Tradução e edição por Nicholle Murmel

O gabinete do Secretário de Defesa dos Estados Unidos acaba de divulgar seu relatório anual acerca das Forças Armadas da Coreia do Norte, e as informações são preocupantes. O documento é extenso, e apresenta um panorama completo dos efetivos de Pyongyang. Boa parte do conteúdo pode ser resumida nos três mapas a seguir:

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A maior parte das forças terrestres norte-coreanas, cerca de 70%, estão distribuídas em uma formação de ataque em uma área de até 100 quilômetros de distância da zona desmilitarizada. Os armamentos incluem canhões de longo alcance, além de foguetes que podem chegar ao interior do território sul-coreano, e mesmo até Seul. No entanto, a fragilidade econômica e a falta de mantimentos levaram as tropas a um estado constante de falta de equipamentos e mau treinamento. Por conta disso, Pyongyang começa a investir cada vez mais em Forças Especiais bem alimentadas e bem mantidas, e no conceito de guerra assimétrica.

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A obsolescência da Força Aérea, por sua vez, é evidente. Seu papel atual é basicamente prestar apoio às forças terrestres. Há algumas poucas aeronaves novas – exemplares do MiG-23 e MiG-29 são os aviões mais capazes à disposição. Em termos de defesa anti-aérea, a Coreia do Norte opera várias plataformas de mísseis superfície-ar ao longo do país, juntamente com baterias anti-aéreas.

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Por fim, a Marinha é a menor das Forças norte-coreanas. A maior parte das embarcações são antigas por conta dos anos de sanções econômicas, e no geral são pequenas e armadas com mísseis de cruzeiro anti-navio. Com uma frota de 70 submarinos, a Coreia do Norte possui um dos maiores contingentes do mundo – para fins de comparação, a US Navy possui 72 submarinos em serviço atualmente. Esses navios representam uma ameaça considerável devido à furtividade e à facilidade em abater embarcações maiores.

Embora não apareça nos mapas, há também a crescente tecnologia de mísseis balísticos. É difícil contabilizar com precisão esses armamentos, pois a localização das plataformas é mantida em segredo, e as unidades móveis de lançamento estão em movimento constante no território norte-coreano. Os mísseis balísticos são uma preocupação imediata, pois caso sejam lançados adequadamente, podem atingir os Estados Unidos, bem como qualquer ponto na Coreia do Sul.

NOTA DA EDITORA: Você pode acessar o relatório completo sobe as Forças norte-coreanas clicando aqui (em inglês).

FONTE: Business Insider Australia (tradução e adaptação do Forças Terrestres a partir de original em inglês)

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Alfredo Araujo
Alfredo Araujo
10 anos atrás

Será que possuem munições e/ou combustível para manter toda essa frota em uma semana de guerra regular ??

Marcos
Marcos
10 anos atrás

Venezuela e Coréia do Norte são dois países comunistas! Estão quebrados, falidos e mantem o poder na base do porrete.

Vader
10 anos atrás

Um país que não dura 5 dias em uma guerra moderna. Simples assim.

aldoghisolfi
aldoghisolfi
10 anos atrás

Penso que a Coréia do Norte é um anteparo excelente que protege grande parte da China; dentro de sua geopolítica, significa proteção contra qualquer ameaça, ocidental ou não, em especial a partir do Japão e isso a China não vai desconsiderar, vai defender a CdN como outrora. Mesmo sem cacife para enfrentar uma guerra moderna (?) não pode ser minimizada a real ameaça que ela representa. De levar em conta a possibilidade de, num confronto, a grande defecção que haverá de acontecer por conta da terrível repressão sobre seus nacionais.

felipe augusto batista
felipe augusto batista
10 anos atrás

Vader, sem sarcasmo, quanto tempo você acha que nós aqui no Brasil durariamos em uma guerra moderna?

juarezmartinez
juarezmartinez
10 anos atrás

Uma semana.

Grande abraço

Leonardo Pessoa Dias
Leonardo Pessoa Dias
10 anos atrás

Caro aldoghisolfi, suas colocações foram simplesmente perfeitas.

Quanto ao ponto “quanto tempo duraríamos em uma guerra moderna?”, da maneira que está, a pergunta não faz sentido.

O correto seria “quão eficientes seriamos em uma MOBILIZAÇÃO de guerra moderna”.

Explico por que não faria sentido:

Na história contemporânea, onde os países possuem mínimas capacidades de inteligência, um evento de guerra moderna convencional seria um resultado de um longo processo de início diplomático.

Nos casos das Primeira e Segunda Grande Guerras, estes foram resultados de no mínimo 4 anos de conflitos diplomáticos, que como efeito geraram um impulso de mobilização para treinar e capacitar suas forças, caso uma ação armada fosse necessária.

Ou seja, a ideia de uma força invasora aparecer do nada, e invadir seus país com força obliterante, só seria possível em dois casos:

1. Nas guerras da antiguidade, quando pouco ou nenhum serviço de informação funcionava e grande parte da diplomacia sempre conduzia ao conflito.

2. Uma invasão alienígena.

Isto no cenário de guerra convencional moderna, onde o inimigo quer entrar no seu território por algum motivo.

Mesmo contando com a mínima capacidade de aviso que os mísseis poderiam dar ao agressor, um evento de agressão súbita seria instantaneamente refratado pela comunidade internacional, o que gerariam situações muito mais complexas no médio e longo prazo.

Por isso, não existe o contexto de “quanto tempo duraríamos”. Isto é uma falácia que geralmente aparece quando se comparam as FFAA do Brasil com países como EUA e Rússia. Como estes possuem capacidade de guerra no contexto “qualquer lugar do globo”, por motivos óbvios estão mínima e constantemente mobilizados para ações ofensivas, que são inúmeras vezes mais custosas que uma mobilização defensiva padrão.

Alguns dos amigos vão se recordar de uma manchete do “O Globo” que dizia que o Brasil não teriam munição para 1 hora de guerra.

Tenho para mim que isto foi uma manobra para desmoralizar as FFAA ou o GF, pois a afirmação é tão estapafúrdia que o MD sequer se viu na situação de comentar.

aldoghisolfi
aldoghisolfi
10 anos atrás

Leonardo Pessoa Dias, boa tarde.

Obrigado pelo comentário.

A ‘guerra moderna’ que enfrentaríamos, penso que, além do bombardeio de saturação das nossas áreas estratégicas (portos, indústrias, estradas) este conceito trás consigo, além da guerra assimétrica, a criação pontual de áreas de exclusão, em nossos portos, entradas e saídas para os vizinhos, faixas litorâneas, coisas assim.

Em relação ao teu excelente parecer, levanto mais uma questão: CONTRA QUEM COMBATERÍAMOS?

Vader
10 anos atrás

Contra uma potência mundial armada ou coalizão, nossa Força Aérea e Marinha durariam uma semana, quando muito.

O Exército duraria bem mais, talvez alguns meses, se conseguíssemos produzir munição suficiente.

Depois disso ele passaria para o “Plano B”: guerrilha. E penso que numa longa guerra de desgaste acabaríamos prevalecendo, mais por nosso tamanho do que por qualquer outra causa qualquer.

A pergunta entretanto que tenho me feito cada vez mais nos últimos tempos é: será que valeria a pena?

Quando lemos que no Iraque a internet é mais rápida que a nossa; que alguns países africanos tem IDH mais alto que o nosso; que em países paupérrimos se paga muito menos impostos que aqui, e os serviços públicos são bem melhores, sinceramente não sei se valeria a pena defender o “brazilian way of life”.

Com certeza hoje eu não levantaria um único dedo para defender o Estado apossado pelo PT.

Sds.

aldoghisolfi
aldoghisolfi
10 anos atrás

Vader: desde há muito tempo atrás venho pensando seriamente a esse respeito, até mesmo como exercício de geopolítica mental e, sistematicamente dito que esse Brasil no qual vivo não é o mesmo ao qual jurei… SE um dia chegássemos às vias de fato, com quem quer que fosse, e o fudunço fosse no sentido de desalojar essa cambada a que referistes, seguramente!, estaria na guerrilha; caso contrário lutaria na defesa pontual, o cinturão que se certamente seria criado em torno da área em estivéssemos todos os que pensam como nós, que nos agruparíamos; por aqui, por conveniência de estabelecer o TO, penso que este cinturão se localizaria muito provavelmente no sul do sul. É triste este falar!

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Eis ai dois pontos nodais:

1) Talvez fosse melhor deixar o invasor tomar o poder. Pior que estes que lá estão, não seriam.

2) Não teríamos munição e recursos para resistir mais que umas poucas semanas. Nossos estoques são ridículos, talvez não dê quatro dotações diárias de munição completa. Desta forma, não teríamos como sustentar uma guerrilha como a do Iraque, que se valeu estoques gigantescos de munição e explosivo escondidos. E diferentemente do que ocorreu na Guerra do Vietnã, não teríamos fontes externas inesgotáveis e inatingíveis de munição e equipamento como eram a China e a URSS. Ou seja, aquela estória de vietnamizar a amazônia é balela. Aliás, talvez nossas dificuldades logísticas lá fossem maiores que de nosso agressor.

3) Nossa única chance seria com agressores da AL, mas isso não ocorreria, pois o governo ( perdoem a expressão) abaixa as calças para qualquer um: Evo, Lugo, Correa, Cristina e por ai vai. É o “lulinha paz e amor”

Leonardo, não é pra uma hora só, realmente, mas te garanto que não passa de uns dias. Já estive em paióis de unidades no RS e no RJ e da 13 Cia DAM ( grande depósito pára toda a região sul). A situação é crítica, e destruir as fábricas de armas e munições no nosso caso é fácil. Munição leve até se faz rápido mas munição de canhão e armas isso demora pra fabricar e no nosso caso talvez mais do que o tempo de mobilização que teríamos.

Lembrem-e, finalmente, que não trabalhamos com o conceito de reservas. Não temos reserva blindada, temos poucas armas leves em reserva, e pouquíssima artilharia.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

desculpem os erros de digitação

Marine
10 anos atrás

Colombelli,

Suas colocacoes sao excelentes, nao tenho o que adicionar!

Assino embaixo!