Blindados da Marinha darão apoio logístico à PM no Rio

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CLAnf do CFN em operação Passex com o BPC Dixmude - foto Nunão - Forças Terrestres

CLAnf do CFN em operação Passex com o BPC Dixmude - foto Nunão - Forças Terrestres

Ação antecede emprego das Forças Armadas no Complexo da Maré, que ainda aguarda autorização do Governo

Brasília, 26/03/2014 – Blindados da Marinha do Brasil podem ser utilizados, a partir desta quarta-feira, em apoio logístico às forças policiais do estado do Rio de Janeiro no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense.

A autorização consta da Diretriz Ministerial nº 8/2014 do ministro da Defesa, Celso Amorim, fundamentado no artigo 9º da Lei Complementar 97/1999 e na letra f do inciso I, do artigo 7º do Decreto 3.897.

A participação da Força Naval antecede, mas não representa ainda, o emprego das Forças Armadas em Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no local. Para tanto, é necessária a publicação de autorização presidencial. As operações de GLO conferem aos militares condições de patrulha, vistoria e prisão em flagrante.

Além do apoio logístico, militares das Forças Armadas poderão atuar no Complexo da Maré em missão de levantamento da área ou em serviço de inteligência, sem que para isso haja autorização presidencial.

O apoio prestado teve por base pedido do governador Sérgio Cabral em “restrita cooperação em atividades de apoio logístico na operação, por Forças Estaduais, de ocupação das comunidades do Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, em continuidade ao Programa de Implantação das unidades de Polícia Pacificadora”.

Na diretriz, o ministro determina ao comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, que: “acione veículos blindados de transporte de pessoal e lanchas para apoio logístico à Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro”. Além disso, o almirante Moura Neto designará um oficial para promover a ligação com a Secretaria de Segurança, que mantenha informado o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi.

Na mesma linha de ação, Amorim determina que os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, “fiquem em condições de alocar recursos logísticos à Marinha do Brasil, eventualmente necessários ao desenvolvimento das ações”. Na diretriz, Amorim pede que o EMCFA “promova ligação e coordenação com as autoridades estaduais responsáveis pela operação e acompanhe a execução das ações”.

Governo ainda define GLO para o Complexo da Maré

Segundo o EMCFA, o apoio logístico determinado pelo ministro da Defesa não se confunde com a deflagração de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no local. O pedido do governador Sergio Cabral para que as Forças Armadas atuem dentro daquilo que preconiza a legislação de GLO ainda depende de autorização governamental. Desde a última sexta-feira (21), ocorreram duas reuniões para tratar do assunto. A primeira delas foi no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do general De Nardi representando o ministro Amorim.

Como desdobramento, na última segunda-feira (24), o general De Nardi esteve, junto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o comandante Militar do Leste (CML), general Francisco modesto, numa reunião com o governador fluminense e autoridades estaduais no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR). Durante a reunião, foram apresentadas as necessidades do emprego das forças militares.

Após a reunião, o ministro Cardozo e o governador Cabral anunciaram que será enviado pedido para autorização de GLO à Presidência da República. No momento, as autoridades se encontram em processo de análise da proposta. Somente no decorrer dos próximos dias é que se fechará o planejamento, inclusive com o número de militares e de meios a serem utilizados na Maré.

FONTE: Assessoria de Comunicação Social (Ascom) do Ministério da Defesa

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Vader
10 anos atrás

Tive a honra de ser comandado do à época Coronel Infante Francisco Carlos Modesto e sei dizer que é um dos melhores militares que conheci. Como Comandante Militar do Leste ele irá cumprir a missão que lhe forr dada.

Mas que é uma judiação utilizar material bélico caríssimo como o blindado anfíbio da foto pra bloquear entrada de favela, isso é. Pombas, o EB tem tropas especializadas em GLO, além de possuir batalhões inteiros de Polícia, fora os de Infa Mtz, que poderiam muito bem cumprir uma missão como essas, desde que equipados e adestrados minimamente.

O mau uso que o governo do PT faz das Forças Armadas é incrível. Como são atrapalhados.

Deus nos livre de entrar em guerra com um governo desses nos comandando… O governo do PT iria mandar o CFN fazer patrulha na selva, o EB pilotar barcos e aviões e a Infantaria da FAB pro front…

rsbacchi
rsbacchi
10 anos atrás

Vader, concordo plenamente com voce,

Mauricio R.
Mauricio R.
10 anos atrás

Tb não me agrada nem um pouco, o uso que fazem dos militares e não é somente no RJ.
Existe mto material paramilitar/policial no mercado, p/ uso nesse tipo de missão.
Idem qnto a tropa, um expurgo na PMRJ e na Polícia Civil, removendo aqueles que lá estão atrás de outros interesses e o treinamento de tropa p/ este tipo de missão, seriam mto mais úteis.
Os militares poderiam contribuir c/ a logística e a inteligência necessárias a missão.

Jackal975
Jackal975
10 anos atrás

Alguém aí sabe explicar por qual razão os blindados utilizados são da Marinha? Não seria mais lógico utilizar efetivos do Exército?

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Mauricio R.
29 de março de 2014 at 15:05

Idem qnto a tropa, um expurgo na PMRJ e na Polícia Civil, removendo aqueles que lá estão atrás de outros interesses

Em 2012, a PMERJ expulsou 317 policiais. Isso mostra duas coisas: o excelente trabalho da Corregedoria, e a gravidade da situação disciplinar da corporação.

Cacete, 317 policiais significa um policial expulso a cada 28 horas!

O próprio CC da PMERJ veio a público recentemente declarar que o maior problema da corporação é o desvio de conduta.

Creio que para minimizar isso tem que: 1) Melhorar os salários; 2) Melhorar o treinamento; 3) Melhorar as condições de trabalho.

Um policial bem remunerado, treinado e satisfeito com o trabalho é um corrupto em potencial a menos.