Exército Brasileiro adota fuzil IMBEL IA2
PORTARIA Nº 211-EME, DE 23 DE OUTUBRO DE 2013.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VIII do art. 5º, do Regulamento do Estado-Maior do Exército (R-173), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 514, de 29 de junho de 2010, e em conformidade com o item 9) do art. 6º das IG 20-11, aprovadas pela Portaria Ministerial nº 270, de 13 de junho de 1994, e com o Bloco nº 71, do art. 15, das IG 20-12, aprovadas pela Portaria Ministerial nº 271, de 13 de junho de 1994, resolve:
Art. 1º Adotar, para o Exército Brasileiro, o Fuzil de Assalto calibre 5,56mm IMBEL A2, fabricado pela INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (IMBEL).
Parágrafo único. A referida adoção é decorrente da decisão tomada na Reunião Decisória Especial à Distância encerrada em 18 de outubro de 2013.
Art. 2º Determinar ao Departamento de Ciência e Tecnologia, ao Comando Logístico, ao Comando de Operações Terrestres e às Áreas de Doutrina, Instrução e Logística do Estado-Maior do Exército, que tomem as providências decorrentes da adoção do material em questão, previstas nas IG 20-12.
Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.
Publicado no Boletim do Exército Nr 44, de 1º NOV 13.
SAIBA MAIS:
O modelo de cano mais curto deve ser adotado pela artilharia. Não tem coisa mais xarope que um fuzil longo restringindo os movimentos dos serventes, arma que raramente será usada.
Aliás, a artilharia brasileira ainda continua com a anacrônica ideia que o pessoal da peça tem que estar armado o tempo todo. Ai fica o cidadão com um FAL de 1.10m pendurado a tiracolo levando granadas e propelente.
Ao todo pras três forças são necessários pelo menos 180.000 exemplares, sendo a produção anual de 30.000 unidades.
Seria recomendável recuperar e manter uma reserva de pelo menos 80.000 a 100.000 FAL nos arsenais para caso de mobilização e usar como “fuzil de ralo” o restante .
E que sejam muito bem auditadas as “aposentadorias” dos FAL para não irem para as mãos de criminosos …..
Na minha opinião a principal mudança não está na adoção de um novo fuzil, mas na mudança do calibre.
Isso implica em muita coisa. Desde a linha de produção até emprego em mata fechada (há relatos de que o 5,56mm possui eficiência menor em função dos obstáculos – leia-se vegetação).
Por outro lado em lembro de um artigo de um coronel do USMC defendendo o emprego do 7,62 no lugar do 5,56mm contra terroristas, pois o primeiro tinha realmente a capacidade de parar suicidas com poucos tiros.
De qualquer forma este é o tipo de assunto que rende.
Cada modelo de arma, com seu respectivo calibre é importante para o uso a que se destina. Tudo depende da missão a ser executada e do teatro de operações.
Uma arma mais leve e mais curta que o atual FAL trará mais conforto para o atirador bem como um calibre menor, contribuirá para uma maior redução de peso e aumento da capacidade do carregador e ainda propicia maior mobilidade da tropa, características desejadas em um cenário de “guerrilha urbana”.
O sniper por sua vez, dependendo de fatores como: Distância do alvo, velocidade do vento e outros, não pode abrir mão do 7,62 ou maior, bem como do emprego do modelo com maior comprimento do cano.
Em um ambiente de selva, o calibre maior porém com a arma mais curta, facilitará o patrulhamento, o engajamento do alvo e a transfixação dos obstáculos naturais, diminuindo as chances de desvio do projetil.
Poggio,
Até um tempo atrás eu também não acreditava muito na eficácia do calibre 5,56 mas depois eu aprendi que tudo tem a sua utilização e aqui no Brasil a maioria das unidades continuará a usar o 7,62.
Pra terminar, eu jamais me esquecerei do dia que vi munição de .50 desviando na vegetação! E vi ao vivo!
Abração
Agora vamos ver o ritmo de entregas.
Na minha opinião não chega a 10 mil por ano…
Olha só, granada de bocal!!!
Na amazônia vc não consegui uma linha de visada de 5m sem que tenha algo na frente,cipó, galho e principalmente tronco de árvore,agora como já disse aqui várias vezes, a amazônia não tem uma vegetação totalmente homogenia,por se tratar de um bioma de mais de 5 milhões de kilometros quadratos, vc tem várias “florestas” dentro dela, florestas de várzea, alagadas,florestas de terra firme ,florestas com relevo alto, relevo baixo, florestas mais fechadas, menos fechadas, florestas de transição,para campo (Marajó e Roraima ,que aliais possuem campos naturais propriamente ditos….).Ai um calibre mais potente se faz necessário,mas a modernização do FAL é necessária e agora virá,se se faz a anos no exterior,o transformando em uma arma mais leve e moderna!Em relação ao 5,56 muito bom, ótima notícia!
bem … entre tantas opções melhores e muito mais baratas, se adotou um fuzil convencional, que não agrega nada de novo.
Foram 50 anos de espera – e acaba-se nisto.
Este fuzil vai acabar como tantos outros – caro, restrito ao uso do pais de manufatura,
Se for comparar com o fuzil ARX160 – a impressão que da é de ser um fuzil de geração anterior.
Se comparar com um HK416 da a impressão de ser um fuzil tosco.
Em termos de preço de venda, deve ser mais caro que um M-4 ser ter nenhuma vantagem.
O problema do 5,56 pelo que já li e vi de discussões nos EUA e no âmbito da OTAN, é que esse calibre tem baixa capacidade de parada. Por isso chegaram a estuda adotar o 6.8.
O programa do Discovery Armas do Futuro chegou a destacar isso:
http://www.youtube.com/watch?v=1uFXwJmuJdc
o 5.56 esta por ai desde 1960 – as vantagens de tamanho do fuzil, peso e estabilidade são tamanhas, que o efeito menor do 5.56 deixa de ser um fator.
Somente no Brasil, por causa do FAL, esta discussão continua.
Voce pode ver o exemplo de Israel, quando veio a hora de substituir o FAL, eles adotaram o Galil, calibre 5.56, que por sua vez foi substituido pelo M4 tambem 5.56 e o M4, por sua vez, pelo Tavor 5.56.
O Brasil ficaria bem melhor com o Tavor – que esta sendo adotado pela India, Vietnam e Tailandia e um sem numero de forcas especiais.
e nois vai de Imbel.
ci_pin_ha, da uma olhada :” munição 5,56X 45 mm MK262 fabricado pela Black Hills é a mais eficaz munição deste pequeno calibre atualmente. A experiência de combate nas frentes de batalha do Iraque e Afeganistão provaram que pode-se ter 100% de poder de parada com o 5,56 mm .”http://landcombatcb.blogspot.com.br/2010/01/municoes-em-guerra-uma-abordagem-da.html
Com relação a cadência de produção do novo fuzil deve ser baixo , possivelmente menos de 10 mil por ano, chuto que algo em torno de 5 mil, e é o ideal, tanto para manter a linha de produção durante alguns anos, como para poder corrigir erros de projeto, introduzir melhorias, atender outros clientes, entre eles Policias, e outros países (já tem país de olhos, se não me engano um seria a Arabia Saudita, e um país sulamericano), quem lê sobre o assunto sabe que o AR-15, M4 etc.. enfrentaram muitos problemas no inicio de suas produções ,sendo os mesmos corrigidos ao longo dos anos.Abçs
o Reino Unido, depois de 25 anos de introduzir o seu fuzil SA80, já consegui duas vendas : Jamaica e Bolivia, não vejo nenhuma razão para o Brasil, no mesmo período de tempo, conseguir o mesmo exito nas suas vendas.
E com a reputação que a IMBEL tem, com certeza a Arabia Saudita deve estar ansiosa em adquirir um fuzil que acabou de entrar em serviço,
Brasileiro tem o péssimo hábito de só reclamar da coisas.
Se o Exército tivesse adotado o Tavor, teria gente aqui reclamando que ao invés de ter adotado o fuzil da Imbel, estava enchendo os israelenses de dinheiro… É por esse tipo de coisa que somos esse povo miserável.
se tratava de uma licença de produção do Tavor – seria um salto em termos de conceito e emprego, o … uma-a-dois (ou humadois) e’ um fuzil convencional que, se adotado em 1990, estaria hoje pronto para ser substituído por algo mais moderno.
trocamos um fuzil completamente obsoleto por um fuzil de conceito ultrapassado.
Vamos ao fato, o Exército adotou o 5,56mm, e uma arma produzida no país, que bom, já foi um grande paso, o fuzil com certeza terá outras versões!Abçs
Se fosse um desenvolvimento de um fuzil similar a um dos mais modernos fuzis em uso hoje como o Tavor, ACR, SCAR, G36 e FAMAS eu diria que é um grande passo. Sendo um desenvolvimento do FAL, não vejo da mesma forma.
Não tem nada relacionado com ser feito pela Imbel, ser nacional, ser derivado de um projeto antigo, de adotar outro calibre ou qualquer outra coisa. As nações que criaram esses fuzis (Israel, EUA, Alemanha e França) o fizeram por boas razões e após estudos. Foram projetados como são para permitir a criação de famílias de armas. Possuem intercambialidade de peças de forma a serem adaptados a diferentes missões, são pensados para terem durabilidade, confiabilidade e eficácia muito maiores que seus antecessores. Alguns até resolvem de certa forma a problemática de calibres ao poderem trocar de calibre com a troca de poucas peças. O IA2 faz isso?
Não tenho dúvidas que a fabricação nacional é imperativa nesse tipo de equipamento mas se era pra fabricar aqui, pela Imbel, porque não fizeram como fizeram com o FAL e M973 pela Imbel e MT-12A e PT-92 pela Taurus, só para citar algumas? Testa vários concorrentes, escolhe um e compra os direitos para fabricar aqui.
Não me entendam mal, acho que foi um progresso mas, como disse o Thomas, trocaremos um fuzil obsoleto por um de conceito ultrapassado. Mais uma vez não daremos a nossos combatentes condições de serem efetivos.
Isso porque nem entramos na questão da fabricação dos acessórios. Posso estar enganado mas até agora não fabricamos de tudo que pode ir pendurado nesses trilhos.
Nunes, a cadência de produção não poderá ficar em 5000 ou 10000 unidades ano.Sendo 180.000 armas a substituir, com uma cadência de 5000, quando terminasse a substituição as primeiras armas entregues je estariam com 36 anos.
A capacidade da fábrica é de 30.000 anuais. Talvez na pratica venha a ficar entre 20.000 e 30000. Apesar de ser interessante que a produção permita uma linha continua e que inovações sejam agregadas, a rigor uma arma quando entra em linha de produção deveria estar pronta, e no caso do FAL a substituição é urgente. Logo, quanto mais rápido se processar melhor, pois os atuais estão com problemas de ejeção, cavilhas e cilindros frouxos e por ai vai.
Quanto a questão do 5,56 em selva, desconheço qualquer estudo sério que diga que há desvio significativo na munição em ambiente de selva. Esta estória parece mais uma justificativa para manutenção do FAL como arma diante das cobranças de troca, do que qualquer outra coisa. Quando fiz a ESA, meus instrutores, que sabiam de armas menos do que eu, um garoto de 19 anos sem internet, queriam nos fazer crer que o FAL era o melhor fuzil do mundo, e desde esta época tinha esta afirmação do desvio do projétil 5,56 em selva.
So para comparação, as FE usam o 5,56. como padrão
Em selva raramente se tem uma linha de visada limpa. Quando se tem, galhos não fazem a diferença. Quando não se tem, e é a maioria das vezes, não se atira em um ponto, mas em uma área, e neste caso a precisão não é tão importante. Ainda que ocorra com mais frequencia desvio pelo menor peso da munição ( pois todo projetil de qualquer calibre pode ser desviado pelo mais tênue objeto), isso não chega a ser um problema grave e não contrabalança o triplo de munição que se pode levar em calibre 5,56.
De fato, em selva, onde a logistica é dificultada, parece ser interessante se ter o máximo de munição possível. 100 tiros 7,62, dotação diária, representam 05 carregadores com 750g cada um, ou seja, 3.750g. Com o mesmo volume e peso se pode levar mais de 350 tiros 5.56.
Se há um lugar onde o 7,62 tem motivo para ser mantido é na região que é o oposto da selva, ou seja, o pampa do sul, pois ali há campos de tiro longos, onde o calibre maior faz diferença. Não por outro motivo, nos amplos campos de tiro do Afeganistão, ingleses usam o 7,62mm e os EUA ressuscitaram velhos M-14.
Além disso, há tropas em a maioria motorizadas, mecanizadas e blindadas, que podem ter acesso a munição mais fácil, inclusive nos veiculos orgânicos, compensando a menor quantidade transportada pessoalmente.
O FAL tem precisão, nestes TO, de na faixa de 700 metros, distância em que ja efetuei disparos. Já o 5,56, perde sensivelmente a precisão acima dos 400 metros.
Por fim, refirmo que a artilharia tem de usar uma arma mais curta. Os serventes não podem operar eficientemente com trambolhos a tiracolo.
A adoção do cal. 5,56mm pelo EB é um avanço. E apenas isso.
O IA2 5,56mm é um fuzil de geração anterior. Não obsoleto, talvez, mas já entra em produção defasado.
Um tremendo de um estímulo pro infante brasileiro saber que o fuzil com que ele irá combater os próximos 30 ambos já era velho quando chegou…
O IA2 7,62 é simplesmente um FAL repaginado. Aliás, a IMBEL erra em dar o mesmo nome a dois fuzis completamente diferente. Pelo menos deveria ter a decência de chamar um de um nome, o outro de outro.
Fuzil moderno é isso aqui:
http://www.forte.jor.br/2013/07/29/marinha-do-chile-encomenda-fuzis-scar/
O resto é invencionice nacionalista-estatista.
Sem dúvida seria muito melhor produzir o Tavor sob licença.
Mas se fosse assim o EB iria fazer o que com aquela cambada toda que está em Itajubá? E os carguinhos? E os faz-me-rir? Quem iria pagar os generais? Os israelenses?
Saudações a todos.
review do ARX160A1 (o A3 é ainda melhor)
http://youtu.be/DEEvh3wYFps
queria ver alguém fazer um review do IA2 para comparar.
Colombelli, só lembrar que dificilmente serão substituídos todos os 180,000 fuzis, nem todas as unidades vão adotar o 5,56mm, logo essa sua cadencia de substituição, em 4/5 anos todas as unidades que adotariam o 5,56mm já o terão feito, chuto que nem a metade dos existentes serão substituídos pelos 5,56mm, a maior parte dos 7,62mm , serão modernizados!Não ache que vão trocar 180,000 fuzis FAL pelo novo A2 5,56mm que isso não vai acontecer, então essa produção de 30mil por ano está furado, claro estamos falando só do EB!Em relação a selva ,concordo, nem tem como fazer combate a longa distância quando digo que não se tem sete metros de linha de visada limpa, nem falo em galho é árvore mesmo, fora a minha infância, já trabalho a 15 anos direto na floresta amazônica, mas não é em beira de estrada é entrando mesmo, horas de caminhada mata a dentro, se uma amigo andar 10 metros a frente você não visualiza mais ele.Abçs
Nunes a questão nem é substituir o calibre, é a troca da arma mesmo, ainda que seja pelo 7,62.
Não ha como só modernizar o FAL. A estrutura depois de 40 anos não suporta mais. Há ferrugens, desgastes, peças frouxas ( principalmente as cavilhas e seu eixo, o que tira totalmente a precisão da arma) que não tem correção, fora o cano corroido. É raro achar no corpo de tropa um fuzil que ejete, salvo os das equipes de tiro, como o meu saudoso 261100. O FAL hoje, depois de 40 anos de ralo, é quase um fuzil de ação bolt. Assim terá de haver, num horizonte máximo de 10 anos, a troca de todos os fuzis, seja pelo 5,56mm, seja pelo 7,62mm. Eu acho que haverá um mix dependendo do tipo de unidade. Algumas manterão o 7,62 outras trocarão. Mas o FAL terá de ser substituido.
Os 180.000 que menciono são 150.000 pro EB, 15.000 pra marinha e 15.000 pra FAB, números estes que foram levados em conta quando do desenvolvimento do projeto. Tomara que não falte recursos.
Quanto à selva concordamos. Lá sim é que deve ser adotado o 5,56mm permitindo dotações individuais de 350 a 400 tiros sendo levadas sem maior desgaste. Os únicos campos de tiro mais longos são os rios. A curta distância o .223 cumpre bem a missão. Combates a poucos metros ele ainda mantem ótima energia cinética e excelente stoping power.
So uma curiosidade. Os B Log realizam uma aferição no cano do FAL quando atingido certo número de disparos. No início, próximo à câmara ele deve ter 7,62mm. No meio 7,60mm e no fim 7,58mm. Se houver amplitude maior dos cheios, o projetil sofre perda sensível de precisão a distâncias acima de 300 m
Com os parcos recursos que temos e com a o tempo de serviço que se espera dos equipamentos no Brasil, o fuzil que deveria ser produzido sob licença aqui deveria ser o SCAR. Uma arma da qual, mediante troca de peças, se obtém diversas variantes além da possibilidade utilíssima de troca de calibres não apenas entre o 5,56mm e o 7,62mm mas tambem com os possibilidade de usar a munição que pode vir a ser o futuro padrão ao ser um intermediário entre os dois que é o 6,8mm
Sem esquecer os diversos acessórios possíveis que aumentam ainda mais suas capacidades, sua durabilidade, confiabilidade e o DNA que é da nossa tão conhecida FN, projetista do nosso vetusto FAL.
Se o problema é a Imbel, qual seria o problema de produzí-lo lá sob licença? Já fizeram isso tantas vezes!
A muito o problema de parada do 5,56 já foi resolvido e bem aceito pelas tropas da OTAN.
Depois do Iraque e Afeganistão, detectou-se que o problema era o peso do prejétil, onde o mais usado (principalmente por civis) era o M193 com 55 grains com baixa transferência de energia e alta transfecção, alem de ser muito “frágil”, se despedaça.
O mais popular entre entre os militares é o SS109 (aqui no Brasil) e M855 (EUA) ambos com 62 grains, mais efetivo mas não é 100%. Soma-se ai o crescimento do uso de carabinas com canos mais curto, em média 14 polegadas, o que não permite o aproveitamento de “toda” a queima ou energia do propelente.
Mas esses operadores necessitavam de um poder de parada não maior que 300 metros (85% dos engajamentos). A solução veio do projétil da Black Hills, o MK262, com 77 grains e com um propelente de queima mais rápida, conferindo 98% de poder de parada a 300 metros e por ser mais pesado, adiquiriu características balísticas bem interessantes, permitindo um alcance efetivo de 600 metros, mas com um poder de parada de 55%, isso não derruba um soldado de 90 kg equipado, mas tira sangue, dói, e o deixa fora de combate por algumas horas se não atingir em algum ponto fatal.
Se continuarmos com o SS109 ou adotarmos
o M193 continuaremos com um problema se o caldo engrossar e a CBC não fabrica o MK262 nem algo similar.
Agora, sobre o IA2, pra mim é um remendo mal costurado para os próximos 50 anos.
Colombelli, do jeito que vc escreve dá para entender que todos os fuzis FAL tem 40 anos, que não foram todos fabricados de uma vez!
Colombelli,
Aproveitando que vc já passou pelas fileiras do EB, vc poderia me tirar uma dúvida que me deixa intrigado?
Vez por outra vejo em fotos e videos de divulgação do EB o atirador apoiando a mão no carregador ou utilizando o mesmo como handgrip. Salvo engano essa prática é condenada pelos intrutores de tiro civis (e provavelmente em FFAA de outros países). Por exemplo, o Fuzil da Taurus (ART556) tem uma proteção para esse fim (apoiar a mão no carregador), o IA2, não.
Tem uma explicação lógica para isso? Isso é ensinado nas instruções de tiro do EB?
Nunes, o designativo do FAL no EB é M964, ano em que começo a ser adotado. Não foram produzidos todos de uma vez.
A cadência com que foram substituindo o fuzil de ação de ferrolho, o velho mauser, somente uma consulta a documentos do EB poderia esclarecer, mas é certo que a produção não se deu toda de uma vez e seguiu por anos.
Os fuzis de fabricação mais recente são identificáveis pela posição do zarelho anterior (anel de passagem da bandoleira) que fica mais adiante no cano. Mas podemos dizer que a média de idade e de em torno de 40 anos. De qualquer sorte, isso não importa muito. O que importa é que após uns poucos anos no corpo de tropa deixa a arma toda escangalhada. Depois de duas décadas, a degeneração é tão grande que não vale a pena usar a estrutura para base.
Leejunuior
Fui sargento de tiro na terceira companhia do 29 BIB, e recordo nitidamente do manual de instrução básica de tiro. Lá, é ensinado que a mão que fica apoiado nas placas do guarda-mão deveria apenas fazer um apoio em forma de concha ou V, limitando-se a dar sustentação no sentido vertical.
Como membro da equipe de tiro do 29 BIB entre 1995 e 1997, quando sai do EB, e da 6a Brigada no ano de 1996, constatei, depois de alguns milhares de disparos, que isso é um tremendo erro. Eu, nas posições de tiro deitado e sentado (usadas na competição em 200 e 300 metros), passei a usar não o carregador, mas o chanfro anterior existente na entrada do carregador como apoio, e não era a mão toda, que usava, mas apenas o dedo indicador da mão esquerda. Para se localizar, isso fica na caixa da culatra bem onde começam as placas do guarda-mão. Quem via de fora, tinha a impressão que era o carregador que era usado como apoio, mas na verdade não era, era uma porção da caixa da culatra na abertura de alojamento do carregador, ou seja onde há no fuzil da taurus um prolongamento.
Esta forma permite um controle muito melhor do apoio inclusive em sentido horizontal, e permite que seja feita pressão com o dedo empurrando a arma para trás contra o ombro, a semelhança que se faz com a arma curta na posição weaver.
Para o tiro de pé parado, ai sim, o carregador é um apoio bem melhor que o chanfro ou a placa do guarda-mão, ficando o cotovelo apoiado no osso ilíaco ( bacia). Mas no tiro de assalto, ou seja, no tiro de combate em pé, em movimento ou instintivo, volta a ser o chanfro ou o prolongamento o melhor apoio e não o carregador ( erro comum dos recrutas durante o assalto).
O uso do carregador e não do apoio prolongado ou do chanfro no tiro de pé durante o assalto, ou nas posições deitado, sentado e de joelho é de fato errado, pois o carregador não é totalmente firme, salvo exceção. Ainda mais em fuzis velhos.
No IA2, na foto acima, os modelos em calibre 556 apresentam o chanfro ou prolongamento do alojamento do carregador que permite o apoio mais eficiente, ao passo que nos modelos em calibre 7.62, este prologamento é pequeno demais ( menor que o o FAL) e o carregador acabará sendo usado. Isso é uma falha do modelo 7,62 do IA2.
Colombelli,
Muito obrigado pela resposta completa. Minha dúvida surgiu porque lendo uma revista sobre armas nacional, o autor teceu “n” críticas a prática de apoiar a mão no carregador ou até no chanfro, dizendo que o local “certo” era no guarda-mão, ou no suporte vertical instalado no guarda-mão (foregrip). Disse, também, que a prática de apoiar a mão no carregador produz esforço desnecessário no conjunto, o que diminui a confiabilidade do armamento.
Leejunior, o cidadão que escreveu isso na revista que me desculpe, mas o apoio no chanfro não força nada na arma Apoiar no carregador e puxar ai sim. Mas mesmo assim, não retira em nada a confiabilidade do armamento. O que retira confiabilidade é cilindro de gases solto, ferrolhos desgastados e “acavalados” nos seus trilhos e por ai ai.
O local certo é o que dá maior controle e firmeza e este lugar não é a placa do guarda-mão.
Pode observar que até tropas muito acostumadas a manejo de arma, e com padrão de excelência, como o BOP, apoiam a arma no chanfro de entrada do carregador, que é parte da caixa da culatra, e puxam a arma contra o ombro. Isso melhora inclusive o tempo de retomada da linha de mira/visada, pois controla melhor o solavanco da arma que no caso do 7,62 não é algo desprezível. .
Quem conhece de verdade e já usou muito sabe bem da melhoria de controle que resulta. Claro que se ali tiver um apoio próprio como tem no fuzil produzido pela taurus melhor ainda. Basta fazer o teste nas duas posições.
Colombelli, muito obrigado mais uma vez pelas explicações técnicas. Concordo com você, que só quem utiliza o armamento em situações táticas sabe a melhor forma de manejá-lo.
Forte abraços,
Interessante tudo o que lia acima.
A explicação do Colombeli (como sempre é excelente), faz muito sentido.
Com a minha idade, eu tive oportunidade de acompanhar a introdução da sub metralhadora Thompson no exército britânico e dos EUA.
Se não me engano no exército britânico foi a Thompson normal com “pistol grip” na frente (pelo menos no inicio dos fornecimentos), já para o exercito dos EUA foi introduzido o apoio dianteiro guarda mão horizontal.
Por tudo que escreveu o Colombeli (com o qual eu concordo), isto foi uma grande cagada?
O interessante é que (comprovando o que o Collombeli escreveu) houve uma ressureição do “pistol grip” dianteiro nos últimos anos,
Comentários, por favor.
Bacchi
Só um lembrete:
A Thompson foi adotada pelo exercito dos EUA como modelo M1928, com “pistol grip”.
Foi seguida pelos modelos M1928A1, M1 e M1A1 com apoio dianteiro horizontal.
O M3 que sucedeu a Thompson, tinha envoltorio parcial do carregador, para permitir ser segura pela mão esquerda.
Bacchi
Bacchi, li numa publicação antiga que as mudanças da Thompson dos primeiros modelos para os usados na 2ª GM foram em decorrência de sua qualidade. Essa qualidade era muitíssimo apreciada mas fazia com que a arma fosse muito cara de produzir. O segundo modelo de Thompson então teria sido desenvolvido com a finalidade de permitir uma manufatura mais fácil e barata devido aos já extenuantes esforços de guerra.
Quanto ao punho frontal ou foregrip. Tem sido adotado com uma tendência em diversos países do mundo. A maioria dos fuzis mais modernos e versões de outros mais antigos como Sopmod M4 ou vem com foregrip ou possuem trilhos que permitem sua instalação. O IA2 não fugiu disso. São armas utilizadas por tropas extremamente profissionais e testados em condições reais em várias ocasiões. Alguns modelos mais recentes possuem inclusive uso dual como os que tem lasers ou lanternas integrados em sua estrutura. Outros já tem desenhos diferentes como os angled foregrips cuja principal vantagem alegada é ajudar no controle do recuo e na recuperação rápida da visada.
Concordo que toda unanimidade é burra mas quando gente que sabe o que faz usa alguma coisa convém analisar com calma.
Mayuan, muito obrigado por sua mensagem.
Devo informar que tudo que você escreveu eu já sabia, e não corresponde ao que eu perguntei.
Bacchi
Bacchi,
De nada. Não escrevi pra te ensinar nada porque você é deve ser razoavelmente mais velho que eu. Foi mesmo pra fundamentar a resposta do que achei que era a pergunta e porque você solicitou comentários. Eu deveria ter sido mais conciso.
Se sua pergunta foi: “Por tudo que escreveu o Colombelli (com o qual eu concordo), isto foi uma grande cagada?”
Deveria ter me limitado a dizer: Não, não acho.
Se não foi essa a pergunta, eu deveria ter me limitado a não dizer nada.
Abraços.
Mayuan, é exatamente esta a razão de minha mensagem.
Não se trata de dizer se é a favor ou contra. Isto não é um plebiscito!
Trata-se de tentar se entender por que diante de algo que hoje (aparentemente) se verifica ser correto, foi tomada uma decisão em contrario.
A Thompson era com “pistol grip”, passou para apoio horizontal.
Hoje, normalmente é usado apoio horizontal, esta se passando para “pistol grip”.
Bacchi
Bacchi,
Nunca achei que fosse, minhas opiniões sobre certo ou errado foram sobre o IA2 e seus rivais internacionais.
Como já disse antes, a mudança da Thompson foi em razão do custo, não da ergonomia. Foi correto?
Sim se considerar que custo era uma questão primordial na época do esforço de guerra. Era o que mais importava.
Não se considerar que o soldado deve ter o melhor equipamento possível para trazê-lo de volta pra casa. O que mais importa hoje.
Desisto. Vou baixar noutro terreiro! Bacchi
Que pena, estava tão divertido…
Srs, de acordo com a Tecnologia & Defesa a previsão é de 500.000 unidades, já se prevendo o crescimento das forças armadas.
http://www.tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=1416
Só achei estranho que os 7,62 mm serão, na verdade, um upgrade dos FAL´s atuais, através de kit.
” Isso significa que lotes e lotes de fuzis 7,62 mm massivamente empregados pelo Exército Brasileiro, Força Aérea Marinha e Fuzileiros Navais (em menor número) serão recolhidos, e os em melhores condições submetidos a um processo de upgrade, transformando-os em novos Imbel IA2 7,62 mm com a substituição de diversos componentes antigos por outros novos, na forma de um kit industrial capaz de ser entregue pela Imbel aos Batalhões Logísticos de Material Bélico, local onde os fuzis serão “modernizados”. “
Essa matéria da T&D preocupa na medida em que afirma que vão fazer a mesma lambança que já fazem qual seja fornecer lotes de FAL para as PMs quando qualquer um sabe do potencial do emprego urbano do 7,62mm causar problemas.
Vai continuar a festa da bala perdida….
Duvido que chegue a 500.000. São no máximo 180.000 unidades.
A conversão do FAL por Kits não será realizável, pois estão escangalhados. Muito poucos escapam.
Distribuir fuzil pra polícia é erro. Polícia não está em guerra e ambiente urbano em tempo de paz não é palco pra uso destas armas. O resultado vemos no Rio.