Mídia estrangeira aponta atuação decisiva de general brasileiro para estabilização no Congo

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general santos Cruz

Há pouco mais de uma semana, o exército congolês anunciou uma vitória militar de enorme significado: o fim da rebelião do Movimento 23 de Março (M23), no Leste da República Democrática do Congo (RDC), depois de uma insurgência de 20 meses que custou a vida de milhares de congoleses. O feito histórico foi possível a partir da intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que instituiu uma missão de estabilização no país (Monusco) autorizada a usar a força, pela primeira vez, contra os combatentes. À frente dessa missão, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz tem sido apontado, pela mídia internacional, como fator decisivo para o sucesso da campanha.

Indicado para o posto de comando no Congo no primeiro semestre deste ano, Santos Cruz liderou uma experiência inédita entre os chamados capacetes azuis: a Brigada de Intervenção, uma unidade de soldados da ONU que tem autoridade e equipamentos para ações ofensivas que garantam a manutenção da paz em regiões de conflito. Foi assim que, ao lado do exército congolês, o comandante brasileiro conseguiu derrotar os rebeldes do grupo armado M23.

Na ocasião de sua nomeação, Santos Cruz, que também dirigiu as operações de manutenção da paz no Haiti, chamou atenção para a relevância da escolha da ONU: “Isso faz parte do prestígio do Brasil que há tempos vem se projetando no cenário internacional”. E completou: “É a combinação da diplomacia, da experiência militar e da determinação do governo”.

Pelo menos duas agências de notícia – BBC e Reuters – e o jornal português Diário de Notícias – um dos mais conceituados periódicos – deram destaque para os resultados obtidos no Congo. De acordo com a matéria da Reuters, por exemplo, há um ano era impossível imaginar que o Congo se livraria de uma guerra prolongada. Porém, na última semana, de acordo com a agência, o grupo rebelde M23 se rendeu.

A BBC também trata do tema referente aos esforços de paz naquele país. Para a agência britânica, que distribui matérias no idioma português, as análises de especialistas mostram que a missão de paz é um importante avanço na pacificação do Congo. Segundo os analistas, o M23 era um dos mais resistentes ao processo de deposição de armas.

Para o jornal português, que conseguiu uma conversa exclusiva com o general Santos Cruz, o fato de ser brasileiro foi um dos fatores para o sucesso da missão de paz. “Como o Brasil também tem um pouco de raízes africanas, é fácil perceber como aqui é um lugar maravilhoso, muito bonito. Então toda essa simpatia pelo local e pelo povo ajuda a gente a se sentir bem e a trabalhar da melhor maneira pela paz,” disse Santos Cruz ao DN.

FONTE: Ministério da Defesa

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Clésio Luiz
Clésio Luiz
11 anos atrás

Nos bastidores dizem que ele ameaçou partir para a ignorância e que enviaria políticos brasileiros para intervir no Congo. O rebeldes, ao perceber que tal praga seria jogada sobre eles, se renderam…

Marcos
Marcos
11 anos atrás

As FFAA brasileiras são muito bem vistas lá fora.
É por aqui que alguns retrógrados ainda bradam contra as FFAA, achando que estão na década de 60.

nunes neto
nunes neto
11 anos atrás

Na verdade, as FA, estão paradas entre a décade de 70 e 80, não evoluiu, em equipamentos

José N. Bittencourt
José N. Bittencourt
11 anos atrás

“É por aqui que alguns retrógrados ainda bradam contra as FFAA, achando que estão na década de 60.”

De fato, historicamente, as FFAA nacionais sempre foram mto respeitadas pela população em geral. Os exemplos são mtos – na “Revolta da Vacina”, a população abriu caminho para o Exército, depois de passar dias saindo no pau com a polícia e na parada da vitória, qdo da chegada da FEB, as tropas foram ovacionadas em todos os lugares onde desfilaram. O problema das FFAA nacionais é exatamente não fazer um bom marketing, que explique exatamente por que existem e para que servem. Essa “batalha de comunicação”, não por acaso, vem sendo perdida desde os anos 1950, quando começou o “ciclo intervencionista”, e os generais (e não a tropa) associados ao pior que havia da política de então, cismaram que sabiam o que era melhor para o país. De minha parte, diria o seguinte: ainda bem que esses tempos vão longe, e temos FFAA dignas de uma grande democracia.

“Na verdade, as FA, estão paradas entre a décade de 70 e 80, não evoluiu, em equipamentos”

O equipamento pode não ser grande coisa, mas temos material humano de primeira classe – basta ver o respeito internacional que têm nossas escolas de formação de oficiais e alguns de nossos centros de instrução, como o CIGS (Selva!) e o CIAMPA, dos navais. Como diziam os ingleses, no século XIX (sobre a marinha, mas se aplica a todas as forças): “Leva-se 3 anos para construir os navios, 30 para formar as tripulações e 300 para consolidar a tradição.”