Moscou pretende vender mísseis antiaéreos Antey-2500 ao Irã
De acordo com fontes do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-Militar da Rússia, Moscou está pronta a oferecer a Teerã um novo acordo de fornecimento de equipamentos militares que deve resolver as falhas na entrega dos sistemas antimísseis S-300 acordados anteriormente com o país.
“Estamos estudando a possibilidade de fornecer ao Irã outros sistemas de defesa antiaérea que não tenham restrições internacionais”, disse uma fonte do governo russo.
Trata-se da possibilidade de fornecer uma versão modificada dos sistema antiaéreos S-300 chamada Antey-2500. O decreto de 2010 que proíbe o fornecimento de equipamentos militares ao Irã não inclui essa nova variedade de sistema antiaéreo.
“Se nossos parceiros iranianos aceitarem a proposta, a posição da Rússia como um parceiro de confiança na esfera técnico-militar será reforçada”, disse o porta-voz da Rosoboronexport (empresa governamental russa responsável pelas exportações de equipamentos militares). “Essa proposta permitirá que o Irã receba o equipamento russo sem perder tempo em tribunais”, completa.
A ONU e o fornecimento
O contrato de fornecimento de 5 baterias S-300 ao Irã foi assinado em 2007. Três anos depois, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma nova resolução sobre o Irã, condenando os líderes do país por não interromper o programa nuclear.
Devido às sanções da ONU contra Teerã, que incluem um embargo no fornecimento de armas modernas ao país, o contrato entre a Rosoboronexport e o Irã ficou congelado.
Em 2010, Moscou cancelou um contrato de fornecimento ao Irã de sistemas antimísseis S-300, com base na Resolução 1.929 do Conselho de Segurança da ONU. O documento da ONU proíbe o fornecimento ao Irã de qualquer tipo de tanques, veículos blindados, artilharia, aviões e helicópteros de combate, navios de guerra, mísseis ou baterias de mísseis. Em seguida, o Ministério da Defesa iraniano apresentou uma queixa contra a Rosoboronexport ao Tribunal Internacional de Arbitragem de Genebra.
Em setembro de 2013, o então presidente Dmítri Medvedev assinou um decreto para implementar a resolução da ONU e introduzir sanções ainda mais duras contra o Irã. Medvedev cancelou pessoalmente o contrato de fornecimento dos S-300 ao Irã.
De acordo com os especialistas, o novo contrato de fornecimento do Antey-2500 poderá ajudar a resolver o conflito com o Irã.
“O contrato atende às necessidades e interesses da república islâmica”, diz o diretor do Centro de Políticas Públicas de Investigação, Vladímir Ievseev. “O Antey-2500 fortalecerá as possibilidades de defesa do Irã de maneira muito significativa.”
Segundo Ievseev, do ponto de vista formal, a decisão de fornecer o Antey-2500 ao Irã não está em desacordo com o decreto de 2010. “Tratam-se de sistemas de diferentes marcas e características”, completou.
“Estss complexos são para defensa. O Irã está sempre sob a pressão, é natural que o governo do país queira reforçar sua defesa”, afirma o chefe do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, Ruslan Pukhov.
Fontes do jornal russo “Kommersant” no Ministério do Exterior iraniano, afirmaram que a questão do fornecimento de novos equipamentos militares será o principal assunto a ser tratado na reunião entre o presidente Vladímir Pútin e seu par iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que estará em visita oficial a Moscou a partir de 1° de julho.
O líder iraniano irá à Rússia para participar da cúpula do FPEG (Fórum dos Países Exportadores de Gás), que reúne 11 dos líderes na produção de gás natural mundial: Argélia, Bolívia, Egito, Guinea Equatorial, Irã, Líbia, Nigéria, Qatar, Rússia, Trinidad e Tobago, e Venezuela.
Publicado originalmente pelo “Kommersant”
FONTE: Gazeta Russa
Pelo menos meia duzia de baterias S-300 cairiam como luvas para o EB. Nao estavam negociando isso? Ja nao ouvi mais nada do assunto.
Concordo.
Essa sistema no Brasil ia ser D+
Pessoal, pelo contrário, seria uma enorme furada, pois embora se pudesse cobrir a mesma área de uns 60 sistemas Pantsyr, esta baterias de longo alcance são desproporcionalmente caras e não são tão efetivas contra ameaças em baixa altitude.
São baterias proprias para abater misseis balisticos e bombardeiros. Para aeronaves a baixa altutude e para defesa de pontos espalhados, como é o caso do Brasil, é muito melhor uma maior quantidade de sistemas menores.
Um só missil de um sistema como este pode custar o mesmo que 03 baterias Pantsyr completas, com 36 misseis.
Acontece que futuramente precisaremos, de um sistema, de média e alta altitude!
Tem vários, Spyder, BUK, Spada, dentre outros. Mas dai até se chegar ao S-300, grassa longo caminho.
Muito mais negócio adquirir um caça pelo preço de cada missil.
Colombelli
O S 300 pega míssil balístico ???
Poxa, se sim, to feliz em saber… 🙂
Wagner, até onde eu sei, as versões mais avançadas do sistema podem ter esta finalidade, pois há vários tipos de misseis, alguns com preços de dezenas de milhões de doláres a unidade exatamente por terem grau tal de soifisticação que podem ser usados como interceptores de misseis de cruzeiro ou balísticos.
A eficiência quanto aos últimos é discutível, mas em tese é sim possivel usá-los nesta finalidade, pois os veículos de reentrada onde estão as ogivas reduzem bastante a velocidade na atmosfera.
De qualquer sorte, a finalidade do sistema é fazer frente a misseis e bombardeiros, tanto que para sua proteção de ataques aéreos é usado o Pantsyr, pois o S-300 e suas versões é vulnerável a aeronaves infiltrando em baixa altitude. .
O S-300, principalmente a versão V do qual o Antey 2500 é uma evolução, é específica para a interceptação de mísseis balísticos.
Vale salientar que como é um interceptador endoatmosférico (30 km) ele é mais capaz contra mísseis balísticos táticos e de curto alcance (com até 1000 km de alcance), que têm menor velocidade terminal, mas diz o fabricante que é também capaz de interceptar mísseis de médio alcance, com até 2500 km.
Em sendo verdade, os russos adotam um conceito diferente dos americanos que não confiam muito na interceptação endo-atmosférica para a defesa de mísseis balísticos de médio alcance (1000 a 3500 km de alcance) e preferem mísseis com capacidade exoatmosférica (que ocorre acima de 100 km de altitude).
Obrigado Colombelli e Bosco ! muito interessante !