Rússia inicia desenvolvimento de novo blindado de transporte
No final de julho, a Companhia Militar-Industrial russa anunciou o desenvolvimento e o início dos testes do chassi com rodas para um futuro blindado de transporte. O novo projeto, chamado de Krimsk, permitirá aos blindados do futuro superar falhas típicas desse tipo de veículo, como o sistema de propulsão.
Blindados leves, rápidos e que, na medida do possível, se movem sobre rodas e esteiras (anfíbios) são os que garantirão a rápida implantação de forças especiais que levarão para a zona de conflito tudo o que é necessário e cobrirão com segurança as instalações militares. Nesse contexto, os veículos sobre rodas, são ainda mais convenientes por serem mais simples, baratos de se operar e fáceis de manobrar.
O projeto
De acordo com o gerente do projeto para o novo blindado, Víktor Rúdin, “a máquina experimental está equipada com um sistema de energia híbrido e de transmissão elétrica, que deverá trazer vantagens significativas”.
A inovação consiste no fato de o motor de combustão interna acionar o rotor do gerador, que produz uma corrente alternada. Em seguida a corrente alternada é convertida em corrente contínua. Depois, através de um sistema de conversores, a energia alimenta os motores de tração, que promovem a rotação das rodas. Em paralelo, a energia elétrica é armazenada na unidade molecular. Durante a frenagem, a energia cinética é convertida em eletricidade e também alimenta a unidade molecular.
Um blindado de transporte assim pode se mover silenciosamente usando a energia acumulada nas unidades moleculares sem que o motor esteja funcionando. Por enquanto, a reserva de energia é pequena, mas no futuro os carros podem vir a ter baterias de lítio-fosfato de ferro, cuja produção já foi estabelecida na Rússia, e que poderão armazenar reservas muito maiores. Por sua vez, a ausência de ruído nesse tipo de propulsão tornaria o novo blindado especialmente adequado para operações especiais. Quando testado nas proximidades de Moscou, o veículo, pesando cerca de 22 toneladas, alcançou uma velocidade de 97 km/h, levando apenas 33 segundos para chegar aos 80 km/h.
A comunidade internacional de especialistas militares acredita que o futuro dos veículos blindados está nos dispositivos automáticos. Rudin afirma que o Krimsk é uma plataforma de controle remoto praticamente pronta –os recursos de hardware dos sistemas eletrônicos do modelo do protótipo experimental já permitem controlá-lo remotamente. Com os devidos aperfeiçoamentos e o desenvolvimento dos respectivos algoritmos de controle e de programas, será possível criar uma plataforma robótica.
Longe do ideal
Os veículos blindados russos ainda estão longe dos padrões descritos até aqui. Na classe dos blindados de transporte de pessoal e veículos de combate de infantaria há apenas duas amostras de blindados de transporte de pessoal sobre rodas, o BTR-70 e o BTR-80. Mas eles nada mais são do que uma modernização da série 60, desenvolvida ainda no final dos anos 1950.
A principal melhoria dos modelos 70 e 80 consiste na substituição dos dois velhos motores à gasolina por motores mais potentes – um a gasolina de 120 HP no BTR-70 e por um motor à diesel de 210 HP no BTR-80.
Em 1994, foi realizada uma demonstração para o público do novo BTR-90, desenvolvido em Górki. Planejava-se iniciar a produção em série em 2011, mas o Ministério da Defesa rescindiu os contratos de compra. O coronel-general Serguêi Maiev, que na época era o diretor do Serviço Federal de Contratos de Defesa, avaliava o veículo:
“A conclusão do desenvolvimento do protótipo experimental aconteceu no final do século 20 e foi realizada em condições de desintegração do complexo militar-industrial e suspenção da aquisição de blindados produzidos em série. Os testes do governo, que começaram em 1996, não confirmaram o pleno desempenho de uma série de parâmetros dos requisitos táticos e técnicos.”
Se os parâmetros e usos atuais das armas estratégicas estiverem claros, as características da futura frota de veículos blindados leves serão determinadas agora por desenvolvimentos do tipo Krimsk. Trata-se de um avanço qualitativo na remodelação do exército russo.
FONTE: Gazeta Russa (adaptação do Forças Terrestres)
Esta fotografia imbecil revela bem o conceito que os leigos tem de veiculos blindados: um veiculo monstruoso, enorme, que se desloca esmagando as coisas e pessoas.
Quando fui indicado como Gerente de Marketing de Produtos Militares na ENGESA, me deffontei que muitos dos filmes e fotografias refletiam (por mais incrivel que pareça) este tipo de coisa.
Procurei estabelecer o criterio que todas as fotografias deveriam ser feitas de cima para baixo, e se não se pudesse faze-lo, no mesmo nivel.
Ou seja, os projetistas procuram sempre fazer o veiculo blindado o mais baixo possivel, para diminuir sua observabilidade e seu tamanho como alvo.
Aí vem um imbecil de fotografo ou filmador leigo, e os filma/fotografa de baixo para cima, como se o veiculo tivesse a altura de um predio de 20 andares.
Bacchi
É parece que os russos vão cegar lá antes…
Desde que conheci um site de um americano que se dedica a construir um motor automotivo ciclo Wankel cerâmico (motor de explosão rotativo sem pistões) meu sonho era ter um carro elétrico Tesla Roadstar, retirar suas baterias principais pesadas e colocar um tanque de combustível grande para alimentar motor estacionário ULTRA econômico cerâmico que acionaria um pequeno e potente gerador elétrico com terras raras. Uma configuração que poderia facilmente dar uma autonomia de 2.000 a 2.500 Km ao veículo…
http://www.ceramicrotaryengines.com
http://www.teslamotors.com
Neste artigo a pegadinha do malandro russo é a substituição dos elementos de bateria pela tal UNIDADE MOLECULAR que pelo pouco do texto dá a entender, pode ser um híbrido de bateria de Lítio com o KERS utilizado nos carros de fórmula-1. O peso, eficiência, durabilidade e a autonomia possibilitada por esta unidade é crucial para o sucesso da arquitetura proposta…
A energia ali armazenada seria usada para deslocamento silencioso com o grupo motor-gerador desligado.
Por último este veículo militar russo é de arquitetura bem similar ao que eu imaginava, há uns dois anos atrás sugeri esta arquitetura para o DCT do Exército Brasileiro num link do site onde se fazia um pesquisa e se permitia a qualquer um dar sugestões de tecnologia militar.
As únicas diferenças é que no meu e-mail eu sugeri que com a disponibilidade de energia elétrica de alta potência a bordo seria desejável dotar a viatura do recurso de eletrificar seu casco externo quando em área hostil desacompanhada de tropas de infantaria amiga. E sugeri o desenvolvimento de um veículo menor robotizado que poderia em deslocamento transitar entre o blindado é uma unidade reabastecedora de combustível automática de maior porte na retaguarda recompletando seu tanque em posição próxima da zona de combate.
rsbacchi disse:
6 de agosto de 2013 às 16:37
Verdade Bacchi, mas sempre tem o problema da mensagem que “eu” quero passar, ainda mais quando o “meu público” é o cidadão comum, o leigo. Desse prisma, a foto está perfeita, “Temos um monstro de 20 andares para nos proteger”.
Mas o legal da matéria é: “Durante a frenagem, a energia cinética é convertida em eletricidade e também alimenta a unidade molecular.” – Bom mesmo é tom de que reinventaram a roda (sem querer desmerecer o sistema), Putz, isso ai é o sistema KERS da Fórmula 1. E Bacchi, a Engesa já não estava trabalhando em “propulsão” elétrica? Foi no Sucuri?
Sds.
Possíveis novos blindados, russos:
(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/russian-btr-boomerang-family-of-vehicles.html)
Este é um MRAP:
(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/kamaz-63969-via-war-machine.html)
Sim, Oganza, em 1989 comecei a fazer estudos a fim de adotar transmissão hibrida em uma futura família de veículos blindados sobre rodas, que acreditava que deveriam substituir o Cascavel e Urutu.
Cheguei a discutir o assunto com varias companhias britânicas especializadas em sistemas elétricos.
Todas concordaram em aprofundar o estudo, mas como a ENGESA estava totalmente mergulhada no Programa Osório, ficamos de retornar o assunto logo que o contrato com a Arabia Saudita fosse assinado.
Infelizmente deu no que deu.
Bacchi
Bachi… além do fotógrafo querer mostrar o blindado de cima para baixo, o conceito de MRAP está jogando o perfil desses veículos lá nas alturas !
No alto da minha ignorancia de entusiasta, fico perplexo como sses paredões laterais de 90° não me convencem…
Meu caro Alfredo Araujo, mais perplexos ainda, ficam os projetistas, pelo fato de que a adoção de laterais inclinadas em ângulos maiores do que 45 graus necessários para defletir impactos, representam uma perda drástica de espaço interno.
Se você der uma olhada na gigantesca maioria dos VBTP, vai observar que as laterais são verticais (veja por exemplo o M113).
Como este é um dos projetos de VBTP mais antigo, olhe também o Bumerangue russo que é o mais recente projeto nesta área (http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/russian-btr-boomerang-family-of-vehicles.html)
Espaço interno é um problema!!!
Bacchi
giltiger disse:
6 de agosto de 2013 às 20:19
“É parece que os russos vão cegar (sic) lá antes…”
Aham, claro… Os russos finalmente descobriram o KERS e as baterias de lítio e isso é “chegar lá antes”…
Ai ai ai, torcida é soda…
rsbacchi…
Vc citou o blog do Solomon como fonte… Vc o acompanha?
Nas ultimas semanas, ele tem abordado bastante esse assunto… blindados de transporte sobre rodas, para o USMC
Vader deixa de ser chatinho, eu quis escrever mesmo chegar e eu estava me referindo a chegar a ser o primeiro a construir um veículo militar de tração híbrida de produção.
Não há melhor meio para propulsionar um veículo terrestre que seja ser movido por motores elétricos, um para cada roda independentemente. Com a possibilidade de automatização computadorizada estes veículos com sensores em cada roda se pode implementar por software controles de tração e ABS facilmente.
O que prejudica esta solução é a insistência de alguns em achar que o carro 100% elétrico é o futuro inexorável. O uso de baterias nos veículos 100% elétricos impõe restriçõe insuperáveis como enorme peso extra que prejudica a velocidade e relação peso/potência do veículo, representa quase metade do custo total e é um item de vida útil extremamente reduzida que num veículo terrestre implica em ter de se dispender quase metade do valor de um veículo novo num carro velho. OU SEJA jamis existirá um mercado de carros elétricos usados como existe para os automóveis normais a explosão…
Sem falar no desastre ecológico de se trocar a poluição gasosa dos carros atuais por poluição sólida que seria gerada pelas baterias usadas e inservíveis se toda frota mundial de veículos fosse ser convertida em veículos 100% elétricos.
Para mim o futuro está num grupo gerador estacionário compacto e de alta tecnologia movido por energia química multi-combustível para gerar energia elétrica para rodas diretamente propulsionadas eletricamente no seu semi-eixo.
A adoção do motor Wankel cerâmico pelas altíssimas pressões e temperaturas que pode operar, quase sem lubrificação, o faz ser multi-combustível por construção. Além disso veículos híbridos desta arquitetura pela possibilidade de produzir alta potência elétrica necessária para o deslocamento, QUANDO PARADOS, podem ser adaptados para conectar-se a rede elétrica de sua residência (se você possuir um carro assim) ou servir de “usina elétrica móvel” no caso de um veículo militar de mais de 20 ton em um acampamento militar uma possibilidade logística e de conforto que não poderá ser desprezada pelos militares no futuro se este tipo de veículo se difundir.
Toda vez que vejo esses blindados me lembro de meus tempos de Battlefield 2: “Enemy APC spotted!”