Ministro da Defesa de Israel critica Kerry e irrita os EUA
O governo de Israel se viu ontem alvo de raras reprimendas dos Estados Unidos, seu maior aliado, depois da exposição de duras críticas do ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, à mediação dos EUA nas negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e à atuação do secretário de Estado americano, John Kerry. Segundo conversas particulares divulgadas pelo jornal “Yediot Ahronot”, de Tel Aviv, Yaalon disse que Kerry age “motivado por uma obsessão fora de lugar e um fervor messiânico” – em quase um ano no cargo, o secretário esteve dez vezes em Israel. Os EUA classificaram as declarações como ofensivas.
Yaalon também comentou que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, “só está vivo e bem” graças a Israel, numa crítica que serviu de deixa para um novo ataque a Kerry e aos EUA.
– No momento em que deixarmos a Judeia e Samaria (nomes bíblicos das regiões que formam a Cisjordânia), ele (Abbas) está acabado – disse. – Na verdade, não houve negociações entre nós e os palestinos, mas entre nós e os americanos. A única coisa que pode ‘nos salvar’ é John Kerry vencer um Prêmio Nobel e nos deixar em paz.
Esforço para acalmar os ânimos
O processo de paz com os palestinos foi reaberto em julho depois de três anos de paralisia total e intensa pressão americana. Os EUA querem um acordo até abril, quando termina o prazo inicial para a conclusão de negociações, acompanhado da aceitação de seu plano de segurança para o cenário de dois Estados, Israel e Palestina, incluindo uma solução para o vale do Rio Jordão – entre um futuro Estado palestino e a Jordânia. Israel não abre mão de que um acordo de paz garanta sua presença na região.
– O plano de segurança americano não vale o papel em que está escrito – protestou o ministro.
Yaalon tentou botar panos quentes. Pediu desculpas “caso o secretário tenha ficado ofendido por palavras atribuídas” a ele e elogiou os EUA, o “maior amigo e mais forte aliado” de Israel. Segundo o ministro, as divergências entre os países são resolvidas “a portas fechadas, inclusive com o secretário Kerry, com quem tenho muitas conversas sobre o futuro de Israel”.
O esforço para apagar o incêndio também mobilizou os principais nomes do governo israelense. O premier Benjamin Netanyahu, o presidente Shimon Peres, o chanceler Avigdor Lieberman e a ministra da Justiça, Tzipi Livni – também uma das negociadoras de Israel nas conversas com a ANP – enalteceram em uníssono a relação com os EUA. Netanyahu chegou a ligar para um integrante do alto escalão do governo americano para tentar acalmar os ânimos, e o próprio Yaalon entrou em contato com o embaixador dos EUA em Israel, Dan Shapiro. Mas o estrago já estava feito.
“Os comentários do ministro da Defesa, se precisos, são ofensivos e inadequados, especialmente diante de tudo que os EUA estão fazendo para apoiar as necessidades de segurança de Israel”, disse em comunicado Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.
FONTE: O Globo via Resenha do Exército
Esqueceu-se de pensar com a boca fechada.
Kakaka..
Pensamento messiânico nunca acabem….kakakakak…
Opsss sorry,,quis dize é que nunca acaba bem e sim em guerra.
Por conta de elementos como este ministro israelense é que a guerra lá é sem fim. A guerra melhor ganha é aquela que se ganha sem lutar. A forma como se organizam os palestinos implica em um sistema que é impossível de ser aniquilado. É atomizado, fragmentário. Nunca uma força convencional irá derrotar completamente uma guerrilha. So a negociação terminará o conflito. Ao invés de aferir a vantagem de outros estarem se expondo na tentativa de uma negociação, fica pondo areia. Depois reclama quando um homem bomba mata meia dúzia. Radicais de ambos os lados solapam, mimam qualquer tentativa de… Read more »
minam digo
Caro Colombelli,
neste momento os palestinos estão dispostos a negociar, mas o governo do Tio David é uma coalizão e parte não apoia.
Kerry e Bibi Netanyahu querem que “a fila ande”, mas há problemas com uma parte do gabinete, que o momento é bom é bom ….
E quando afirmo:
“Esqueceu-se de pensar com a boca fechada.”
É no sentido da minha afirmação.