por uma rede de informantes as FE foram levantando estes pontos, foram feitos levantamentos minuciosos de quem eram os adversários e iniciadas emboscadas pequenas e pontuais. A partir daí começou o sucesso. A fonte de suprimentos foi cortada e a guerrilha perdeu a grande vantagem que tinha, que era saber exatamente onde estavam os militares. Virou guerra de guerrilhas dos dois lados. O EB acabou vencendo no cansaço, na estratégia da lassidão, pois tinha fonte de suprimento ilimitada. Porém, como disse o general Leônidas, o EB respeitava e nunca subestimou os guerrilheiros, especialmente os que tinham recebido treinamento no proprio EB ou no exterior. Eles eram tão bons ou melhores que o efetivo.

O segredo foi combater com efetivos iguais ou até menores, mas com as mesmas táticas.

Mas veja-se, o efetivo da guerrilha lá era dois pelotões e nem todos eram bem treinados e deram um medonho trabalho. Imagine-se se ao invés de 01, tivéssemos 15 focos destes. seria o caos. So não ocorreu porque a maioria deles era incompetente e preguiçosa. O zé dirceu, por exemplo, se tivesse ido pro mato ia contratar ou convencer um colega para levar seu equipamento e arma e quem sabe um travesseiro e roupão.

Na década de 90, ainda tivemos treinamento bem forte em operações de contraguerrilha, toda ela baseada na ação do Araguaia, ocasião em que enfrentávamos na ESA o MOLIVARE fictício Movimento de Libertação do Vale do Rio Verde, normalmente chefiados pelo aluno Max, de Curitiba que tinha sido sargento temporário e tinha um grito debochado quando nos emboscavam. Eu mesmo tive a oportunidade de comandar um exercício dos alunos do 7º pelotão do curso de infantaria onde fizemos uma embocada contra 04 elementos que eram nossos colegas atuando como figuração. Este exercício, como os demais, foi todo extraído de situações reais do Araguaia.

O caso Médici se vê que nada foi feito de forma sorrateira. A publicidade era inevitável em um momento ou outro, pois processo é publico, salvo exceção. Imoral sim, mas não sorrateira, sendo aliás, caso isolado entre os ex presidentes. Já na república do babalorixá de garanhuns, clareza e honestidade nem pra remédio se encontra. So fico imaginando a hora que sairem, se os sucessores forem procurar bem, quantos caminhões de sujeira irão encontrar.

Control
Control
10 anos atrás

Srs

Jovem Rafael

Quanto ao Golpe: De princípio, golpe algum é democrático. O que aconteceu em 1964 foi a crônica do desastre anunciado que começou a infiltração dos comunistas nos sindicatos e a relação que o PTB do Jango estabeleceu com eles.
Porém, o golpe, de fato não foi militar, mas sim gerado entre os civis que recorreram aos militares para sua execução. Atribuir apenas aos militares é faltar com a verdade.
Quanto a popularidade do Jango: Sou um bocado velho para lhe dizer que o Jango conseguia ter unanimidade: era desconsiderado por todos, inclusive por seus, teoricamente, correligionários, aí se incluindo o seu cunhado, Brizola. Nem existiam pesquisas na época e pesquisa feita décadas depois é uma afronta lógica e profissional. O Ibope devia ter vergonha.
Apenas o Presidente era eleito indiretamente. O Castelo foi escolhido pelas lideranças civis e militares (a contragosto de alguns militares, inclusive). Houve eleições para os legislativos e para os governos estaduais, tanto que o Negrão de Lima foi eleito para o governo de Guanabara.
A eleição indireta havia sido defendida por diversos políticos frente aos impasses que haviam ocorrido nos anos anteriores, impasses que impediam a ação do executivo. É claro que isto não era uma solução e era muito conveniente pois era mais fácil controlar um número menor de eleitores.
Quanto ao FGTS, ele foi criado para resolver um problema prático que era a demissão dos empregados quando estes chegavam perto da data em que obteriam o direito a estabilidade. O problema é que a remuneração estabelecida na época, que era aceitável para um universo de juros baixos, ficou irrisória com a farra que se instituiu no sistema financeiro. Além de não ter se estabelecido novo critério de remuneração, o FGTS passou a ser usado pelos políticos em seus “negócios”. Cabe observar que o BNH foi instituído na mesma época, sendo o FGTS sua fonte de financiamento. Nesta área, cabe observar, também, que o primeiro governo militar instituiu um programa habitacional hoje plagiado com o Minha Casa, Minha Vida.
Quanto a termos um reinado, é só observarmos a ação dos políticos e de seus associados no poder, que, cada vez mais, utilizam os bens públicos para uso particular e mudam as leis na sua conveniência, vide o caso das operações da Oi para comprar a Brasil Centro Sul, quando a lei foi alterada na conveniência da Oi.
Como nos reinados absolutistas, quem está no poder ajusta as leis e o judiciário a sua conveniência.
É curiosa sua percepção de melhora desta realidade, talvez advinda de sua juventude e não ter passado por realidades melhores.
Observe, para citar alguns exemplos civis e militares: Getúlio Vargas, ditador que foi não aumentou seu patrimônio em todos os anos que dirigiu o país (o acréscimo foi de um apartamento no Rio comprado com financiamento); Juscelino não teve aumento de patrimônio, apesar de acusado de corrupção na construção de Brasília e Jango e Castelo Branco também não tiveram aumento de patrimônio.
Porém, isto não se pode dizer de Sarney, de Collor, de FHC e de Lula. Todos tiveram aumentos patrimoniais significativos, além de acumularem aposentadorias e indenizações polpudas como perseguidos políticos. O único que, aparentemente, escapa desta lista de beneficiários das vantagens advindas do cargo é o Itamar.
Podemos dizer que, pelos fatos, hoje, temos um uso maior da máquina pública em benefício próprio do que há 50 anos.
É claro que havia corrupção (como sempre houve, na história humana), mas ela era coibida. Hoje, porém, ela é vista como normal e ocorre acintosamente sob às vistas da população. Perdeu-se a vergonha.
Só para esclarecer, quanto a disputa entre Maluf e Tancredo na disputa via Colégio Eleitoral cabe uma observação: Maluf não era candidato do governo. Ele conseguiu ser o candidato do partido do governo batendo o Andreazza (o candidato do Figueiredo) comprando os votos dos convencionais na prévia que foi realizada dentro do partido (observe que foi um processo democrático no sentido restrito do termo, apesar de representar uma distorção no processo que contraria o espírito do conceito de democracia).

Sds

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Grato pela análise mais a apronfundada da Guerrilha do Araguaia. Aliás, tratando-se de um site “técnico” da área militar, mereceria um post especial o combate à guerrilha do Araguaia.

Aliás, certa vez você me explicou as vantagens do militar não poder usar barba. Está aí mais uma delas. Quando querem disfarçar um militar, é só deixar a barba e os cabelos crescerem.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Caro Control,

O Ibope é de 1942. Se a pesquisa divulgada agora é falsa ou não, eu não sei. Mas, ela poderia ter sido feita à época sim.

Sobre o golpe ser civil e militar, eu concordo que os militares contavam com um bom apoio de determinados setores, principalmente empresariais. Mas, não sei mensurar quem mandava em quem. Só sei, o que eu já disse anteriormente: certos grupos sempre se deram bem, independentemente de quem estivesse governando o país e eles teriam muito a perder com as reformas de base. Com o comunismo, todos perderiam.

Sobre o FGTS, se a dispensa ocorresse antes da estabilidade era só um pouco diferente da que foi estabelecida pelo FGTS, pois esse prevê recolhimentos praticamente equivalentes a um mês de trabalho por ano e a multa de 10% (hoje 40%) sobre o saldo da conta, em caso de dispensa. Ou seja, a diferença era essa multa de 10% e, em muitos casos, era melhor a lei anterior, pois a fração superior a seis meses era considerada um ano para fins de indenização, enquanto com o FGTS é tudo calculado mês a mês. No fundo, isso foi melhor para as empresas por acabar com a estabilidade, melhor para os empregados de empresas que “quebrassem” e não tivessem como pagar a indenização (já que, pelo menos, os depósitos mensais já teriam sido feitos) e melhor ainda para o governo, que ganhou uma “poupança forçada”, com correção inferior a da poupança oficial e, principalmente, praticamente sem liberdade de movimentação pelo trabalhador.

Sobre o enriquecimento dos políticos, temos que levar em conta que a economia hoje é muito maior e “capitalista” do que era antes. Por isso, comparar a riqueza de Getúlio com FHC é o mesmo que comparar a riqueza do Leônidas da Silva com a do Neymar (mesmo antes de ir para o Barcelona). Até onde eu sei, FHC ganhou muito dinheiro dando palestras porque empresas se prestam a pagar por isso, quer porque desejam alguma vantagem ilícita, quer porque pensam que as palestras agregam algum valor a elas em termos de conhecimento. Sinceramente, tem tanta gente que vive de palestras no meio empresarial, sem qualquer relevância prática (como esportistas, aventureiros, “empresários bem sucedidos”) que é possível considerar que contratar FHC e Lula para dar palestras seja algo lícito e sem segundas intenções (apesar de existirem, em muitos casos e eu não poder afirmar se funcionam ou não).

Pensões e indenizações referentes ao regime militar estão intrinsicamente ligadas à Lei da Anistia. Militares e opositores fizeram um bom acordo para eles. Não serem punidos e ainda virarem pensionistas (os militares já eram em razão dos cargos) e receberem indenizações.

Sobre a minha percepção de melhora no “estado de direito”, creio que ela tenha algum fundamento. Ano passado, pela primeira vez um deputado foi para a cadeia, condenado pelo STF. Tirando prisão política, há algum exemplo do tipo na história do país?

Derrocada do nepotismo. Algo extremamente comum outrora, hoje é combatido.

Concursos públicos para a esmagadora maioria dos cargos públicos, apesar da existência de muitos cargos em comissão usados irregularmente. Isso é melhor agora do que no século passado.

Nem de longe a situação é perfeita, mas já é bem melhor do que nos tempos de exceção. Vargas mandou soltar o condenado Helio Gracie, por admiração e ter amigos em comum. O terrorista sobrevivente do atentado do Rio Centro continuou sua carreira militar sem ser incomodado. Certo ministro da Aeronáutica deu de ombros para uma decisão do STF sobre o caso do Parasar, já no governo Itamar. Itamar esse que virou embaixador em Roma, de maneira completamente imoral. Castello Branco provavelmente foi assassinado pelos “seus adversários internos nas FAs”.

Hoje a Polícia Federal atua com certa liberdade. O MPF, mais ainda. E o Judiciário também. Podem não estar completamente isentos de interferência política (principalmente a PF), mas estão muito mais “livres” do que outrora.

Mesmo o caso do Mensalão denota certo império da lei. E, apesar de militares supostamente não terem enriquecido durante o regime, não é nem um pouco crível que os políticos civis não tenham feito isso. É só olhar a lista de governadores de SP do período que notamos que vários deles tem histórico de corrupção e creio que seja muito inocente achar que durante o regime eles andaram na linha e não se locupletaram. O fato é que a imprensa, grande responsável por descobrir crimes de colarinho-branco em tempos democráticos e livres, estava convenientemente amordaçada e nada vinha à tona. E isso é interpretado como ausência de corrupção.

Aliás, qual caso de corrupção foi coibido durante o regime militar? O Maluf ,que você diz ter comprado votos, é que não foi.

Saudações.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Rafael,

Ninguém falou em não haver corrupção mas por exemplo, Lula na campanha para 2002 prometeu enfaticamente a auditoria nas privatizações que nunca foram feitas. Será que de fato provariam alguma coisa como tanto alardeavam ou passariam por constrangimentos devido ao discurso apenas leviano e bravateiro?

Corrupção no período da ditadura sim, mas, será que sumiram todas as evidências ou se fossem procurar de fato não seria aos níveis de hoje? O foco somente em testemunhas de tortura mas, por que não da corrupção?

E se há alguma coisa de bom com relação a instituições é por que ainda resitem, como na citada decisão do STF quanto aos mensaleiros, que já não funcionou com o Azeredo mas, o desejo de aparelhamento é perene e com os já aparelhados também ficou muito claro seu trabalho a favor dos patrões. E tais instituições ainda não estão livres disso, como está sendo com as agências reguladoras, IPEA, IBGE e por aí vai.

Uma grande contradição pois quem criticava e afirmava que combateria a corrupção, ter alternativas e soluções, não fez nada disso. Mas acaba não sendo contradição ao ver na história como esses grupos agem, estão coerentes com seus projetos de poder, não de governo e na comparação com os jogadores, tem a ver com evolução do mercado, publicidade etc e não exatamente com o tamanho da tunga providenciada pela classe política.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Antonio M,

Não ser corrupto deveria ser mero requisito do candidato e não plataforma de campanha.

Isso só mostra o quanto a corrupção está arraigada na população.

Fora que a principal estratégia do PT em campanha é atacar o que o PSDB fez. Mesmo que depois ele fizesse muitas das coisas que criticou.

Não sei dizer se houve corrupção nas privatizações. Aqueles telefonemas grampeados são muito suspeitos.

Enfim, ninguém deve confiar no PT ou em partido algum. Eles tem que estar sob constante vigília.

E eu não tenho duvida que políticos (e mesmo servidores públicos e juízes), tendem a querer extrapolar seus poderes. Até por isso defendo que eles tenham uma boa dose de independência. E, também por isso, não simpatizo com regimes em que um Poder faz o que bem entende com os outros, como ocorreu no regime militar, com o fechamento do Congresso e afastamento de ministros do STF, para citar só duas das intromissões mais graves perpetradas.

Por fim, o caso do Azeredo não era de competência do STF, porque ele renunciou antes. A rigor, o STF cumpriu a Constituição.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Certo Rafael, mas o regime o fez pelos motivos discutidos e o fez temporariamente. Por isso, regime de exceção e com apoio popular. Repito, por que trata-se com tanta irrelevância tal apoio popular? Se podem votar, não podem simplesmente apoiar?

E como fazer para combater quem cometeria das mesmas arbitrariedades para chegar ao poder? Usando de uma comparação atual, como se faz para remunerar, motivar que um soldado combata o terrorismo que é baseado no fundamentalismo religioso cujo pagamento, prêmio é o paraíso, junto ao seu profeta e mais 72 virgens?!? Seria tão diferente dos radicais da época?

E ninguém é ingênuo para não entender que não havia outros interesses mas, estamos melhor do que ter se tornado uma Cuba, Argentina, Venezuela.

Estávamos em uma guerra, e a guerra é assim, tem as convenções de Genebra e tem o jogo sujo. Sempre foi e sempre será assim, é da natureza humana.

Hoje estão dispostos a arcar com as responsabilidades de assumir o poder? O Bolsanaro qdo esteve nesta última marcha para a família, reiterou que a marcha defender militares no poder destoa, não se encaixava no que deveria ser defendido. E os militares sabem muito bem o porquê, não vale a pena passar por isso de novo, pelos motivos que você mesmo expões.

E o caso Azeredo apenas denota o que já foi dito também, não reformar para se aproveitar das brechas. burocracia, demora. Legal mas imoral.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

O apoio popular não foi “medido” por eleições. Dizer que a CNBB, a OAB, o empresariado e a imprensa apoiavam e que teve uma Marcha da Família popular não significa que a maioria da população apoiava.

Acreditar que a maioria da população apoiava é mera especulação. Se o apoio popular fosse uma coisa certa, teriam feito eleições até para dar legitimidade.

Por isso eu já escrevi que dá para dizer que foi um golpe aristocrático, mas, não, democrático.

O que me causa estranheza é essa tentativa de dizer que o golpe foi democrático, com apoio popular.

Quantos militares, ao longo da história o Brasil, foram eleitos? Lembro-me do Dutra, mas era ele contra outro militar (Eduardo Gomes) e um comunista. Praticamente não tinha como perder.

Esse é um ponto importante, ao meu ver.

Acho que os guerrilheiros comunistas estavam num nível mais baixo de fanatismo que os extremistas islâmicos, que usam homens-bomba, por exemplo.

Aliás, o combate à guerrilha do Araguaia eu nem critiquei, se você observar. E se um presidente civil e elito mandasse o EB combatê-la, eu acharia adequado.

O Azeredo ser julgado em 1° grau não quer dizer que será mais demorado e burocrático. A esmagadora maioria dos crimes é julgada é assim. Aliás, também é muito questionado exatamente o contrário, que é o foro privilegiado. Há uma grande “disputa .

Quanto ao comunismo já escrevi o que penso e não quero ser repetitivo.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

So um parênteses. O FHC tem muitos defeitos e foi em muitas coisas fraco em seu governo. Mas certamente é melhor ouvir uma palestra de um doutor poliglota do que de um cachaceiro que teve 30 anos para estudar e nada fez e nem falar português certo consegue. O nível é bem outro. Não dá para parificar.

O concurso público tornou-se obrigatório em 1988, sendo que todos os servidores de então conseguiram estabilidade. Mas a exigência é burlada, pois as contratações de CC não ocorrem so para de chefia, assessoramento e direção, como preconiza o artigo 39, inciso V, da CF/88. Aliás, o PT passou os cargos CC de 17.000 para 22.000.

Sobre a polícia federal, meus contatos lá me passaram que nos últimos 03 anos a instituição está sendo sucateada. Depois que as operações começaram a se aproximar dos apaninguados do babalorixá, começaram a cortar as diárias e foi só o começo. Há um relatório no site da associação da PF que mostra a diferença de numero de prisões de antes pra agora.

A imprensa e os partidos que sucederam aos militares tentaram por todas as formas investigar o regime militar e os casos de enriquecimento indevido e corrupção não chegam aos pés do que temos hoje. Antes se contavam e nos dedos das mãos, hoje contam-se como grãos de areia em uma praia. É feita á luz do dia e aplaudida ou premiada com cargos CC.

Se a maioria não apoiasse a derrubada de Jango, teria havido mais turbulência e não o regozijo que houve na maioria da população em se ver livres de um Cubão.

O caso Azeredo espelha consolidada jurisprudência do STF relativamente antiga. Perde mandato perde foro. Mas o caso do mensalão, longe de espelhar um judiciário isento e operante mostra o contrário. Toda tentativa de cooptação e absolvição foi feita a começar pela nomeação de ministros comprometidos com a absolvição, do naipe do Tofolli, e agora do Barroso ( advogado de cesare batisti, precisa outra credencial?) e Zavaski (que decepção!). Ainda continua uma campanha da direção do PT para desqualificar o julgamento, o e mestre dos magos três meses antes do julgamento afirmou que ele o mensalão “nunca tinha existido”. Isso é longe de se ter um judiciário independente e operante. Aliás, o judiciário tem tanto nepotismo quanto tem outros poderes. Se eu abrisse a boca do que sei, uma tarde pra contar e tenho nomes pra dizer.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

E ninguém é a favor da ditadura, nem mesmo os militares, e a favor sim de que os perdedores não não reescrevam a história.

Se fosse a comissão da (meia) verdade algo sério e justo, os dois lados teriam que cortar na carne e não como querem os vencidos, reescrever tudo a seu favor.

E o que foi feito no STF foi mesmo antiquado e favorece o meliante. Poderia um militar que sofre um processo, um IM, dar baixa para não ser condenado pela justiça militar? Mas um político pode “deixar de ser político” para se livrar de condenações mais pesadas.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Colombelli,

Para mim, o apoio popular ao golpe foi o mesmo dado à Independência e á Proclamação da República. Praticamente nulo. O povo só assistiu aos eventos, pois não tinha condições de raciocinar a respeito (e nem vou entrar no mérito de ter liberdade e força para tomar o lado contrário a esses movimentos).

Aliás, minha defesa da democracia é muito mais “moral” do que prática. Na prática, grande parte do povo prefere viajar a votar. Muitos, como você expôs, vendem os votos. Outros tantos não tem condições intelectuais de avaliar os candidatos. E muitos candidatos não têm condições intelectuais para serem candidatos.

Antonio M,

Os crimes e as penas são os mesmos, independentemente do caso ser julgado pelo STF ou pelo Juiz de 1° grau. Cabem dezenas ou até centenas de críticas ao Poder Judiciário e ao processo criminal, mas não esta de “se livrar de condenações mais pesadas”.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Rafael Oliveira
4 de abril de 2014 at 10:08 #

o lance do STF é pura manobra, infelizmente. Pode até ser condenado mas, entre condenação e ser preso vai uma distância muito longa.

No Brasil a justiça de primeira instância é tratada como “sub-justiça”. E cabendo todo tipo de recurso, facilmente encontrará novamente brechas para “começar tudo de novo”. Basta um bom advogado e esses caras tem.

Por que até o PT “estranhamente” concordou com tal manobra? Pois tem até OEA na jogada já, e os mensaleiros deles podem ter toda uma revisão de suas penas etc etc por causa disso. Azeredo tem 65 anos, com essa vai com certeza conseguir tantos recursos que vai ficar livre até os 80 anos e aí não poderá mais ser preso.

Por isso que simplesmente usar a lei como está se discutindo sobre o golpe não fosse suficiente.

Há do mesmos personagens da época, os paladinos da ética, da ordem, da justiça, do humanismo estão usando a lei para que não se faça a justiça !!!

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

E houve a votação no STF que votou contra! E poderiam ter votado a favor !!! Simplesmente não quiseram e ajudaram o meliante !!!

Imagine se isso se transforma em jurisprudência se já não é ?! E beneficiando qualquer criminoso ?!

Joaquim Barbosa não se decepcionou?

Sempre perdemos a chance de tornar o país mais sério.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

OEA não tem competência para mudar qualquer decisão da Justiça Brasileira. É mais uma questão (i)moral e para tentar arrancar alguma indenização depois, do Estado Brasileiro.

E sim, incontáveis recursos são um dos grandes problemas da Justiça, criminal e civil, principalmente, e Azeredo pode ficar solto (apesar de eu duvidar muito que demore 15 anos para ele ser julgado e ocorrer o trânsito em julgado). Aliás, como, aparentemente, ele cometeu menos crimes do que o Dirceu e Genoíno, é bem mais fácil ele pegar uma pena bem menor, em regime aberto ou semi-aberto, se é que será condenado.

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

O importante é ganhar tempo.

http://www.conjur.com.br/2013-abr-18/reus-mensalao-podem-ir-oea-brasil-acatar-decisao

“…A possibilidade de réus condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, recorrerem a órgãos de julgamento internacionais da Organização dos Estados Americanos existe e pode levar a interessantes discussões, em âmbito internacional, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou 25 réus. Ao entregar seu voto revisado para a publicação do acórdão, que deverá ser feita nesta sexta-feira (19/4), o ministro Celso de Mello diz que é possível que o processo chegue à Corte Interamericana de Direitos Humanos e que o Brasil terá de acatar a decisão, seja qual for. …”

Senão, serão dois pesos e duas medidas. Se Azeredo conseguiu por renunciar ao cargo político, os do outro mensalão teriam o mesmo direito.

E assim se usa a lei para não se fazer justiça …..