Saiba como opera a primeira unidade do radar russo Container
O arsenal da defesa aeroespacial da Rússia ganhou uma nova ferramenta de monitoramento que lhe permite assumir o controle seguro das fronteiras ocidentais. Em dezembro passado, a primeira unidade do radar da nova geração Container assumiu o seu plantão militar nos arredores da cidade de Kovilkino, na República da Mordóvia. Assim, o sistema de detecção horizontal de alta precisão poderá monitorar quase toda a Europa.
Com os olhos na Europa
Chegamos ao posto de entrada da unidade militar onde está baseado o 590º Centro de Radares no primeiro grupo de jornalistas autorizados a visitar esta estação única do Ministério da Defesa. No meio de um campo coberto de neve podemos ver o posto de comando, os hangares, os anexos de serviço e uma “paliçada” de um quilômetro e meio de antenas com a altura de um edifício de dez andares.
“No total temos aqui 144 mastros”, diz o comandante da unidade, o coronel Andrei Rostovtsev. “A primeira estação do sistema de inteligência e prevenção de ataque aeroespacial de um eventual inimigo está por enquanto operando em modo de teste. Ela começou a funcionar no final do ano passado. O sistema permite acompanhar e reconhecer objetos da aviação militar e civil a uma distância de 3.000 quilômetros e a uma altitude de 100 quilômetros, bem como detectar o lançamento de mísseis de cruzeiro. Vemos a Europa até a França, a Itália e o Reino Unido. A longo prazo, até 2017, vamos também estar olhando para a Ásia.”
Hoje, sob o comando de Rostovtsev, servem 115 pessoas. A nova divisão militar de defesa aeroespacial nos arredores de Kovilkino, localizada a cem quilômetros de Saransk, a capital da Mordóvia, foi formada em maio do ano passado. Em pouco tempo vieram servir 80 jovens tenentes recém-licenciados da Academia Cósmico-Militar Mojaiski. Um deles, Stanislav Nogovitsin, no dia da nossa visita, estava de plantão no grupo de cálculo e operações militares no “santuário” do posto de comando, o servidor do sistema.
“Acompanho a componente técnica, o envio e recebimento de dados, e reporto as informações”, diz. Pela componente militar responde o jovem que naquele momento olha fixamente para o monitor. Na grande tela na frente dele está representado o mapa da Europa com as projeções das aeronaves.
Concorrência
O novo radar funciona através de radiação de energia eletromagnética: a estação emite um sinal para cima, que é refletido na ionosfera como se esta fosse um espelho, criando assim a possibilidade de ver tudo o que acontece para lá da linha do horizonte.
“Num certo momento passamos à frente do Ocidente nesta área: nos anos 80, a estação soviética Arco (Duga), que estava baseada perto de Tchernobil, era única no mundo por seu alcance: o seu diapasão de cobertura era de 10 mil km”, diz o projetista-chefe do Container, Valentin Strelkin. “No entanto, na década seguinte, nos atrasamos bastante e depois tivemos que correr atrás dos concorrentes. Hoje, já conseguimos alcançá-los: Container não fica atrás de nenhum dos modernos análogos ocidentais.”
O radar russo custa quase metade do preço dos concorrentes –o custo total do projeto foi de cerca de dez bilhões de rublos (cerca de US$ 200 milhões). Mas para proteger o espaço aéreo russo de todos os lados, diz Strelkin, será necessário colocar em funcionamento pelo menos quatro estações destas nos próximos anos.
FONTE: Gazeta Russa
3 mil kms ? E a curvatura da terra ? Qual a técnica usada para terem esse alcance todo ?
Embaixo o motivo dos russos terem instalado esse radar:
http://www.youtube.com/watch?v=Caj_OYlc0xY
Alfredo,
Radares OTH usam baixas frequências (HF), que refletem na ionosfera, como o rádio de um radio-amador, e com isso conseguem detectar alvos a milhares de quilômetros independentes da curvatura da Terra.
Já são usados há décadas na detecção de lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance tanto pelo Ocidente quanto pelos russos e chineses.
Tem a vantagem, além do alcance, de que até aeronaves furtivas podem ser detectadas mais facilmente.
A desvantagem é que devem possuir antenas gigantescas, espalhadas por quilômetros de terreno, além de exigir um sistema computacional monstruoso para processar os dados e devido à pobre resolução, são usados na função de alerta, mas não são capazes de rastrear um alvo com eficiência.
Vale lembrar que a frequência HF (alta frequência), apesar do nome, é tida hoje em dia como sendo de “baixa frequência”. O nome “alta-frequência” vem dos tempos antigos para distingui-la da LF (baixa frequência) e ELF, que é usada por exemplo para a comunicação com submarinos submersos.
Os radares de baixa frequência, tidos como “counter stealth” trabalham na faixa UHF, VHF, L, etc, e não têm à princípio nada a ver com o os radares HF dos OTH, sendo de frequência muito mais alta que estes. Embora os OTH também podem ser usados para a detecção de aeronaves (e navios, etc) furtivos.
Espero não ter complicado. rsrsrs
Basicamente os radares usam as seguintes frequências:
HF: como esse OTH, com comprimento de onda de 10 m a 100 m.
VHF (1 m a 10 m) e UHF (10 cm a 1 m): conhecidos como radares de baixa frequência. Famosos por serem úteis na detecção de aeronaves furtivas.
Obs: O UHF faz parte da faixa de microondas centimétricas.
SHF: radares de microondas centimétricos (1 cm a 10 cm). Nessa faixa de frequência é onde se encontra a maioria dos radares de caças, mísseis, navios, etc.
EHF: radar de microondas milimétricas (1 mm a 1 cm), como os usados pelos mísseis Longbow e Brimstone
A faixa mais usada por radares, a SHF, contém as conhecidas bandas L, S, C, X, Ku, K, Ka, etc.
Perdão pelo off topic!!
Depois dessas aulas do Mestre Bosco,
economizei pesquisas e muito obrigado.
Rsrsss. Beleza Carlos!
Continuando o off topic, já que você me animou. rsrrss
Se formos colocar em frequência ao invés de comprimento de onda, fica assim (já que é só dividir o comprimento de onda pela velocidade da luz):
Ondas de rádio:
RF: 3 a 30 MHz
VHF: 30 a 300 MHz
Microondas:
UHF: 300 MHz a 3 GHz
SHF: 3 GHz a 30 GHz
Ondas milimétricas:
EHF: 30 GHz a 300 GHz
Daqui a pouco alguma sapiência resolve colocar um desses na Amazônia, junto com uma bateria Pantsir.
joseboscojr, tem pessoas aqui que leem os comentários com o mesmo entusiasmo dos artigos por culpa de pessoas como você. Portanto, não me faça pegar nojo 😛
Sem desculpas da próxima vez!