Primeira unidade regular do EB receberá VBTP-MR Guarani em março
A primeira unidade regular do Exército Brasileiro deverá receber em breve o primeiro blindado Guarani produzido localmente pela Iveco Latin America.
Em meados de março o 33º Batalhão de Infantaria Motorizada, da 15º Brigada de Infantaria Mecanizada, localizada na cidade de Cascavel (Paraná), deverá receber 13 veículos VBTP-MR (Viatura Blindada Transporte de Pessoal, Média sobre Rodas) Guarani, informou o gerente do programa ao grupo IHS Jane’s.
Os veículos são parte de um lote inicial composto por 86 unidades, assinado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia em agosto de 2012.
FONTE: Jane’s(tradução e edição do blog das Forças Terrestres a partir do original em inglês)
COLABOROU: phacsantos
OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
Aonde o USMC exibe uma inexplicável indecisão, nós somos modelo, será???
(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2014/02/brazilian-army-illustrates-usmc.html)
Interessante !
Ninguém me tira da cabeça que seria muito melhor repontencializarmos o URUTU…
Aldo
Creio que não teriamos o mesmo resultado tendo em vista que o Guarani incorpora muitos conceitos novos, desde o chassi, além de ter uma estrutura concebida para um VBCI.
O Urutu foi muito bom, mas está bem ultrapassado. .
E receber o Guarani não significa que ele tem a torre de 30 mm.
Deve ser na versão “pelada”, armado com a ponto 50 manual.
Colombelli, por favor explique o que quer dizer “… além de ter uma estrutura concebida para um VBCI …”.
Vamos entender bem o que é um VBCI!
Obrigado
Bachi a colocação de armas mais pesadas sobre o veiculo, como a torre 30mm pressupõe que o centro de gravidade da viatura e outros aspectos tenham sido concebidos já com esta perspectiva.
O conceito de um VBCI está relacionado a um carro que não tem apenas armas de autodefesa, mas também de apoio à infantaria, transportando-a ou não. A versão que pode ser chamada de VBCI no caso do Guarani é sem dúvida e equipada com a UTR 30mm. Não creio que fosse possível colocar uma uma destas sobre um Urutu sem significativa perda da estabilidade terrestre e de flutuação.
A priori, está sendo concebida uma fração de apoio de fogo (em função principal ou cumulativa) nos batalhões de infantaria mecanizada a ser exercida pela versão VBCI do Guarani.
Igualmente não consta que o Urutu tenha incorporados conceitos de defesas contra minas (a começar pelo desenho do chassi), em sua maior parte hauridos da campanha sulafricana em Angola e que não estavam disponíveis à época do seu projeto. Hoje isso é um aspecto importantíssimo dada a difusão dos IEDs
Outrossim, o espaço interno dos dois é muito diferenciado até mesmo em vista do conforto. Há 30 anos de diferenças de conceitos. O Urutu certamente ainda servirá por muitos anos, pois ele o o cascavel serão os últimos a serem substituídos, mas não creio que pudesse ser feito um up grade a ponto de ser eficiente como um veiculo ja projetado com múltiplas funções. .
Bosco, sem dúvida que é a versão mais simples para transporte de fuzileiros que estavam treinando com Urutus para desenvolver doutrina, mas creio que a arma não seja uma .50, mas sim uma MAG, pois as versões com a torre Platt que apareceram estavam todas com MAG. A M2 eu pelo menos so vi na REMAX.
Colombeli, muitíssimo obrigado por sua gentileza em me responder.
Eu queria conferir se tuas ideias batiam com a minha.
Concordamos em relação ao armamento, mas acho que em proteção ele não corresponde aquilo que se espera de um VBCI – veículo destinado a operar em conjunto com os Carros de Combate Principal.
Sobre rodas eu acredito que só o Boxer e o Freccia (28 toneladas de peso de combate), o Piranha 5 (30 toneladas) e o novíssimo AWV (30 toneladas) da Patria, e o pioneiro em uso desta categoria sobre rodas, o VBCI da Nexter (29 toneladas) – podem ser denominados VBCI.
Sempre considerei o Guarani um excelente produto e o tenho defendido contra seus detratores [como artigos com a minha assinatura (junto com outros) na Tecnologia & Defesa o podem atestar] – mas não posso considera-lo um VBCI.
Abraços e mais uma vez obrigado por sua atenção.
Bacchi
Acho que em termos de proteção, nenhum veiculo sobre rodas tem condições de operar junto com CC, nem os exemplos que citaste.
Inclusive, nunca vi veículos sobre rodas atuarem com CC em uma FT.
De outro lado, não me parece muito realizável uma FT com veiculos sobre rodas, alguns com canhões de grosso calibre (fazendo as vezes de CC principal) e outros com armamento intermediário ( fazendo as vezes de um VBCI), pois nenhum deles apresenta proteção para um combate direto. Meras granadas de bocal poderiam pará-los.
A rigor, a função do Guarani com canhão 30mm será dar apoio de fogo a distância, com fogo sobre a tropa ou fogo preparatório. O verdadeiro VBCI iria adiante. Para termos um quiçá quando desenvolverem uma nova família de blindados com lagartas. Inclusive consta que o Aríate esteve em testes recentemente por aqui. Algo pode estar em vista pro futuro.
VBCI verdadeiro é, por exemplo, o BMP-3 ou o M-2.
Já o com canhão 90mm ou 105mm fará as vezes de CC leve na cavalaria, substituindo os 409 cascavéis. Estes, pela missão da cavalaria mecanizada e sua natureza, raramente poderiam atuar como um arremedo de CC. Fazem ações retardadoras e reconhecimentos de eixo, atuando em apoio de fogo ao GC embarcado. Normalmente são dois por pel.
Colombelli, boa tarde.
Desculpa a demora em responder.
Che, eu falei em repotenciar, porque por isso entendo (posso estar errado) a atualização, melhoria de chassi, suspensão, motor, transmissão, blindagem armamento e a tecnologia embarcada.
Repotenciado, pois, o Urutu, ele não se equipararia com vantagens ao Guarani, apesar das inovações da máquina nova? A um custo/benefício muito melhor? Não juntaríamos a quantidade à qualidade?
Colombelli
O exército francês possui atualmente 2 brigadas blindadas:
2ª BRIGADA BLINDADA
12º Regimento de Couraceiros
501º Regimento de Carros de Combate
Regimento de Marcha do Tchad
16º Batalhão de Caçadores
40º Regimento de Artilharia
13º Regimento de Engenharia de Combate
E:
7ª BRIGADA BLINDADA
1º Regimento de Caçadores a Cavalo
4º Regimento de Dragões
35º Regimento de Infantaria
152º Regimento de Infantaria
35º Regimento de Artilharia (de Campanha)
54º Regimento de Artilharia (AAé)
19º Regimento de Engenharia de Combate
Os: 12º Regimento de Couraceiros, 501º Regimento de Carros de Combate, 1º Regimento de Caçadores a Cavalo e 4º Regimento de Dragões são inteiramente mobiliados com o CC Principal Leclerc
Os: Regimento de Marcha do Tchad, 16º Batalhão de Caçadores, 35º Regimento de Infantaria e 152º Regimento de Infantaria são inteiramente mobiliados com o VBCI Nexter 8X8.
Ou seja, nas brigadas blindadas francesa o transporte de tropas acompanhante do CC Principal Leclerc é um veiculo blindado 8X8.
Bacchi
A eletrônica embarcada, motor, transmissão poderiam ser trocados. Já um novo chassi seria de difícil concepção, pois o chassi do Urutu não foi feito no conceito “V” do Guarani e seria caro remodelá-lo completamente.
A adição de blindagem seria outro aspecto complicado, pois muda o centro de gravidade, ainda que a adição pudesse ser compensada por mais motor e suspensão.
Uma modificação extensa destas ficaria relativamente cara (pois seria quase que outro carro) e creio que o novo Urutu não conseguiria ter o mesmo desempenho do Guarani. De qualquer sorte, ainda que eventualmente o desempenho ficasse próximo, o que acho difícil, o problema do Urutu é que tem um conceito antigo e não foi pensado para toda uma família de blindados. Logo, não teria o apelo comercial de vendas que o Guarani poderá ter nem sua versatilidade, especialmente é muito pouco provável que pudesse receber armas pesadas.
Outra questão, que é mais grave, reside no fato de que a repotencialização dos 218 ( aproximadamente) Urutus que operam no EB apenas mobiliaria as unidades de cavalaria mecanizada, regimentos e esquadrões avulsos. O Guarani está sendo concebido para um programa maior de transformação, com criação do conceito de infantaria mecanizada. Produzir mais de 1300 blindados que serão usados para isso com um modelo antigo não seria viável logicamente.
Quanto ao emprego pelos franceses de lagarta/roda em conjunto não tinha conhecimento. Mas deve ser dos mais problemáticos e ineficientes, pois há muitos terrenos onde um veículo de lagarta roda que um de pneus nem sonharia em entrar, sobretudo aqui no nosso estado, onde está voa parte da força blindada. Ali na região da campanha tem charcos que até mesmo um veiculo de lagarta pena. Ja vi 03 M-113 agindo pra desatolar outro. Eu mesmo atolei um no CISM que a lagarta cavou um buraco de 1,30m, sendo que tinha até muçuns dentro.
Talvez as condições de terreno onde ordinariamente os franceses tem operado, sejam internasm seja no norte da África permitam este binômio lagarta/roda, mas os franceses não são propriamente o melhor referencial em doutrina de emprego de blindados, ainda que De Gaulle, junto com Hobart e Liddel hart tenha sido dos profetas do emprego de blindados. Aliás, o péssimo emprego dos blindados franceses na campanha de maio de 1940, melhores e tão números quanto os alemães, se deu justamente por ignorarem De Gaulle então coronel.
Mas países com larga experiência em blindados como a Alemanha, os EUA e a Russia todos optam pela lagarta/lagarta nas FT. Ai está um bom indicativo de que deve ser a melhor solução.
Colombelli,
Meus comentários finais.
Não fui eu quem falou em repotencializar o Urutu – foi o aldoghisolfi.
Tendo trabalhado 15 anos na ENGESA, conheço de sobejo as deficiências do Urutu, para recomendar isto.
Já em 1990 o mesmo estava obsoleto, e um dos meus últimos trabalhos na ENGESA, pouco antes de sua concordata, foi um estudo sobre o que deveria ser seu substituto.
Colombelli escreveu : “… Quanto ao emprego pelos franceses de lagarta/roda em conjunto não tinha conhecimento. Mas deve ser dos mais problemáticos e ineficientes, pois há muitos terrenos onde um veículo de lagarta roda que um de pneus nem sonharia em entrar, sobretudo aqui no nosso estado, onde está boa parte da força blindada. Ali na região da campanha tem charcos que até mesmo um veiculo de lagarta pena. Ja vi 03 M-113 agindo pra desatolar outro. Eu mesmo atolei um no CISM que a lagarta cavou um buraco de 1,30m, sendo que tinha até muçuns dentro.
Talvez as condições de terreno onde ordinariamente os franceses tem operado, sejam internasm seja no norte da África permitam este binômio lagarta/roda, mas os franceses não são propriamente o melhor referencial em doutrina de emprego de blindados, ainda que De Gaulle, junto com Hobart e Liddel hart tenha sido dos profetas do emprego de blindados. Aliás, o péssimo emprego dos blindados franceses na campanha de maio de 1940, melhores e tão números quanto os alemães, se deu justamente por ignorarem De Gaulle então coronel.
Mas países com larga experiência em blindados como a Alemanha, os EUA e a Russia todos optam pela lagarta/lagarta nas FT. Ai está um bom indicativo de que deve ser a melhor solução. …”.
Devo dizer que eu jamais sugeri a combinação de veículos blindados sobre rodas com veículos blindados sobre lagartas numa mesma unidade.
Só mencionei este fato “en passant”
Quando li o livro seminal “Armor”, de meu grande amigo e guru, Richard Ogorkiewicz, em 1960, uma das coisa que me ficou no sub consciente foi o nunca misturar sistemas de tração, tanto que até hoje, vejo como muita desconfiança a Brigada de Cavalaria Mecanizada do EB, em que unidades blindadas sobre rodas estão associadas a unidade blindada sobre lagartas.
Até hoje não consegui entender o porque dos franceses terem os regimentos de carro de combate associados a regimentos com veículos blindados transporte de tropa sobre rodas.
Eu estava no escritório de um dos vice presidentes da ENGESA, quando um diretor da firma francês Alstom, então em visita a nossa firma informou que o exército francês estava trabalhando neste sentido. Isto era tão contrário as minhas convicções que pensei que fosse engano do mesmo.
Não era!!!
Resumindo tudo: a única coisa que eu afirmei é que o Guarani não é um VBCI.
Muito obrigado por sua atenção, e com isto eu encerro o assunto de minha parte.
Bacchi
Desculpe. Escrevendo entre outras atividades, nem vi que era o Aldo que tinha sugerido. Debatia como se fosse tu até me chamares a atenção. Obrigado pelo lembrança.
Quanto a Brigada C Mec, a nossa concepção não traz tanto problema pois o RCB orgânico não atua junto com os dois ou três regimentos C MEC. Nisso diverge do sistema frances.
Os RC Mec atuam ordinariamente em reconhecimentos de eixo na ofensiva; na defensiva, em patrulhas, reconhecimentos e ações retardadoras. Ataques so de pequena monta.
O RCB atua na ofensiva como força de ruptura e no aproveitamento do êxito ( penetração estratégica, perseguição e destruição). Ai surgem as Forças Tarefas CC blindados ( coisa muito bonita de se ver na pratica, embora correr atras do CC não seja tão agradável).
Nos exercícios típicos realizados na 3a DE, os 29 ou 7º BIB ou um dos RCB das Brigadas C MEC realiza o ataque em uma cabeça de ponte e após são ultrapassados pelos RC MEC. Uma vez que estes, em reconhecimento de E Prog, localizam e fixam as forças oponentes, os BIB e RCC ou os RCB entram em ação de novo para ataque, sempre separadamente e assim sucesivamente
A vantagem de ter um RCB em uma brigada C Mec é não precisar recorrer a outra grande unidade, no caso de infantaria, para fornecer BIB ou RCC. Nossos RCB hoje estão com dois esquadrões de fuzileiros a três pelotões cada ( mais um de apoio) e um esquadrão CC de três pelotões a 04 carros cada. So um dos 04 RCB tem dois esquadrões CC.
Concordo que o Guarani não será um verdadeiro VBCI salvo se entendermos que o apoio de fogo por si só assim qualifique esta espécie. Coloca-lo em uma FT implicará pagar alto preço a armas AC.
Eu seria por mobiliar um dos esquadrões dos RCB ( que estão desmobilizados) com o BMP-3. É anfíbio e tem excelente potência de fogo. Para tanto seriam necessários 50 veiculos.
Mais uma vez escusas pelo engano.