9 de julho: mais do que nome de avenida em São Paulo, o motivo de não haver uma ‘avenida Getúlio Vargas’ na capital paulista
No aniversário de 81 anos da chamada “Revolução Constitucionalista de 1932”, em que o Estado de São Paulo juntamente com forças militares de Mato Grosso se rebelaram contra o Governo Federal, na figura do Chefe do Provisório Getúlio Vargas, o blog das Forças Terrestres traz uma visão diferente da usual sobre a revolta: trechos que selecionamos do diário de Getúlio Vargas sobre o conflito.
Para quem não é da cidade de São Paulo ou não a conhece, nunca é demais lembrar que na sua paisagem urbana há diversos “suportes de memória” sobre o movimento de rebelião de 1932. O mais famoso é um imponente obelisco e mausoléu junto ao Parque do Ibirapuera, e outros bastante conhecidos são importantes avenidas, como a “23 de maio”, data da morte de 5 jovens (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga) num confronto com partidários da “Legião Revolucionária” de apoio a Getúlio Vargas no centro da capital paulista, e a “9 de julho”, data do início das operações militares.
A capital paulista destaca-se entre várias grandes cidades do país por não ter nenhuma grande avenida ou via pública principal homenageando Getúlio Vargas. Tenho conhecimento apenas de duas pequenas ruas “Getúlio Vargas”, ambas de poucas dezenas de metros de extensão, uma na Vila Maria, na Zona Leste, e outra no Jardim Rosinha, no extremo norte. E também de uma rua “Presidente Vargas” pouca coisa maior em Perus (Norte), nome que também é dado a uma minúscula praça escondida embaixo de um viaduto, perto da Estação Guaianazes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (Leste). No Jabaquara (Zona Sul) há uma rua “Getúlio Vargas Filho”, em homenagem ao filho do ex-presidente, num bairro cujas casas foram construídas com financiamento do Governo Federal.
A foto abaixo (do Estadão), é um exemplo curioso na cidade de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, com uma avenida 9 de julho cruzando com outra avenida denominada Presidente Vargas. Mas não há nada com esse grau de importância na capital paulista, envolvendo um logradouro com homenagem a Vargas. Ou quase…
Existe uma espécie de “cruzamento” entre a grande e movimentada avenida 9 de julho de São Paulo e uma via pública com o nome Getúlio Vargas, e isso bem perto do maior símbolo da avenida, que é o túnel 9 de julho. No caso, é uma passarela sobre a avenida, e que também dá acesso a um ponto do corredor de ônibus abaixo, chamada “Passarela Getúlio Vargas”. Mas o nome provavelmente está muito mais ligado ao fato de unir um dos lados da avenida com o lado onde está instalada a FGV, Fundação Getúlio Vargas (Escola de Administração de Empresas de São Paulo). Esta sim, uma instituição de renome que faz uma homenagem a Vargas e que praticamente faz face, do outro lado da avenida, ao “Hospital Nove de Julho”.
Apesar desses exemplos, é certo que as opções memorialistas da Revolução de 1932 respondem por grande parte dessa ausência de maiores homenagens a Getúlio Vargas em logradouros públicos de importância em São Paulo. Afinal, a data de 9 de julho é um feriado estadual, o mais importante do Estado de São Paulo. Para fazer um contraponto interessante para reflexão, decidimos trazer hoje para leitura alguns trechos de outras memórias: as do próprio Getúlio Vargas a respeito da rebelião daquele ano. É uma forma de procurar ver “o outro lado” das memórias envolvidas, com algumas visões pessoais deixadas, para a posteridade (e as intenções de Vargas nesse sentido não podem ser ignoradas), pelo então chefe do Governo Provisório sobre a crise com São Paulo e os combates. Boa leitura!
23 de maio
“A situação de São Paulo agrava-se. Grande exaltação popular percorre as ruas – atacaram jornais, a sede da Legião, provocaram conflitos -, e a Frente Única impôs um novo secretariado.” (…) Nomeei o coronel Rabelo para assumir o comando da Região, e seguiu com instruções para restabelecer a ordem. O general Góis Monteiro será investido no comando da Região, em substituição ao general João Gomes, que pediu demissão. Ficou também resolvido que se enviassem tropas para São Paulo. ”
8 de julho
“O general Klinger mantém a atitude de rebeldia. Recusa-se a atender às razões do general Góis. O general Johnson seguiu para Mato Grosso a conferenciar com ele, com autorização do governo. Este decide-se a tomar medidas militares para reduzir o rebelde.”
9 de julho
“O ministro da Guerra propôs a demissão e reforma administrativa do general Klinger, que imediatamente aceita. Enquanto comunicava os atos aos comandantes dos corpos de Mato Grosso, determinei ao ministro da Justiça que expedisse telegrama-circular aos interventores comunicando os fatos.”
“O general Klinger rendeu-se, passou o comando da Circunscrição. O general Góis, que desenvolveu grande atividade nas medidas militares e aconselhando elementos de São Paulo, empenha-se para que o general Klinger não seja reformado administrativamente. Políticos exaltados, em São Paulo, quiseram aderir ao general Klinger. O comandante da Força Pública, vacilante ou mancomunado.”
“No Rio (Grande), conspira-se. Tudo leva a crer que, se Klinger conseguisse apoio de Mato Grosso e marchasse em direção a São Paulo, encontraria grande apoio neste estado. Parece que a crise passou. Muito influiu na definição dos acontecimentos a atitude de lealdade e decisão de Flores da Cunha.”
10 e 11 de julho
“Irrompe o movimento revolucionário em São Paulo. Todo o tempo absorvido nas providências para combatê-lo. Morosidades, confusões, atropelos, deficiências de toda ordem, felonias, traições, inércia. Algumas dedicações revolucionárias. Um ato impressionante a solidariedade do Rio Grande, através de Flores da Cunha. A unanimidade do Norte, solidariedade e colaboração dos demais estados…”
“Nomeação do general Góis para comandante da tropa expedicionária. Stock de carabinas no material bélico: apenas 4.700! Os aviões do Exército que deviam voar não têm bombas!”
12 e 13 de julho
“O stock não é de 4.700, mas de 180 mil. Ainda bem.”
“Em Minas, traição de Borba, trazido preso. Em São Paulo, traição de Vasconcelos, de todo o governo paulista, inclusive a velha múmia que exumei do esquecimento, o interventor Pedro de Toledo. Queixas contra a morosidade do Estado-Maior, desconfiança dos revolucionários sobre a atitude do general Góis. Este movimentou as tropas da capital para a frente paulista. Cristóvão Barcelos e Juarez, com um grupo decidido de oficiais, agindo em Minas.”
“Klinger assume o comando das tropas rebeldes e orienta as operações militares em direção ao Rio, abandonando outros setores. Dirijo-me ao Flores para enviar tropas diretamente à capital. Converso com o ministro da Guerra para fazer o mesmo quanto às tropas do Norte. Os interventores da Bahia e Pernambuco demonstram grande capacidade de ação. Bloqueado o porto de Santos.”
29 de julho
“Forte combate no vale do Paraíba, numa extensão de cerca de 40 quilômetros. Há perdas sensíveis de uma e outra parte. O general Góis comunica e pede reforços. Informa que a polícia baiana fraqueou, e que isso daria lugar a um desastre grave se não avançasse um esquadrão de reserva da polícia gaúcha, que preencheu o claro aberto por essa retirada.”
3 de agosto
“O espírito ofensivo das tropas paulistas está em declínio. Nesta capital, continuam as conspirações para amotinar tropas, para destruir aviões e outros recursos do governo, para eliminações pessoais etc. Uma intensa atmosfera de boatos, de que procuro alhear-me para não perturbar a serenidade que preciso manter.”
5 e 6 de agosto
“Chega de São Paulo Maurício Cardoso. Vem convencido da pujança militar de São Paulo. Traz uma fórmula de paz: a manutenção do governo paulista e seus chefes militares, e a substituição do Governo Provisório. Submeti-a ao Ministério reunido. Foi rejeitada.”
“Escrevi ao general Góis, informando-o particularmente de algumas dificuldades de natureza político-militar que conviria evitar. Ele tomou o aviso como falta de confiança e pediu demissão. Neguei-o. Decididamente, o senso comum não é tão comum como se diz…”
8 de agosto
“Continua a situação penosa das forças do general Valdomiro, hostilizadas pelos aviões inimigos e sem armas da mesma natureza para contrabatê-los. A minha insistência tem encontrado resistências ocultas que fazem prever a conivência, com os rebeldes, de elementos da Diretoria de Aviação.”
9 de agosto
“Completou um mês a rebelião paulista. Apesar dos boatos de ameaças que se prepararam na capital, de demonstrações de simpatia aos rebeldes etc., tudo se reduziu a um pequeno alarme na avenida causado pelo lançamento de bombas de dentro da Escola de Belas-Artes por alguns estudantes.”
“Novas vitórias na frente de leste – ocupação de Areias, cerco de Queluz, próxima queda de Cruzeiro. Os rebeldes recuam em toda linha. No Paraná, as forças do general Valdomiro tomam Itaporanga.”
10 de agosto
“Pela manhã, recebi a visita do Maurício Cardoso, com quem palestrei longamente. Ele julga que a situação do governo é gravíssima. Tenho a impressão de que ele carrega as cores para obter concessões de paz. Digo-lhe que, além do que ficou combinado em reunião do Ministério, eu pretendo, após a extinção da revolta, adotar uma Constituição provisória enquanto a Constituinte não votar a definitiva. Ele transmite isso aos rebeldes e pede sugestões sobre a Constituinte (Constituição) provisória. Aguardemos a resposta.”
“À tarde, visito o 14º Corpo Auxiliar organizado em São Borja. Revejo a minha tribo. É como se estivesse em família. Meu filho, Lutero, vai seguir incorporado a essa tropa.”
“Seguiram, afinal, dois aviões de caça para o Paraná.”
11 de agosto
“As encomendas de material continuam retardadas.”
14 de agosto
“A atitude do governo francês, não querendo remeter material já adquirido, alegando fins humanitários, teve um outro motivo: é o ressentimento porque todas as encomendas não foram feitas na França, segundo um contrato que lhes dá preferência. O governo brasileiro mandou o crédito à disposição do governo francês, a fim de que o nosso representante militar possa adquirir em outros países. Contudo, ainda há um trabalho diplomático pelo cumprimento da parte do governo francês. Das encomendas feitas nos Estados Unidos, só se sabe do embarque de cinco aviões. Do resto não há notícia, e isso é o que mais me preocupa.”
16 de agosto
“Há alguma coisa de grave. Rebeldes de São Paulo recusam as propostas de paz feitas por intermédio do dr. Maurício Cardoso, general Tasso Fragoso pede demissão do cargo de chefe do Estado-Maior, e general João Francisco denuncia haver descoberto o preparo de uma traição em proporções fantásticas.”
17 de agosto
“O general Góis continua enviando diretrizes políticas, reclamando homens, munições, máscaras contra gases, aviões etc.”
18 a 21 de agosto
“A rebelião tende a alastrar-se como uma furunculose. Rebela-se o Forte de Óbidos, no Amazonas. No Rio Grande do Sul, Luzardo, Collor, Marcial Terra e outros, formando um grupo superior a quarenta, fazem depredações na linha férrea entre Santa Maria e Tupanciretã. Flores age com vigor, mas o estado de trepidação popular tende a aumentar. Tendências de revolta nas forças rio-grandenses do general Valdomiro: um aviador foge daqui com o avião para os rebeldes, bem como um capitão do estado-maior do general Góis. Este vem à capital queixar-se da falta de homens para substituir os que lutam e da falta de material – principalmente granadas de mão e máscaras contra gases. As encomendas da França ainda não embarcaram.”
“Não foram bons estes dias. Veremos a nova semana o que nos reserva. Anuncia-se para esta madrugada uma revolta da Escola de Aviação, que procura articular-se com a Escola Militar.”
22 de agosto
“Pormenores sobre o combate de Buri. Chega, do front, o general Góis Monteiro. Descreve a mim e ao ministro da Guerra as deficiências da nossa organização, as falhas do Exército, a escassez de material, as tergiversações do governo mineiro, cujas forças policiais não querem atacar. Os rebeldes nos atacam com granadas de mão e gases lacrimogêneos, ameaçam com gases asfixiantes, mandam trazer canhões de grande alcance, tirados dos fortes para a frente de combate, e fabricam capacetes de aço para a defesa da cabeça dentro das trincheiras. Os nossos técnicos, as nossas repartições estão sempre estudando e não produzem. Ele tem razão. Estou providenciando diretamente, mas as coisas marcham vagarosamente. A burocracia, o ronceirismo, a má vontade, a sabotagem, a traição, tudo entrava.”
23 de agosto
“Ainda sem solução o caso da encomenda de armamento para a França, em que o governo francês recebeu o dinheiro, e nem o devolve nem embarca o armamento.”
24 e 25 de agosto
“Continuam as dificuldades para aquisição de armamento na Europa e Estados Unidos.”
27 de agosto
“Combates felizes no Sul. Inicia-se, com êxito, a ofensiva mineira.”
“Estamos ativando a remessa de recursos para as frentes de combate, a fim de acelerar a ofensiva geral. Os mineiros estão colhendo bons resultados na sua ofensiva.”
31 de agosto
“Boas notícias da luta. Tomada de Itapira, avanço da Coluna Amaral, passagem do Parapitanga.”
“Na capital, continuam os boatos, conspirações, derrotismo.”
“Estou apressando a remessa de material. O general Valdomiro promete recomeçar a ofensiva no dia 5.”
2 a 4 de setembro
“Continuam as vitórias em todas as frentes de combate. Começa a chegar o nosso material de encomenda, por enquanto, pólvora e aviões.”
5 de setembro
“Notícias de novas vitórias, principalmente a tomada de Itapira, com apreensão de grande número de prisioneiros e material bélico.”
10 e 11 de setembro
“Continuam os sucessos militares e aumentam as conspirações políticas. Tomamos Amparo, obtivemos vantagens em Silveiras e no Túnel. Recebemos 10 toneladas de pólvora e trotil. Era angustiosa a espera deste material.”
13 e 14 de setembro
“Esses dias foram cheios de acontecimentos de sensação. Na frente de leste, as forças sob o comando do general Góis ocuparam Cruzeiro, o Túnel, a serra da Bocaina e Cachoeira. Houve um retraimento na frente dos rebeldes para encontrar suas linhas. Ignora-se ainda se resistirão em nova frente ou se já é a derrocada final. Os rebeldes não resistem mais: levantam bandeira branca e fogem. Haverá uma nova distribuição de tropas reforçando Minas.”
“O major Néri, em Mato Grosso, resiste ao ataque dos rebeldes, que insistem na ofensiva contra Porto Murtinho.”
“As promoções a general estão me criando dificuldades. O general Góis quer promover seus simpáticos, e manifesta-se contrário à promoção de outros generais, principalmente do coronel Rabelo.”
15 de setembro
“As forças de leste continuam avançando sem encontrar quase resistência. Consta que já ocuparam Lorena, embora não se tenha confirmação, a Fábrica de Pólvora de Piquete e a estação de Pedreira. Os rebeldes vão praticando devastações inúteis e levando os gêneros de alimentação, deixando os habitantes das zonas abandonadas sem recursos.”
“A nova linha de defesa paulista deve ser na estação Engenheiro Neiva, entre Lorena e Guaratinguetá.”
16 de setembro
“Há uma grande atividade dos rebeldes em Buenos Aires, seu quartel-general, para aquisição de material bélico. Tanto o governo argentino como o paraguaio têm agido com grande correção, não permitindo o comércio de material bélico para os rebeldes. O capitão Riograndino Kruel, nosso representante naquela capital, está trabalhando com eficiência, já havendo conseguido a apreensão de aviões, e o nosso ministro no Paraguai, a de gasolina, aviões e outros materiais, em Concepción. Os rebeldes porfiam em tomar Porto Murtinho, contra o qual já levaram dois ataques, sendo repelidos.”
24 a 26 de setembro
“Meu filho Lutero regressou à frente de combate. Apesar do risco que correu no combate de Eleutério, não o privei de cumprir o que ele julgava de seu dever. Já tinha um irmão e sobrinhos. Foi também o filho. Meus inimigos não poderão afirmar que este aspecto sentimental me desinteressava.”
29 de setembro
“Continuam avançando as tropas dos destacamentos Leste e Oeste, principalmente na frente mineira. As tropas do Sul aguardam reforços em marcha do Rio Grande e um reabastecimento de material bélico chegado da Europa, pelo General Osório, para retomar uma ofensiva fulminante.”
3 de outubro
“Verificada a rendição incondicional dos rebeldes, deposto o governo, assumiu a interventoria o próprio coronel Herculano de Carvalho”
Trechos selecionados do Volume I – 1930-1936, do Diário de Getúlio Vargas, editado pela Siciliano / FGV em 1995.
1 – Sou Paulista, com muito orgulho!!!
2 – Não sou, nem somos, nem nunca fomos, separatistas, bairristas, xenófobos, etc.
3 – São Paulo é a maior Capital Nordestina.
Os 3 ítens acima são para evitar os blá blá blá de sempre, vamos lá:
Até o momento, temos duas figuras “nefastas” na história política Brasileira: Getúlio Vargas e Luiz Inácio. Ambos usaram/usam da máquina governamental para manter o Povo ignorante sob suas batutas: CLT e Bolsa Voto. (programas oficiais de comora de votos).
Tanto a CLT como a Bolsa Voto, doravante denominada apenas como BV, atrasaram e atrasarão o Brasil, e sua produção, em 50 anos.
São Paulo, o Estado que mais produz, portanto o mais rico do País, nunca quis se separar do Brasil, muito pelo contrário, o Brasil só existe enquanto Nação, graças aos corajosos Paulistas da REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932.
São Paulo, à época, cometeu apenas um grande erro: confiou nos mineiros. Aqueles que tem na “inconfidência mineira” seu maior orgulho. Oras, se “inconfidentes” são heróis por lá, por que o Governo Constitucionalista Paulis acreditou nestes srs.?
Voltando a Getúlio, se não fosse pelos Paulistas, provavelmente teríamos lutado ao lado de Hitler e Mussolini, seus parceiros de ideal. Assim, como hoje, defendemos Chaves e demais “bolivarianos” traficantes de drogas. Por que? Puro ideal bandido garantindo um lugar para exílio.
VIVA A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA!!
VIVA 0 9 DE JULHO!!!
VIVA O POVO BRASILEIRO!!! que 80 anos depois sai as ruas como fizeram os bravos Paulistas!!!!!!!!
Sou paulista. No entanto, vou “desviar” um pouco de comentários sentimentalistas para, neste momento,ressaltar uma característica brasileira que nos persegue até hoje.
O Governo Federal só foi perceber a precariedade (naquele momento) das forças armadas quando precisou, de fato, combater as forças paulistas. Novamente, só lembramos que temos forças armadas no momento extremo de necessidade, arriscando-se assim qualquer eventual vantagem que possamos ter.
Ainda hoje, isso se repete, o que é lastimável.
Sds.
Daglian,
De fato, foi a partir da situação absolutamente precária mostrada nos combates de 1932 que programas de reaparelhamento do Exército e da Marinha, há muito adormecidos ou aguardando uma definição, deslancharam.
Tanto que acordos de aquisição de armamento no exterior alcançaram o grau de prioridade em meio às diversas negociações de nosso comércio exterior, que passaram a intercalar acordos com os Estados Unidos e a Alemanha.
Um fato interessante é que a primeira venda de um produto Boeing ao Brasil foi em 1932, numa situação de emergência. Foram caças Boeing F-4B4 adquiridos às pressas para reforçar a Aviação do Exército (a FAB só foi criada em 1941).
A revolução de 32 serviu para mostrar o gênio inventivo do paulista, através da fabricação de armas como a Bombarda, o lendário Trem Blindado (http://www.abpfsp.com.br/noticias/Trem%20Blindado%201932.JPG), assim como os carros blindados:
http://carrosantigoseonibus.nafoto.net/images/photo20120709091528.jpg
http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2008/08/1-um-dos-tanques-paulistas.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-2w_X6yTgY-E/Tjx-QDmhatI/AAAAAAAABEs/4sPqRxI4IOU/s400/07.jpg
http://valeriaamoris.files.wordpress.com/2009/07/blindado-chev.jpg?w=468&h=340
http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2008/09/1-revolucao-de-1932-canhoes.jpg
Aqui: o Carro Lança-Chamas
http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2008/08/1-carro-blindado.jpg
http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/Fts%2019%201.JPG
Se esse talento fosse melhor aproveitado…
E hoje, como seria uma tentativa de reação pelo governo ?
As manifestações que se arrastam pelo Brasil demonstrando a insatisfação popular pelos rumos que a política atual nos impõe, a precariedade das FA e a insatisfação intramuros agravadas pela Comissão da “Verdade”, nos leva a conjecturar que Brasília contaria com o quê, para defendê-la?
Fernando, postei nesse assunto um comentários com links de fotos, mas não apareceu. Sabe dizer se caiu no spam?
Rafael, havia caído na caixa de spam, por causa da quantidade de links. Acabei de liberar.
Grazie a mille!
fabioCrescenti disse:
“Até o momento, temos duas figuras ‘nefastas’ na história política Brasileira: Getúlio Vargas(…)”
Perguntinhas básicas: como era o Brasil (da política café com leite MG-SP) antes do Getúlio e como ficou após?
E como eram as relações trabalhistas no Brasil antes da CLT? Diferiam muito da escravidão?
Figura nefasta? Pelo amor de Deus, que ranço histórico esse que os paulistas tem com o Getúlio…
Sou gaúcho e a verdade é que nós, novamente, vencemos os paulistas. O resto é xororô de derrotados…
“que ranço histórico esse que os paulistas tem com o Getúlio…
Sou gaúcho e a verdade é que nós, novamente, vencemos os paulistas. O resto é xororô de derrotados…”
Esse tipo de comentário generalizador não vai levar a lugar algum, Tpivatto. Sou paulista e não tenho ranço com pessoas de qualquer outro estado. A pauta é uma questão histórica e não “xororô” disso ou daquilo.
Se a conversa for para esse caminho, vai acabar tendo generalização contra gaúcho por parte de algum outro comentarista e você provavelmente não vai gostar – e nem eu, que vou ter que começar a perder meu tempo, passando a tesoura em comentários.
Há muitas outras coisas para discutir nessa matéria, e por isso investi tempo transcrevendo trechos do diário do Getúlio Vargas. Não quero ver esse esforço se esvair em rixas bobas desse tipo.
Fui claro? O recado serve para todos.
Bom, em que pese Getúlio ter sido, para mim, um bom cretino, o que tenho hoje – odeio admitir isso – devo a ele e ao Gustavo Capanema, Ministro da Eduação, em cuja gestão foi criada a Escola Técnica Nacional – atual CEFET. De onde saí técnico. E cujo diploma possibilitou que eu entrasse para o corpo técnico-operacional da Petrobras.
Sem contar que a Indústria de Base e a do petróleo nasceram em seu governo. A CSN foi criada em 1941, e foi fruto de um acordo militar com os Estados Unidos. O Vargas tinha um ditado muito interessante: “Um país que produz suas próprias máquinas é um país vitorioso”.
E a Petrobras foi criada em 1953, em seu segundo mandato.
Quanto à Constitucionalista, achei um blog-diário interessantíssimo:
http://peregrinacultural.wordpress.com/tag/revolucao-de-1932/
O Brasil não aprende com seus próprios erros.
Foi assim na revolução de 32; foi assim na Segunda Guerra; é assim hoje.
“…inclusive a velha múmia que exumei do esquecimento, o interventor Pedro de Toledo.”
Rua próxima de casa, caminho obrigatório p/ quem vai ao Hospital São Paulo.
“…e a verdade é que nós, novamente, vencemos os paulistas.”
E em 1964, qndo se dizia que o Brizola havia fugido vestido de mulher, p/ o Uruguai; demos o troco.
Srs só para constar, há uma Avenida de nome Getulio Vargas na zona sul de São Paulo, mais especificamente, no bairro do Jabaquara (onde moro), inclusive chama-se Cidade Vargas; um dos primeiros bairros planejados da capital onde já moraram Emerson Fittipaldi, Gal Costa e outros menos famosos.
“roberto bozzo em 09/07/2013 as 23:06”
Verdade, Roberto. Está até na wikipedia. O bairro Cidade Vargas no Jabaquara eu não conhecia (quer dizer, até já estive e tenho amigos morando lá perto, e me lembro de passar pela rua São Borjas, nome que daria uma boa dica disso, mas não me liguei no fato).
Porém, pelo contexto, creio que não muda muito a história acima. Pelo que vi rapidamente, entendi que a rua chama-se Getúlio Vargas Filho (homenagem ao Getulinho no bairro que homenageia o Getúlio).
Obrigado pela informação!
“Cidade Vargas” é uma das poucas homenagens que o ex ditador Getúlio Vargas recebeu na cidade de São Paulo; Vargas, até então presidente da república, inaugurou o bairro e entregou as primeiras chaves de cerca de mil casas que foram construídas com o financiamento do governo federal, como resultado de uma mobilização por parte de funcionários do comércio local.
Roberto, atualizei o texto da matéria com essas informações e acrescentei outra que esqueci: a passarela Getúlio Vargas, que passa por cima justamente da… avenida 9 de julho! Mas eu creio que o nome faz referência muito mais à FGV que está num dos lados da avenida do que ao ex-presidente em si…
Saudações!
desculpem, leia-se “especificadamente” onde escrevi especificamente…
Assim como os gaúchos exaltam o 20 de setembro e a sua Revolução Farroupilha, os paulistas tem todo direito de exaltar a sua revolução. São episódios que uniram seus povos em torno de uma causa que achavam justa. Os gaúchos em 1845 não se sagraram vencedores assim como os paulistas também não em 1932.
A revolução de 1932 assim como a de 1835 caracterizou-se pelo levante de um Estado em vista de tropas da União, de forma que é equivocado falar de vitória de um estado federado em vista do outro. Nem foram os gauchos que venceram os paulistas em 1932 como não foram os paulistas que expulsaram Brizola em 1964. Foram tropas do 3 exercito no primeiro caso (aliás prestaram um baita serviço à nação) e tropas da União no primeiro.
Quanto a Getúlio, seu primeiro governo, isso é cediço, foi uma ditadura, já no segundo ascendeu democraticamente. Considerados os dois períodos, ele teve acertos e erros, alguns dos quais ja citados aqui. Mas nem em seu pior momento pode ser comparado ao crápula do lula, pois Getúlio teve a dignidade de se matar quando se viu cercado por um mar de lama, ao passo que o covarde lula se esconde e some,fingindo que não é nada com ele. Foi assim no mensalão, foi assim na operação porto seguro e esta sendo assim em vista dos protestos. Lula, bem diferente de Getúlio, não honra as calças que veste e deixou um legado nefasto para a nação.
Por fim, sendo gaúcho, quero lembrar que São Paulo é o Estado que, de longe, é o que mais arrecada impostos federais e é o que proporcionalmente tem o menor retorno do governo federal.
Aqui em Campinas, cidade que esse verme anelídeo do GV teve o desplante de mandar bombardear, no primeiro e único (junto com a Capital, Jundiaí e Santos) caso de bombardeio aéreo de população civil no território nacional em TODA a História do Brasil, a única referência ao mesmo é a Avenida com seu nome, que fica nos fundos da EsPCEx, com acesso fechado ao trânsito, e liga nada a p. nenhuma.
No mais, não deixa de ser curioso alguns gaúchos que fazem tanta festa para sua revolução separatista derrotada do séc. XIX, que lutou contra um governo legalmente constituído, virem aqui criticar os paulistas e a Revolução de 1932, única grande revolta do período pós-consolidação da república, que lutava contra um ditador facínora que tomou o poder na força da bala, e que se recusava a promulgar uma constituição democrática.
Os paulistas e os mato-grossenses lutaram contra Getúlio e o resto do Brasil pela DEMOCRACIA. E por muito pouco, e graças principalmente às traições do Rio Grande do Sul (em primeiríssimo lugar – pois havia prometido apoio ao movimento e depois andou de ré) e de Minas Gerais, que não vencem a guerra e mudam esse país da água para o vinho.
Pelo visto alguns gaúchos gostam _________________________
No mais, se estes mesmos que festejam o fascista Getúlio soubessem minimamente do que falam e tivessem a consciência do que a CLT fez com o sindicalismo genuíno no Brasil, uma conta que até hoje estamos pagando (e continuaremos pagando por muito tempo) não teriam tanta pressa em admirá-lo.
Getúlio não deu NADA ao Brasil, ou ao menos nada que o povo já não tivesse conquistado, ou não fosse conquistar de uma forma ou de outra, com ou sem ele. E se deu alguma coisa, como algumas reformas trabalhistas, por exemplo, foi graças à revolta dos paulistas que, nunca é demais lembrar, eram o ÚNICO estado da federação com algum parque industrial àquela altura.
E ainda por cima por muito pouco o cretino não nos meteu no lado errado (e perdedor) do maior conflito que a humanidade jamais viu…
Festejar Getúlio? Oras, tenham dó, esse cara era só um grande dum salafrário populista, o caudilho brasileiro, um Perón piorado baixinho e ridículo que só não fez mais mal ao país porque em hora de iluminação caiu em si e meteu uma bala no peito.
Saudações a todos.
COMENTÁRIO EDITADO
PS: o exemplo do crápula Getúlio (única coisa realmente boa que ele fez) deveria ao menos servir de inspiração para uns e outros vermes populistas da atualidade, que estão vendo o mundo cair à sua volta e se mantém caladinhos e escondidinhos sabe-se lá aonde…
Mas parece que infelizmente não se fazem mais nem vermes como antigamente…
Não me é surpresa vc o odiar, Vader, afinal, Getúlio desafiou, no segundo mandato, o Império.
Para vc todos aqueles que desafiam Washington são os inimigos da humanidade, não é mesmo ??
Ele bateu de frente com os interesses das oligarquias nacionais, no segundo mandato, atreladas aos Estados Unidos e a escória da UDN.
Não sou getulista, e concordo com o Nunão nesse ponto : ele fez coisas boas e coisas ruins, exagerou, mas também acertou. Legado positivo ? por um lado, sim. Negativo ? também, muita gente morreu.
Ele não foi o pior de todos, também não foi um santo.
O negócio é seguir em frente e aprender com os acertos e erros dele.
Vc tem muito ódio nesse seu coração, Vader… KKKKKKKKKKKKKKKK !!!!!!!
Nunão, nem precisava de atualização o texto, o original já estava bom, só fiz a observação como complemento, para conhecimento dos demais foristas.
Mas agradeço a menção ao meu bairro… rsrsrsrs
akhorus disse:
10 de julho de 2013 às 14:22
Ora Wágner, deixa de ser bobo rapaz, quem foi o grande gênio que disse pra você que Getúlio “desafiou” os EUA meu caro? NUNCA, em período ALGUM da história das relações Brasil-EUA estas foram tão boas quanto quando GV estava no poder… Basta ver quem assinou o acordo-quadro de fornecimento de armamentos para as Forças Armadas. Basta ver o que era o nosso Exército “francês” de 1920 e o que virou depois que começamos a comprar do “Império”, obra e graça essa TODA de Getúlio…
Que “oligarquia” que GV bateu de frente? ELE era o maior representante da oligarquia no seu segundo mandato (primeiro na verdade, por que antes ele era mesmo é ditador), meu caro. Como hoje é o PT, aliás… O que ele tentou em seu segundo mandato foi dar outro golpe de estado, que fracassou e levou-o a em boa hora se meter um tirombaço nos bofes…
Antes de você admirar o crápula do GV você deveria é tomar tenência do que ele fez com seus amiguinhos adorados da Intentona Comunista…
Olga Benário que o diga, aliás…
Quanto a mim parceiro, eu apóio é a democracia representativa. Ditador comigo não tem vez. Muito menos populista.
Aliás, um estancieiro pecuarista e latifundiário como GV ser considerado “Pai dos Pobres” e um “Herói da Pátria” é só mais uma das totais incoerências que a historiografia oficial e a propaganda governamental faz em nosso país.
Obrigado Lula, e obrigado PT, por sujar o “Panteão da Liberdade e da Democracia” com o nome de um ditador facínora fascista e totalitário desses.
Nesses termos, melhor mesmo que os Marechais Cândido Rondon e Mascarenhas de Morais, estes sim dois dos maiores heróis que esse país já teve, continuem de fora do “Livro de Aço”…
Só mais uma curiosidade no artigo:
Esse Capitão Riograndino Kruel (gaúcho) a que o tirano GV (gaúcho) se refere como adido militar na Argentina, que bloqueou a compra de material bélico pelos paulistas, vem a ser ninguém menos que o irmão mais velho de Amaury Kruel (também gaúcho), o General Comandante do 2o Exército (SP) durante a Revolução de 1964, que com a sua adesão ao movimento decidiu a parada a favor dos militares.
O detalhe curioso é que o General Amaury Kruel apenas aderiu à Revolução de Março após ter feito uma proposta pessoal a Jango (mais um gaúcho) de bloquear com suas tropas o movimento, desde que este se comprometesse a acabar com a CGT e romper com a esquerda e com Brizola (adivinhem o estado natal deste…).
Ô gente sempre metida em golpes e contragolpes estes gaúchos…
Aliás, quem assistiu a entrevista do gaúcho (!!!) Pedro Simon à Globonews esse final de semana pôde ver alguns detalhes interessantíssimos sobre as últimas décadas da política nacional. Recomendo.
Vader disse:
10 de julho de 2013 às 16:09
“Ô gente sempre metida em golpes e contragolpes estes gaúchos…”
Felipe: menos… Vc, como bom “ex-comuna” declarado, deve saber bem que posições politícias são dinâmicas e não inertes. O que se acha certo hoje, pode mudar amanhã.
Errata: posições políticas
Senhores, vamos parar com essa “rixa” gaúchos x paulistas, sem muito sentido?
Já pedi antes pra mudar o disco e vou começar a deletar de vez.
Creio que há outros assuntos relacionados à matéria que merecem discussão (e alguns comentários, mesmo com trechos trazendo essas provocações, trouxeram informações interessantes sobre o conflito de 32 para discutir).
Por mim tudo bem, De Martini. Não fui eu quem continuou com as provocações e adjetivações.
E, para me manter restrito aos aspectos históricos (o que, sinalo, outros comentaristas não fizeram), eu te pergunto: qual o VERDADEIRO OBJETIVO (usei maiúsculo apenas para destacar) da Revolução Constitucionalista de 32? Lutar contra a ditadura?
Olha o que consta da wikipédia (apenas para citar uma fonte mais informal): “Esse fato levou à união de diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalização que se iniciara em janeiro de 1932. Neste movimento, liderado pelo MMDC, se uniram o PRP e o Partido Democrático, chamados pela ditadura de “oligarquia”, que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder e queriam, também, reparar a injustiça ocorrida em 1930, quando o candidato dos paulistas, Júlio Prestes, foi eleito à presidência mas não pode tomar posse, impedido pela Revolução de 1930.”.
De onde se conclui que essa história de “luta contra uma ditadura” ou “luta por uma nova constituição” é um tanto OFICIALISTA. Mas oficialista em SP. A maioria dos outros Estados da República têm outra visão sobre esse acontecimento histórico.
Se o regime de Getúlio não tivesse sufocado os revoltosos, o Brasil corria o risco de retroceder e voltar à política do “Café com Leite – SP/MG” que manteve o país no atraso por anos a fio. Talvez, hoje em dia, a maior “commoditie” do país continuasse sendo o café.
Vader disse:
10 de julho de 2013 às 13:57
“Os paulistas e os mato-grossenses lutaram contra Getúlio e o resto do Brasil pela DEMOCRACIA.”
Felipe, vou lhe ser sincero: tenho sérias reservas quanto às intenções de SP na Constitucionalista de 32.
Vargas dizia que SP buscava dois objetivos: a independência ou a predominância sobre os outros estados. A primeira, acho difícil, pois bastava a Marinha bloquear o Porto de Santos (e bloqueou) e São Paulo estaria privada de quaisquer recursos externos. A segunda, acho mais plausível.
Fala-se pouco sobre as lideranças por trás da Constitucionalista. Tenho dúvidas se eram os industriais paulistas ou as oligarquias agrárias. Vale a pena lembrar que São Paulo, embora o estado mais industrializado do Brasil em 1932, ainda era predominantemente agrário, com a industrialização vinda de iniciativas individuais, e não de política de estado. Aliás, seria Vargas quem faria da industrialização uma política de estado, implementando a CSN em 1941 e criando a Escola Técnica Nacional (atual CEFET) em 1943.
Fala-se que SP combateu uma ditadura. Em 1932, o regime de Vargas ainda não poderia ser considerado uma ditadura, afinal o Estado Novo foi implementado apenas em 1937. Aliás, devemos lembrar que SP até 1930 se alternou no poder com MG, em uma política que vigorava desde 1894. E que era nocivo à democracia, uma vez que utilizava-se de meios lícitos e ilícitos para se manter no poder, o mais famoso sendo o “voto de cabresto”.
E ambos os estados defendiam a “vocação agrária” do país, em detrimento da industrialização, pois essa tirava mão-de-obra do campo.
Vader disse:
10 de julho de 2013 às 14:54
“Antes de você admirar o crápula do GV você deveria é tomar tenência do que ele fez com seus amiguinhos adorados da Intentona Comunista…”
Aliás, é uma ocasião em que Vargas mereceu aplausos. E o Exército, mais ainda.
Vader, quase sempre endosso as conclusões dos teus comentários, ainda que não necessariamente o método com que são expostas as idéias. De qualquer forma, neste das 13h57min sou obrigado a divergir pois incorreste no erro da generalização.
Um juízo acerca do mérito da Revolução Farroupilha ou de Revolução de 1932 cairá sempre em um grau de subjetivismo. Assim como você afirma que a revolução de 1932 lutava contra um ditador fascínora, se pode muito bem dizer que a Revolução Farroupinha lutava contra a opressão de um Império centralizador.Em ambos os casos se pode afirmar, por outro lado, que oligarquias locais usaram a causa para mascarar interesses proprios. Tudo é uma questão de ponto de vista. Aliás, as reservas manifestadas pelo Rafael M F supra, quanto aos motivos reais do levante de 1932, merecem uma séria reflexão. Esta premissa de afirmar a presença de uma “lutra contra ditadura” não é válida de forma absoluta e não pode ser defendida como uma verdade apofântica.
Outrossim, é um enorme erro histórico afirmar que Getúlio não deu nada ao Brasil. Aliás, aqui tu esta sendo contraditório, pois na resposta ao Wagner, acabas por exaltar, indiretamente, o legado getulista no que diz respeito ao reequipamento das forças armadas. Houve, isto é inegável, industrialização e desenvolvimento do pais em seus governos.Já a CLT pode ser antiquada e retrógrada hoje, mas na época não era. É preciso divisar os contextos históricos específicos, pena de cairmos na praxe muito costumeira mente usada pelo atual governo de se valer de generalizações e premissas inválidas.
O mesmo raciocínio vala para criticar o apoio pretenso ao facismo. Isso ocorreu em uma primeira fase do conflito na Europa. Mesmo dentro dos EUA e da Inglaterra havia apoiadores da Alemanha, como o movimento America First. Inclusive, na AL o apoio ao eixo foi muio mais longe por parte de outros paises, como Chile e Argentina. O eixo não era muito pior ou melhor do que os aliados para nossa perspectiva ao início. Lembremos que fazer juízos a posteriori é fácil e que a guerra é sempre contada pelos vencedores.
Quanto aos gauchos estarem ” sempre metidos em golpes e contragolpes” isto decorre da proeminência que tiveram na política nacional, sobretudo nos três primeiros quartos do século passado. Hoje, se tomares os últimos 30 anos, veras um domínio de Minas e do Nordeste na ocupação a presidência). Também pelo fato de muitos militares serem gauchos, o que se deve ao grande numero de unidades ainda hoje lotadas no Estado e a aspectos culturais, ja que aqui se tem uma cultura, uma história de lutas de fronteiras, uma vez que verdadeiramente somos brasileiros por opção, e o que também gera certa vocação à carreira militar.Isso, o ser brasileiro, nos custou lutas para repelir o domínio castelhano, assim, por exemplo, como custou aos acreanos (liderados por um gaucho de São Gabriel: Plácido de Castro). Fora isso é um povo mais politizado que a média nacional ( e aqui não vai nenhum bairrismo, apenas uma constatação, pois isso não é algo necessariamente bom) tanto que aqui nem lembro quando foi a ultima vez que um governador se reelegeu.
Volto a frisar que a Revolução de 32 não é uma luta do estado A contra o Estado B, mas de grupos políticos, sem que se possa afirmar categoricamente que uns sejam os bons e outros os ruins.
“tpivatto disse:
10 de julho de 2013 às 20:30
…qual o VERDADEIRO OBJETIVO…”
Tpivatto, eu não “singularizaria”. Há verdadeiros objetivos e não apenas um verdadeiro, interesses de oligarquias cafeeiras e industriais emergentes. Da mesma forma, uma generalização como voltar à política do “café com leite” é algo também um tanto livro didático demais para meu gosto, não se volta na história, a Revolução de 30 tornou o caminho sem volta, mudou o contexto e o equilíbrio / acomodação de forças.
Mas se quiser eleger um ou dois motivos principais, é uma questão de disputa de poder / retomada de poder perdido, assim como a disputa entre poder centralizador e federalização / regionalização, como continuidade das diversas negociações que permearam toda a República Velha e vinham desde o Império.
Exigir à força uma constituição era menos um “clamor antiditadura” do que uma forma de reagir à imposição do Governo Central de interventores nos Estados (embora houvesse negociações, como mostra a parte em que Vargas fala da “múmia” do Pedro de Toledo, que é uma rua aqui em São Paulo mais comprida que todas 10 vezes a soma de todas as ruas, vielas e passarelas Vargas reunidas), e não era uma disputa restrita a São Paulo – apenas este estado se sobressaiu e falou mais grosso pois foi o mais prejudicado em perda de poder para outras oligarquias com a Revolução de 30.
Vargas acabou se dobrando às evidências de que sua situação estava periclitante e veio a constituição de 34, que foi solenemente jogada no lixo com o golpe de 37 quando as forças que sustentavam Vargas se tornaram mais sólidas (e nessas se incluíam interesses industriais também paulistas, agora numa “chave” um pouco diferente da simples indústria de substituição de importações de outrora e café).
Agora, acho que isso sinceramente é subsidiário na discussão proposta na matéria, ou contextual para uma discussão aqui.
O que gostaria de chamar a atenção é para o que mostram os relatos memorialistas de Vargas a respeito do conflito de 32. Os diários mostram (como é de se esperar) essa visão dia a dia, os inúmeros problemas, o imenso despreparo do Exército, e selecionei esses trechos porque imaginei que poderiam levar a uma discussão proveitosa num blog chamado “Forças Terrestres”, que não se chama nem “Forças Gaúchas” nem “Forças Paulistas”.
O que eu realmente gostaria de ver em detalhes é a tática empregada nestes combates e poder traçar um paralelo como que se praticava na Europa no mesmo momento.
Esta mesma curiosidade tenho em relação á Guerra do Paraguai. Como se distrbuiam taticamente as tropas? Como era a tática das pequenas frações? Haviam defasagens doutrinárias significativas em vista de outros paises?
tpivatto disse:
10 de julho de 2013 às 20:30
Rafael M. F. disse:
10 de julho de 2013 às 20:57
Colombelli disse:
10 de julho de 2013 às 21:33
Três contra um é sacanagem, mas vamos lá, abaixo a preguiça:
“Por mim tudo bem, De Martini. Não fui eu quem continuou com as provocações e adjetivações.”
Não, você só a iniciou, adjetivando os paulistas de “chorões” e “derrotados”. Aqui não parceiro, que aqui tem café no bule ok? 😉
“para me manter restrito aos aspectos históricos (o que, sinalo, outros comentaristas não fizeram)”
Me desculpe amigo, mas dados históricos foi o que não faltaram nos meus comentários.
“qual o VERDADEIRO OBJETIVO (usei maiúsculo apenas para destacar) da Revolução Constitucionalista de 32? Lutar contra a ditadura?”
Não, foi pra declarar a independência de um país que, na sua imensa maioria, foi descoberta e colonizada pelos paulistas… Tenha dó…
“Olha o que consta da wikipédia (apenas para citar uma fonte mais informal): “Esse fato levou à união de diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalização que se iniciara em janeiro de 1932. Neste movimento, liderado pelo MMDC, se uniram o PRP e o Partido Democrático, chamados pela ditadura de “oligarquia”, que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder e queriam, também, reparar a injustiça ocorrida em 1930, quando o candidato dos paulistas, Júlio Prestes, foi eleito à presidência mas não pode tomar posse, impedido pela Revolução de 1930.”.”
Uma fonte muito erudita, de fato…
Muito bem: só que você tirou do contexto o resto da informação, deixando de mencionar o que a própria fonte (wikipédia) menciona antes: a extrema opressão a que foi submetido o povo paulista após a revolução de 30, com a nomeação de interventores celenterados e incompetentes, a maioria de fora do estado para governar; a completa ausência de poder dos paulistas sobre seu próprio governo. O fato de o governo do ditador GV tratar São Paulo como “terra conquistada” (leia lá, está lá), e não como um estado da federação. E por fim o fato de Júlio Prestes ter sido eleito DEMOCRATICAMENTE pelo voto direto (se era mais ou menos direto são outros quinhentos, mas eram as regras do jogo então vigentes), antes do GOLPE DE ESTADO do ditador GV.
Além do mais, o amigo interpretou errado o fato de constar na wiki que o PRP queria voltar ao poder como se fosse a vontade do povo paulista (e não era, até porque o seu concorrente Partido Democrático Paulista jamais quereria isso), e não como a propaganda da ditadura que é o que a wikipédia quis dizer.
“De onde se conclui que essa história de “luta contra uma ditadura” ou “luta por uma nova constituição” é um tanto OFICIALISTA. Mas oficialista em SP. A maioria dos outros Estados da República têm outra visão sobre esse acontecimento histórico.”
Os outros estados podem ter a visão que quiserem sobre a revolução constitucionalista, mas como não viveram ela qualquer um diria que a opinião deles foi moldada pelo tirano GV. O povo de São Paulo que foi derreter seus ferros de passar roupa para fazer capacetes, que doou suas alianças de casamento para lastrear a moeda paulista, e que se alistou aos montes (mais de 100.000) para compor as tropas do Exército Bandeirante, muitas vezes comprando e pagando do próprio bolso os fuzis e as armas pessoais, não estava nem um pouco aí com a opinião dos outros estados, a “oligarquia” ou as lideranças. Queria era se ver livre da opressão da ditadura de GV que, e isso é um fato, esmagou e reduziu à servidão o Estado mais rico e populoso da nação.
“Se o regime de Getúlio não tivesse sufocado os revoltosos, o Brasil corria o risco de retroceder e voltar à política do “Café com Leite – SP/MG” que manteve o país no atraso por anos a fio.”
Conversa fiadíssima. São Paulo não se revoltou em 1930, como bem poderia ter feito quando Júlio Prestes foi deposto pelo ditador na bala. Na verdade a maioria de São Paulo apoiou a revolução de 30.
São Paulo só se revoltou em 32, após ter sido tratado como lixo pelo governo federal. Aliás, o tratamento dispensado pela ditadura ao Estado foi tão abjeto que o próprio Partido Democrático que APOIOU o golpe de Vargas se uniu ao PRP na Revolução de 1932, contra a tirania a que o Estado foi submetido. Isso seria algo hoje como se PT e PSDB se unissem contra um inimigo comum, ou seja: algo inimaginável, a não ser em condições extremas.
Tirando meia dúzia de cafeicultores que já não mandavam nada em 1930 (senão aliás não teriam perdido o poder), ninguém queria a volta da República do Café com Leite, excetuados talvez os mineiros, que aliás, ao apoiarem a ditadura varguista, viram seu poder de influência longamente definhando ao lugar em que hoje se encontra: secundário.
“Talvez, hoje em dia, a maior “commoditie” do país continuasse sendo o café.
A crise de 1929 acabou com a indústria cafeicultora paulista: isso foi um fato internacional que não estava sob o controle do Brasil, e que não tinha retorno. Ao mesmo tempo a industrialização de São Paulo estava já a passo aceleradíssimo, como não parou jamais. Achar que o café teria destruído ou obstaculizado a indústria paulista é uma completa tolice.
Rafael M. F. disse:
10 de julho de 2013 às 20:57
“Vargas dizia que SP buscava dois objetivos: a independência ou a predominância sobre os outros estados.”
Vargas era um ditador fascista que caçou seu inimigo Prestes até a exaustão e mandou a mulher deste grávida para morrer na câmara de gás na Alemanha Nazista. Mais tarde beijou e abraçou esse mesmo sujeito, em palanques públicos Brasil afora.
O que esse cara falava merece crédito?
É claro que São Paulo queria a predominância no cenário nacional. Era já àquela época de longe o Estado mais rico do país e merecia posição de destaque.
Mas não foi por isso que a Revolução de 32 se deu, porque se fosse só isso já teria estourado em 30: foi, isso sim, porque o Estado foi maltratado e espezinhado seguidamente pelo ditador e sua corja tenentista.
“Vale a pena lembrar que São Paulo, embora o estado mais industrializado do Brasil em 1932, ainda era predominantemente agrário”
Como o resto do Brasil. Mas São Paulo já havia entrado na fase de industrialização, coisa que a maioria do Brasil nem sonhava então.
“com a industrialização vinda de iniciativas individuais, e não de política de estado”
Até 1930 o Estado brasileiro era liberal: não havia intervenção alguma no domínio econômico. Era outro modelo de país, muito mais próximo do modelo norte-americano (federalista liberal) que do estapafúrdio modelo centralizador que é hoje.
“Aliás, seria Vargas quem faria da industrialização uma política de estado, implementando a CSN em 1941”
A industrialização do Brasil se daria com ou sem GV, inexoravelmente. Essa é mais uma das mentiras que ajudaram a construir o mito do “Pai da Pátria”. A exemplo de um outro que passou pelo poder a pouco tempo, GV apenas “surfou na marolinha” da economia mundial, que estava em franca expansão industrial nos anos 30 e 40.
Quanto à CSN tenha dó meu caro Rafael: a siderúrgica foi um PRESENTE “dusamericanu mau feiu i bobu” pela participação brasileira na SGM: GV não moveu UMA ÚNICA PALHA para construí-la. Aliás, como estancieiro latifundiário do RS que era ele provavelmente nem saberia para que servia uma siderúrgica…
“Fala-se que SP combateu uma ditadura. Em 1932, o regime de Vargas ainda não poderia ser considerado uma ditadura, afinal o Estado Novo foi implementado apenas em 1937.”
Ora meu caro Rafael, Vargas foi eleito então em 1930? Assumiu o poder democraticamente, por meio dos votos? Como que ele não era um DITADOR, se tomou o poder na base de um GOLPE MILITAR???
Você está confundindo as coisas: graças à Revolução Constitucionalista (1932) GV foi OBRIGADO a constituir uma Assembléia Constituinte, que promulgou uma constituição em 1934, constituição esta que durou TRÊS ANOS (a constituição que menos durou na história: durou menos que a constituição de 1966, do Regime Militar), quando o DUPLAMENTE DITADOR Vargas deu OUTRO golpe de estado, novamente derrubando uma constituição que ele mesmo determinara a instituição, vigorando a partir de então o Estado Novo, de inspiração nazi-fascista.
Vargas não apenas era um Ditador, como era um Ditador REINCIDENTE! E mais: não fosse o tiro nos bofes que ele se deu, e era capaz de ter consumado OUTRO golpe de estado, na única vez em que foi eleito democraticamente. Em suma: ele era TÃO ditador que simplesmente era INCAPAZ de governar num regime democrático: chegou ao poder num golpe (1930); golpeou a constituição que ele próprio mandou instituir (1937); e morreu (1954) tentando praticar novo golpe de Estado.
“Aliás, devemos lembrar que SP até 1930 se alternou no poder com MG, em uma política que vigorava desde 1894.”
Errado. A política do café-com-leite não foi instituída na fundação da república, mas bem depois, por Café Filho.
“E que era nocivo à democracia, uma vez que utilizava-se de meios lícitos e ilícitos para se manter no poder, o mais famoso sendo o “voto de cabresto”.”
Era a regra do jogo da época, as regras do regime democrático de então, e cabia aos outros estados se conscientizarem e organizarem para mudar tal estado de coisas, e não se revoltarem, como o fizeram em 1930.
Mas de qualquer maneira, uma coisa não justifica a outra, e não é a alternância de SP e MG no poder que justifica a perseguição a São Paulo (unicamente: veja que MG ficou de fora da perseguição getulista e tenentista) promovida pela ditadura varguista.
Repito: não foi o golpe de 30 que provocou a Revolução Constitucionalista, mas a perseguição varguista e tenentista e o ranço antipaulista da elite federal então dominante.
“E ambos os estados defendiam a “vocação agrária” do país, em detrimento da industrialização, pois essa tirava mão-de-obra do campo.”
Mais um pedaço da peça propagandística federal que é ensinado torpemente até hoje em nosso sistema oficial de ensino.
Me diz aí: se São Paulo JÁ POSSUÍA o maior parque industrial do Brasil naquela época, com uma elite industrial pujante e poderosíssima (ex: Matarazzos) de onde o amigo tira que o Estado de São Paulo defendia a vocação agrária?????
Concorda que isso é uma completa incongruência lógica?
“Aliás, é uma ocasião em que Vargas mereceu aplausos. E o Exército, mais ainda.”
Há formas e formas de se fazerem as coisas certas. A truculência da polícia política do bi-ditador Vargas contra a intentona comunista e seus membros, de resto meia dúzia de gatos pingados, inclusive deportando quinta-colunas para serem chacinados em outros países, é algo que jamais foi visto no Brasil, sequer no auge do Regime Militar dos anos 60/70.
“Assim como você afirma que a revolução de 1932 lutava contra um ditador fascínora, se pode muito bem dizer que a Revolução Farroupinha lutava contra a opressão de um Império centralizador.”
A centralização de poderes efetivada pela ditadura Vargas faz a do Império do Brasil parecer uma república de cantões. A antiga tradição de luta contra a opressão centralizadora do povo gaúcho foi o que levou o povo de São Paulo a ingenuamente acreditar que contaria com o apoio dos gaúchos em sua luta contra a ditadura de GV. Mas os gaúchos da época aparentemente preferiram a patriotada barata e o servilismo bairrista a honrar suas tradições e os dogmas que tanto pregam em seus centros de tradição gaúcha.
“Esta premissa de afirmar a presença de uma “lutra contra ditadura” não é válida de forma absoluta e não pode ser defendida como uma verdade apofântica.”
Amigo Colombelli, qualquer movimento de massas conta com gente de todas as espécies e de todos os matizes políticos e ideológicos: exigir a unanimidade numa população inteira é tolice. Veja a propósito as manifestações recentes, que uniram liberais, anarquistas e conservadores contra os esquerdistas-socialistas.
Mas o povo que sofria sob os tacões dos tenentistas e da ditadura centralizadora, que viu sua Força Pública (o equivalente aqui em SP à sua Brigada Militar) ser “aparelhada” por um desqualificado que fora expulso de suas fileiras por desonra militar, seus jornais serem “empastelados” pela censura, seu governo ser substituído por interventores forasteiros incompetentes e corruptos, este povo sabia muito bem porque estava a lutar e doar seus bens.
“Aliás, aqui tu esta sendo contraditório, pois na resposta ao Wagner, acabas por exaltar, indiretamente, o legado getulista no que diz respeito ao reequipamento das forças armadas.”
O reaparelhamento do Exército Brasileiro nas décadas de 40/50 foi mais uma das benesses dos EUA que os brasileiros não reconhecem, atribuindo-o à sagacidade e genialidade do “Pai da Pátria”, quando a verdade é bem outra; por ele o Brasil continuaria comprando cacarecos da França (como prova o post, por sinal), e sobras de armamentos da Alemanha Nazistas, esses aliás trocados por couro e carne de vaca aí do RS.
A realidade é que as FFAAs brasileiras só foram o que foram, pelo menos até os anos 70, graças única e exclusivamente à bondade e visão estratégica de longo prazo do Tio Sam, que nos vendia talvez não o top do top que possuía, mas sempre nos vendeu o suficiente para nos mantermos pari passu com nossos vizinhos, e a preços de irmão para irmão, bastante ao contrário de certos “parceiros estratégicos” que sempre nos venderam o pouco que tem (normalmente tecnologia e doutrina defasadas) pelos olhos da cara.
Aliás, Vargas neste aspecto foi tão facínora e escroque que a primeira coisa que ele fez quando a FEB desembarcou no Rio de Janeiro, vindo da Itália, foi desmobilizá-la, com medo de que a Força Expedicionária, veterana de combate e armada até os dentes, sozinha desse um “couro” no arremedo de Exército tenentista que lhe garantia no poder.
Repito: o Exército Brasileiro não deve NADA a Vargas. Se tiver que agradecer alguém agradeça o Império do Mal, o Grande Satã do Norte (como diz o comunista Wágner).
“Houve, isto é inegável, industrialização e desenvolvimento do pais em seus governos.”
Como eu disse acima, a industrialização já vinha ocorrendo, e continuaria de qualquer jeito, com ou sem GV. Ele apenas “surfou na marolinha” com uns e outros fizeram por aí. Basta lembrar que durante TODA a década de 30 a industrialização se acelerou NO MUNDO TODO, inclusive em países destroçados pela Primeira Guerra, como Alemanha e Itália.
“Já a CLT pode ser antiquada e retrógrada hoje, mas na época não era.”
Amigo, hoje ela é antiquada e retrógrada; na época ela era FASCISTA mesmo. Basta dizer que a CLT foi inspirada (leia-se: é uma cópia escarrada) da “Carta del Lavoro” promulgada por ninguém menos do que Benito Mussolini. A CLT foi criada para CONTROLAR o trabalhismo, ainda que para isso tivesse que regular alguns direitos sociais aos trabalhadores, sob pena de simplesmente não ser aceita. A situação de completa dependência do Estado e subserviência abjeta do trabalhador brasileiro ao empregador é fruto nada mais nada menos do que da querida CLT.
A CLT acabou para todo o sempre com qualquer chance de surgir no Brasil um sindicalismo genuíno, única força motriz por trás da melhoria real, perene e duradoura das condições do trabalhador, criando o peleguismo sindical que comanda as relações capital e trabalho até hoje, sem vislumbre de mudança em futuro próximo.
A CLT foi, é e continuará sendo o pior desastre que se abateu sobre o povo brasileiro depois da república.
“Lembremos que fazer juízos a posteriori é fácil e que a guerra é sempre contada pelos vencedores.”
Até concordo com a primeira assertiva, no sentido de que temos que contextualizar as coisas; mas a segunda é relativizar a verdade, coisa que não concordo.
“uma vez que verdadeiramente somos brasileiros por opção”
Amigo, não relativize: vocês são brasileiros porque perderam a sua Revolução Farroupilha, tanto como nós perdemos a nossa guerra. Não tem essa de “brasileiros por opção”: vocês foram conquistados pelo Império, como nós pela Ditadura Vargas. E veja bem, não estou dizendo que nem uma nem outra conquista foram boas para ninguém.
“Fora isso é um povo mais politizado que a média nacional”
Tão politizados que vivem elegendo o PT e outros vermes da esquerda como governantes. Falemos sério amigo: visto da nossa perspectiva, vocês são tão politizados quanto os catarinenses, os paulistas, os mineiro, cariocas ou demais brasileiros.
“Volto a frisar que a Revolução de 32 não é uma luta do estado A contra o Estado B, mas de grupos políticos, sem que se possa afirmar categoricamente que uns sejam os bons e outros os ruins.”
Sinto muito, mas não concordo. A Revolução de 32 pode até ter começado como uma luta pelo poder de facções, mas se transformou numa luta contra a opressão federalista. Quem sangrou, quem foi bombardeado, quem matou e morreu, quem doou seus bens e costurou na unha a farda dos combatentes estava pouco se lixando para se era A ou B que iria governar depois: o que queriam era acabar com a opressão de um governo que estava a esmagar as liberdades de uma população inteira.
Amigos, concluo afirmando: muito do estado de coisas que vemos no Brasil hoje, com a União riquíssima e estados e municípios em petição de miséria (e olha que São Paulo é de longe o estado mais são em termos financeiros), com os serviços públicos sucateados e precários; enfim, muitos dos problemas que enfrentamos hoje, é resultante de São Paulo haver sido atraiçoado e ter perdido a Revolução de 1932.
Saudações a todos.
Vader disse:
10 de julho de 2013 às 23:48
“Vargas era um ditador fascista que caçou seu inimigo Prestes até a exaustão e mandou a mulher deste grávida para morrer na câmara de gás na Alemanha Nazista. Mais tarde beijou e abraçou esse mesmo sujeito, em palanques públicos Brasil afora.
O que esse cara falava merece crédito?”
Foi apenas uma exemplificação.
Quanto à Olga Benário, recomendo o “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, que ajuda a desmistificar um pouco a Olga Benário romanceada por Fernando Morais. E você sabe que Olga recebeu treinamento militar na Rússia. O que, obviamente, não invalida o fato de seu envio em plena gestação para um campo nazista ter sido um ato de covardia por parte de Vargas. Basta lembrar que o próprio comandante do navio que a levaria para a Alemanha se recusou a levá-la, tendo sido “convencido” pelos homens de Filinto Müller.
Mas homens como William Waack e Sérgio Rodrigues, que pesquisaram a fundo os acontecimentos que precederam e sucederam a intentona de 35, afirmam que Olga certamente sabia que Prestes havia matado a adolescente Elvira Cupello Calônio (codinome “Elza”), por supor que ela fosse uma “traidora”. Ou seja, ela não era nenhuma santa. Mas não há santos em uma guerra.
“Quanto à CSN tenha dó meu caro Rafael: a siderúrgica foi um PRESENTE “dusamericanu mau feiu i bobu” pela participação brasileira na SGM: GV não moveu UMA ÚNICA PALHA para construí-la. Aliás, como estancieiro latifundiário do RS que era ele provavelmente nem saberia para que servia uma siderúrgica…”
Observe meu comment de 9 de julho de 2013 às 21:49, e verá que menciono o seguinte:
“A CSN foi criada em 1941, e foi fruto de um acordo militar com os Estados Unidos.”
Bom, quem costurou esse acordo, me corrija caso eu esteja errado, foi Vargas com o presidente Roosevelt, onde foi oferecido em troca a cessão de bases no Nordeste, além de apoio logístico aos aliados. O país já poderia estar passando por um processo de industrialização, mas o advento da CSN faria com que esse processo se acelerasse no pós-guerra, não há como negar isso. Óbvio, a chegada de refugiados judeus e alemães no imediato pós-guerra ajudou consideravelmente.
“Até 1930 o Estado brasileiro era liberal: não havia intervenção alguma no domínio econômico. Era outro modelo de país, muito mais próximo do modelo norte-americano (federalista liberal) que do estapafúrdio modelo centralizador que é hoje.”
O problema é que a falta de intervenção resultou na crise de 29, que afetou seriamente o Brasil, que era essencialmente um país agro-exportador de café, e a oligarquia cafeeira de SP/MG foi incapaz de lidar com a situação. Esse foi um dos fatores da revolução de 30, junto com a crise de sucessão.
Eu nem chego a ser do tipo keynesiano, mas acredito que o estado deve em determinados momentos atuar para impor limites. Identificar esses limites é uma tarefa que deixo para os economistas e advogados.
“A industrialização do Brasil se daria com ou sem GV, inexoravelmente. Essa é mais uma das mentiras que ajudaram a construir o mito do “Pai da Pátria”.”
Bom, eu particularmente não gosto de mitos, prefiro olhar a frieza dos fatos: a crise de 1930 serviu para evidenciar o esgotamento do modelo agrário-exportador defendido por São Paulo e Minas Gerais, o que, de fato, gerou uma aceleração do processo de industrialização, em particular em SP. Mas as indústrias que cresceram nessa época eram indústrias de bens de consumo, com maquinário todo importado. Fazia-se urgente a implementação de uma indústria de base por questões de segurança nacional, e é aí que entra Vargas, ao fazer o acordo com Roosevelt em 1941. E não mencionei o ensino técnico, implementado na rede federal em 1943 por Capanema.
Aliás, a implementação da indústria de base era uma aspiração antiga. A ANL já a defendia em meados dos anos 20.
“Ora meu caro Rafael, Vargas foi eleito então em 1930? Assumiu o poder democraticamente, por meio dos votos? Como que ele não era um DITADOR, se tomou o poder na base de um GOLPE MILITAR???”
Ok, esqueci desse detalhe. Faglia mia.
Embora não se esqueça que o golpe só foi possível porque houve uma cisão entre MG e SP, com relação à sucessão. O rumo natural seria a candidatura de um mineiro, mas Washington Luís preferiu o paulista Júlio Prestes. Com isso MG se bandeou para o lado do Rio Grande do Sul, e é aí que entra Vargas. Foi um erro dos próprios políticos paulistas.
Mas não creio que isso invalide de todo meu argumento, porque não há como comparar 1932 com 1937, em termos de liberdades individuais. O Estado Novo foi muito mais repressivo. E em parte culpo Prestes por isso.
“Você está confundindo as coisas: graças à Revolução Constitucionalista (1932) GV foi OBRIGADO a constituir uma Assembléia Constituinte, que promulgou uma constituição em 1934”
Não estou não. Quanto à constituição de 34, de fato tiro meu chapéu para SP, pois foi o resultado de seu esforço em 32.
“Errado. A política do café-com-leite não foi instituída na fundação da república, mas bem depois, por Café Filho.”
Errado. Foi com Campos Sales, em 1898. Café Filho era vice de Vargas em 54. Aliás, a posse dele e sua posterior deposição geraria um debate interessante.
“Era a regra do jogo da época, as regras do regime democrático de então, e cabia aos outros estados se conscientizarem e organizarem para mudar tal estado de coisas, e não se revoltarem, como o fizeram em 1930.”
E haveria alguma outra maneira, sabendo que a máquina eleitoral estava nas mãos do PRP/PRM?
“Me diz aí: se São Paulo JÁ POSSUÍA o maior parque industrial do Brasil naquela época, com uma elite industrial pujante e poderosíssima (ex: Matarazzos) de onde o amigo tira que o Estado de São Paulo defendia a vocação agrária?????”
Do fato de quem determinava a política econômica até 1930 eram os produtores agrários, em particular os cafeicultores. A política econômica era voltada para a defesa do café, embora não atravancasse a indústria, deixo claro. O governo do período 1894-1930 não atrapalhava a indústria, mas também não a estimulava.
“Há formas e formas de se fazerem as coisas certas. A truculência da polícia política do bi-ditador Vargas contra a intentona comunista e seus membros, de resto meia dúzia de gatos pingados, inclusive deportando quinta-colunas para serem chacinados em outros países, é algo que jamais foi visto no Brasil, sequer no auge do Regime Militar dos anos 60/70.”
Prestes também aprontou das suas. Recomendo ler sobre o caso da menina “Elza”, já mencionado anteriormente. Não há santos nem demônios nessa guerra.
Resumo da ópera: no que diz respeito a Vargas, nem muito ao céu, mas nem muito ao inferno.
Uau, quase duas horas respondendo! Ufa!
No mais, gostaria de dizer que é uma enorme satisfação debater com você. Embora peque um pouco pela forma um tanto agressiva de se expressar (embora creio ser isso um vício de advogados, em particular promotores), você me obriga a raciocinar e a pesquisar, a fim de embasar minha argumentação.
Aliás, devo dizer que são momentos como esse que me faz apoiar incondicionalmente a política de moderação da Trilogia. Forma-se uma massa crítica que só tem a acrescentar, mesmo nas discordâncias.
Saluti a tutti!
Vader, não se trata de ser três contra um, mas sim de discordar de algumas colocações radicalizadas que tu fizeste.
Veja-se que não foram os paulistas que descobriram e colonizaram o país. Foram os bandeirantes “portugueses”. Na época não existia uma identidade em Estados, como tu bem sabes. Aliás, estas entradas e bandeiras tem o seu outro lado também, como opressoras de quem ja vivia aqui, mas isso é outra história ( mais uma vez tudo tem dois lados ao menos) Não faço juizo aqui acerca do mérito delas, mas também em relação a elas pode ser apontado um outro lado, é preciso lembrar. Ainda bem que elas existiram.
Falas na presença de um propaganda da ditadura getulista em tua resposta ao Tpivato e apos afirma que a afirmação que fiz do fato de guerra ser contada pelo vencedor seria relativizar a verdade. Ora, porque em um caso foi a propaganda ditadura vargas (vitoriosa) que criou algo e na outra não foi a propagada dos aliados que gerou uma versão? Contradição. Tanto em um como em outro caso foi a versão do vitorioso que preponderou. É a versão de Vargas que prevalece grosso modo assim como é a dos aliados. Se o eixo tivesse ganho a guerra a visão seria diferente. Se SP ou o RS tivessem ganho suas revoltas igualmente a versão oficial seria outra.
Com que dados que a industrialização ja estava em andamento na década de 30? Por outro lado, se estava, como pode negar a influência de Getúlio em vista da industrialização do Brasil? Não sou fã dele, mas isso é um fato. Ainda que ele tenha ganho dos EUA apoio como no caso da CSN, não se pode negar que isso se deu no governo dele. Se fosse outro será que isso teria ocorrido? Houve 30 anos antes e não se operou uma industrialização co ocorreu no governo dele. Podemos somente especular a respeito como teria sido com outro. A industrialização da Itália e da Alemanha nesta época se deu em um contexto de governos autoritários ( justamente o mesmo que Vargas). Ou seja, pode ser que ela não tivesse ocorrido no Brasil, ou não tivesse ocorrido tão rapidamente se não fosse justamente a ditadura dele.
Se não apoiamos a revolução de 32 não foi por “patriotada barata” e “servilismo bairista” como você diz mas sim por outro fato que você mesmo afirma. Ora, como você mesmo ressaltou “é claro que SP queria a predominância”. Como tu pode querer que o RS e outros Estados do país fossem apoiar um movimento que iria trazer de volta, de forma desejada como objetivo ou não, exatamente o estado de coisas de antes e que motivou a revolta dos demais em 1930?
Aliás, se afirmas que os demais estados deveriam ter se organizado pra modificar isso ao invés de se rebelar em 1930, a mesma exortação pode ser feita em relação a SP em vista de 1932, não? Poderia fazer valer seu peso econômico ao invés de se revoltar. Ou as duas situações, 1930 e 1932, legitimam revolta ou nenhuma, pois a visão de uns e outros é justamente a de estarem sendo preteridos.
Certamente que movimento algum tem homogeneidade. O que afirmei é que as coisas tem visões relativas. Em SP, a revolução de 32 é vista como uma luta contra uma ditadura, em outros locais, como uma tentativa de retornar ao café com leite em um injusta (seria? não sei, pra maioria na época sim) hegemonia que durava pelo menos duas décadas. Aqui a Revolução Farroupilha é vista como uma luta contra a opressão, em outros locais, apenas como um movimento das elites agrárias (estancieiros) contra medidas que afetavam seus bolsos. Tudo depende do ponto de vista.
Quanto ao reaparelhamento das forças armadas, nunca saberemos se os EUA teriam feito o mesmo se não fosse Vargas, pois como tu ressaltou, ele se aproximou, e muito, dos EUA no pós-guerra. Mas se tivéssemos recebido armamento da Alemanha, teria sido ótimo, pois o armamento terrestre alemão era, em 1940, excetuada a M2 .50 que é uma arma ícone, muito superior ao norte-americano. Vargas comprou vários lotes de armas dos EUA para fazer frente a Argentina tendo em vista um relatório de 1942, que apontava que este país poderia conquistar 3/4 do RS e parte de SC em 04 semanas de combate. Certamente que o fato de ele ter uma postura anticomunista facilitou esta aproximação.
Quanto à CLT, não estas contextualizando as coisas corretamente. Hoje ela é um entrave gigantesco justamente porque tem 70 anos. Eu que trabalho (a contragosto) com ela, pois detesto direito do trabalho, e tenho que contrapor aos seus excessos, sei bem disso. Mas no contexto da década de 30 e 40, ela foi excelente, pois havia verdadeira escravidão, tanto que trabalhadores em todo o país, inclusive com expressiva liderança dos paulistas, várias e justas vezes se revoltaram nas décadas de 20 e 30. Ela apenas ficou vetusta, mas não era e não é intrinsecamente ruim, tanto que sobreviveu a governos dos mais diversos matizes.
Não fomos conquistados pelo império, assim como SP não foi conquistado por Vargas. Tanto o RS como SP ja eram parte do Brasil quando de suas revoltas. Fomos vencidos ambos. Porém, antes de 1835, muitas e muitas vezes, nós gauchos, repelimos invasões castelhanas. Muito sangue foi derramado na “campanha” (que é como chamamos a planície gaucha), pra que isso aqui hoje fosse Brasil e lembrando que em boa parte deste período as Províncias do Prata e depois a Argentina sempre foram muito mais desenvolvidas que o Brasil Império, ou seja, motivos aderir a eles não faltaram. Felizmente, nossos ancestrais ( não exatamente os meus, que são europeus enem estavam aqui) preferiram o Império Português e depois o Brasileiro ( pensa so! hoje estar sendo governado pela Kirchner, ainda é pior que a Dilma). Foi luta que impediu que eles, os castelhanos, dominassem o sul, tanto antes como depois, pois se nunca tentaram foi porque sabiam a recepção que teriam.
Justamente pela maior politização é que os lacaios esquerdistas se elegem as vezes por aqui, porque galvanizam a revolta popular ( e aqui é tudo 08 ou 80), mas também nunca um se reelegeu. Se tu fizeres, uma pesquisa histórica, verás que o pessoal aqui é mais interessado em política,no sentido de política partidária, que a média nacional. Foi neste sentido que falei em politização. Aliás, como ressaltei, isso não é algo bom, pelo contrário. Hoje o RS é um Estado muito desunido e dividido justamente por conta desta politização. Não há meio termo nas coisas, não há entendimento.
Concluindo, um juízo acerca da revolução de 1932 irá variar 180º de acordo com a perspectiva, se de SP ou de fora, assim como variará a concepção acerca da Revolução Farroupilha ou de qualquer outro movimento dos vários ocorridos no século XVIII. Getúlio foi um populista e muitas vezes demagogo ( nem aos pés de lula, mas foi), autoritário, e cometeu muitos erros. Mas também acertou em muita coisa se considerado o seu tempo. Eu não sou fá dele, mas tenho de reconhecer isso. Os paulistas tem todo o direito de festejar e exaltar um fato histórico importante para si, quando defenderam, certos ou errados, seus valores e idéias ( como fazem os gauchos no 20 de setembro), e hoje,como ressaltei em meu primeiro comentário, tem ainda mais motivos para lutarem, pois são o Estado mais espoliado pelo GF e não recebem atenção proporcional a sua importância. O que não podemos é radicalizar,pois em história há mais possibilidade de variantes que na mecânica quântica.
Vader, o Rafael falou no vício dos advogados e promotores de se expressar? Por acaso estas em uma desta categorias?
No quarto parágrafo meu acima, faltou um “afirmas” na primeira linha.
Ah, ainda tem mais um fato interessante sobre Prestes:
A aproximação do mesmo com Vargas começou quando este reprimiu o levante integralista de 1938. Prestes estava na prisão e mandou inclusive uma carta a Vargas elogiando sua postura.
Aliás, eu tenho uma curiosidade imensa em saber por que as esquerdas cultuam tanto alguém que as reprimiu com tanta brutalidade. Masoquismo?
E digo mais, Felipe:
Embora a revolução de 1930 de certa forma deslocasse – por pouco tempo – São Paulo do centro do poder, convém lembrar que o Ministro da Fazenda de Vargas era paulista. As exportações de café absorviam apenas 2/3 do que era produzido, os outros 1/3 sendo comprados pelo governo e queimados. O governo não largou o setor cafeicultor ao deus-dará, já que isso significaria quebrar a principal fonte de divisas do país, o que seria desastroso.
Achei um link interessante, e acho que você vai gostar: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/face/article/viewFile/8043/6698
Vader:
Eu não queria pessoalizar, mas já que você fez menção ao meu comentário para um dos moderadores, creio ter o direito de resposta à tua consideração.
A despeito da tua já consabida verborragia, percebo que continuas com problemas de leitura básica. Eu usei o verbo CONTINUAR, portanto não neguei que tenha usado alguma adjetivação ou cometido alguma provocação. No entanto, quem primeiro adjetivou o GV como uma das duas “figuras nefastas” que até então temos na história do país foi outro comentarista A QUEM ME DIRIGI DIRETAMENTE no meu comentário das 20h44min de 09 de julho (e não a você), sendo que me abstive de tecer qualquer consideração até às 20h30min do dia 10 de julho do corrente. Ou seja, depois do aviso do Nunão das 20h50min, não CONTINUEI na mesma linha…
Outrossim, em momento algum disse que faltavam dados históricos nos teus comentários, apenas referi que alguns comentaristas (novamente: não me dirige a você especificamente) não se limitaram a comentar os aspectos históricos do post proposto.
Apesar da tua ironia (e pequena provocação desnecessária, uma vez que previamente reconheci a natureza “informal” da Wikipédia) quanto à “erudição” da fonte que eu citei, suponho que você tem “café no bule” suficiente para encontrar fontes acadêmicas que reiteram, se não todas, boa parte das assertivas feitas pelo site referido.
Se, por um lado, você me acusa de ter “pinçado” um trecho “pró-getulista” do texto da Wikipédia, você contemporiza, relativiza e até mesmo desconsidera, o sistema eleitoral que conduziu a eleição do Júlio Prestes, ao asseverar que: se o voto “era mais ou menos direto são outros quinhentos”. O que nos leva ao aspecto subsequente.
Se, de minha parte, desconsiderei “a extrema opressão a que foi submetido o povo paulista após a revolução de 30, com a nomeação de interventores celenterados e incompetentes, a maioria de fora do estado para governar; a completa ausência de poder dos paulistas sobre seu próprio governo”, você, da sua, não levou em consideração que, usando tuas palavras, “o golpe DO Getúlio” (que, aliás, bem sabemos não agiu sozinho, nem exclusivamente com gaúchos) se deu, principalmente, como REAÇÃO à política do café com leite, praticada por Minas e São Paulo. Só houve o “golpe militar” de 30, novamente usando tuas palavras, porque São Paulo e Minas Gerais se alternaram anos no poder, usando não somente artifícios lícitos, como ILÍCITOS e/ou COERCITIVOS, como o “voto de cabestro”.
Assim, a Revolução de 32 (e a opressão à SP, injusta e injustificável), somente pode ser compreendida dentro de um contexto anterior, mais amplo, que diz respeito com os motivos que culminaram na Revolução de 30. Então sejamos justos: ambos os lados cometeram ilicitudes e equívocos, cada um à sua época no poder.
Vale lembrar que foram os paulistas que traíram os mineiros (e nem por isso considero os paulistas pessoas “conspiradoras”), rompendo com a política do café com leite até então vigente. Washington Luís (que, embora fosse fluminense, era radicado em São Paulo desde sua juventude) deveria indicar, para ser seu sucessor, o presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, ou o vice-presidente da República, então mineiro, ou, ainda, outro líder político mineiro. Apesar disso, o presidente Washington Luís demonstrava apoio ao então presidente de São Paulo, Júlio Prestes, que pertencia ao Partido Republicano Paulista – PRP, a que também pertencia o primeiro.
Embora repisar a história seja um tanto enfadonho e até certo ponto desnecessário, faço menção a esses fatos para destacar outra contradição tua: vc ataca a deposição de Júlio Prestes, ignorando o sistema eleitoral corrupto então vigente, mas ao mesmo tempo ataca o PRP do mesmo Júlio Prestes, argumentando, inclusive, que não era interesse do “povo” de SP que esse partido voltasse ao poder com a Revolução de 32…
Por oportuno, em momento algum eu disse que o “PRP queria voltar ao poder como se fosse a vontade do povo paulista”, tendo me limitado a transcrever o que dizia o texto da Wikipédia. Acho complicado mensurar qual era a vontade do “povo” de SP à época. No entanto, não há dúvida que os “oligarcas” do PRP queriam voltar ao poder, fosse isso vontade do “povo” paulista ou não (aliás, não há nada de estranho nisso, considerando o sabido comportamento de políticos nacionais…). Então reputo incorreta, imprecisa e genérica tua afirmação de “ninguém” queira a volta da política café com leite.
Da mesma forma reputo equivocada tua afirmação de que o “poder de influência” dos mineiros se encontra, atualmente, em “lugar secundário”. Ao que me consta a atual Presidenta é mineira.
Mais de 100.000 alistados? Aparentemente parece ser um número expressivo, mas considerando que, segundo o censo de 1920 (veja bem: houve censos em 1920 e 1940, mas não em 1930) a população paulista era de 4.592.188, 100mil pessoas equivale a apenas pouco mais de 2% da população de SP de 10 anos antes. Ainda que consideremos uma média aritmética das populações paulistas de 1920 (4.592.188) e 1940 (7.180.316), o que resultaria em 5.886.252 pessoas, o percentual fica ainda MENOR, de aproximadamente 1,69%.
Concordo que os cafeicultores perderam significativo poder ou, usando teus termos, “poder de influência” com a crise de 1929. Mas discordo da afirmação que essa crise simplesmente “acabou com a indústria cafeicultora paulista”. Você mesmo reconhece, mais adiante e em resposta ao Rafael, que SP embora fosse o estado mais industrializado do Brasil em 1932, ainda era predominantemente agrário, como o resto do Brasil. Logo, essa perda de poder foi parcial, não total. Por sinal, até hoje dia em o café continua sendo uma commoditie importante na pauta de exportação brasileira.
Em outro aspecto, nunca disse que o café teria destruído ou obstaculizado a indústria paulista. Mas não foi a oligarquia cafeeira paulista, enquanto no poder, que adotou qualquer política de industrialização, mas, sim, o Getúlio, como tu bem reconheceu.
Quanto à tua afirmação de que a união do PRP com Partido Democrático seria tão esdrúxula como a do PT com o PSDB, vou me abster de comentar por dois motivos: primeiro, pq acredito ser historicamente incorreto querer equiparar uma situção política de mais de 80 anos atrás com a política atual. Cada época com suas peculiaridades. Segundo pq o PT é um partido tão “traíra” que ultimamente se uniu até com o Paulo Maluf – o que, convenhamos, atés uns 10 ou 15 anos atrás seria algo inconcebível e muito mais inacreditavél que a aliança por ti referida, lembrando, é claro, que o FHC e o molusco Lula já subiram no mesmo palanque, por uma causa comum: as diretas já (fato que corrobora meus argumentos de cada época tem suas peculiaridades e as posições políticas são dinâmicas)…
Em relação à tua alegação de que a CLT era fascista, com inspiração na Carta Del Lavoro, novamente erraste… Erro muito comum atualmente. Mas você, como bacharel em direito, devia saber um pouco mais da história das relações trabalhistas. O falecido Ministro Arnaldo Süssekind, um dos integrante da comissão que elaborou a Consolidação das Leis do Trabalho, já desmentiu essa versão diversas vezes e deixou muito claro os precedentes históricos da CLT. E já que tu preferes fontes mais “eruditas”, permita-me encerrar, deixando uma dica de estudo jurídico, transcrevendo excerto introdutório da tese de doutorado da Desembargadora Federal do Trabalho aposentada Magda Biavaschi perante a UNICAMP (já te adianto que ela foi aprovada com LOUVOR pelos PAULISTAS), que rechaça veementemente essa alegação mitológica e disponível no site do Tribunal do Trabalho da 4ª Região (www.trt4.jus.br – podes fazer uma busca pelo título da tese: “O Direito do Trabalho no Brasil 1930-1942”): “em No campo jurídico, boa parte da bibliografia sobre a história do Direito do Trabalho no Brasil, com um olhar mais detido na CLT, insiste em afirmar ser esta cópia da Carta Del Lavoro, de Mussolini. No terreno das análises sociológicas, registra-se uma lacuna quanto ao tema específico do Direito e da Justiça do Trabalho, apesar de uma expansão mais atual de estudos sobre o Judiciário. No entanto, são expressivos os trabalhos sobre a constituição da classe trabalhadora e de suas organizações, bem como sobre os sentidos da positivação das regras trabalhistas da ‘Era Vargas’, encontrando-se, grosso modo, duas vertentes: uma, a que atribui à classe trabalhadora papel relevante no processo de constituição dessas regras, por meio de suas organizações e/ou interagindo com os reformadores sociais, com os partidos políticos, etc.; outra, a que, partindo de certo senso-comum tradicional, atribui ao Estado e às suas artimanhas ‘populistas’ a ‘concessão’ e/ou a ‘outorga’ das normas de proteção social, como se buscará discutir na introdução ao segundo capítulo. Desconstituir esse senso-comum, procurando-se desvendar quais as fontes materiais do Direito e do Processo do Trabalho brasileiros é um dos desafios a que esta tese se propõe.
A questão central deste estudo é mostrar que a história da constituição dos direitos sociais brasileiros, mais especificamente do Direito material do Trabalho e das instituições aptas concretizá-lo, não cabe no enunciado de cópia do modelo fascista. Para tanto, busca, na trajetória da humanidade e a partir de um diálogo inicial com alguns pensadores modernos, mostrar como foi sendo internalizada a idéia da importância do Direito e do Estado para a vida em sociedade, esboçando o cenário em que se constituíram as condições para o nascimento do Direito do Trabalho como um ramo com princípios próprios, remontando, assim, às suas origens e finalidades: um estatuto jurídico que, desde o seu nascedouro, contrapõe-se à idéia de que o resultado ótimo do encontro das vontades de ‘indivíduos livres’ tornará as relações mais homogêneas e harmônicas”.
Por fim, antes que eu me esqueça: aqui também tem café no bule, meu chapa!
Nunão:
concordo que uma “singularização” não é o ideal e deveras imprecisa.
Não obstante, tendo vc reconhecido que, entre os principais motivos da RC de 32, constavam “uma questão de disputa de poder / retomada de poder perdido, assim como a disputa entre poder centralizador e federalização / regionalização, como continuidade das diversas negociações que permearam toda a República Velha e vinham desde o Império” e que “Exigir à força uma constituição era menos um ‘clamor antiditadura’ do que uma forma de reagir à imposição do Governo Central de interventores nos Estados”, dou-me por satisfeito.
Sauds.
Amigos,
Já falei o que tinha pra falar sobre o tema e creio que a tréplica pouco acrescentaria ao debate. Excelente que se tenha instaurado a controvérsia. Essa dialética é a que constrói o bom debate e faz este espaço valer a pena.
Vocês não me convenceram e eu certamente não os convenci. De maneira que quem nos leu que tire as conclusões que achar válidas.
Colombelli, sim me enquadro em uma dessas categorias, na realidade sou advogado de contencioso militante na área e especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Me desculpe(m) se me expresso de uma forma um tanto incisiva, é mais por força do hábito que por qualquer outra coisa.
Tpivatto, por ser a minha área de atuação lhe afirmo categoricamente que teses sobre a origem histórica e os fundamentos ideológicos da CLT tem para todos os gostos e matizes (aliás, como você mesmo apontou em seu comentário). Da mesma forma que você mencionou Süssekind e outra, poderia te citar inúmeros outros doutrinadores que, fundamentadamente, apontam em sentido contrário.
A pesquisadora citada por vc desenvolveu uma tese inovadora (eu até diria revisionista) que, como tese que é, é antítese de outras, e deve ser oposta a outras. De modo algum significa dizer isso que ela seja a maior autoridade no assunto, até porque, e esse é o detalhe, sem tirar o mérito da desembargadora mencionada, a Unicamp por ti citada não possui um instituto dedicado ao estudo do Direito (muito infelizmente, aliás), e não é reconhecida no meio jurídico como uma faculdade de ponta na área.
O fato é que, qualquer que seja a origem histórico-ontológica da CLT ela foi, é e continuará sendo reconhecidamente um câncer para o sindicalismo genuíno. A unicidade sindical, o dissídio coletivo, a interferência estatal no Direito Coletivo e Processo Coletivo do Trabalho, os impostos sindicais, etc., todas notadamente características de regimes totalitários, são algumas das causas que tolheram e atravancam o desenvolvimento de um sindicalismo genuíno no Brasil, prejudicando o trabalhador e impedindo que esse tome consciência de seu real poder de barganha com patrões e Estado.
Mas isso, creio, seja uma discussão técnica cujo espaço de debate mais apropriado não é este. Fique com sua opinião, que fico com a minha.
Saudações a todos.
Perfeito, Felipe!
Ninguém conseguiu convencer ninguém. Acredito que nem era esse o objetivo.
Mas todos ganharam com isso. É o que importa.
Foi uma imensa satisfação participar dessa conversa.
Saudações!
Bom como Nacionalista e Anti-Comunista, Anti-USA, Anti-UE, Anti-Otan, Anti-Sionismo e Anti-Sociedades Secretas.
Em relação a Olga Benario ela era Alemã TRAIU seu pais foi para URSS treinar guerrilha e depois veio para o Brasil praticar terrorismo.
Enfim pena de morte foi pouco.
Assim eu sou Getulista e lutaria na época contra São Paulo ou qualquer outro estado que tentasse se separa da Federação.
Atenção não estou atacando ninguém é somente minha opinião e espero que respeitem…
Agradeço
Vader, nunca desconfiaria que tu trabalhasse na área jurídica. Grande surpresa.
De fato hoje, a CLT se presta a gerar uma verdadeira extorsão processual contra o empregador na maioria das vezes.
Por voltas do destino, eu, por natureza um cientista das exatas, acabei também caindo no Direito. Tenho ate um blog na área jurídica, com textos meus e materiais de aula. Fica convidado a visita-lo: http://mcolombellim.blogspot.com.br/
Também se sinta convidado a vir conhecer o RS, se ainda não conhece, e experimentar um costelão assado 10 horas em fogo de lenha e braseiro, regado a vinho tinto Merlot ou com uma Polar gelada (cerveja local). Creio que falo pelo colegas daqui também.
Boa Noite,
Parabéns à todos, no meio dessas discussões, aprendi mais um pouco sobre a nossa História.
O que pude observar, é que as Regiões mais desenvolvidas do país, cada uma à sua sorte, tentaram em algum momento dar um basta quando se sentiram exploradas e cerceadas pelo GF.
Longe de querer ser separatista, mas é um fato que até hoje, SP despontado na frente, seguida pela região Sul do nosso país, carregam nas costas o restante do País, isso de fato é triste, porque vivemos numa Grande Nação, mas devido aos interesses dos políticos, esses recursos são pulverizados conforme seus interesses e outras regiões que poderiam ser grandes também não se desenvolvem como deveriam.
Ahhh, pelo menos a discussão não acabou em pizza mas em churrasco!!! …rsrsr
Sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 eu sabia apenas o básico. Agora, lendo e relendo os comentários aqui, além do texto da matéria, me sinto mais instruído.
O meu Estado também se orgulha da Insurreição Pernambucana de 1817, lembrada na atual bandeira do Estado.
GUPPY
Colombelli disse:
11 de julho de 2013 às 18:40
Grande Colombelli, excelente seu blog, parabéns pela iniciativa.
Infelizmente ainda não conheço o Rio Grande. Estou tentando arrumar um tempinho para dar um pulo aí, até para visitar meu irmão, que mora em POA.
Quando eu for sem dúvida compartilharemos um costelão com a famosa Polar.
Grande abraço.
Só agora tomei conhecimento deste Blog …Muito interessante e valioso para melhor se aprender fatos da nossa História! Embora sendo gaúcho, reconheço o valor que a Revolução de 1932 teve para com os destinos do país…Creio que – no fundo – até o próprio Getúlio Vargas reconheceu isso, pois teve que ceder em vários pontos para poder continuar governando o país…Se GV fez um bom governo ou não nos 15 anos de ditadura, creio que isso fica a critério de cada um…