China Flag

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País solicitou registros internacionais para 560 mil inovações, cem vezes mais do que o Brasil e acima de EUA, Japão e Europa

Jamil Chade, correspondente – O Estado de S.Paulo

GENEBRA – Em uma década, a China passou de ser sinônimo de pirataria para ocupar hoje o posto do maior responsável pelo registro de patentes do mundo. Dados divulgados ontem revelam que os chineses já patenteiam mais inovações, desenhos industriais e marcas que Estados Unidos, Japão e Europa. Os registros da China são quase cem vezes o número de solicitações feitas pelo Brasil em 2012.

Os pedidos de patentes feitos por empresas, universidades e por governos medem, para especialistas, o grau de inovação de uma economia.

Os dados são da Organização Mundial de Propriedade Intelectual que indicam que, graças aos emergentes, o aumento no registro de patentes em 2012 foi o maior em 20 anos. No ano passado, 2,3 milhões de patentes foram solicitadas no mundo, um crescimento de 9,2%. “Depois da crise de 2009, os pedidos de patente aumentaram num ritmo ainda mais rápido que antes da crise”, disse Francis Gurry, diretor da entidade.

Os chineses pediram em 2012 o registro de 560 mil patentes pelo mundo. O escritório de patentes em Pequim ainda foi o que recebeu o maior número de solicitações, quase 653 mil, com um aumento de registros de 24% em 2012. Nos EUA, a expansão foi de 7,8%. Na Europa é onde estaria a maior crise. Se o registro de patentes aumenta na Alemanha e Reino Unido, ele sofreu uma contração na França e na Itália, num sinal de que a crise está levando empresas a investir menos em inovação.

Longe do cenário de apenas copiar marcas famosas e produzir bolsas Louis Vuitton praticamente idênticas às originais, chineses pediram o registro no mundo de mais de 1,5 milhão de marcas. O volume é quase três vezes maior que os EUA e cinco vezes o da Alemanha.

No que se refere ao registro de novos desenhos industriais, mais uma vez a China lidera. Em 2012 foram patenteados 650 mil desenhos industriais, contra apenas 76 mil na Alemanha e 45 mil nos EUA.

Brasil. Uma situação bem diferente vive o Brasil. Em 2012, empresas e pesquisadores do País pediram o registro de 6,6 mil patentes pelo mundo, dez vezes menos que a França, 20 vezes menos que a Alemanha e quase cem vezes menos que a China. O volume de solicitações em um ano equivale ao que chineses pedem em quatro dias.

O desempenho fraco coloca o Brasil na 28ª colocação entre as nações que mais pedem patentes de produtos. O País é superado por países como Dinamarca, Israel, Espanha e até Coreia do Norte.

Domesticamente, o Brasil acumulou 30 mil solicitações de patentes no INPI em 2012, uma alta de 5,1% em relação a 2011. Mas concedeu apenas 2,8 mil registros, o que revela a dificuldade do organismo em processar os pedidos.

Em termos de solicitações, o Brasil aparece como o 10º maior escritório de patentes do mundo. Mas, em número de registros de fato realizados, a classificação do Brasil cai para fora dos 20 primeiros.

O registro de desenhos industriais também caiu no Brasil, com redução de 4% entre 2011 e 2012. Em termos de registros de marcas, o número de iniciativas no Brasil é apenas um décimo do que ocorre na China.

No total, 8,6 milhões de patentes estão em vigor no mundo. Os EUA são os maiores detentores desses registros, com 2,2 milhões de patentes acumuladas. Em segundo lugar vem o Japão, com 1,7 milhão. A China aparece já na terceira posição, com 900 mil patentes.

FONTE: Estadão

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Reinaldo Deprera
Reinaldo Deprera
10 anos atrás

Muita patente de robô cachorro e utilidades do gênero.

Se inventarem alguma coisa parecida com a pólvora, de novo, tomara que desta vez pensem em não ficar apenas nos fogos de artifício.

Oganza
Oganza
10 anos atrás

Uai… no caso deles, é da quantidade que se tira a qualidade…

Mas lá no fundo, que inveja dos china… quem dera conseguíssemos registrar 10% desse volume… certo eles, investiram em CE nas suas universidades, e aqui foi em CH… =/

Oganza
Oganza
10 anos atrás

Fafos interessantes do texto, se assim o forem:

“Se o registro de patentes aumenta na Alemanha e Reino Unido, ele sofreu uma contração na França e na Itália, num sinal de que a crise está levando empresas a investir menos em inovação.”

– 2 países onde o Estado interfere menos na economia, mantiveram o crescimento (RU e Alemanha).

– 2 países onde o Estado é mais paternalista na economia, sofreram contração na inovação(França e Itália).

“Domesticamente, o Brasil acumulou 30 mil solicitações de patentes no INPI em 2012, uma alta de 5,1% em relação a 2011. Mas concedeu apenas 2,8 mil registros, o que revela a dificuldade do organismo em processar os pedidos.”

– só conseguiu conceder “2,8 mil registros” e “dificuldade em processar os pedidos”

– Mas NINGUÉM falou qual é essa dificuldade né? Eu respondo, falta qualificação para o INPI, seus técnicos e engenheiros de toda sorte e procedência, LITERALMENTE não entendem as FUGURAS, vc cria algo, dá uma funcionalidade e ELES não conseguém classificlas e qualificalas.

Segue uma listinha de produtos brasileiros patenteados no exterior que não conseguiram a patente aqui no Brasil.

A3 – Enegético liofilizado

Glued FireWood – bastões de lenha para calefação (a inovação aqui está no tipo da cola usada que ao ser queimada não é tóxica)

Magnetic Whirl – gerador de energia “perpétuo” por movimento circular magnético (esse ainda está em processo de patente)

Bike Muck – mini-guindaste para ser instalado em bicicletas e motocicletas (esse foi até comprado pela JBS inglesa)

PS.: 1
Conheço os criadores de TODOS esses produtos, e eles me contaram qual foi sua experiência com o INPI.

PS.: 2
dos produtos acima, todos são para exportação ou foram ser fabricados lá fora. O A3 pode ser achado nos supermercados do Norte e Nordeste, mas na versão NÃO liofilizada.

Tudo pq os caras não entendem as FUGURAS.

Sds.

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Burocracia, aparelhamento politico-partidário e foco em bobagens (tipo copa, por exemplo) fazem o Brasil ir na contramão.

Os chineses estão se planejando para serem uma potencia que pretende suceder os EUA e antes disso rivalizarão conosco por espaço politico e econômico. Repito que chineses são o inimigo do futuro. Estão se infiltrando na África e na AL. É com eles, não com os EUA, que temos de nos preocupar. É com eles que disputaremos, e, com acertos e erros, eles andam pra frente ao passo que nós estamos fazendo é um fiasco. O futuro cobrará um preço caro pela nossa inércia e leniência.

Enquanto isso, o quadrilheiro chefe e os seus asseclas estão preocupados em aparecer e em liderar “mercosul”. Risível.

Wagner
Wagner
10 anos atrás

cARO cOLLOMBELLI

A China está em níveis de competição com os Estados Unidos, e não com o Brasil.

Como a própria reportagem mostra, a coisa é entre os GRANDES, e não conosco.

O Brasil é, foi e sempre será UM APÊNDICE na política externa chinesa.

Somos meros fornecedores de matéria prima para eles. MAIS NADA.

Essa suposição que vcs militares criaram de que a China será nosso inimigo, é absurda por dois fatores simples :

1) O Chines não tem nada a disputar conosco. Não temos disputa territorial, histórica, ou marítima com eles.

2) A CHINA está se elevando lentamente ao nível de super-potência, como a reportagem acima prova. Cara, olha o tamanho da economia chinesa, e o tamanho das forças militares deles. VC REALMENTE ACHA QUE O BRASIL VAI COMPETIR COM A CHINA ???

Seremos clientes deles, e não competidores. Não seremos inimigos deles, pois seremos seus servos econômicos.

Essa ideia absurda da Caserna de que nossas forças armadas devem se preparar para enfrentar a China no futuro, com nossos Nimitz-BR, em épicas batalhas navais que farão a glória de nossa MB, é a maior piada que já vi vcs da caserna falarem.

Tudo isso para justificar o Exército ??

Voltem a bater a bolinha la no campo do quartel de tarde…

Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Wagner, ainda bem que a defesa da nação está nas mãos de “militares” e não de pessoas ingênuas como você.

A China precisa de recursos naturais, água, ferro, petróleo e terras agricultáveis. Ele pode conseguir isso na África e na AL. A China ainda está longe dos EUA, se voce recordar ela ainda e um dos BRICS. Vai demorar décadas pra se igualar a eles, ainda que em alguns pontos ja o faça.

Eles tem tudo pra disputar conosco. Ja estamos disputando influência política na África com eles se você ainda não viu. Estão, por enquanto, comprando terras por aqui a torto e direito. É evidente o interesse deles aqui, onde o Brasil e a Argentina tem as maiores extensões de terras agricultáveis aproveitáveis de mundo.

Se você conhecesse mais profundamente história saberia que isso não tardará a gerar conflitos. Os EUA sim, nada querem por aqui, porque eles tem lá. A carência que nossos recursos podem suprir é a chinesa. Eles estão desenvolvendo uma armada de águas azuis. Quanto tempo até uma base na Venezuela da vida que lhes emprestou mais 5 bilhões esta semana?

A disputa ainda não existe completamente mas existirá. Ai cai por terra teu primeiro argumento. E so pra te lembrar, por maiores que sejam as forças armadas de um país, a capacidade de desdobramento delas a longa distância é sempre menor, portanto seu segundo argumento é igualmente inválido.

Sobre bater bolinha no quartel, não fale do que tu não conhece. So posso lamentar que você não tenha tido a honra de vestir uma farda. Iria pensar bem diferente.

E absurda é a ingenuidade daqueles que acham que o mundo é um comercial de creme dental, como você esta fazendo. Junte-se ao Frei Beto.

Bosco Jr
Bosco Jr
10 anos atrás

Wagner,
Essa sua ideia que nossas forças armadas imaginam que enfrentarão a China no futuro pra mim é novidade. Nunca vi esse cenário ser descortinado por nenhuma liderança militar, pelo menos não depois que vivemos na plenitude democrática. rsrsrssss
Desculpe-me! Não consegui me conter.
O que se apregoa pela militância anti-imperialista politicamente correta revisionista de plantão, principalmente na era Lula, é bem diferente da sua tese. O que se tem como certeza é que iremos ter que nos ver num futuro não muito distante é com as ambições do Tio Sam, em franco declínio como superpotência mas ávido por nossos recursos naturais, num mundo pré-apocalíptico.
Minha opinião é que se for a China a ambicionar nossos recursos naturais e se ainda nos mantivermos pelo menos como amigáveis aos americanos decadentes, teremos uns 30 anos para nos adequarmos e dar conta de nos defendermos no plano convencional de excursões ultramarinas chinesas, nos mantendo dentro do cobertor nuclear imperialista.
Continuaremos a ser “lacaio” deles, mas a alternativa é bem pior.
Já se a previsão dos anti-americanos se confirmar e for os EUA a querer nossas riquezas naturais e na hipótese pouco provável deles não nos depenarem com a anuência de nossas lideranças políticas e quererem partir pro mano a mano, sinto ter que informar que a menos que a decadência deles se dê num processo extremamente rápido, estamos literalmente fudidos porque duvido muito que alguém virá nos ajudar. Muito pelo contrário, sem a “proteção” americana é mais fácil que se forme uma coalizão internacional maciça contra nós.
Um abraço.