NSA e CIA mantiveram em Brasília equipe para coleta de dados filtrados de satélite
Brasília fez parte da rede de 16 bases dedicadas a programa de coleta de informações
ROBERTO KAZ e JOSÉ CASADO
RIO — Funcionou em Brasília, pelo menos até 2002, uma das estações de espionagem nas quais agentes da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) trabalharam em conjunto com a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. Não se pode afirmar que continuou depois desse ano por falta de provas. Documentos da NSA a que O GLOBO teve acesso revelam que Brasília fez parte da rede de 16 bases dessa agência dedicadas a um programa de coleta de informações através de satélites de outros países. Um deles tem o título “Primary Fornsat Collection Operations” e destaca as bases da agência.
Satélites são vitais aos sistemas nacionais de comunicações, tanto quanto as redes de fibras óticas em cabos submarinos. O Brasil não possui nenhum, mas aluga oito, todos do tipo geoestacionário – ou seja, que permanecem estacionados sobre uma região específica da Terra, em geral na linha do Equador.
Há também um conjunto de documentos da NSA, de setembro de 2010, cuja leitura pode levar à conclusão de que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, em algum momento teriam sido alvos da agência. Não foi possível confirmar a informação e nem se esse tipo de prática prossegue.
Essa mesma documentação expõe os padrões da NSA para monitoramento de informações em escritórios estrangeiros, nos EUA. São softwares de espionagem operados a partir de implantes físicos nas redes digitais privadas e em computadores: Highlands é o codinome de um programa de coleta direta de sinais digitais; o Vagrant funciona através de cópias das telas de computadores; e o Lifesaver, via cópia dos discos rígidos onde ficam armazenadas as memórias das máquinas. Os três programas teriam sido usados para espionar dados brasileiros.
Os documentos da NSA foram vazados por Edward Snowden, técnico em redes de computação. Ex-empregado da CIA, ele trabalhou na agência nos últimos quatro anos como especialista subcontratado de empresas privadas. Há um mês, o jornal britânico “The Guardian” publicou reportagens com as primeiras revelações de Snowden sobre operações de vigilância de comunicações realizadas dentro e fora das fronteiras dos Estados Unidos.
No domingo, O GLOBO mostrou que, na última década, a NSA espionou telefonemas e correspondência eletrônica de pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país. Não há números precisos, mas em janeiro passado, por exemplo, o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.
Para tanto, a agência contou com parceiros corporativos no uso de ao menos três programas de computação. Um deles é o software Prism, que permite acesso aos e-mails, conversas online e chamadas de voz de clientes de empresas como Facebook, Google, Microsoft e YouTube, entre outras. Outro programa é o Boundless Informant, para rastrear registros como hora, local, etc., de e-mails enviados ou recebidos. Há também o X-Keyscore, capaz de reconhecer uma mensagem escrita em diferentes idiomas em correspondência de e para o Brasil. E ainda existe o Fairview, pelo qual é possível monitorar grandes quantidades de informações trocadas por pessoas e empresas em distintos lugares.
Brasília se destacou como única estação na América do Sul no mapa descritivo das operações americanas de espionagem por satélites estrangeiros.
Também era uma das duas cidades-base do Fornsat, que hospedaram espiões da NSA e da CIA designados para trabalhar em conjunto nesse programa. Na linguagem característica usada na documentação copiada por Snowden, eles compunham uma força-tarefa, a Special Collection Service (SCS). Além de Brasília, haveria outro grupo em Nova Délhi, na Índia.
A NSA descreve, em apresentação interna datada de 2002, como opera esse consórcio de agências americanas de espionagem. O foco, segundo a documentação oficial, está em “converter sinais de inteligência captados no exterior a partir de estabelecimentos oficiais dos Estados Unidos, como embaixadas e consulados.” Acrescenta: “A NSA trabalha junto com a CIA. (…) Agentes da NSA, disfarçados de diplomatas, conduzem o acervo”. O documento foi feito uma década atrás e não foi possível confirmar se a prática prossegue.
Essas duas agências mantinham equipes SCS em 75 cidades, conforme o documento de 2002. Não foi possível saber se atualmente continuam. Dessas, 65 eram capitais nacionais. Mas os documentos da NSA deixam claro que apenas nas estações de Brasília e de Nova Déli, existiam forças-tarefa SCS com trabalho diretamente relacionado ao programa de espionagem através de satélites de outros países, o Fornsat.
A ação conjunta proporciona “inteligência considerável sobre comunicação de lideranças”, esclarece o documento da NSA de 2002. Ela é facilitada, ressalta, pela “presença dentro de uma capital nacional”.
Complexo para a coleta
O número de “alvos” é grande: “Sistemas de comunicação de satélites comerciais estrangeiros são usados no mundo inteiro por governos estrangeiros, organizações militares, corporações, bancos e indústrias.” A estrutura desse sistema de coleta de informações, segundo a NSA, se baseia nas alianças da agência com empresas privadas, proprietárias ou operadoras: “A NSA, em conjunto com seus parceiros estrangeiros, acessa sinais de comunicação de satélites estrangeiros.”
No mapa sobre operações do sistema Fornsat aparecem de forma claramente identificáveis duas importantes bases militares dos EUA.
Uma é da própria NSA, a de Sugar Grove – “Timberline” é o seu codinome. Fica no condado de Pendleton, em West Virginia (EUA). Segundo reportagem de 2005 do jornal “New York Times”, funciona como uma espécie de central do sistema de coleta de informações por sinais digitais no lado Leste dos Estados Unidos.
Um outro ponto-chave de coleta de dados é a base de Misawa, no Japão. Ali estão estacionadas unidades da Força Aérea dos EUA (basicamente, o 35º Fighter Wing) e um grupamento da Força Aérea de Autodefesa do Japão.
Como as agências de espionagem de outros países, a NSA sustenta grandes investimentos anuais em tecnologia. É o resultado de uma obsessão por Inteligência “acabada” – a produção diária de um conjunto de informações de qualidade para quem detém o poder de decisão na política governamental doméstica e externa. Mas como tudo é segredo nesse ramo, os abusos e os fracassos jamais são conhecidos.
FONTE: O Globo
O gato que mia para Evo já está falando grosso com os EUA. Vão ficar na retórica ou vão exigir e colocar ao público o que exatamente foi bisbilhotado, até porque cabe processo?
Ou a bisbilhotice inclui informações “sigilosas” e “estratégicas” do governo brasileiro? Se assim for, parece que o gato que mia vai só continuar miando.
off topic
O Presidente do Senado Federal,
Senador Renan Calheiros,
convida para Sessão Sspecial destinada a comemorar o
centenário do nascimento do político e guerrilheiro Carlos Marighela, a realizar-se no dia 8 de julho de 2013, segunda-feira, às 11h, no Plenário do Senado Federal.
Bem que poderíamos aprender com a NSA/ CIA, e outros órgãos de espionagem, de como obter informações!!!
Ahhh, mais aí vêm a desculpa que as agências de espionagem são antidemocráticas e repressoras, a serviço da ditadura.
Bom, se tivéssemos a ABIN exercendo ESPIONAGEM E CONTRA-ESPIONAGEM, não teríamos perdido as refinarias para o Evo/ Lula, o PCC não tocaria o terror quando bem quisesse, o MST não teria apoio das FARCs e provavelmente já não existiria mais, muito provavelmente os atuais políticos e governantes não estariam mais no poder devido aos superfaturados contratos internacionais (Ex: Cougar, Scorpene, etc), à corrupção seria muito menor pelo simples fato desses políticos saberem que em “off”, estariam sendo vigiados e por aí vai.
Devemos aproveitar esse “escândalo” para aprender como se espiona/ contra espiona, em tempos modernos, buscar a tecnologia que falta, priorizar um satélite de comunicações nacional, e ver o quanto somos vulneráveis em nossa segurança de informações.
Em relação aos direitos internacionais e humanos, é por isso que as agências de espionagem costumam ser secretas e existem no mundo todo, diferentes daqui, que seus “espiões” tem vaga demarcada com os dizeres “Reservado para ABIN (Serviço secreto) à serviço dos PTralhas e demais corruptos”.
Marcos disse:
8 de julho de 2013 às 11:08
“off topic
O Presidente do Senado Federal,
Senador Renan Calheiros,
convida para Sessão Sspecial destinada a comemorar o
centenário do nascimento do político e guerrilheiro Carlos Marighela, a realizar-se no dia 8 de julho de 2013, segunda-feira, às 11h, no Plenário do Senado Federal.”
… Há um tempo atrás, foi a condecoração do TRAIDOR LAMARCA!!! … Agora isso!!!
Porquê será que nos espionam??? … Irã, Gadafi, Cuba, Farcs, MST, Chavez, Evo, ….etc.
E para completar, a presidenta exige dos EUA, satisfações de forma ostensiva, tudo bem que como chefe de estado até tem que fazer uma firula, mas não exagera, ou será que ela acredita mesmo em suas palavras.
O que me dói é que representam em seus pronunciamentos e atitudes, toda a coletividade do povo brasileiro, que com certeza em sua maioria não comunga desses ideais, fazendo que passemos uma enorme vergonha!
Por estas e outras que quando se trata de assuntos de Defesa e soberania nacional parceria com os EUA não é possível por que seu parceiro é não confiável, ele é DESONESTO mesmo.
E tem um monte de fanboy babão que acha que o que os americanos fazem COM TODO MUNDO é bonito ou justificável.
Mimimimimi… como se o governo brasileiro não espionasse seus cidadãos, e por motivos muito mais “comezinhos” do que o combate ao terrorismo…
O caseiro Francinaldo que o diga… 😉
giltiger, não sei qual é o seu caso, mas você acha que a China está fazendo o quê atualmente?
Tem noção do alcance que a KGB (atual FSB) já exerceu e ainda exerce no mundo? Eles foram muito mais longe na tentativa de conhecer e manipular as condições e situações políticas.
Acompanhou as notícias de que o sistema de monitoramento (espionagem mesmo) francês é o mais eficiente do mundo?
Sabia que a Alemanha é um dos países mais agressivos em termos de monitoramento e vigilância de seus cidadãos?
Viu que a ABIN comprou um kit da Kroll voltado a tentar fazer quase o mesmo com a captura do tráfego de internet por aqui?
Bandidos esquerdistas tem muito mais “fanboy” do que os americanos sonham em ter por aqui, meu caro.
Não vejo nada demais nessas informações que os países se espionam, principalmente os EUA, que tem mais meios de fazê-lo.
Isso só serve para cortina de fumaça para as finadas manifestações de protesto.
Hoje os nossos digníssimos senadores só discursaram sobre sua indignação a respeito do país estar sendo espionado e quanto à saúde, educação, combate à corrupção, estradas assassinadas, mobilidade urbana, violência, etc, se calaram.
Por outro lado nossas garbosas instituições devem estar se borrando com essa tal espionagem.
E tem gente que acha que os americanos precisam nos atacar com Tomahawks e B-2 para que nossos governantes corruptos cedam.
O dia que eles quiserem a Amazônia ou o pré-sal basta “lançarem” alguns e-mails para os endereços certos que tudo estará resolvido sem que seja necessário disparar um tiro. rsrsssss
O principal culpado de o Brasil ser espionado é o nosso governo, que até hoje não conseguiu lançar ao espaço um só satélite de comunicações totalmente brasileiro e até hoje precisamos alugar satélites dos outros. Nossa incompetência é o nosso pior inimigo.
E os serviços de vigilância Tupiniquins faziam o quê enquanto isso?
Já pensaram na quantidade de informações comprometedoras sobre nossos políticos que os americanos podem ter em mãos?
O governo brasileiro tá latindo grosso pra marcar território. Mas no fundo tão morrendo de medo do que a NSA “coletou” aqui.
E como bem perguntou o Marcos.
O que a ABIN, GSI, PF, etc. tem a dizer?
Os caras montam uma BASE da CIA e NSA aqui e ninguém sabe de nada? UMA BASE!!!
É triste…
Ainda espero um comentário realmente interessante sobre esse assunto aqui na trilogia.
O que houve foi simplesmente uma denúncia, na capa do jornal de maior circulação do RJ, de um enorme sistema de interceptação de mensagens, dentro do território nacional (Brasília!), operado por agências de inteligência estrangeiras (EUA).
Algo sem precedentes, acredito, e que veio a público!
Agências de inteligência estrangeiras operam aqui? Sim, claro. Seus esquemas de obtenção de informações vazaram para a imprensa com a riqueza de detalhes como este último? Não me lembro, mas os colegas podem ajudar.
Acho que relativizar o assunto é a pior forma de debate-lo, de modo que está havendo aqui uma confusão entre Governo e Estado (algo que muitos aqui criticam no atual governo).
Aparece um pepino gigante para Itamaraty, com um grave atentado a soberania, a gente simplesmente diz que é isso mesmo?
Quais são as implicações jurídicas desta denúncia?
E Diplomáticas?
Quais eram os alvos? Governo, empresas (ramos), pessoas, centros de pesquisa?
Essas escutas influenciaram fatos recentes no relacionamento EUA-Brasil?
Como Brasil deveria se portar diante desse fato?
Temos direito ao sigilo telefônico e eletrônico?
Finalmente, por favor senhores, esquerdopata, fanboys ianques, e etc não vão contribuir para o debate. Não vamos ser intolerantes.
Sds
“Finalmente, por favor senhores, esquerdopata, fanboys ianques, e etc não vão contribuir para o debate. Não vamos ser intolerantes.”
Quis dizer que esses termos pejorativos não vão ajudar no debate, e sim o contrário.
Sejamos tolerantes.
Concordo plenamente com o Galante, é ridículo o Brasil não ter um satélite para comunicações. Até nossas comunicações militares são feitas por satélites alugados, isso desde a privatização da Telebrás.
Todos sabemos que os países se espionam mas o nível de espionagem que o Brasil sofre é desproporcional ao risco que representa para os EUA, isso é espionagem comercial que como bem disse o repórter que recebeu os documentos, entra no bolo das informações que os americanos dizem ser conta o terrorismo, ou seja, eles tem carta branca para espionarem tudo usando um único argumento.
E senhores, não tentem se iludir, a espionagem continua e é claro que o F-X2 deve ter entrado nos interesses americanos, assim como foi no SIVAM.
Espero que seja reforçada a questão da contra-espionagem em órgãos como ABIN e Polícia Federal, além da necessidade de colocar em órbita satélites brasileiros.
MSG disse:
8 de julho de 2013 às 20:44
“Ainda espero um comentário realmente interessante sobre esse assunto aqui na trilogia.”
Concordo plenamente.
“de modo que está havendo aqui uma confusão entre Governo e Estado”
Perfeito.
MSG, não se trata de relativizar o conteúdo dessa notícia, mas sim evitar que algo razoavelmente conhecido seja distorcido num momento tão crítico da política nacional.
Em essência, TUDO o que é discutido aqui no trilogia já apontou o que o Estado brasileiro deveria fazer.
Um dos principais programas conhecidos da ABIN é o PNPC – Programa Nacional de Proteção do Conhecimento Sensível. Dê uma olhadinha lá no site. Ocorre que a ABIN tem se tornado REALMENTE uma agência de esquerdistas.
O perfil dos novos aprovados na ABIN e no Rio Branco é assustadoramente esquerdista. Eles estão muito mais preocupados em afastar a chamada “velha guarda” dos cargos de chefia para dar espaço aos novos vermelhinhos.
Veja o perfil das notícias no site da ABIN e entenderá o que estou dizendo.
Nem sei se eles continuam preocupados em ensinar e conscientizar as empresas a proteger a propriedade intelectual criada, afinal, eles são contra essa “desigualdade” de conhecimento e de riqueza criada pelas grandes empresas, pelo capital privado.
Esses camaradas agora só se preocupam em proteger conteúdo nacional se acharem que os “ianques” querem atrapalhar os projetos bolivarianos, a qual eles chamam de projeto democrático para o nosso país.
Desenvolver tecnologia nacional e priorizar nosso programa espacial não é prioridade desse governo, apenas no discurso, pois isso requer valorizar o mérito, o trabalho e a árdua conquista, fundamentos contrários ao governo que prega cotas e também que não existe mais isso de “crescer para depois dividir”, pois eles provaram “que era preciso distribuir para crescer”.
Direito a sigilo nas comunicações e inúmeros outros direitos igualmente fundamentais todos nos temos e somos surpreendidos diariamente por políticas fortemente intervencionistas do nosso governo “democrático”. Você se perguntou quanto às consequências da estatização do ECAD e as formas de comercializar direitos autorais dos artistas? Quanto ao conteúdo nacional obrigatório nas TVs por assinatura? E agora ainda criam 2 anos extras para médicos servirem junto ao SUS, o “quasi” candidato Padilha diz que não é serviço social obrigatório.
Por acaso também percebeu que a participação do Brasil na ISS simplesmente acabou? Restringiu-se a propaganda de enviar 1 astronauta.
Eu lhe digo o que aconteceu, o Brasil foi para o espaço, mas tenho quase certeza de que não foram os serviços de inteligência americanos que fizeram isso.
Átila disse:
8 de julho de 2013 às 22:03
Exato, perfeito seu cometário, o que o GF esta fazendo é tentar desviar a atenção da economia com essa informação, que não tem nada de novidade, afinal China espiona os EUA, os EUA a China, a Russia, India, Paquistão, etc…. E só o Brasilzão sem porteira iria ficar de fora???? Seria comico se não fosse trágico.
Estou enganado ou esta matéria foi divulgada pelo Jornal O Globo com ampla divulgação do resto da mídia, e o governo brasileiro foi quase que forçado a se posicionar perante os casos de espionagem de seus cidadãos e empresas?
Repito as perguntas de MSG:
Quais eram os alvos? Governo, empresas (ramos), pessoas, centros de pesquisa?
Essas escutas influenciaram fatos recentes no relacionamento EUA-Brasil?
Como Brasil deveria se portar diante desse fato?
Temos direito ao sigilo telefônico e eletrônico?
E acrescento mas duas:
Para quem trabalhava aquele agente da ABIN que conseguiu “hackear” 238 senhas de agentes do órgão, para quem ele venderia as informações obtidas?
Existe algum paralelo com esse episódio atual?
ADEUS SUPER HORNET
BEM VINDO GRIFEN!
Gripen*
Senhores
Quanto a surpresa de uma agência de espionagem espionar: O que raios os indignados da mídia e do governo esperavam/esperam? Que ela peça aprovação das autoridades locais? Que seja feito um tratado cavalheiresco de bom comportamento entre os países? Isto é no mínimo humor nonsense. A espionagem faz parte da natureza dos países desde sua criação, há séculos. Não reconhecer isto é ignorar a história humana.
Quanto a indignação dos norte americanos e partidários da privacidade dos indivíduos: As agências são pressionadas fortemente para prevenirem ações terroristas. Como se espera que elas façam isto sem entrar nas comunicações e bases de dados de entidades e pessoas? A sociedade aceita que, em nome da privacidade, ocorram atentados como o de Boston de vez em quando? A discussão parece, como a anterior sobre o direito a espionagem, um conflito entre um idealismo anárquico e a realidade.
Quanto a espionagem de NSA/CIA sobre um país amigo: Quando que o Brasil, na realidade atual, pode ser considerado amigo do Tio Sam? Quando da abrigo a terrorista? Quando faz parte de um grupo que se diz contra os EUA? Se achar amigo apoiando conhecidos inimigos e comungando com eles ideias e ações não parece a melhor definição de amigo.
Quanto a espionagem de cidadãos e entidades brasileiras: Num país que abriga ou é passagem de criaturas sabidamente envolvidas com ações contra o Tio Sam, esperar não ser envolvido no conflito é ilusão, é sonho; não vivemos numa redoma protegida.
Quanto a espionagem dos cidadãos brasileiros e o desrespeito ao seu direito a liberdade e privacidade: Onde estão os cidadãos indignados e a mídia quando diariamente os sistemas dos bancos, da receita federal e das empresas de avaliação de crédito invadem a vida de cada brasileiro? Isto sem contar as empresas que prestam serviço para a mídia televisiva e para as agências de propaganda. Onde está a OAB, as ONGs, etc.
Precisou uma agência do Tio Sam vir dar uma espiadinha aqui no paraíso abaixo do equador para o pessoal da mídia descobrir que existe um tal de direito a privacidade?
Este barulho todo sinaliza mais uma operação de desvio da atenção do público de algo essencial que estava entrando na pauta de discussão dos brasileiros, que é a condição lastimável do país no que se refere ao respeito dos governantes pelos governados para um assunto que só é novidade para uns falsos surpresos.
Sds
Prezado Control, a surpresa é que veio a tona. Apareceu e está provado. Não é algo mais que supomos. E isto não é uma investigação simples, trivial e corriqueira. É um sistema que grampeia tudo a a todos. É o Grande Irmão de Orwell personificado e com nome próprio e criado em uma democracia.
Sinceramente, Control, a justificativa que espionagem sempre existiu não se aplica porque a espionagem de décadas e séculos passados não interceptava todas as mensagens de todos os cidadãos, empresas e autoridades brasileiras. Isso tem um potencial para prejudicar as indústrias e empresas brasileiras, ou vamos acreditar que é contra somente o terrorismo (que palavrinha mágica!).
“Quanto a espionagem dos cidadãos brasileiros e o desrespeito ao seu direito a liberdade e privacidade: Onde estão os cidadãos indignados e a mídia quando diariamente os sistemas dos bancos, da receita federal e das empresas de avaliação de crédito invadem a vida de cada brasileiro?”
Quando isso acontece, temos que esperar que a justiça brasileira garanta nossos direitos constitucionais. Acontece, caro Control, que esses assuntos não são debatidos aqui porque não é pertinente.
“A discussão parece, como a anterior sobre o direito a espionagem, um conflito entre um idealismo anárquico e a realidade.”
Então a realidade é isso mesmo? Simples assim? Caso tenha opinião contrária a invasão de privacidade sou um idealista anárquico?
Uma agência que forças provas para invadir um país é a mesma que monitora o país para se defender do terrorismo, e acreditamos nela.(?!).
A decepção que temos com as injustiças brasileira nos faz indiferentes a isto? Que pena…
“Este barulho todo sinaliza mais uma operação de desvio da atenção do público de algo essencial que estava entrando na pauta de discussão dos brasileiros, que é a condição lastimável do país no que se refere ao respeito dos governantes pelos governados para um assunto que só é novidade para uns falsos surpresos”
Nossos amigos do norte fazem isso muito bem, e o inimigo é o terrorismo!
Sem mais, continuo decepcionado e retiro-me do debate.
Sds a todos.
Control disse:
9 de julho de 2013 às 7:54
Pra mim, o comentário mais sensato em toda essa discussão até agora.
09/07/2013 – 03h00
Espiados e indignados
Vamos fingir que nos sentimos surpresos e indignados. Vamos à ONU com um protesto contra a espionagem com que o governo dos Estados Unidos invadiu mensagens eletrônicas no Brasil. Vamos cobrar do governo americano explicações sobre a central de espionagem instalada em Brasília pelo combinado CIA-NSA.
Faz parte da boa educação cívica mostrar-se surpreso e indignado. Tal como os franceses do presidente François Hollande, pouco antes de ele se sujeitar aos EUA e proibir o sobrevoo da França pelo avião em que supunham estar Edward Snowden, o revelador das espionagens americanas naquele, no nosso e em numerosos outros países.
Cumprido o ritual da surpresa e da indignação, podemos reconhecer que estamos entre os países de maior hospitalidade, senão a maior de todas, a agentes de informação, de subversão antidemocrática e de espionagem dos EUA. Qualidade nacional de que há provas sem conta. Mas, para ficar só em exemplos poucos e notórios, lembremos que o golpe de 1964 foi articulado em três frentes –a militar, a empresarial e a política.
A primeira foi montada pelo adido militar da embaixada dos EUA, general Vernon Walters, especialista em golpes mandado ao Brasil para mais um.
A segunda foi executada pelo próprio embaixador Lincoln Gordon, junto ao grande empresariado e a meios de comunicação. E a terceira ficou a cargo de uma entidade da CIA chamada Ibad, montada e dirigida por um tal Ivan Hasslocher, deslocado para a Suíça logo depois do golpe.
Antes disso, outro embaixador americano, Adolf Berle Jr., orientou, com sua equipe, uma conspiração militar para derrubada de Getúlio.
Repórteres americanos como John Gerassi e ex-agentes da CIA como Phillip Agee, entre muitos outros, publicaram artigos, reportagens e livros sobre a atividade de agentes na América Latina e, em particular, no Brasil. Foram muito pouco publicados aqui.
Não se esperariam atitudes, contra essa liberdade de invasão da CIA, por parte dos seus aliados-beneficiários brasileiros, fossem ainda conspiradores ou já governo. Mesmo os alvos da ação, porém, jamais usaram dos seus poderes legais para contê-la. Todo o governo Jango sabia das atividades de Gordon e de Walters. Em Pernambuco e em Goiás foram identificados agentes insuflando lavradores. O governo nada fez. Desde sempre consta da legislação brasileira que os militares são responsáveis pela soberania nacional. Nenhum dos seus chefes se moveu contra as violações praticadas pelos americanos.
Mais recentemente, a criação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi entregue à Raytheon, empresa que presta serviços ao Departamento de Defesa (nome do departamento que superintende o planejamento e a execução dos ataques militares e invasões de países pelos EUA). A concorrência foi tão limpa, que a precedeu até a invasão dos escritórios da então Thomson no Rio, multinacional francesa que era a mais provável vencedora e teve todos os seus estudos e projetos roubados.
Declarada “vencedora” a Raytheon, Fernando Henrique telefonou ao presidente Bill Clinton para informá-lo a respeito. Depois explicaria o resultado e o telefonema: “O Clinton pediu pela Raytheon…”.
Desde então, todos os dados sobre espaço aéreo, solo e subsolo da Amazônia são transmitidos, em rede e equipamentos criados pela Raytheon, para a central do Sivam. Se você quiser, pode acreditar que a transmissão termina aí.
Os espiões e agentes de americanos são íntimos nossos. Mas cumpramos o ritual de fingir-nos surpresos e indignados com a espionagem agora revelada.
Daniel Marenco/Folhapress
Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa com perspicácia e ousadia as questões políticas e econômicas. Escreve na versão impressa do caderno “Poder” aos domingos, terças e quintas-feiras.
09/07/2013 – 03h00
Cinco olhos, todos em você
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De todas as reações ao megae-squema de espionagem denunciado pelo agora célebre Edward Snowden, a mais efetiva foi a do governo brasileiro: além da óbvia “indignação” e do igualmente óbvio pedido de explicações aos Estados Unidos, “o Brasil lançará nas Nações Unidas iniciativas com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação, estabelecendo normas claras de comportamento dos Estados na área de informação e telecomunicações para garantir segurança cibernética que proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países.”
É o que tem que ser feito. Indignação raramente resolve problemas diplomáticos. Explicações, os EUA já deram: o esquema é legal, pelo menos à luz da lei norte-americana.
Além disso, a nota do Itamaraty admite, implicitamente, que algum esquema de monitoramento continuará de pé mesmo que “se estabeleçam normas claras de comportamento dos Estados”. Por isso, o objetivo é “proibir abusos”, não o esquema em si.
Vigiar o terrorismo é necessário, mas os Estados Unidos, depois do 11 de Setembro, adotaram mecanismos que representam uma “imensa depredação de nossa privacidade”, como escreve para “El País” Timothy Garton Ash, da Universidade de Oxford.
Também em “El País”, no domingo, o jornalista Duncan Campbell dá novos detalhes da gigantesca operação de coleta de dados: “A organização multinacional de escutas Reino Unido/EUA, criada por vários tratados secretos do pós-guerra entre Estados Unidos e Grã-Bretanha, chama-se hoje a si própria ‘Os Cinco Olhos’, [que são] os serviços de inteligência de sinais dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia”.
Que esses “cinco olhos” olhassem para o Brasil pode causar indignação, mas não surpresa: embora o Brasil não seja centro de terrorismo, a complexa integração dos sistemas de comunicação eletrônica faz com que possam passar pelo Brasil ligações do Irã para a China, por exemplo, países sempre suspeitos para os EUA.
É razoável supor que seja essa a explicação que o governo norte-americano prometeu à Rede Globo dar ao Brasil: o objetivo é espionar os outros, não os brasileiros. Basta? Nem remotamente.
Nos documentos que Campbell obteve, “encontram-se numerosos comentários que demonstram que a maior satisfação, para os agentes dos serviços de inteligência, é vigiar tudo, abrir o maior número possível de sistemas de privacidade”.
Mais: “Ainda que apliquem com exatidão as normas legais quando intervêm comunicações de seus próprios cidadãos, não têm esse cuidado quando se trata de cidadãos estrangeiros”.
A vigilância, informa ainda Dempsey, “não serve somente para combater o terrorismo e o crime, mas também para obter informações econômicas, políticas e pessoais de todo tipo”.
Natural, pois, que o Brasil e os brasileiros sintam-se apunhalados pelas costas.
Por isso, é indispensável que o governo vá além da indignação.
Clóvis Rossi
Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às terças, quintas e domingos no caderno “Mundo”. É autor, entre outras obras, de “Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo” e “O Que é Jornalismo”. Escreve às terças, quintas e domingos na versão impressa do caderno “Mundo” e às sextas no site.
Dois posts acima ctrl-c/ctrl-v da Folha.
Sds
Átila e Control, parabéns pelos comentários.
Caro MSG o que exatamente está provado? Não vi nenhum documento americano público comprometedor exposto até agora, mas só a palavra do tal Snowden.
Repito: a tal espionagem, se se deu, foi até 2002.
Isso é notícia velha, que a Globo está fazendo um carnaval, sabe-se lá por quais motivos.
A mocinha tomando banho de sol nua na laje do prédio não tem muito o que fazer para que os curiosos não a observem e não vai ter decreto que dê jeito na situação.
O jeito é ela fazer um muro em volta ou então deixar de tomar banho de sol.
Havendo como os serviços de inteligência dos EUA, da Rússia, da China, do RU, etc, bisbilhotarem, eles o farão.
Engraçado que um dia desses publicou-se que os chineses estavam hackeando os sistemas de armas americanos e ninguém ficou indignado.
A coisa tomou essa proporção por conta do Snowden. Há vário Snowdens em todos os países com a diferença que não abriram o bico.
Não sei se é permitido.
Caso os editores vejam algum problema, se sintam à vontade para deletar a postagem.
Vai aí um Copia e Cola:
Já deixei clara aqui a minha falta de paciência com Edward Snowden, o rapaz que namora uma dançarina de pole dance, o espião com vontade de virar celebridade no Facebook. “O tempora o mores!” Já vi gente com essa profissão desertar para cair no colo do inimigo, revelar que era agente duplo, passar as informações e ficar na moita… Contar tudo porque tomado de pruridos cidadãos? Isso, nunca vi. Mas os tempos andam sensíveis a picaretinhas como esse rapaz. Afinal, a imprensa ocidental acredita em todo mundo que encoste “o imperialismo” contra a parede, certo? Chegou a chamar a Irmandade Muçulmana de “grupo moderado” !!! Se o sujeito não tinha uma bomba amarrada à volta da cintura, então era “moderado”… No texto cujo link vai acima, lembro que o tipinho à-toa ajudou a trazer para o chão a figura de Barack Obama, que muitos pretendiam vagar no éter das boas intenções. Como nunca acreditei nisso, não me escandalizo que os EUA estivessem monitorando as comunicações mundo afora na luta contra o terror.
Como não sou candidato a ser o Príncipe que pretende unificar a Itália, não tendo por que ser temido, também não busco ser amado. Então lá vai: os EUA monitoram quem liga pra quem — que se saiba, nesse caso, não se conhece o conteúdo — mundo afora, especialmente no Ocidente? Que bom!!! Alguém tem de fazer isso. Antes eles do que a China; antes eles do que a Rússia; antes eles do que alguma central do terror.
Dia desses, assistindo a uma reportagem de TV, a moça, com aquele ar indignado a que a ignorância sempre confere convicção, observou que, a despeito de tanto monitoramento, o serviço secreto americano não conseguiu impedir o atentado terrorista de Boston. É uma raciocínio estúpido. A eficiência de um monitoramento não se mede pelos atentados que ocorrem, mas por aqueles que não ocorrem. E parte do serviço de segurança consiste justamente em omitir essas informações para não gerar pânico e garantir a segurança de algumas operações. Mesmo assim, alguns casos vieram a público. Já se impediu um facínora, por exemplo, que levava um dispositivo explosivo no salto do sapato, de explodir um avião. Quantos ataques o monitoramento já evitou no país que teve o 11 de Setembro e mundo afora? Ninguém jamais saberá.
As autoridades brasileiras estão tomadas de pruridos nacionalistas; falam em violação da soberania nacional… É. Nada como um escorregão dos grandes para que os pequenos fiquem cheios de razão. É claro que há aí um exagero, e os EUA tentam se explicar. É evidente que o Brasil tem de fazer cobranças e tal, mas é bem possível que o grande número se supostas ocorrências em nosso país se deva ao fato de que essa é uma área de trânsito de dados. De toda sorte, se houver gente em certas áreas do país recebendo um número considerável de ligações do Irã ou do Sul do Líbano, por exemplo, dominado pelo Hezbollah, prefiro que os EUA saibam… Ou vocês acham que devemos deixar isso para José Eduardo Cardozo, o Garboso? O Brasil nem tem uma lei para punir o terrorismo. O PT não deixa que seja votada. Facínoras já foram presos e já foram soltos por aqui.
Teorias conspiratórias
O caso da dita espionagem foi denunciando por Glenn Greenwald, jornalista americano, correspondente do jornal inglês The Guardian, que mora no Brasil, onde tem visto permanente em razão da união estável com um brasileiro. O Globo já contou essa história. O texto começa assim: “A história de amor entre Glenn Greenwald, um americano colunista do jornal inglês ‘The Guardian’, e um jovem brasileiro oriundo da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, lembra um conto de fadas”. Se quiserem saber mais do conto de fadas, cliquem ali. Volto à realidade.
Greenwald concedeu uma longa entrevista ao Fantástico neste fim de semana, vejo na Internet. Num dado momento, ele afirma:
“É um pouco irônico, porque o problema foi que eles [o governo americano] tiveram informação demais, e eles não podem conectar essa informação. Porque eles não conseguiram ler todas as coisas. Você tem bilhões de e-mails todos os dias, como eles estão gravando agora. É impossível saber exatamente o que você está coletando. E, para mim, é muito claro que o objetivo não é para impedir o terrorismo, mas para aumentar o poder de governo americano.”
Releiam se for o caso. Se Greenwald repetir isso em sua língua pátria, continuará sem sentido. Então ele mesmo reconhece que são bilhões de mensagens, que os próprios americanos têm dificuldades para processar tudo, que chega a ser impossível saber o que está sendo coletado, mas ele tem uma certeza, saída sabe-se lá de onde: NÃO É PARA COMBATER O TERRORISMO, MAS PARA AUMENTAR O PODER DO GOVERNO AMERICANO. Poder sobre o quê? Sobre quem? Com qual propósito? Qual é a hipótese deste senhor? Não estranhem haver americanos fanaticamente antiamericanos. Também nessa matéria, poucos conseguem superá-los. Se tiverem dúvidas, perguntem a um intelectual que se quer refinado, como Noam Chomsky, ou a um delinquente que se sabe delinquente, como Michael Moore…
Delinquência intelectual filoterrorista
Sem dúvida, Greenwald deu um furo mundial ao trazer à ribalta o namorado da dançarina. Mas eu não confio nos seus juízos de valor. De jeito nenhum! Quando ocorreram os atentados de Boston, este senhor escreveu o seguinte lixo em seu jornal:
“Independentemente de seu ponto de vista sobre a justificativa e a intenção [dos atos terroristas]; qualquer que seja a raiva que você esteja sentindo do autor do ataque a Boston, essa é a justificável raiva que as pessoas sentem dos EUA mundo afora por estes matarem inocentes em seus respectivos países. Qualquer que seja a tristeza que você sinta por causa das vítimas de ontem, o mesmo nível de tristeza é devido às pessoas inocentes cujas vidas chegaram ao fim por causa das bombas americanas. Por mais profunda que você reconheça ser a perda sofrida pelos pais e familiares das vítimas, é a mesma perda experimentada pelas vítimas da violência dos EUA. É natural que não se sinta isso tão intensamente quando as vítimas estão longe e são quase invisíveis, mas sentir essas mesmas coisas em relação aos atos de agressão dos EUA corresponderia a percorrer um longo caminho que leva a uma melhor compreensão do que eles são e dos resultados que produzem”.
Retomo
Sabem o que é particularmente asqueroso nesse texto? Os atentados foram praticados no dia 15 de abril deste ano. No dia 16. Greenwald já apontava o dedo para os culpados: no caso, as vítimas!!! Esse é o mesmíssimo raciocínio que faz a Al Qaeda e todos aqueles que justificam atos terroristas.
A realidade se encarregou de provar a estupidez de Greenwald. Os atentados foram cometidos pelos irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, de origem chechena. Os EUA nunca se meteram por lá. O grande algoz da Chechênia é a Rússia, onde hoje, muito provavelmente, Edward Snowden, o herói do jornalista do Guardian, está refugiado, à espera de um país que lhe dê guarida.
Os juízos um pouco perturbados de Greenwald sobre a política externa americana estão sendo omitidos do público, e se está dando corda a suas conjecturas conspiratórias. Nem poderia ser diferente: ele reúne um verdadeiro coquetel de clichês do heroísmo politicamente correto: é americano, mas crítico feroz dos EUA; é um gay com educação refinada, mas casado com “jovem” da comunidade do Jacarezinho; não apoia, claro!, atos terroristas, mas considera que eles são, no fim das contas, uma reação às ações dos americanos mundo afora.
“O que isso tem a ver com a reportagem dele?” Estou expondo o ambiente intelectual em que essas coisas se produzem e ganham vulto. É uma obrigação intelectual fazê-lo. De resto, mesmo as informações que ele colheu não o habilitam a afirmar que o “objetivo do monitoramento não é impedir o terrorismo, mas aumentar o poder do governo americano”. É mero chute de quem ataca os EUA no dia seguinte a um atentado terrorista contra os… EUA”.
Snowden e Greenwald podem ser os heróis de muita gente. Não são os meus.
#prontofalei!
Por Reinaldo Azevedo em Veja.com
GBento, parabéns!!!
… E as falsas freiras do bordel continuam indignadas!!! … rsrs
… Vader, como o Bosco bem colocou, esses acontecimentos são a última tentativa da ptralhada achar um motivo para desviar a atenção dos brasileiros, pois nem a conquista da copa das confederações por 3×0 (Muito estranho pelo atual futebol da Espanha), conseguiu.
Mas uma vez eles subestimam o povo brasileiro!!!
Enfim, dia 11/07 o Brasil PARA DE NOVO!!! … PARA O PT será o seu 11 de setembro contrário, ou seja, o povo derrubando os terroristas esquerdistas de nosso País, não deles, como acham!!!