Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade em 2014
Por Sergio da Motta e Albuquerque em 11/03/2014
O jornal O Globo (sábado, 8/3, pág. 6) publicou matéria anunciando a reedição da “Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade” para o dia 22 de março, em São Paulo. O movimento é liderado por grupos conservadores que operam nas redes sociais e acreditam que o país caminha para o comunismo. Movimentos anarquistas e “comunistas”, de acordo com a reportagem, organizaram, para o mesmo dia e hora, a “Marcha Antifascista”, e “prometeram levar aos conservadores a verdadeira baderna do povão”. O título da matéria anunciava um “duelo de extremos” para a sexta-feira, 22 de março.
É estranho encontrar gente que ainda acredita em comunismo. É absurdo crer que o Brasil estaria seguindo os caminhos de Cuba, que ainda não sabe muito bem para onde ir desde que perdeu o suporte da extinta União Soviética. Hoje não temos mais uma conjuntura política internacional como a dos anos 1960, quando o mundo ainda acreditava na propaganda soviética sobre suas supostas grandes conquistas sociais. O comunismo já era então uma farsa, ofuscada pelo sucesso inicial dos comunistas russos na corrida espacial. No mundo polarizado da Guerra Fria, a União Soviética anunciava-se ao terceiro mundo como uma alternativa concreta e bem-sucedida ao capitalismo.
Na realidade, a marcha original, que serviu como suporte ao golpe militar de 1964, não foi uma só: em março e abril de 1964 aconteceram vários protestos organizados por setores conservadores da sociedade, assustados com as propostas de João Goulart e temerosos diante da possibilidade de uma virada à esquerda do regime político brasileiro.
Contra o Estado de direito
A marcha anunciada para o dia 22/3 não se sustenta na atual conjuntura política nacional ou internacional: não há mais espaço para a volta dos militares ao poder ou pavor racional do comunismo na sociedade brasileira. O Brasil não é mais o país que era 50 anos atrás, e o mundo também não. O retrocesso de uma possível – mas improvável – volta dos militares ao poder teria um impacto extremamente negativo para o país no exterior. Além de consequências econômicas e políticas imprevisíveis e perigosas. Afora isso, os militares em 1964 tinham outro perfil: conspiravam no Clube Militar e eram bastante politizados. Hoje eles não têm o mesmo papel de destaque na política nacional como no pós-guerra e durante a Guerra Fria.
A organização do Partido Militar e a pressão que alguns setores das forças armadas fazem para viabilizar a candidatura do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira para a Presidência da República são fenômenos de exceção ligados à atual situação dos salários dos militares, ao sucateamento das forças armadas e à necessidade que parte de população tem de apelar para a “mão pesada” da autoridade para resolver os problemas da nação de forma militarizada, sem oposição, contestação ou protestos. A democracia não funciona assim.
Enquanto isso, as organizações de direita e esquerda preparam suas manifestações: a página do Facebook “Marcha da Família e Intervenção Militar” anunciou que “Intervenção não é ditadura”. Querem o regime militar de volta para evitar que “o Brasil acabe como Cuba ou Venezuela”. Outros fazem enquetes sobre a candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para presidente da República. Pregam abertamente a derrubada violenta de um Estado de direito. Isso é crime em muitos países do mundo. Mas o “movimento” parece não ter muita força: convidaram 17.920 pessoas, e até sábado (6/2) apenas 1.217 pessoas confirmaram presença.
Notícia irresponsável
No polo oposto, a página da “Ação Antifascista Brasil” mostra um panorama bem diferente. Há rejeição à violência e um nível de consciência crítica mais elevado. Isso sem falar do português bem melhor em quase todas as postagens. O que mais me impressionou foi o post de um rapaz da Escola de Comunicação da UFRJ que demonstrou preocupação com o rumo que a mídia tenta dar às manifestações programadas. A quem interessa um cenário de baderna e violência? Quem vai ser o beneficiado se houver confronto, violência e gente ferida nas manifestações? Quem quer silenciar a voz legítima das manifestações populares transformando-as em terrorismo? Com lucidez, ele pediu paz durante a marcha e o fim das classificações maniqueístas que alimentam o ódio nas ruas. Ele não gosta do nome “Marcha Antifascista”:
“Façamos uma marcha do povo com o povo pela liberdade ou com o lema ‘Ditadura nunca mais’. Vamos superar essas oposições que só perpetuam umas as outras. A maioria que vai nessa marcha conservadora nem sabe o que é fascismo. São coxinhas. Não os transformemos em fascistas.”
O jovem ainda conseguiu fazer uma crítica pertinente ao Globo e seu artigo sobre extremos em confronto, ao denunciar a matéria – que também foi publicada na web (8/3) em versão reduzida. Segundo o estudante, O Globo, com sua manchete belicosa, reforçou extremismos em ambas as manifestações. Segundo o rapaz, o jornal está a “endossar polarizações estagnantes e acríticas”. E este tipo de reportagem “serve a um contexto de radicalização que no passado serviu de justificativa para o golpe militar”.
Louvável a argúcia do jovem estudante. Ele percebeu a armadilha da mídia, que tentou criar uma irresponsável cena de batalha campal por meio de uma notícia provocativa e irresponsável. O momento é delicado e não permite esse tipo de jornalismo insensato.
Sergio da Motta e Albuquerque é mestre em Planejamento urbano, consultor e tradutor
FONTE: Observatório da Imprensa
Bom saber que existe liberdade para até este tipo de aberração. Melhor ainda saber que a adesão é praticamente nula. Vejo apenas debates sobre repetir o passado como solução para o futuro. Isto é a mesma coisa que ignorar a vacinação em favor da fé. Ainda não vi uma única discussão sobre como investir os recursos do Pré-Sal destinados à educação. Se haverá uma revisão no tipo arcaico e ineficiente de organização e ensino do conhecimento. Muito menos se haverão bonificações adicionais, um plano de salários que atraia competências e etc. O que falar sobre como planejar a saúde? Se… Read more »
Leonardo Pessoa Dias 11 de março de 2014 at 14:08 # Obrigado, você é uma luz em um mundo de escuridão. Mais infelizmente é mais fácil endemônizar o inimigo. Ai vem sempre o papo de Americanus malvadus, rasgação de calcinha ou síndrome de vira-latas. Senhores, os americanos não são bons ou russos não são anjos os europeus não são gente boa. Entre países não existe amizade, existe interesses, nada impede que se faça negócios com os americanos ou com os russos. Mais aqui quando se faz negocio com os Franceses é roubo, quando se faz negocio com Russos é ideologia,… Read more »
Leonardo, concordo com quase tudo que você escreveu.
Só que discordo da importância da União, porque os Estados e Municípios, apesar de terem responsabilidades, não têm dinheiro para arcar com elas (principalmente os Municípios).
Aí precisa ir toda hora em Brasília firmar convênios e parcerias para receber uns trocados do Governo Federal.
Essa centralização da arrecadação tributária e sua destinação não é de hoje, mas eu considero importante votar em alguém que tenha a proposta de mudar isso com uma reforma tributária decente, pois isso afetaria e muito as nossas vidas.
Infelizmente não conheço um partido que defenda isso.
Será que o mestre, autor do artigo, nunca ouviu falar em Foro de São Paulo?Estou em dúvida: será ele um inocente útil ou um companheiro de viagem?
O nivel de cretinice desse artigo chega a ser ESTRIDENTE!
Quem está no comando é responsável. Assumam ou sumam. Eles são criticados aqui e estão na berlinda porque são incompetentes. Quem não quer responsabilidade e crítica que não pegue compromisso. A responsabilidade e a culpa são sim do governo que é quem tem maior poder e capacidade de mudança. E o governo federal tem o congresso na mão. Quem é incompetente, corrupto e clientelista tem que queimar no inferno mesmo. Leonardo, as estas alturas um governo de ocupação estrangeira é capaz de ser menos danoso e corrupto, e pensar mais no Brasil ( por puro profissionalismo) do que um que… Read more »
Blábláblá de idiotas úteis. Colombelli disse tudo, mas eu complemento: estamos chegando no ponto de se fazer uma escolha: ou se é PeTralha ou não. Em cima do muro é que não dá mais pra ficar.
Eu já fiz a minha, e topo QUALQUER coisa pra tirar a corja esquerdopata do poder. Porque pior do que está é impossível ficar.
Colombelli e Vader: eu não perco chance de detonar com essa complacência dos outros colegas; não respondo porque o Colombelli disse tudo o que precisava ser dito e tu complementou muito bem. O Brasil se tornou o país do estelionato, da sem-vergonhice, da fraude, da incompetência, da impunidade, da bagaceiragem, do Lula e da Dilma, dos mensaleiros, das balas perdidas, dos black blocks, da bixeza, da falta de educação, das telefônicas etcetcetc tanta porquera que nem posso lembrar. Mas me associo a vocês perguntando porque essa gente complacente não se muda para a Cuba? Bolívia? Rússia? China? Albânia? Bulgária da… Read more »
O Colombelli foi muito feliz em sua colocação. Agora, por que “aliviar” para o lado do governo e de seus militantes e ideologia aos quais é permitido qualquer tipo de associação e ação? Vide foro de são paulo, black blocs e o escambau e até os “antifscistas” agora, para esses tudo é legítimo ?!?!?!?! E que alguém pode me explicar as frases e gestos como “companheira de armas” e o manjado braço levantado com o punho cerrado tripudiando sobre decisões penais ?!?! São inerentes a que tipo de regime/ideologia mesmo para que depois venham afirmar “absurdo querer seguir Cuba” ?!?!!?… Read more »
O Colombelli foi muito feliz em sua colocação. Agora, por que “aliviar” para o lado do governo e de seus militantes e ideologia aos quais é permitido qualquer tipo de associação e ação? Vide foro de são paulo, black blocs e o escambau e até os “antifscistas” agora, para esses tudo é legítimo ?!?!?!?! E que alguém pode me explicar as frases e gestos como “companheira de armas” e o manjado braço levantado com o punho cerrado tripudiando sobre decisões penais ?!?! São inerentes a que tipo de regime/ideologia mesmo para que depois venham afirmar “absurdo querer seguir Cuba” ?!?!!?… Read more »
Colombeli,
voce foi perfeito na analise. Como se diz aqui na minha terra: “botou pra TORAR!”
Saudacoes
E pensando bem, é melhor que a gerentona seja reeleita mesmo pois aí terá de lidar com toda essa lama feita pela “marolinha”, dos gastos com Copa e Olimpíadas e da incompetência para lidar com a economia. Não isento outro candidato caso que venha a ganhar pois sabe onde está se metendo mas é óbvio que não terá tempo nem condições de reverter tudo isso então, se dedicaria muito mais tempo em ações demagógicas e de locupletar do que fazer algo pelo país. E entregaria de bandeja o poder novamente para essa corja. O problema é se nesse tempo surgiria… Read more »
Colombelli, “Quem está no comando é responsável. Assumam ou sumam.” – Concordo, apesar de achar que seja impossível implementar reformas drásticas, os governantes são responsáveis pelo cenário político, econômico e social. Quantoa sumir, cabe ao povo decidir e não a eles próprios, como foi no tempo da ditadura militar. “Eles são criticados aqui e estão na berlinda porque são incompetentes.” – Infelizmente, não acho que o PT esteja na berlinda. Eleições não são previsíveis, mas, se fosse apostar, acho que Dilma será reeleita, em parte, por falta de bons candidatos na oposição e, principalmente, porque nenhum partido defende algo muito… Read more »
Há certa razão no trabalho escravo na China porém, que devido aos protestos e medidas internacionais tem ocorrido mudanças, e até greve tem acontecido na China, mas o nosso governo atual aceitou alegremente a defesa da China como economia de mercado em troca de apoio à cadeira no CS da ONU, apoio este que foi retirado assim que o tal GF declarou tal reconhecimento e ainda permitiu maior abertura aos produtos chineses para entrarem aqui. Se ao invés disso tivesse feito a reforma tributária, fiscal, trabalhista poderiamos estar comprando mais produtos feitos no Brasil. E o caso da China não… Read more »
E ainda, o golpe foi em decorrência de uma “corrida” ao poder, de um lado havia a galera que hoje até tem ocupantes do poder e os militares. E o recrudescimento do regime não foi de imediato, decorreu também da formação da guerrilha que partiu para o confronto armado e a medida que foi aumentado que o governo militar endureceu. Isso não isenta dos erros mas, vendo que os mesmo que foram combatidos a 50 anos atrás hoje até estão no poder e o pais nestas condições, teriam feito melhor no passado? Eu duvido. Será que se tivessem optado para… Read more »
Antonio M, bom dia! É conversando que a gente se entende; apesar de não concordar contigo na maioria das tuas afirmações, respeito tua posição. Faço uma correçã, no entanto: falo sempre em ‘contra-golpe’ e não em ‘golpe’ como referistes, pois o golpe que estava em andamento e foi abortado, era perpetrado pelo Jango e pelo Brizola, visando’cubanizar’ o país. Quem viveu a época sabe muito bem a respeito, em que pese a insistência em contrário daqueles que não eram p’rá ter o topete de abrir a boca, os mesmos que pagaram fortunas à guiza de ‘indenizações’ pelo sofrimento durante o… Read more »
Antonio M, A política externa do PT é vergonhosa. Difícil é achar um fato louvável nela. Sobre a obseção pela cadeira no CS, acho ridícula, mas também não acho que foi só isso que pesou na decisão brasileira de reconhecer a China como economia de mercado. Creio que o motivo principal foi o a relação comercial Brasil-China, pois ele veio a ser o nosso maior “parceiro”, além do aumento considerável de investimento chinês no Brasil nos úlltimos anos. Quanto à vitamina C, dá para plantar laranja e acerola. Brincadeiras à parte, a desindustrialização atacou em cheio o Ocidente. Não é… Read more »
aldoghisolfi 12 de março de 2014 at 9:50 Caro Aldo, foi mais ou menos isso que eu quis dizer com a “corrida” para o poder, o país estava bagunçado e não era objetivo dos militares um golpe pura e simplesmente para chegar ao poder, eles o fizeram para ficar a frente dessa galera chegado no Fidel e apesar dos erros foi melhor que chegassem ao poder, basta ver o que fazem atualmente no governo mas, que a população de modo geral não tem noção. E quanto ao governo atual, vou repetir parte de minha opinião que já havia colocado no… Read more »
* obseção = obsessão (ridícula tal como o erro ortográfico cometido)
Rafael Oliveira 12 de março de 2014 at 10:28 # Creio que o exemplo da Coréia do Sul seja mais pertinente, teve seus problemas e percalços mas tinha uma direção e foi até o fim sem maior e hoje colhem o que plantaram. Na década de 60 o Brasil e Coréia do Sul tinham índices econômicos e sociais semelhantes mas passaram a nossa frente de braçada, e se o pessoal “do contra” fosse igual ao daqui teriam fracassado. A ressalva quanto ao Projeto Rondon, era algo que precisava ser melhorado, continuado e que existe até hoje mas cumpre seu papel… Read more »
Antonio M, O exemplo da Coreia do Sul é interessante porque a ditadura militar lá ocorreu quase que no mesmo período que aqui. Então serviria como um bom exemplo do que os militares poderiam ter feito aqui, a força, e não fizeram. De qualquer forma, o investimento em educação e o liberalismo econômico são práticas que deveriam ser seguidas pelo nosso governo democrático ainda hoje. Mas a democracia tem os seus problemas também. Um deles é que os politicos, em regra, estão mais interessados em ganhar as próximas eleições do que em investir no futuro do país. Por isso, notamos… Read more »
Pois é srs., A única ressalva que faço aos médicos militares, é que se isso for generalizado, ao invés de resolver problemas continuaremos com paliativos, como sargentos mecânicos poderem trabalhar em oficinas privadas, oficiais aviadores na aviação comercial e por aí vai. É preciso cuidar efetivamente da educação pública com qualidade com um plano federalizado de qualidade para formarmos cidadãos aptos para atuar em todas as áreas mas, “nem pensar” pois esse mesmo governo democrático abriu mão desse expediente por criar “ingerências” e “incômodos” para os prefeitos e governadores então preferem deixar como está evitando melindres e facilitando as alianças… Read more »
Antonio M,
Nesses pontos, só faço a ressalva que prefiro uma União não tão forte. Que os estados e municípios tenham dinheiro para tocar a educação e a a saúde sem precisar recorrer ao Governo Federal.
Assim poderíamos ter modelos diferentes e replicação das experiências que derem melhores resultados.
Mas, para isso, teríamos que ter uma reforma tributária e um novo modelo de pacto federativo. Acho muito improvável as duas coisas rsrs. O povo gosta de ter um presidente salvador da pátria.
Agradeço pelo debate.
Abraços.
Caro Rafael, A federalização seria para garantir os salários de professores, um tipo de pacto social pela educação para sairmos do atoleiro. Como não ter escolas podres sem teto, sem carteiras, sem merenda, sem professores. Mas não há vontade política. E há várias denúncias até na TV de cidades assim que a escola nem mesmo teto tinha mas, as máquinas da prefeitura estavam trabalhando na fazenda do prefeito. Levando em conta que 92% dos municípios gastam mais do que arrecadam, essa federalização não seria nada que arranhasse a autoridade local pois sem o dinheiro proveniente dos municípios superavitários nem existiriam.… Read more »
Prezado Antonio M, A minha “utopia” sobre a educação prevê que boa parte dos impostos federais tenham suas receitas vinculadas aos municípios onde tem domicílio ou estabelecimentos as pessoas físicas ou jurídicas que os pagam. Por isso eu mencionei “uma reforma tributária e um novo modelo de pacto federativo”. Isso traria mais “autonomia” para os municípios e tambem para os estados, pois imagino uma reforma que também os beneficie. Para mim, o que não dá é para União concentrar as receitas tributárias e distribuir ao seu bel-prazer. Enfim, seria um “novo modelo de país”, com municípios e estados com maiores… Read more »
Rafael Ninguém é a favor de invasão estrangeira. O que eu disse é que talvez (muito provavelmente) um governo estrangeiro de ocupação fosse menos nocivo e mais voltado ao país e aos brasileiros do que um governo de brasileiros que é voltado escancaradamente para os estrangeiros. Hoje estamos financiando a ditadura cubana e a mentira do ministro da saúde de que havia outros programas semelhantes pelo mundo foi desmascarada estes dias pelo jornal nacional da globo, quinta feira retrasada pra ser mais preciso. Quanto aos médicos, afianço que o gargalo da saúde não é a falta de médicos. O que… Read more »
Colombelli, Creio que todos concordamos que educação e saúde tendem a melhorar ao longo do tempo, desde que os governantes não sejam muito incompetentes. Quanto à invasão estrangeira, trata-se de exercício de futurologia. No mais, quem viesse a invadir, já comprovaria suas más-intenções, de forma que não creio que as coisas melhorariam. Pelo contrário. Quanto ao Mais Médicos, vi agora a reportagem, a qual é um tapa na cara do governo. Como faz falta uma oposição decente para dar ressonância numa matéria dessas. Para mim, confirma muito a intenção do governo de ajudar Cuba, ao mesmo tempo em que angaria… Read more »
Rafael Oliveira, boa noite.
Comentaste “ainda, nossos comunistas mais poderosos eram os fazendeiros do RS e não acho que eles teriam culhões, muito menos poder e apoio popular para transformar o Brasil numa ditadura comunista”.
Poderias discorrer mais um pouco sobre o assunto? Fiquei curioso…
Boa noite, Aldo. Estava me referindo a Jango e Brizola. Os fatos que amparam a minha frase são: Quando Jânio renunciou e Jango foi assumir como presidente, nosso Congresso (ou quem o comandava) resolveu implantar o parlamentarismo no Brasil. O que Jango e Brizola fizeram? A campanha pela legalidade. Não partiram para a uma revolta armada. No final das contas, deu certo. Quando Jango foi deposto, o que ambos fizeram? Foram para o Uruguai sem lutar. Dizem que Brizola planejou pegar em armas, organizou a resistência, participou da Frente Popular de Libertação e etc, mas, o que realmente ele fez???… Read more »
Rafael Oliveira., salve!
“Estava me referindo a Jango e Brizola”.
UFA!…
Quanto à fuga para o Uruguai, foi decisão do Jango tomada em bom momento, pois não te iludas, foi a racionalidade do Jango que impediu uma guerra civil por aqui, porque o Brizola, que tinha culhões, sim!; na época era um predador, basta que olhes os olhos da fera… mas não teve o apoio do Jango!
O apoio popular que ele tinha (desfalcado do Jango!) não era suficiente para a intentona.
Boa tarde, Aldo. Eu errei em não dar nome aos bois. É que esse apelido de “fazendeiros do RS” é uma provocação que costumo fazer a uns amigos meus “de esquerda” denunciando a hipocrisia de se querer fazer a reforma agrária com a fazenda dos outros. E eu não poderia presumir que outros interlocutores entendessem isso. Respeito sua opinião sobre o Brizola, mas ainda acho que ele não mostrou as garras na “hora h”. Só rugiu mesmo. E depois fugiu. No fundo, acho que ele simplesmente foi esperto. Fugiu, manteve certo poder e, à distância e protegido, esperou a poeira… Read more »
” A democracia não funciona assim.”
Mas também a democracia não devia funcionar com a intervenção do uso da máquina estatal em prol dos que já ocupam o poder e com o concurso de urnas eletrônicas que ninguém confia.
Aliás, deviam criar uma PEC prevendo a alternância do poder não só entre pessoas físicas, mas em relação aos partidos, de modo a que nenhum partido pudesse ocupar cargos executivos por mais de 4 mandatos consecutivos, não sendo permitido propor um candidato próprio, e nem fazer parte de uma coligação que tenha um.
Pozolha, eu ando tão, mas TÃO desiludido com o ser humano em geral, que nem acredito mais em nenhum político. Estou completamente indiferente para as eleições deste ano, pouco me importa quem vai ganhar, pois já sei o que virá depois. Não acho que o Brasil entre nos eixos nas próximas décadas, nem com PT, nem com PSDB, nem com PMDB, nem com militares nem com quem quer que seja no poder. Tenho concluído, ultimamente, que o problema do Brasil é exatamente estar cheio de…brasileiros! E isso não tem conserto. Não no curto e médio prazos. No fim, parece que… Read more »
Bosco, Eu confio nas urnas eletrônicas. O importante é existir fiscalização para verificar se estão sendo fraudadas. Até hoje, as críticas que eu vi na internet tinham sérios indícios de falsidade de quem criticava. E apesar de achar bom que exista alternância de poder, convenhamos que seria “antidemocrático” que fosse proibido um partido ser reeleito quando o povo assim o quisesse. Agora sobre o uso da máquina pública eu concordo. O governo não deveria poder fazer qualquer tipo de propaganda. Também sou contra a existência de empresas estatais e sociedades de economia mista, mas, já que existem, deveriam ser proibidas… Read more »
Rafa, Mas se a democracia proíbe o cidadão de ficar mais que dois mandatos porque não haveria de proibir o partido. Fica 16 anos, dá a sua contribuição à democracia e depois de forma democrática deixa outra corrente dar também a sua contribuição. Se não der certo e o povo quiser, fica só 4 anos fora e depois volta pra ficar mais 16. O sistema democrático deve ter mecanismos que proteja o povo dele mesmo. Mesmo ele querendo, não era para ser permitido. O povo queria o Lula, mas os mecanismos da democracia o impossibilitava de ser candidato uma terceira… Read more »
Bosco, De fato, analisando “puramente”, proibir a reeleição de um partido seria tão antidemocrático quanto proibir a reeleição de um candidato. Mas, acho que o fenômeno pode ser visto sob outro enfoque. A ideia de proibir a reeleição indefinida de uma pessoa tem a finalidade de “despersonalizar” o cargo executivo. A dominação tradicional (como era a dos reis) já é evitada com a existência de eleições. Então, a finalidade principal seria evitar a dominação carismática (como a do Lula). Dessa forma, seria uma reafirmação da dominação legal. Já a permissão da reeleição dos partidos seria uma “concessão” da dominação legal… Read more »
Rafael, Mas eu não estou propondo que um ou outro partido seja proibido de concorrer. Só seria impedido de concorrer naquele cargo executivo se e somente se ele for reeleito pelo menos 3 vezes, e mesmo assim a proibição seria só de um mandato. Mesmo hipoteticamente o PC do B ocupando o cargo e adotando a mesma política, não importa, o que importa é que pelo menos em tese o bastão trocou de mãos. Eu não sou contra a política x ou y, eu sou contra que um determinado partido se encastele no poder tendo em vista a fragilidade de… Read more »
E infelizmente grande parte do eleitorado brasileiro não sabe mesmo votar. Os menos favorecidos sabem e votam em quem melhor lhes representa, mas há uma grande parcela do eleitorado de classe média e alta que vota errado, vota pelo “coração”, vota em tal partido porque ele foi bom para os menos favorecidos. Ora, isso é um equívoco. Uma pessoa pode até ter os mais nobres sentimentos socialistas e humanistas mas o voto é um momento onde legitimamente se exerce o egoísmo. Só através da escolha egoísta de cada um é que haverá uma representação democrática dos eleitos. Se um profissional… Read more »
Bosco, Eu tinha entendido que a probição seria para determinado cargo, em só uma eleição e que depois o partido poderia concorrer ao cargo novamente. Ainda assim, não simpatizo com essa “pequena proibição”. Aliás, nem acho que o PT está encastelado no Poder, pois, se por um lado ele tem a máquina estatal a seu favor, por outro, responde pelo que fez e pelo que não fez durante seu mandato. Acho que ele só não perdeu as eleições anteriores porque o principal adversário ficou preocupado em discutir o aborto e se mostrar uma pessoa do povo, mesmo existindo temas muito… Read more »
Rafael,
Em só estou falando “em tese” e não me referindo a nenhum partido em particular.
Não disse que o PT está encastelado no poder e sim que sou contra que isso ocorra e que deve-se criar mecanismos que isso não ocorra.
Eu particularmente nem tenho críticas diretas ao PT já que entendo que o problema do Brasil é muito mais estrutural e quando critico, geralmente o alvo é o Estado ou o povo, que diga-se de passagem, tem o Estado que merece.
Um abraço meu caro.
Prezado Bosco,
Sem problemas. Aliás, eu até gosto de criticar o PT. Só não gosto de majorar os malefícios dele, assim como reconheço alguns benefícios de sua política.
No mais, também acho que o povo tem o governo que merece e é assim que deve ser.
Só espero que o povo mude para que as mudanças no governo sejam legítimas e não forçadas
Abraço!