Exército: Brasil vai demorar a reduzir dependência tecnológica

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Ana Paula Lobo

ClippingNEWSA indústria nacional de equipamentos como roteadores, switches e de núcleo de rede – para falar apenas em infraestrutura de comunicação – não está preparada para atender a demanda do governo e do próprio mercado, disse o general José Carlos Santos, chefe do Centro de Defesa Cibernética. Ele defendeu a criação de uma Agência Nacional da Segurança Cibernética. “As agências reguladoras atuais não estão preparadas para enfrentar esse desafio”, decretou.
Ao falar sobre a dependência tecnológica – colocada como um fator crítico à infraestrutura nacional de TIC – o general Santos reiterou que não há como, nesse momento, evitar o uso de equipamentos de fornecedores estrangeiros. Ele lembra que a Marinha do Brasil está com uma licitação em curso para a contratação de 25 mil roteadores. “Há a busca de equipamentos nacionais, mas há problemas a serem superados”, disse.

O chefe do Centro de Defesa Cibernética do Brasil salientou que o país está ‘atrasado’ em relação às potências no combate ao cibercrime. “O escritor Richard Clake, conhecido pelo livro Guerra Cibernética, deixou claro que os roteadores da Cisco e da Huawei são absolutamente iguais. E o são porque o presidente Clinton abriu os dados para os chineses”, advertiu.

Para o estabelecimento de regras mais claras para o combate à guerra cibernética – iniciada com o studnex, malware criado em 2010 para ataques à instalações de sistemas nucleares e governamentais – o General Santos defende a criação de uma Agência Nacional de Segurança Cibernética. “Precisamos ter um padrão. Discutir ação padronizada de defesa cibernética. Hoje nenhuma agência reguladora está preparada para conduzir uma politica nacional”, frisou o chefe do Centro de Defesa Cibernética.

Com relação às ações de espionagem dos Estados Unidos, o General Santos – numa visão militar – diz que a atuação da agência de segurança norte-americana, a NSA, foi, dentro da lei americana, correta. “Eles defendem os EUA e usam as ferramentas que têm à mão. Cabe a nós contestar o uso delas para pegar dados nosso”, disse.
E perguntado sobre o efeito global da espionagem, disse que as informações liberadas pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, foram uma ‘bomba cibernética’, com impacto semelhante ao da bomba nuclear de Hiroshima, detonada pelos EUA, durante a Segunda Guerra Mundial. “O mundo mudou com a bomba atômica. Também será diferente pós-Snowden”, decretou. O general José Carlos Santos participou nesta terça-feira, 29/10, do evento Cyber Security, organizado pela Network Eventos, no Rio de Janeiro.

FONTE: UOL/ Convergência Digital – 29/10/2013

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Antonio M
Antonio M
11 anos atrás

Pelo menos um, ou mais um, militar dizendo o que deve ser dito, ou seja, temos de fazer a lição de casa e ponto final. E finalmente falar quanto ao papel das agências reguladoras, totalmente negligenciado nos últimos 2 governos, servido de cabide de empregos para os companheiros.

Se o impacto das informações vazadas tem essa dimensão particularmente acho que ainda não, um episódio que teria sido muito mais impactante foi a queda do U2 em território soviético em plena guerra fria, e as falhas que indicavam lançametos de mísseis nucleares contra os adversários que poderiam ter desencadeado uma terceira grande guerra. O que temos hoje é que líderes, países foram espionados mas o quê de fato foi espionado ainda é alvo de muita especulação e pouca coisa concreta.

Eu quero ver o desenrolar dessa estória se os EUA propositadamente “vazarem” informações que comprometam principalmente os “líderes emergentes bolivarianos” isso sim, o grande problema com que estão preocupados, e não com a segurança dos cidadãos de seus países ….

joao.filho
joao.filho
11 anos atrás

“Exército: Brasil vai demorar a reduzir dependência tecnológica” Rsrsrs!!! Isso ja e um fato no Brasil ha muitisiimo tempo. Ja nao e manchete.