Operação Laçador: Forças Armadas realizam exercício simulado de transposição de curso d’água
Cerca de mil militares das Forças Armadas estiveram envolvidos na manhã de hoje em um exercício simulado de transposição de curso d’água. A atividade teve como objetivo levar a tropa de uma margem a outra de um rio sem que ela fosse atacada pelo inimigo, que resiste. A iniciativa faz parte da Operação Laçador, coordenada pelo Ministério da Defesa, e executada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A operação serve para o adestramento conjunto de militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
A simulação aconteceu às margens do Rio Santa Maria, no município gaúcho de Cacequi – distante pouco mais de 30 quilômetros de Rosário do Sul, no interior do estado do Rio Grande do Sul.
A ação começou com o sobrevoo de duas aeronaves A-29 Super Tucano da Forca Aérea no terreno da operação. Esta etapa representou que, naquele local, havia soberania da tropa amiga nos céus, evitando com que ela fosse bombardeada.
Depois, militares a pé tomaram a região e avançaram para pequenas embarcações na área de travessia. A fase contou com homens de Infantaria do Exército e fuzileiros navais da Marinha. Dentro dos botes encontrava-se, também, pessoal de Engenharia, responsável pela realização do caminho que levava ao outro lado do rio.
O próximo passo foi a construção de passadeira de alumínio (para pessoas) e portada (para locomoção de viaturas). Atravessaram a portada, que é como uma balsa, veículos blindados M-113 e Leopard. Dessa forma, a transposição foi concluída.
Houve, ainda, reconhecimento prévio da localidade, por meio de mergulhadores militares, que ficaram responsáveis pelo balizamento de espaços de passagem dos veículos. Essa parte também foi simulada.
Ao término, o comandante da 6ª Divisão de Exército, localizada em Porto Alegre (RS), general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, explicou: “o que nós vimos aqui, cerca de 90% envolve a nossa engenharia de combate”. De acordo com ele, “só tem tranquilidade quem sabe fazer e tem conhecimento técnico. Isso facilita a operação e evita qualquer tipo de acidente”.
Além do general Pafiadache, o exercício foi acompanhado pelo comandante Militar do Sul, general Carlos Bolivar Goellner, coordenador da operação. Segundo o general Bolivar, “o treinamento conjunto entre as Forças, hoje, é fundamental. E já não existe dificuldade em relação a isso”. No caso da transposição, ele disse que “atualmente não se perde mais tempo tentando entender como fazer. Estamos acostumados e esta é uma operação de guerra convencional”.
Ao lado dos dois comandantes, militares de nações-amigas como Argentina, Uruguai e Venezuela presenciaram as etapas da ação, que durou, no total, uma hora e meia.
Preparação e engenharia
A preparação para o simulado de transposição de curso d’água começou na quinta-feira (12), quando uma parte dos envolvidos chegou ao local. Os demais chegaram entre sábado (14) e domingo (15). Ao todo, 999 homens ficaram empenhados no exercício, sendo que 928 deles atuaram efetivamente na simulação e os demais formaram a tropa de retaguarda.
Somente da área de engenharia 262 militares, entre oficiais, subtenentes, sargentos, cabos e soldados participaram da operação. Eles ficaram sob o comando de três coronéis do Exército que servem em quartéis de Engenharia de Combate nas cidades gaúchas de Alegrete, Cachoeira do Sul e São Gabriel.
Entre os equipamentos utilizados para a realização do simulado estavam embarcações de manobras; caminhões; viaturas de reconhecimento, de transporte de pessoal, de socorro, sobre rodas e blindadas; além de material de comunicações.
FONTE: Ministério da Defesa
Em 1996 fiz um exercício neste mesmo lugar como primeira leva de invasão, passando com meu GC em um meio pontão. Até preparação simulada de artilharia teve.
Na doutrina clássica, tomada a cabeça de ponte, a segunda fase prevê o uso de passadeiras e a terceira fse de uma ponte.