Uso de Forças Armadas em ações policiais divide especialistas
Maria Lima e André de Souza
Uma portaria assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, regulando o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública no país está dividindo especialistas do setor. No final de dezembro, a Defesa criou um manual, considerado pelas Forças Armadas um documento doutrinário, com as diretrizes para o emprego de Exército, Marinha e Aeronáutica em ações de garantia da lei e da ordem. Com a previsão de que sejam realizadas manifestações de rua durante a Copa e nas eleições de outubro, a presidente Dilma Rousseff não quer ser pega desprevenida.
O Ministério da Defesa nega que o manual tenha relação com as manifestações do ano passado e diz que o documento já vinha sendo elaborado desde 2012. No documento, de 70 páginas, são detalhadas as operações de repressão e dissuasão em que as Forças Armadas poderão participar. Para o sociólogo Antônio Testa, da Universidade de Brasília (UnB), o uso das Forças Armadas na segurança pública é necessário, principalmente durante os grandes eventos.
– Se houver uma gestão integrada entre as Forças Armadas e as polícias Civil e Militar, vai dar certo. A área de inteligência do Exército é muito eficiente e já tem estratégias para conter as turbulências que podem ocorrer durante a Copa, como os protestos, por exemplo. Mas é preciso que o governo federal faça um pacto com os estados para que as ações sejam bem articuladas e não haja divergências entre as polícias estaduais e as Forças Armadas – disse Testa.
– Isso causa um problema muito sério pelo fato de que está se dando às Forças Armadas uma função de polícia para lidar com a população civil. Mas a formação do Exército não é policial, é bélica. O objetivo é, numa situação de risco, eliminar o inimigo. A polícia, por mais que ela seja militar, tem uma formação policial distinta, em que a finalidade dela é proteger o outro.
A publicação da Defesa demonstra as preocupações do governo com manifestações na Copa do Mundo, nas Olimpíadas e no pré-sal. O planejamento e preparação preventiva de ações de inteligência, contrainteligência e propaganda ficarão a cargo de um quartel-general chamado de Centro de Coordenação de Operações. Os “inimigos” são denominados de “forças oponentes”.
O documento relaciona como exemplos de situações a serem enfrentadas: ações contra os pleitos eleitorais, afetando a votação e a apuração; ações de organizações criminosas contra pessoas ou patrimônio, incluindo os navios de bandeira brasileira e plataformas de petróleo e gás na plataforma continental brasileira; bloqueio de vias públicas de circulação; depredação do patrimônio público e privado; distúrbios urbanos; invasão de propriedades; paralisação de atividades produtivas; paralisação de serviços críticos ou essenciais à população; sabotagem nos locais de grandes eventos; e saques de estabelecimentos comerciais.
O Ministério da Defesa diz que o manual é uma compilação de diversas regras sobre o emprego das Forças Armadas em operações para garantir o emprego da lei e da ordem.
– Não há como fazer alegação de que o texto foi preparado para pós-manifestações. Foi preparado para atender a uma solicitação das Forças Armadas. Os militares querem saber os limites em que eles podem agir em operações como no caso do Morro do Alemão, na greve da PM na Bahia e na visita do Papa – disse um assessor de Celso Amorim.
A portaria dá ênfase à necessidade de uma guerra de comunicação para que as forças militares, em caso de uma dessas operações, ganhe a simpatia da população envolvida. “Deverá prevenir publicações desfavoráveis à imagem das Forças Armadas na mídia, estimular as favoráveis, e divulgar adequadamente as operações para a população em geral e, eventualmente, para a comunidade internacional”.
Há preocupação também com a formação de um corpo jurídico de primeira linha para barrar contestações às ações impetradas. “Por se tratar de um tipo de operação que visa a garantir ou restaurar a lei e a ordem, será de capital importância que a população deposite confiança na tropa que realizará a operação”.
FONTE: O Globo via Resenha do Exército
Sou Policial Militar em um Estado do Sul há 15 anos, destes, 10 foram na Tropa de Choque e desse modo, acompanho de perto a situação dos protestos.
Como qualquer integrante de uma corporação, ainda mais militar, defendo a manutenção das atividades de prevenção e repressão por parte das Polícias Militares.
Este assunto é bem delicado e com certeza, muitos discordarão de minha opinião. Esta situação é muito semelhante à encontrada entre a Polícia Civil e a Militar nos assuntos de investigação e/ou inteligência onde diversas vezes há divergências entre a real competência de cada um.
De certo a atividade de Polícia é de competência da própria polícia, seja ela Civil ou Militar, e não das Forças Armadas. Mas como bem exposto na matéria, à situação para os eventos da Copa do Mundo exigirão ações extraordinários que em minha opinião as polícias dos Estados não terão “braços” para abraçar tudo e certamente o APOIO das FA será necessário.
Já faz algum tempo que as FA já vêm se estruturando para tais situações, pois se não me engano, nos cursos avançados de oficiais superiores das FA assim como nas Policiais Militares, tais possibilidades são previstas. A consolidação desta mobilização das FA é a formação das unidades ou doutrinas GLO.
Porém, todavia, contudo, como sempre falo, as polícias são uma espécie de “ lixeiros das sociedade”: tudo de podre que ela tem, aquilo que todos não podem ou não querem ver ou se responsabilizar, cabe às policias resolverem.
E tudo isso acaba gerando um preço alto para as polícias, como aquele ditado: Quem trabalha muito erra muito, quem trabalha pouco erra pouco. Quem erra muito é criticado, quem erra pouco é elogiado.
Entre outros problemas (baixa estimas, corrupção, violência, abuso de poder, etc) as polícias tem pouca credibilidade com a opinião pública (geralmente quem mexe com lixo, acaba se sujando), ao contrários das FA que sempre tiveram uma opinião mais favorável da opinião pública
Se se concretizar a intervenção das FA, principalmente nos já esperados distúrbios para o ano de 2014, possivelmente estas, terão sua imagem encardida, assim como ocorre com as polícias, principalmente as militares.
M@k escreveu:
Entre outros problemas (baixa estimas, corrupção, violência, abuso de poder, etc) as polícias tem pouca credibilidade com a opinião pública (geralmente quem mexe com lixo, acaba se sujando), ao contrários das FA que sempre tiveram uma opinião mais favorável da opinião pública
Muito bom comentário caro M@k. De ponta a ponta.
Verdades ou mentiras ? Dois link’s ….
http://www.youtube.com/watch?v=eF62uX3erJc
http://www.youtube.com/watch?v=Tb7cAwd-cSI
HAHAHA.
Legal este vídeo, apesar de um pouco exagerado.
É óbvio que este vídeo não foi feito pelos gringos. Mas mostra um pouco da dificuldade em que passamos para organizar uma Copa.
Por outro lado, sem querer defender o evento da Copa do Mundo, longe disso, acho pouco difícil acharmos no mundo países com um mínimo de infraestrutura para suportar um grande evento deste. E os países que teriam condições nem querem ver de perto uma Copa do Mundo em seus quintais.
Acho que o maior problema do Brasil foi assumir um compromisso mundial de grandes proporções sem um estudo profundo sobre o impacto deste evento no país além de inflacionar as sedes da Copa com locais de pouca expressão futebolística. Para ganharem uma eleição (não quero politizar o assunto) prometeram o que não conseguiriam cumprir e como sempre deixaram tudo para última hora o que encareceu o custo.
Esse é um dos motivos dos protestos populares que em minha opinião deveriam ter sido organizados quando surgiu a ideia de trazer uma Copa para cá. Agora aos 45min do segundo tempo não da mais pra cancelar ou vai ser dinheiro posto fora e mais descrédito para o país perante o mundo globalizado.
No Brasil, até os manifestantes deixam os protestos para a última hora. Tivessem se organizado quando o Brasil resolveu se candidatar ou quando ganhou, talvez tivessem feito a Fifa desistir de organizar a Copa aqui. Agora, sem chances. E até, como disse o M@K, cancelar a Copa agora seria pior, do ponto de vista financeiro, do que deixá-la acontecer.
Acho que irão rolar protestos durante a Copa, mas nada muito maior do que ocorreu durante a Copa das Confederações.
Sobre as Forças Armadas sujarem sua imagem acho isso natural e até já vem acontecendo, vide o caso da distribuição de água no Nordeste, com vários casos de corrupção. Não existe instituição perfeita e, conforme seus membros ganham poder e visibilidade, acaba acontecendo de alguns ou muitos de seus integrantes cometerem crimes.
Sobre a contenção de protestos, já que o M@K entende do assunto, gostaria de perguntar porque a doutrina contra os protestos tem por pressuposto dispersar a manifestação e não prender quem, durante as manifestações, comete algum crime? É falta de material e homens para conseguir prender os criminosos?
Saudações.
FA’s não podem ser envolvidas nisso, o risco geral é muito grande e desastroso.
Isso é assunto para PM, FNS, PC e suas unidades de choque somadas ao ordinário e ponto.
Com apoio de suas auxiliares, ex: bombeiros.
FA’s fora dessa história e ponto.
“M@K
24 de janeiro de 2014 at 17:46 #”
Perfeito e reitero:
“FA’s não podem ser envolvidas nisso, o risco geral é muito grande e desastroso.
Isso é assunto para PM, FNS, PC e suas unidades de choque somadas ao ordinário e ponto.
Com apoio de suas auxiliares, ex: bombeiros.
FA’s fora dessa história e ponto.”
Acrescente as policias acima, as GCM’s.
FA’s fora dessa história e ponto
Caro Rafael Oliveira
Primeiramente gostaria de dizer que não sou exatamente um perito neste assunto, mas talvez um veterano com 1 ano na tropa de choque do exército (PE) e 10 anos na tropa de choque na Policia Militar (vários protestos e rebeliões em cadeia). Tal expertise seja mais adequado para os oficiais que geralmente passam por cursos específicos, ao contrários dos praças (meu caso) que tem instruções e a prática como currículo .
Desse modo, penso que em um mundo globalizado, extremante rápido e dinâmico, conceitos, receitas, procedimentos etc. em curto espaço de tempo se renovam, se modificam, se extinguem ou ressuscitam dentro de um eixo de tempo /espaço. Portanto, verdades que hoje são pregadas como absolutas, amanhã podem tomar um rumo totalmente diferente.
Com relação à doutrina adotada pelas Polícias Militares na questão do CDC (controle de distúrbios civis), estas adaptaram suas realidades em manuais e conceitos adotados e criados pelas Forças Armas (FA) em outras épocas.
Como exemplo, podemos tomar o conceito de “não letal” ou “menos letal” nos equipamentos de CDC. No final da década de 90 estes preceitos começaram a ser mais difundidos, pois até aquela época ainda se utilizava ações de controle com uso de fuzis com baioneta calada. Até mesmo a doutrina de apoio de atiradores de elite em pontos estratégicos era utilizada para neutralizar possíveis ameaças graves que pudessem comprometer a segurança de um modo geral (vai falar isso pra um defensor de direitos humanos, e ele é capas de ter um filho- kkkkk).
Com relação à dispersão, está é apenas uma das opções da força policial em resolver o problema, pois é a mais fácil de ser empregada Nota-se que em quase todas as ações, a turbam nunca é encurralada em uma rua sem saída.
A missão principal da tropa de choque, como parte da força policial, baseada no Poder de Polícia (art. 78 do CTN) é garantir a ordem pública, harmonia social, proteção ao patrimônio público e privado, restringir e disciplinar direitos e liberdade em nome da supremacia do interesse público. Como seria muito difícil mensurar quais seriam os tais interesses públicos, se recorre a dispositivos jurídicos como normas, leis e no nosso caso a lei maior que é a Constituição Federal.
A instalação de protestos por si só já começa a gerar conflitos de direitos e deveres: há dispositivos que protegem a livre manifestação como há dispositivos que garantem a livre locomoção, sossego alheio, preservação do patrimônio, exercício do trabalho, harmonia ambiental.
Se tais protestos gerarem prejuízos maiores que a própria liberdade de manifestação, estes podem e devem ser contidos pelos órgãos de segurança pública.
Na situação extrema de intervenção da tropa de choque, conforme preceitos da própria ONU deve-se utilizar uma escala progressiva de força: primeiramente utiliza-se a ordem policial; não surtindo efeito desejado, passa-se a executar movimentos de ordem unidade como demonstração de supremacia de força; no próximo estágio passa-se para o emprego de agente químicos (gás lacrimogêneo, bombas de queima e arrebentação de efeito moral), jatos de água; em uma situação mais grave parte-se para o confronto direto (cassetetes, escudos, espadas – p/cavalaria). E por incrível que pareça em uma situação extremamente grave, pode-se até ser utilizado o emprego de armas de fogo em força letal. Neste caso extremo se encaixaria a situação daquele oficial que tomou uma tunda de uns dez manifestantes em SP. Ele poderia utilizar, com certeza seu pistola como meio de defesa (com certeza seria crucificado pelos entendidos em Direitos Humanos em plantão) mas estaria dentro da escala progressiva do uso da força.
O problema é as atuais manifestações já estão se aproximando de uma espécie de guerrilha urbana (usa-se táticas organizadas e uma espécie de guerra centrada com uso pesado de comunicação em tempo real). É possível localizar na internet o meio mais eficaz de se fazer uma bomba de coquetel molotov, utilizar-se vinagre para diminuir os efeitos do gás lacrimogêneo, bolinhas de gude em atiradeiras, entre outros. Isto é, os meio policiais de contenção são diminuídos ou anulados. Nesse caso, parte-se para um nível superior na escala de uso progressivo da força, o que gera mais violência em com certeza lesões nos oponentes.
A utilização da captura e prisão de desordeiros infiltrados em manifestações aparentemente pacíficas também é uma missão complicada. Muitos acabam por utilizar do anonimato que o grupo gera para cometer seus ilícitos. A mobilidade é outro fator preponderante: A tropa deve proteger um certo perímetro delimitado não pode se dispersar, pois acaba perdendo a força.
Por fim, a utilização de tecnologias como registros eletromagnéticos, e a marcação de baderneiros por dispositivos especiais (paint bol) perecer ser um bom caminha para lidar com este problema, mas que esbarra na atualização de doutrinas e garantias jurídicas para o correto emprego destes.
Abraços.
Oi Poggio
Neste assunto, modéstia a parte, tenho um pouquinho de conhecimento, pois trabalhei algum tempo nos “assuntos internos” e conheço um pouco a banda podre da polícia. E não é pequena. Mas por outro lado, como eu disse, as funções que policiais exercem, juízes, professores e em alguns casos até médicos, não são bem vistas, pois estes serviços são utilizados em situações de conflito de interesse (quero liberdade sem responsabilidade, quero bagunçar na escola, quero comer de tudo) e geralmente acabem por restringir direitos e liberdade e isso ninguém gosta e acaba gerando uma certa antipatia.
Mas alguém tem que fazer o serviço sujo: ninguém quer lixo em sua calçada e pouco se valoriza o lixeiro. Só lembram-se dele quando estes fazem greve.
Na atividade policial é assim: todo mundo detesta e critica, mas para atender um parto, agressão contra a mulher, agressão contra animais, velhos e crianças, estupros, pedofilia, síndromes de abstinência química entre outras mazelas da sociedade a polícia é que é chamada.
Mas tudo bem… é um preço caro a ser pago, mas quando se gosta do que se faz, supera-se quase todas as dificuldades.
Obrigado pelo apoio de ideias, Carlos Alberto Soares
M@K, muito obrigado pela excelente resposta.
E, no fundo, não tem curso que supra a experiência prática. Na minha opinião, os manuais dificilmente conseguem se manter atualizados. O mundo muda mais rápido. Fora que professores, se afastados da prática, acabam ficando ainda mais desatualizados e continuam ensinando as mesmas técnicas que aprenderam ou que desenvolveram quando atuavam. Os cursos e o treinamento devem ser apenas o começo do aprendizado e não o fim.
Bom, eu vejo como uma medida que teria certa eficiência a adoção daquelas câmeras GoPro, que são fixadas facilmente em capacetes e são muito resistentes. Isso serviria para os policiais filmarem o que está acontecendo e usar como prova do flagrante. Além de evitar que policiais pratiquem falsas-incriminações ou eles mesmo cometam crimes (como os PMs que quebraram os vidros da própria viatura, em SP).
Aliás, vi hoje imagens dos policiais que atiraram em um manifestante e criminoso, que tentou fugir e, após, reagiu a prisão, indo para cima de um PM. Se a resolução da câmera fosse melhor, poderíamos tirar melhores conclusões sobre o ocorrido. Mas, pelo menos, a filmagem já serviu para o Secretário de Segurança Pública de SP defender a ação dos PMs. Se não tivesse sido filmada a ação, eles corriam o sério risco de serem punidos pelo Estado. Aliás, mesmo com as imagens, o advogado do bandido já apareceu falando aquelas baboseiras de excesso, força desproporcional e etc. Que vontade que dá pegar um desses e por para brigar com alguém armado só com um estilete escolar para ver se ele muda de opinião sobre uso da arma de fogo.
E também acho que aquele oficial da PM que levou uma surra deveria ter sacado a arma. Ele bobeou. Pode ser pressão da opinião pública e dos defensores dos Direitos Humanos, mas entre ser criticado no jornal de amanhã ou aparecer morto nele, eu preferiria ser criticado. Teve sorte do outro PM salvá-lo.
Aliás, quanto aos ativistas dos DHs, como fiz faculdade de direito, tenho diversos amigos e conhecidos da faculdade que se dedicam a isso. E já quase fiz parte deles ter um filho rsrsrs.
Bom, vou aproveitar ainda mais a sua atenção.
Alguns membros das tropas de choque, quando atuam em CDC, portam armas de fogo, como se fosse uma “reserva para emergências”?
Além disso, existe uma estimativa de qual seria um grupo mínimo de PMs que conseguiria se manter íntegro contra um grande contingente de manifestantes, usando a força com progressividade?
Quanto ao uso de bolas de paintball, os manifestantes podem se antecipar e todo mundo já ir sujo de tinta para evitar isso. A PM deveria usar cavalaria e cordas para laçar aqueles que cometem crimes kkkkkkkkk
Armas que dão choque também são interessantes kkkk.
Os snippers então, nem se fale kkkkk. Mas esses últimos, se nem em situações em que seu uso era plenamente justificado (Eloá, ônibus no RJ) eles foram usados, imagine em protestos? Rsrs.
Novamente, agradeço pelas valiosas informações.
Olá Rafael.
Que bom que você concordou com o meu raciocínio. Não é muito fácil encontrar pessoas que tem a mesmo linha de pensamento.
Sobre as câmeras GoPro (nem sabia que se chamavam assim- hehehe) acho uma ótima ideia, pois serve, com certeza, de um mecanismo a mais para auxílio de prova e mesmo prevenção ao abusos, como você bem disseste. Só se deve adotar uma DOUTRINA para a regulamentação de questões de privacidade e coisas deste tipo. Parece que no Canadá e na Inglaterra estes equipamentos já são utilizados.
Estava vendo no you Tub que alguns policiais brasileiros, por conta própria, já estariam utilizando canetas e óculos do tipo espião para registrar o dia-a-dia das operações policiais. Tem até um episódio em que uma guarnição é alvejada com tiros de fuzil e o motorista da viatura, que usa um equipamento deste, registra quando o seu para-brisa é estilhaçado pelos disparos.
Em uma situação de tumulto/ baderna, seria um ótimo instrumento de apoio policial.
Sobre o paintball, a FN Herstal inventou uma arma que dispara projéteis de tinta e esta tinta pode possuir uma assinatura química exclusiva e ser invisível a olho nu, mesmo após lavado e parece que também pode ser detectada por dispositivos eletroticos instalados em helicópteros e viaturas (me corrijam se estiver falando besteira), o que facilitaria a identificação de baderneiros, após o tumulto.
Sobre o porte de arma de fogo, esta é uma questão controversa… há registros e até participei de um episódio em que durante a atuação em protesto, foi necessário o rápido deslocamento da tropa de choque para atender uma ocorrência de roubo a banco com indivíduos armados com fuzis. Como sempre, além de atender tumultos a policia deve estar preparado para o pior e há casos em que os manifestantes não são tão manifestantes e sim bandidos organizados infiltrados na turba para cometerem crimes (arrastões, roubos, homicídios). Até, quem sabe a tropa em geral até possa estar sem armas de fogo, mas um grupo que deve estar atrás das linhas desta tropa, com certeza deve estar fortemente armado e pronto para responder a qualquer tipo de ameaça.
Sobre o número mínimo de policiais para conter um tumulto…bem quanto menor o número destes, maior será a sensação de supremacia dos oponentes mais rapidamente se chegará aos últimos estágio da progressão de força. Em um episódio que vivi recentemente, aproximadamente 1700 policiais foram utilizados para desocupar uma fazenda que possuía uns 2000 invasores. Resultado: nenhum incidente registrado.
Agora, a cavalaria laçar os manifestantes, esse sim é um ótimo método, ainda mais se conseguirem fazer um laço elétrico que além de laçar, dá choques- hehehehe!!!.
Abraços.
Obrigado, M@K, pelos novos esclarecimentos.
Sobre as câmeras, GoPro é a marca mais famosa dessas que são utilizadas por esportistas, pela resistência, qualidade da filmagem e preço.
Aliás, muitas pessoas da “mídia alternativa” usam essa câmera nos protestos. A imagem fica um pouco angulada, mas é muito boa.
Acho que na retaguarda, a PM deveria ter armamento letal. Em certos casos, mesmo durante manifestações, mostrou-se indicado o uso de arma de fogo, como num caso de espancamento de um PM, no RJ, em que seus colegas, muy amigos, correram e deixaram o cara apanhando, até que alguns manifestantes que não são bandidos protegeram o PM e chegaram outros PMs dando tiros de borracha e efeito moral. O PM teve sorte.
Laços com choque seriam perfeitos para a missão rsrs.
Pensei agora naqueles armas tranquilizantes que usam para capturar animais perigosos rsrsrs.
Vou pesquisar essa arma da FN e os vídeos.
Abraço!
Falou meu velho!
Até a proxima discussão…
M@K se tu não é especialista ninguem mais é: PE e Choque.Conta-se nos dedos quem tem este currículo.
Rafael, não querendo me meter onde não fui chamado, na doutrina de CDC do EB existe previsão de um grupo de captura, cuja missão seria justamente prender quem estivesse praticando delitos ( na verdade era prender os lideres mesmo, que o S2 ja haveria plotado quem era). Corte a cabeça e o corpo para.
Este pessoal fica na retaguarda da linha de contato e geralmente opera armado ou com cobertura armada, mas é muito difícil a captura pois a coisa acaba se passando mais ou menos como uma batalha medieval, ou seja, há dois lados e quem passar isolado para o outro lado,ou seja, fora da “falange” vai ter o lombo salgado (vide oficial aquele). Normalmente os atos criminosos ocorrem um tanto longe da linha de contato. dai que as prisões tenham volume muito aquém do que seria o ideal. É uma “missão escrota” passar do outro lado, fora que os elementos “dão o pinote”.
Embora com muito menos experiência que o amigo M@K, recebi os dois treinamentos, o militar convencional e o de CDC. Fiz alguns exercícios de CDC, e alguns que foram piores que a realidade, como certa feita, em 1996, em frente ao 29 BIB, em um exercício 3 CIA x Pelopes ( figuração), quando o oficial “M” em um ato imbecil (como lhe era bem próprio), destruiu o churrasco que era feito pra figuração e que estava FS ( fora de situação), e ai virou questão de honra. Em segundos taquaras de 4 metros choviam de todos os lados contra nós. Estávamos em 3×1 e apesar disso só não apanhamos mais por causa de dois cães de guerra. Foi mais de meia hora de pauleira direto “sem camaradagem”. Ai já vem o primeiro problema, qual seja: Tropa para realizar CDC tem que ter equipamento adequado não letal. O FAL com baioneta ou você apanha ou mata.
Segundo aspecto tropa das FA para realizar esta missão tem que ser especializada em CDC, pois o enfoque é totalmente diferente. É voltado à preservação da vida e da integridade física, inclusive do opositor, ou seja, o contrário do que a doutrina de treinamento convencional apregoa: violência e agressividade em grau extremo.
Por outras palavras, uma tropa que tenha de fazer as duas coisas não fará nenhuma bem.
Por fim, sou totalmente contra o uso da FA pra CDC, salvo como ultimo, mas ultimo mesmo, recurso, e somente com tropas especializadas que são as PE e as Cia de Guardas. Acho tremendo equivoco o enfoque de GLO concedido a uma brigada de infantaria leve inteira. Em grandes eventos as FA devem ficar fora das vistas. à polícia cabe resolver. Por as FA nesta função trará imenso desgaste. Ou seja, governos incompetentes que não dão apoio aos seus agentes policias, irão se valer do EB para assumir a carga negativa da repressão. Isso é missão da polícia e ela deve ser equipada e apoiada em todos os sentidos.
Se não colocar tropa especializada e equipada adequadamente vai ocorrer o que ocorreu aquela vez que o EB interveio em uma greve em uma siderúrgica (olha que isso faz tempo, não lembro exatamente onde foi) com um esquadrão C MEC e deu duas mortes, uma por esmagamento de crânio com um golpe de “chapa da soleira” do FAL.
Sobre as armas de paintball, tem uma versão com pimenta nas munições muito efetiva também, além de munições de calibre 12 formadas por grânulos plásticos leves que machucam muito menos que a tradicional bala de borracha.
No caso de CDC a “arma do juizo final” ou de “destruição em massa” pode ser ou uma mangueira plástica ou um mango de borracha feito de uma seção de pneu de patrola. Ninguém fica na frente (isso dá corte internacional dos direitos humanos ou Tribunal da OEA depois), e vergões do tamanho de um antebraço.
Colombelli, sua opinião é sempre bem-vinda.
Sobre essas unidades de captura, era exatamente isso que eu havia pensado e. que, pelo jeito, não é empregada pelas PMs do Brasil. Um grupo especializado em capturar um ou outro manifestante que passasse a cometer crimes.
É claro que sair da proteção da falange é arriscado e, pior ainda, ter que atravessar os manifestantes para chegar aos bandidos que depredam e saqueiam lojas um pouco mais distantes é quase impossível sem danos colaterais. Nesse caso, como os itinerários das manifestações são relativamente conhecidos e os principais alvos também (agências bancárias), penso que pequenas unidades, com armamento de fogo, poderiam se instalar nesses locais para fazer prisões em flagrante, quando esses alvos fossem atacados. Obviamente me recordo de cenas patéticas de PMs desarmados que se esconderam em agências com medo de apanhar e um ou outro manifestante ajudou eles fugirem. Estou pensando em policiais que não estarão na agência para agir em CDC, mas, sim, para prender meliantes, como fazem normalmente, em número adequado e com armamento letal.
Acho que o grosso da população apoiaria essa estratégia.
Outra ideia que especulei é se a falange fizesse uma “fagocitose” de indivíduos da linha de frente do confronto em CDC. Puxariam alguns para atrás da linha e prenderiam rapidamente, tirando dali. Uma arma de choque seria bem útil para a imobilização rápida do elemento.
Quanto ao caso da siderúrgica, o caso ocorreu na CSN, logo após a aprovação da Constituição de 1988, e foram mortos 3 empregados.
Em relação ao uso das FAs para CDC, creio que serão usadas, principalmente em estados nos quais as polícias não têm pessoal e armamento adequado para enfrentar grandes manifestações, além de tradicionalmente já pedirem penico para o governo federal. O Rio é um bom exemplo de lugar em que serão utilizadas. Também não acho ideal, mas acho inevitável. E como anda a política ultimamente, se servir para o EB ganhar uns brinquedinhos novos (uns Marders, Gepards, RBS-70, Carl Gustav), já compensará boa parte dos danos a sua imagem.
Obrigado e saudações
PS: estou pesquisando essa arma do Juízo Final rs.
Olá Rafael e Colombelli.
Ótimos comentários expostos por vcs.
Sobre a captura de criminosos infiltrados, aqui na Polícia Militar esta ação já é executada, porém, como sempre, geram riscos elevados para uma equipe de policiais:
Em primeiro tais policiais encarregados da captura, como bem observou o Colombelli, devem estar infiltrados entre os manifestantes e estes agentes geralmente são da inteligência (P2 = S2), mas para sua proteção, devem estar em um pequeno grupo por se descobertos, seriam linchados. Outro fator é que estes agentes usam armas de fogo como meio de proteção pois seria praticamente impossível utilização de escudos e agentes químicos sem comprometer a identidade (disfarce) dos agentes. Se estes agentes foram ameaçadas, certamente irão usar suas armas de fogo e os resultados seriam piores se não houvesse capturas dos criminosos. No caso de abordagem e captura de suspeitos estes agentes teriam suas identidades descobertas (mesmo utilizando máscaras como os baderneiros) e para capturar um indivíduo, o bom senso indica uma supremacia de força. Para capturar um grupo de baderneiros, seriam necessários um outro tanto de agentes policiais.
Outra dificuldade, como observados pelos dois colegas, é que os tumultos ocorrem em certas distâncias, fora do alcance da linha da tropa. Aa grande mobilidade dos grupos de baderneiros que são em número pequeno também é um fator preocupante. Nesses casos a tecnologia seria um grande auxilio (câmeras, marcadores. Etc.)
Como no caso exposto, além destas ações, os agentes tem comoq missão a antecipação dos acontecimentos para fornecer informações para o comandante da operação e ai começa os problemas: ou se faz uma coisa ou outra (vide 5º parágrafo do Colombelli).
Além disso, e caindo para uma questão política (o qual não queria entrar, mas é inevitável), muitos dos líderes políticos que estão no comando e até chefes de polícia e comandantes militares são afinados a partidos em que em outra época incentivavam tais manifestações. Há Estados como o de SP em que o partido de governo é oposto com da União e nesse caso a polícia trabalha sem muitas dificuldades. Mas em outros Estados aliados ao governo federal, evita-se o máximo o confronto e o exercício do poder policial. Nesses casos, os turbadores se vestem com um sentimento de impunidade, alimentando sua ousadia.
Como disse anteriormente, para mantermos um rótulo de país democrático, deve-se dar vazão às manifestações, mas ninguém quer dar limites.
Abraços.
Rafael
Muito boa a ideia de destacar efetivos para efetuar segurança de ponto, independentemente da tropa que estará realizando o CDC.
Quanto ao método da fagocitose, ele contraria a doutrina, pois depois de milhares de anos de enfrentamentos fisicos diretos, tendo desaparecido a formação ombro a ombro somente com o advento da arma de cartucho e carregamento mecânico, há uma regra de ouro no que diz respeito às falanges, válida para uma formação grega, romana ou para uma batalha de da Guerra de Secessão que é a seguinte: a formação nunca pode ser desfeita. Não importa o que aconteça, quem está com o escudo na linha de frente não pode deixar a formação, seja para prender alguem ou mesmo para socorrer um companheiro.
Por conta disso, os grupos de captura, de assistência médica ( padioleiros e médicos) e os grupos de apoio de fogo, que ficam atras da formação, atuam de forma independente. A unica prioridade de quem está na linha de frente é manter a formação.
Quanto a arma do juizo final, imagina cortar, bem na quina entre a banda de rodagem e a lateral do pneu, uma seção que corresponde a toda a circunferência do pneu de patrola, com uns três ou quatro centimetros de espessura. Aquilo se transforma em dois metros de “autoridade de borracha”. Quando brandida em movimentos circulares chega a fazer sons de baixa frequencia tão atemorizadores quanto o rugido de um tigre. Se pegar em alguem, seja onde for, derruba. Já a da mangueira, tem que ser aquelas de plastico preto, mais rígidas, daquele plastico “seco”, com uns dois metros dou dois e meio. Aq
M@K, este exemplo de a polícia ficar amarrada politicamente ocorre de forma bem nítida aqui no RS, governado pelo maior amigo do Cesare Batisti no Brasil.
Aquela da mangueira quando pega chega cortar. Hoje o método mais pesado é o sabre de cavalaria. Aqui no sul tem dois termos para designar o seu uso. O “pranchaço”, que é com a lateral da lâmina, ou o “estouro” que é com a parte de traz da lâmina.
Penso que formações para CDC devam ter somente equipamento não letal: armas de choque, spray de pimenta, armas de paintball com projéteis de pimenta e as armaduras de polímero que o EB ja está usando. Uma mínima cobertura armada teria de ser fornecida por snipers com armas de baixa velocidade.
Como vira uma balbúrdia, devem haver grupos equipados com meios eletrônicos, câmeras, binóculos etc… para orientar o comando e coletar provas e informações, que deve ser centralizado e estar sempre bem informado, transmitindo a orientação para cada seção em atuação mediante “oficiais de ligação”, exatamente como ocorre em um estado maior em batalha.
Outra coisa que está faltando são veiculos especializados de apoio. Nos EUA existem veiculos policiais com câmeras que são erguidas em mastros, e com amplos canais de comunicação para apoio a operações policiais.
Por fim, cabe registrar a enorme quantidade de recursos humanos necessários para uma operação destas. Com tropa não especializada, é preciso ter dois ou até três agentes para cada manifestante para se fazer um trabalho seguro. Já com tropas especializadas, talvez se possa operar bem como um agente para cada 1,5 manifestante. Por sorte, manifestações com 10.000 pessoas tem as vezes pouco mais que 200 ou 300 baderneiros. Se os 10.000 resolvessem aloprar, precisaria ” uma divisão” para contê-los.
Bom, acho então que estamos falando do mesmo lugar, Colombelli…heheheh.
Como é bom ler comentários de dois especialistas no assunto, M@K e Colombelli.
Quanto à fagocitose na falange, eu acabei me expressando um pouco mal. A minha ideia é que exista um grupo de captura atrás da falange e ela só abra o mínimo necessário para que esse grupo capture um ou outro elemento de cada vez, de preferência imobillizando-o rapidamente, com choque, e atacando os outros oponentes mais próximos, para evitar que se abra um buraco na falange. E esta se fecharia rapidamente, cerrando-se os escudos.
Capturado o elemento, ele deve ser levado para longe e preso, também o mais rápido possível, para se evitar qualquer estímulo a uma tentativa de resgate.
Creio que isso seja possível, não?
Uma coisa interessante nesses protestos, já observada por vocês, é que os governos querem minimizar ao máximo os confrontos, ainda que eles sejam necessários, conforme a doutrina do CDC.
Mesmo em SP, com um governo independente do GF e sua política de “os manifestantes podem tudo, pois são meus amiguinhos históricos de luta”, há uma boa dose de temor do governador e de seu secretário de Segurança Pública para evitar confrontos que serão ao máximo explorados pelo PT, nas próximas eleições.
Aí no RS há pressão direta, partidária. Aqui, há a famosa vigília dos opositores sempre atento para mostrar um quadro em que governo tucano luta contra o povo. Qualquer caso do tipo em SP já chama aos holofotes a Maria do Rosário e seu discurso sobre direitos humanos (vide o caso do Pinheirinho e outro, que não tem tanto a ver, do homossexual que se suicidou recentemente).
Aliás, creio que não foi usada a cavalaria e os cães, aqui em SP, nessas manifestações (e isso era um pouco comum, quando quem se manifestava eram professores, por exemplo).
Em relação à arma do Juízo Final a descrição me fez imaginá-la claramente. E deu medo. Tomara que os manifestantes, que são bandidos, não aprendam a fazê-la.
Sobre os números de policiais para cada manifestante eu lembrei de um fato que presenciei. Num show de rock, há uns 10 anos, eu vi meia-dúzia (literalmente) de PMs, sem escudos, conterem, no mínimo, uns 30 homens que queriam invadir um setor do show. É claro que o uso do cacetete (maior que o normal e de madeira) foi livre e em grau inimaginável para os dias de hoje. Daria uma reportagem de 30 minutos no Fantástico e ganharia algum prêmio de direitos humanos. A estratégia foi basicamente: o primeiro que chegar perto será brutalmente espancado e isso intimidará os demais. Foi o que aconteceu com um rapaz que deu uma voadora na formação de PMs. Só mais uns 3 tentaram agredir os PMs com voadoras, mas também apanharam feio. Nisso o clima esfriou e, tirando o primeiro elemento, que ficou estatelado no chão, todos recuaram.
Mas, hoje, o uso de violência bruta, nessa proporção, é ilegítimo, ainda mais numa manifestação em que muitas pessoas são pacíficas e não vão lá para arrumar confusão. Se essa multidão pacífica se chocar com uma imagem dessas e resolver partir para a violência contra a polícia, teremos uma batalha campal, provavelmente, com muitas mortes.
Espero que a polícia use os meios de inteligência e tecnologia e evite isso.
Rafael, a descrição que você fez no segundo e terceiro parágrafo parece ter sido extraída da descrição de um exercício, pois a turma de captura trabalha exatamente assim como descreveu, abre uma brecha pega o cidadão e imediatamente o remove para o mais longe possivel na retaguarda, sendo a brecha fechada imediatamente. nesta hora, o elemento do apoio de fogo da cobertura com a 12 ou um mtr Beretta.
Os cães de guerra são das armas mais intimidadoras, isso eu pude ver de perto, pois aquela vez das taquaras do PELOPES eles nos salvaram, mas hoje eles também tem de ser bem protegidos com armaduras e outro petrechos. Já a cavalaria atua como a milênios, ou seja, exerce a ação de dispersão de “choque”.
Ver o nome da Maria do Rosário me dá vontade de vomitar, é uma desocupada e hipócrita. Se ela preza mesmo os direitos humanos, deveria estar se preocupando com as violações na Venezuela e em Cuba, aliás, os médicos que vieram para cá tem restrições para impedir que sumam. Cadê os direitos humanos ai? cadê os presídios prometidos? O central de POA chegou a ser censurado pela OEA. Sinto um profundo asco e vergonha dela e do Tarso serem daqui do RS, Tarso que certa feita chegou convidar elementos das FARC para participar de um encontro. Preciso dizer mais?
O exemplo que você mencionou espelha um dos aspectos da violência coletiva, que tem uma mecânica toda própria. Um princípio básico é que um ato de escalada de violência da turba ( como são chamados tecnicamente os malandros baderneiros) deve ser prontamente abafado, sob pena de produzir uma reação em cadeia. No caso, as voadeiras foram prontamente rechaçadas. Quando isso não ocorrer, a violência se espalha. Por outras palavras, uma ação violenta e pontual da tropa no primeiro sinal de agressão pode evitar coisas mais sérias. A hesitação em agir á a pior atitude, pois permite um crescente e quando se age finalmente, a violência ja atingiu um ponto de generalização. Quando se tem governos bananas e politiqueiros que nem o do Tarso, isso é comum. A turba vai avolumando violência e quando chega ao limite, a ação acaba tendo de ser ostensiva e ampla. dai que vemos quebra- quebras e feridos. Não houvessem as amarras e fosse a violência prontamente afrontada, inclusive com violência maior mas debeladora, isso não ocorreria.
Uma das alternativas para esta contenção é a PPCT ( pontos de pressão e controle tático) uma técnica que foi desenvolvida nos EUA e que trata de produzir estimulação por golpes ou compressão, gerando o que se chama de descarga sensorial ectópica. Esta técnica permite imobilização sem sequelas e sem uso de violência corporal que possa gerar ferimentos. Tivemos instrução disso em 1996 com o sargento Carneiro, que, pelo que recordo era campeão gaúcho de 04 modalidades de artes marciais, fundador da ASAMCO, elemento que tinha aprendido a técnica com seu criador e que ja tinha ido a acampamentos de artes marciais militares na Coreia, em curso de combate a facas na Inglaterra e que ja havia dado instrução para dois grupos SWAT nos EUA. Ele servia no 29 BIB e nos ensinou algumas técnica de PPCT que permitiriam “arrastar” os elementos sem machucar. Isso tudo se devia ao fato de àquela época haver rumores que o MST tencionava invadir o CISM (incitado justamente por estes que hoje estão no governo).
Colombelli, muito obrigado pelos esclarecimentos adicionais.
Acabei de pesquisar sobre PPCT e achei interessante (algumas técnicas eu já conhecia do jiu-jitsu e do krav-magá, pois tinha amigos praticantes que me passaram alguns golpes, há alguns anos).
Se o MST invadisse o CISM seria o fundo do poço moral para o EB. Fiquei feliz que se preparam para evitar isso.
Sobre o governo do PT no RS, acabei de ler que há uma greve de ônibus em Porto Alegre e que o prefeito cogita chamar a FNS para liberar as garagens bloqueadas pelos grevistas, pois a Brigada Militar não estaria fazendo isso, por pressão do governador. Coitado, pensa que o GF irá mandar a FNS sem a autorização do Tarso. Até parece.
Sobre a Maria do Rosário … melhor parar por aqui.
Mas, também me chamou a atenção a multa diária ridícula de R$ 50.000,00 fixada pelo TRT4. Isso é cafezinho para um sindicato (ainda mais se pensarmos que ele pode receber doações, posteriormente, para pagá-las). Nisso vejo uma clara omissão do Judiciário e até do MPT, que deveria recorrer e pleitar uma multa na casa dos milhões.
O Judiciário, que eu conheço bem, seja qual for o ramo é uma vergonha e as prioridades dele são, salvo raras e honrosas exceções
:
1) salário no fim do mês.
2) manutenção de regalias.
3) manutenção do status.
4) Posar de poder eficiente e isento pra população.
5) Esconder a própria ineficiência
6) Todas as anteriores de novo.
Ali, desde o recrutamento tudo funciona em vista de um gabarito pra que nada mude.
O MPT o que sabe bem é avacalhar com quem está produzindo, coisa que tem sido a tônica em todo o MPF.
Concordo plenamente.