RS-24_Yars_mobile_intercontinental_ballistic_missile_system_Russia_Russian_army_003

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Durante um encontro com o presidente russo Vladímir Pútin, o diretor-geral de Operações do Estado-Maior, general Vladímir Zalútski, disse que o novo míssil RS-26 Rubej irá ampliar significativamente as potencialidades das forças nucleares da Rússia para romper os sistemas de defesa antimíssil.

Embora as especificações técnicas sobre o novo míssil não tenham sido reveladas, o fato de ele carregar ogivas nucleares hipersônicos manobráveis de reentrada já uma grande inovação perante os armamentos disponíveis atualmente.

“Os mísseis balísticos tem uma certa trajetória de voo e uma determinada  disponibilidade de energia. Esses parâmetros são difíceis de superar durante o desenvolvimento de novos modelos de mísseis. Portanto, só as ogivas podem ser submetidas à modernização”, explica o ex-diretor do 4º Instituto Central de Pesquisa do Ministério da Defesa, Vladímir Dvorkin.

Parceria indiana

Na recente edição do Salão Internacional Maks-2013,  um representante da empresa russo-indiana BraMos, fabricante do míssil supersônico antinavio BraMos disse que, em um futuro próximo, a Índia terá uma versão hipersônica desse míssil. O único problema é a falta de materiais capazes de proteger o veículo do sobreaquecimento. No entanto, a julgar pelas atividades desenvolvidas pelo lado russo, Moscou já teria resolvido esse problema esse problema.

O ex-presidente da Agência Espacial Russas (Roscosmos), Vladímir Popóvkin, afirmou recentemente que a Rússia está concluindo os testes do míssil Zircon criado a partir do míssil de cruzeiro supersônico Oniks, par russo do míssil indiano BraMos, que está em serviço dos submarinos nucleares da classe Iássen do projeto 855 e será instalado em aviões de caça Su-30MK e bombardeiros táticos Su-34.

Desenvolvimento de ogivas manobráveis

Em 1997, o então chefe do Estado-Maior, Iúri Baluévski, anunciou que a Rússia havia criado um veículo aéreo hipersônico capaz de manobrar e ser redirecionado em qualquer momento do voo, ao contrário das ogivas nucleares comuns que se movimentam em uma trajetória parabólica clássica.

Enquanto a ogiva nuclear comum reentra na atmosfera terrestre a uma velocidade de 5.000 metros por segundo, o veículo hipersônico atinge uma velocidade duas vezes maior, o que dificulta sua detecção por radares do sistema de defesa antimísseis.

No início daquele ano, o centro de pesquisa e desenvolvimento Raduga apresentou um veículo hipersônico experimental, o X -90, durante o Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Moscou (Maks), em Jukóvski.

Designado no Ocidente como AS-19 Koala e destinado a substituir o míssil de cruzeiro estratégico que estava em serviço dos bombardeiros estratégicos russos Tu-160, o X -90 tinha alcance de 3.000 km. Além disso, o míssil transportava duas ogivas de orientação individual, capazes de atingir alvos a uma distância de 100 km do ponto de separação.

Havia expectativa de que o míssil X-90 fosse instalado na versão modernizada do bombardeiro estratégico Tu-160M. No entanto, os trabalhos com o novo míssil acabaram sendo suspensos, pois havia outros projetos mais ousados.

Depois que os EUA intensificaram os trabalhos em seus veículos hipersônicos, Moscou começou a revelar seus trunfos na área, dos quais o veículo nuclear hipersônico manobrável de reentrada do míssil balístico RS-26 Rubej é o principal.

FONTE: Gazeta Russa (adaptação do Forças Terrestres)

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Mayuan
Mayuan
11 anos atrás

A India com BraMos e nós felizes por termos Brahma pra comemorar que alguém conseguiu copiar os motores do Exocet. O mesmo Exocet que a Argentina usou contra a Inglaterra numa guerra do século passado, quando eu era apenas uma criança bem pequena….

Pra onde vamos assim?

juarezmartinez
juarezmartinez
11 anos atrás

Para a tonga da milonga do cabuletê, mas segundo as análises do Brasilian Defecation, “nunca antes neste paif”…..se fez tanto por defesa…..

Grande abraço

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Os russos há pelo menos 10 anos anunciam estas tais ogivas manobráveis e pra mim já dava como certo estarem instaladas no Topol/Bulava.
Pelo visto quando ficarem prontas e operacionais os americanos já estarão interceptando mísseis na fase de impulsão e aí tanto faz se o veículo de reentrada é manobrável ou não.
A preocupação russa pra mim é infundada tendo em vista que o tal escudo de defesa europeu é claramente voltado para o Irã, e sistemas capazes de defender os EUA de um ataque também são ineficazes contra mísseis lançados da Rússia passando por sobre o Polo Norte.
E mesmo que uns poucos GBI (Interceptores baseados em terra) possam ser usados contra mísseis russos, não dariam conta de um ataque de saturação, sem falar que eles atuam fora da atmosfera, na fase intermediária da trajetória balística, onde as ogivas ainda ou não foram lançadas pelo “ônibus” ou ainda seguem uma trajetória balística por não terem adentrado na atmosfera.
O THAAD é o único sistema que teria capacidade (bem limitada, deve-se salientar) de interceptar ogivas de ICBM na fase terminal, dentro da atmosfera, onde sinceramente não creio que a manobrabilidade de uma ogiva manobrável faça diferença.
Sem falar que o THAAD pode ser igualmente usado no final da fase intermediária, antes que o míssil inicia a reentrada, portanto, antes que a ogiva dita manobrável possa implementar qualquer tipo de manobra.
Ser manobrável pode até ajudar uma ogiva a ser mais precisa (haja vista o Pershing II e o DF-21D), mas tenho dúvidas se ajuda a impedir ou dificultar de ser interceptada, tendo em vista que esta tal manobrabilidade é bem reduzida devido a grande velocidade da reentrada, e o míssil interceptor (que é também manobrável) tem sua trajetória atualizada via datalink, apoiada por poderoso radar de rastreio.
Vale salientar que o THAAD não foi inicialmente sequer planejado para ser usado contra mísseis intercontinentais e sim contra mísseis de alcance médio (até 3500 km de alcance). Tudo indica que com alguns aperfeiçoamentos ele pode ser usado contra mísseis intermediários e intercontinentais, mas apenas como sendo a última carta na manga.
Preferencialmente, mísseis balísticos de curto alcance pra cima devem ser interceptados na fase intermediária, fora da atmosfera.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Na fase inicial um ICBM pode aumentar sua velocidade de ascensão de modo a reduzir o tempo em que fica com o motor foguete ligado, reduzindo igualmente o tempo de reação de um possível interceptador.
Na fase intermediária é possível o lançamento de iscas, chaffs, etc. Além disso o “ônibus” tem certa capacidade de manobra que em teoria permite que desvie de interceptadores não guiados (??).
Na fase terminal a ogiva pode ser manobrável para tentar não ser interceptada.
Hoje, a tecnologia ABM se concentra nas fases intermediárias (GBI, SM-3, THAAD, S500 (?), etc) e na fase terminal (PAC-3, PAC-2, THAAD, Hawk, SM-2Block IV, Arrow, S-300/400, etc).
Não há nenhum sistema interceptor que atue na fase de impulsão do míssil e o único programa americano que visa esta fase é o NCADE, um míssil ar-ar de longo alcance capaz de interceptar mísseis balísticos na subida.
O ABL (laser no 747) foi cancelado e seria usado especificamente contra a Coréia do Norte e Irã.
Havia um míssil lançado do solo que podia interceptar mísseis na fase de impulsão, o KEI (interceptador de energia cinética), mas seu desenvolvimento foi cancelado.
Hoje não há nenhum míssil que atue na fase de impulsão, mas provavelmente as novas versões do SM-3 que serão instaladas na Europa depois de 2018 poderão ter capacidade de interceptação nesta fase. Por estarem na Polônia, “perto” do territória russo, elas despertam o temor de poder ser usadas contra mísseis russos, mas não creio que sejam eficiente contra tais mísseis devido á imensa extensão do território, sem falar os dois países sequer fazem fronteira (salvo Kaliningrado)
Obs: A fase inicial ou de impulso deverá ser melhor abordada no futuro, quando for possível a instalação de lasers de alta energia em satélites.

Mauricio R.
Mauricio R.
11 anos atrás

Lí um dia desses um artigo na internet, um míssil lançado do Irã c/ destino a NY, passaria quase que no mesmo pto de um míssil SS-19 lançado do interior da Russia c/ destino a Norfolk.
Quase que no extremo limite do envelope de engajamento dos interceptores que serão baseados na Polônia:

(http://breakingdefense.com/2013/10/17/why-russia-keeps-moving-the-football-on-european-missile-defense-politics/)

Os russos no fim das contas estão pressionando p/ que seu arsenal nuclear não seja tornado irrelevante, pelos interceptores americanos.
E o DF-21 ao contrário do extinto Pershing II, ou do torpedo Longa Lança e dos kamikazes, ainda não mostrou ao que veio, é só mais um item em uma longa lista de ameaças A2D.
Até as minas marítimas são mais bem cotadas do que o míssil chinês.

(http://www.informationdissemination.net/2013/10/whos-afraid-of-df-21d.html)

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Maurício,
Excelente indicação.
Como visto, salvo se o alvo for Norfolk rsrsrs, os ICBMs russos ficam fora do escudo defensivo europeu/americano.