Finalmente o Guarani
O primeiro lote de 13 unidades do blindado sobre rodas Guarani foi entregue nesta segunda-feira (24), em Cascavel (PR), ao 33º Batalhão de Infantaria Motorizada. O veículo tem 60% de componentes nacionais e tem previsão de chegar a 90%.
Veja abaixo as etapas de produção do novo blindado do Exército Brasileiro:
1. Funilaria
A funilaria, uma das partes mais importantes do processo do Guarani, é dividida em duas fases. Na primeira, 16 boxes soldam as chapas de aço balístico para formação de subgrupos. Na sequência, esses subgrupos são unidos para formação da carcaça do veículo.
2. Liner
Feita a carcaça (scafo), ele recebe aplicação de liner, material específico capaz de absolver impactos externo e evitar que fragmentos de projéteis perfurem a parte interna dos veículos.
3. Pintura
A pintura é realizada em cabines/forno onde acontece a aplicação manual da tinta de fundo e esmalte, seguido de secagem em forno a uma temperatura de 80ºC.
4.Montagem
Uma vez pintado, a carcaça (scafo) entra na linha de montagem onde recebe o chassi, suspensão, componentes interno/externo e motor que por sua vez possui 383 cv e transmissão automática.
5. Testes
Devidamente montado, o veículo é submetido a inúmeros testes de qualidade sendo estáticos (internos) e dinâmicos (pista) na parte externa da fábrica.
6. Acabamento final
Após os testes, o veículo volta à fábrica e é submetido à lavagem. Depois de limpo, recebe equipamentos como bancos e cintos de segurança, além da aplicação manual da camuflagem com uma nova secagem em forno de 80ºC.
FONTE: Ministério da Defesa/Iveco
Bela máquina só falta a versão 8×8 de reconhecimento.
Sds.
Muito bacana. Esses já estão equipados com o canhão de 30 mm.?
Pontos questionáveis:
a falta do chassis em “V”, que melhora e mto a proteção contra minas e ied’s.
a torre UT-30, que deixa expostos tanto a munição como a eletrônica, além de qndo em modo de tiro, aumentar consideravelmente a altura do veículo.
joao.filho
24 de março de 2014 at 21:29 #
Pelos que eu vi uns 10 ou 12 vieram com as torretas com metralhadoras .50 vi apenas um com o canhão de 30mm.
joão.filho e Uitinã,
Nas fotos que vi no site do MD, identifiquei pelo menos uma viatura com a REMAX.
Como esse é um lote de estudo doutrinário, todos os modelos do Guarani, atualmente existentes (UT30, Remax e Platt), estarão presentes.
Mauricio R. 25 de março de 2014 at 11:58 #
As informações que tive é a de que o Guarani tem casco “V” sim, inclusive, devido a instalação do chassis externamente ao scafo, há uma aumento da segurança aos tripulantes. Por isso, o perfil do Guarani é mais alto.
Sobre a UT30, o próprio EB estuda um sistema substituto que seria a TORC-30 da Ares.
A maior deficiência das torres de controle remoto em relação às torres tripuladas diz respeito à característica das primeiras de não permitir o remuniciamento sem expor os tripulantes.
Só de curiosidade, o Puma, alemão, só pra citar um exemplo, tem uma torre de controle remoto mas com acesso direto ao interior do veículo, e permite o remuniciamento sem expor a tripulação.
As torres não tripuladas devem ser comparadas com as estações de armas manuais e não com as torres tripuladas.
E mesmo em relação às estações manuais, como o Marine já disse em outras ocasiões, há vantagens e desvantagens para uma e outra.
A maior vantagem das estações manuais é permitir uma maior consciência situacional, principalmente em guerra urbana, com atuação mais reflexa e intuitiva.
O ideal, em que pese a padronização, é que haja uma combinação de sistemas: alguns manuais com mínima proteção; outros manuais com proteção periférica; outros, com armas de controle remoto e outros ainda com torres tripuladas.
Triste é entrar no site do EB e não ter uma matéria sobre o tema.
O setor de relações públicas do EB está mais interessado em divulgar comemorações de datas simbólicas, simpósios, entrega de medalhas e outras coisas de menor importância.
Enquanto isso, não sabemos o armamento que cada viatura possui e dependemos do relato de colegas.
Não são linhas retas em formato de “V” que garantem a resistência às IEDs, e sim a existência de um formato capaz de dispersar a energia da explosão, o que pode ser conseguido sem um “V” puro, apenas com uma diferença escalonada, com o subchassis sendo bem mais estreito que a base do “monobloco”, o formato em sim é parecido com um “V” mas não é exatamente um “V”. Acho que por isto a insistência do Maurício em dizer que o Guaraní não tem chassis em “V” enquanto os “burros” engenheiros da Iveco dizem o contrário e do Exército Brasileiro dizem o contrário.
Já acompanhei uma discussão em que o Bacchi explicava esta questão (chassis X subchassis X monobloco), não lembro se aquí ou noutro sítio.
Quanto à torre UT-30, o EB já apresentou uma nova torre com perfil baçlístico melhorado que deveria substituir as UT-30, têm-se alguma informação nova a respeito?
Senão me engano seria a torre TORC 30…
Lyw,
Não seria bem substituir a UT-30. A ideia, segundo divulgado, seria adquirir as duas.
Quanto a UT-30, o EB já fez um pagamento antecipado de mais de US$ 9 milhões, em meados de 2012, para que fosse possível construir as instalações onde as torres seriam parcialmente fabricadas. Alguém tem alguma novidade?
Em relação ao TORC 30, o protótipo estava previsto para o ano que vem, mas também não sei a quantas anda o projeto, somente sei que a FINEP liberou mais de R$ 3 milhões de reais para ele, também em meados de 2012.
O chassi do Guarani foi concebido para ser seguro (relativamente, pois nenhum pé totalmente) contra minas, e inclusive foi testado concretamente para isso.
As torres UTR ao que sei já tem contrato firmado com 216 unidades. Se outra for adquirida, será em soma, e não em substituição, e será quiçá para o último lote do guarani que substituirá o Urutu.
É preciso ressaltar que a UTR vai estar em um veiculo que irá transportar tropas conjuntamente, e por isso é externa e irá levar uma reduzida quantidade de munição. A colocação de munição 30mm no interior tornaria inviável o transporte de tropas, pois é volumosa.
Veículos c/ chassis em V; exemplos:
Protóptipo do MPC; RG-32; Bushmaster; Caspir e Buffel
É só comparar fotos desses veículos, principalmente da traseira, c/ o “Guaraní”, p/ ver que o veículo nacional não tem esse tipo de chassis.
Colombelli,
Mas as versões dotados de canhão de 30 mm continuarão a ser de transporte de tropas.
Não seriam de combate de infantaria, reconhecimento, ou coisa que o valha? Levando menos pessoal e munição pra ser reposta?
Eu gostaria de apoiar aquilo que o Colombelli afirmou.
Existem inúmeras solução para a parte de baixo dos VBTP, afim de proteger a tripulação do efeito das minas.
O assoalho em V é uma delas, e a solução de sub chassi com longarinas, adotada no Guarani, é outra.
Bacchi
Bosco, por que “… levando menos pessoal e munição para ser reposta? ,,,”,
Não entendi.
Bacchi
Vocês acham que a utilização do EB no RJ poderia ser um bom palco de testes para o Guarani em condições reais?
Solução por solução, o chassis em “V”, foi testado em combate pelos sulafricanos.
Qnto a RWS israelense, que em operação mais parece um robot de filme de Hollywood ( o Número 5 em “Short Circuit”), sua altura, os eletrônicos e a munição expostos, definitivamente são um problema.
Talvez um pouco de engenharia (reversa) ajude:
http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2014/03/korean-aav-rws-turret-samsung.html
Os eletrônicos estão mais protegidos e a altura geral da torre é baixa.
Os “chutes”de munição, menos expostos, tb são mais curtos.
No mercado há diversas RWS fechadas ( munição e eletrônicos sob blindagem) e não penetrantes (sem cesto ou cofres de munição no compartimento interno).
Bacchi estavamos esperando a tua intervenção de especialista.
Bosco, considerando o número de blindados que circulou como sendo o efetivo de cada batalhão e as 216 torres adquiridas, conclui-se que os veículos com a torre 30 mm não serão somente veículos de combate. Aliás, parece-me que se fosse para terem esta função de forma exclusiva, a torre totalmente externa, sem possibilidade de remuniciamento interno e com exposição de aparelhagem, não teria sido adotada. Outrossim, não é de bom alvitre que os veiculos levem muita munição no seu interior sem uma proteção blindada mais pesada. Quer me parecer que os com o canhão 30mm irão ter frações menores em seu interior, como seja, por exemplo o grupo de comando do pelotão mais peça de morteiro 60mm.
Na minha concepção, a Cia de Fuz Mec teria 16 carros sendo composta de quatro pelotões. 03 de fuzileiros, sendo compostos cada um de três veiculos com a torre Platt para transporte dos GC ( 01 sargento, 01 cabo e 07 soldados) e mais o veiculo do CMT Pel com o grupo de comando ( 1 ten, 01 2º sargento e 01 radio operador) mais o morteiro 60mm ( 01 cabo e 03 soldados), sendo este o veículo que é equipado com o canhão 30mm para apoio direto à fração pelotão.
Já o pelotão de apoio da cia teria 03 blindados equipados com a REMAX, sendo 01 blindado da seção de canhões sem recuo, a duas peças; e 02 blindados com a seção de morteiro 81mm, uma peça em cada.
Restaria ainda o carro do CMT Cia, também com a remax. Teríamos na cia 09 metralhadoras 7,62mm; 04 .50/remax e 03 canhões 30mm. Uma proporção bem equilibrada e flexível, onde o CMT pel tem a sua disposição uma arma mais pesada de apoio à fração. Em todos os caros, a função de atirador passa a ser específica não mai sendo exercida por um fuzileiro que desembarca também. Esta é só uma especulação.
Concretamente o que se tem? As Cias Fuz tem que ter no mínimo 15 carros se considerarmos a organização de uma cia fuz blindada ja existente. Como são 03 cias fuz mais a cia de apoio ( esta última não necessariamente usaria o blindado pois o morteiro pesado é rebocado), só com os fuzileiros já são 45 carros. Sendo o numero estimado de carros em torno de 50 a 52 por batalhão, não sobraria muitos para serem um pel de apoio de fogo só formado por carros com canhão 30mm, sobretudo porque ainda temos de ter carros de comando e controle e comunicações, ambulância orgânica da unidade e de manutenção. Por isso, e pelo argumento supra, creio que o veículo com o 30mm vá ter dupla função.
Mayuan
26 de março de 2014 at 14:01 #
“Vocês acham que a utilização do EB no RJ poderia ser um bom palco de testes para o Guarani em condições reais?”
Pensei a mesma coisa! Os colegas poderiam tirar uma dúvida. Não foi enviado um Guarani para ser testado no Haiti?