Força-Pac-Rio-041

Força-Pac-Rio-041

Gabriela Valente

Brasília

O Ministério da Defesa não se pronunciou em relação à possibilidade de tropas do Exército atuarem para reocupar o complexo de favelas do Alemão, depois da morte de três agentes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do lugar somente este ano (ou 10, se somados os policiais que perderam a vida em todas as favelas pacificadas desde o início do programa). No entanto, técnicos da área defendem que o Exército não pode ser enviado aos estados em uma situação que deveria ser controlada pela Polícia Militar.

“Banalizar as ações do Exército é uma coisa muito perigosa” ponderou uma fonte, sob condição de anonimato. “É o reconhecimento do governador de que não deu conta de resolver a questão”. Apesar de serem contrários ao envio das tropas, técnicos explicam que a decisão cabe apenas à presidente Dilma Rousseff. E reconhecem que a proximidade entre a mandatária e o governador Sérgio Cabral pode favorecer a colaboração.

A presidente foi muito sensível ao primeiro pedido de Cabral. O envio de tropas deve seguir um rito oficial. O governador tem de requisitar formalmente à presidente a atuação do Exército. Segundo fontes do governo, isso ainda não foi feito.

FONTE: O Globo via Resenha do Exército

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Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

A incompetência de Cabral é notória. Um enganador, atochador. Mas cada povo tem o governo que escolhe e merece.Tenho pena do Beltrame, que esta sendo usado como um idealista bobo. Pula fora logo Beltrame.

Quem não viu que a UPP era uma farsa, mantida a custa de elevados efetivos que jamais poderiam atuar em todas as favelas? Quem não sabia que o tráfico continuava solto, agora com segurança estatal contra os bandos rivais? Quem não intuiu que um dia iam começar a testar o dispositivo e rompe-lo?

Agora que o modelo faliu, vão fazer o que? Usar a tropa para ocupar o morro? Por quanto tempo? indefinidamente não pode ser. O que irão por no lugar? Serão mais 350 milhões pagos por nós em sub-rogação ao contribuinte carioca de forma indevida para daqui dois anos voltar tudo ao “normal”.

Afora isso, haverá, como bem dito, a banalização do emprego de força militar. Onde estão os generais que não se levantam contra isso e o risco que representa?

Omissão e falta de coragem moral generalizada. e por parte dela e dele, o governador e presid”anta”, falta de comando e competência

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

E os gastos com a criação da Força Nacional que é arremedo das Guardas Nacionais de outros países?

Cultura do desperdício de dinheiro público, muito dinheiro jogado fora em ações de marketing eleitoral.

Mayuan
Mayuan
10 anos atrás

Perfeito Colombelli mas te pergunto. Será que o que os generais querem é justamente que dê m#$%a pra depois poderem soltar o proverbial: “eu te disse”?

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

A ideia da UPP é boa: estreitar os laços da polícia com a comunidade, sair do modelo de polícia aquartelada e passar a uma ação pró-ativa ao invés de ações reativas.

O problema é que ela sozinha não irá solucionar o problema da violência no Rio.

Faz-se necessárias ações no sentido de cortar as linhas de financiamento do tráfico e seus meios de lavar o dinheiro. Faz-se necessário identificar e eliminar os pontos de entrada de drogas e armamento. Faz-se necessário investigar e punir os policiais que agem em conluio com o tráfico.

Faz-se necessário a melhoria dos salários e do treinamento da Polícia Militar, assim como a melhoria da infraestrutura e o investimento em novas tecnologias e doutrinas, como o uso dos drones.

Faz-se necessário a modernização do judiciário, a fim de agilizar o processo de julgamento.

Faz-se necessária a modernização e ampliação do sistema carcerário.

E, acima de tudo, Faz-se necessário tratar o bandido pelo que é.

juarezmartinez
juarezmartinez
10 anos atrás

Perfeito Rafael, mas sabe quando isto vai mudar: Quando a galinha criar dente, pois como disse o personagem Capitão Nascimento: ” sistema meu amigo, o sistema, e quem paga a conta somos todos nós”.

Grande abraço

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Juarez, eu também não acredito em qualquer mudança, e sabe por que?

Porque acredito que a maior lavanderia de dinheiro sujo do tráfico de drogas é a igreja evangélica. Casos como o do Pr. Marcos são apenas a ponta do iceberg.

Dízimo não é tributado. Nem rastreado. E qualquer medida no sentido de se ter algum controle sobre esse tipo de rendimento será barrado pela bancada evangélica do Congresso.

Certa vez o jornal “O Dia” daqui do Rio fez uma reportagem sobre o envolvimento de pastores da IURD em esquemas de lavagem de dinheiro do tráfico. Foi rapidamente abafado.

O dia que fizerem uma investigação séria, muita coisa interessante será descoberta.

Mas quem quer bater de frente com a bancada evangélica?

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

Rafael M. F.
11 de março de 2014 at 8:44

Concordo plenamente e isso também é resultado do tratamento dados à educação básica pública no Brasil desde a década de 60, envolve os militares inclusive que não deveriam ter permitido que a educação caísse nas mãos dos “pegagogos dos oprimidos”.

Conheci pessoas que estudavam nessa época e era o contrário de hoje, para se manter no ensino público era necessário estudar e prestar vestibulares e qdo não se conseguia aprovação, iam para uma escola privada e hoje em dia pagamos caro pela péssima formação que temos, refletindo na cidadania e mão-de-obra.

Exemplo disso é a Coréia do Sul.

abçs..

Antonio M
Antonio M
10 anos atrás

correção: “pedagogos dos oprimidos”.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Mayuan
Acho que muitos dos generais hoje são apagados, sem força moral e preocupados com o salário somente e as transferências para embolsar um dinheiro a cada dois anos.

As UPPs nunca vão funcionar. Aliás, parafraseando o Cap Nascimento: “A polícia militar do RJ tem que acabar”. A solução começa por ai.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Apareceu agora a pouco no JN, policiais sendo hostilizados por vagabundos na Rocinha. Armados e sendo agredidos sem nenhuma cerimônia. Perdoem a expressão, mas so faltou passarem a mão na bunda deles e não reagirem a bem da “nova política”.

Tão pernicioso quanto um policial que usa da violência de forma gratuita ou exagerada é aquele que não se faz respeitar por renunciar ao exercício da violência quando imprescindível e nos estritos limites da lei. No Rio parece que so temos os dois extremos.

Já começaram errado com a premissa da parificação de armas, como se tivesse de destruir um inimigo. Ou é uma força policial (servir e proteger) ou é uma guerrilha do Estado. As duas coisas juntas não dá. Resultado: os dois lados, vagabundos e polícia usando armas de guerra de longo alcance e grande capacidade de perfuração, quando a situação pedia, por parte da polícia, o contrário, ou seja baixa perfuração e alcance mais reduzido (até pelos campos de tiro curtos), vale dizer, o calibre .40.

Não vejo solução a curto prazo, salvo umas vinte equipes bravo comandadas pelos respectivos cap Nascimento.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
10 anos atrás

Concordo plenamente, Colombelli.

E faço um adendo, com o racha entre o PT e PMDB no Rio, acho difícil o MD fornecer militares para “pacificar as comunidades”.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
10 anos atrás

Colombelli
11 de março de 2014 at 23:58

Eu já penso um pouco diferente.

Aquilo foi uma ação claramente provocativa do tráfico, e os policiais agiram corretamente em não reagir, pois o que havia de defensor “dusdireituzumanos” doido para que os PM’s largassem o dedo não tava no gibi.

Quatro dos elementos foram identificados e já tinham passagem pela Polícia por tráfico.

As imagens foram ótimas para mostrar o nível de safadeza e atrevimento de traficantes.

A verdade é que esse governo de merda do Cabral se recusa a entender o óbvio: há uma guerra não-convencional em curso com ações claras de guerrilha urbana. E ações não-convencionais não se combatem com métodos convencionais.

E isso não é tráfico. É ação de terror, com o claro objetivo de solapar gradativamente o moral da PM. E terrorista está fora de qualquer convenção, sendo assim, passível de eliminação direta.

Me pergunto: quem está treinando esses canalhas?

Renato.B
Renato.B
10 anos atrás

Eu acho a estratégia das UPP’s interessante, mas certamente ela está sendo realmente testada é agora. Eu vejo as UPP’s como unidades de ocupação, exército e o BOPE como os fuzileiros, unidades de choque. Um bota os caras para correr e o outro ocupa o terreno. Eu acho que falta um terceiro item, algo que seguisse a idéia do “guerrilha se combate com guerrilha”. Um grupo pequeno, disfarçado e infiltrado na favela só para infernizar a vida do tráfico. Talvez um franco-atirador e um spotter. Quem não fica à vontade nem para abrir a janela não arma emboscada para PM. O problema seria a “engenharia jurídica” para fazer isso.

De certa forma o governo do Rio está pagando o preço de ter deixado tantos criminosos fugirem em 2010 e, pior ainda, não ter afetado a estrutura logística que mantém os caras. Certamente existe um monte de gente que ganha com o tráfico. Como agravante essa estrutura logística não é unificada e sempre tem alguém querendo “entrar no esquema.

E aí que as fraquezas da estrutura policial pegam: não há integração efetiva entre as unidades policiais (que se incluem PRF, Civil, Federal etc.) para afetar a logística criminosa e, principalmente, a coisa parece pegar na parte de inteligência. O tráfico consegue se infiltrar e cooptar agentes dos estado com uma eficiência desesperadora e o estado não parece ser capaz de fazer o mesmo. O estado sequer consegue isolar os comandantes, ordens continuam a sair das prisões. As acões de inteligência parecem limitadas a espionar comunicações.

De qualquer forma eu vou ficar muito feliz se estiver errado.

Rafael, eu concordo que isso é terrorismo, mas não acho que exista um treinamento para isso como algo estruturado. A internet está cheia de informação, sendo a fonte perfeita para quem está disposto a aprender sozinho e atuar como multiplicador, mesmo que seja para os piores conteúdos. Um problema que estruturas formais como governos tem é justamente para lidar com essas cadeias pouco estruturadas, a rede Al-Qaeda é um exemplo. Tempos atrás li um texto americano relatando a dificuldade que o US Army tem para lidar com guerrilhas, obrigando que a cada guerra eles tenham que reaprender doutrinas.