Força Nacional vai para quatro estados e DF
O Ministério da Justiça decidiu ontem enviar tropas da Força Nacional para quatro estados e o Distrito Federal. Receberão reforço policial Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Distrito Federal. O pedido de ajuda foi feito pelos governadores desses estados após o crescimento da onda de protestos contra reajustes de tarifas de ônibus e gastos com a Copa, entre outras questões.
Em nota, o ministério disse que os policiais “vão reforçar a segurança nos jogos da Copa das Confederações”. Segundo o ministério, a possibilidade de envio da Força Nacional já estava prevista no plano de segurança dos grandes eventos. O plano também prevê o uso das Forças Armadas em situações especiais, para proteger áreas estratégicas. Mas o governo federal tem descartado essa hipótese até o momento. A reação aos protestos tem sido pontual.
A pedido do governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), Belo Horizonte recebeu desde ontem à noite o reforço de 150 homens da Força Nacional de Segurança Pública. A solicitação foi feita pelo tucano diretamente à presidente Dilma Rousseff. Os homens da Força Nacional irão atuar sob o comando da PM de Minas nas operações relativas às manifestações populares na capital mineira.
Anastasia pediu o envio da Força em encontro ontem de manhã com Dilma, por ocasião do anúncio do marco regulatório da mineração. “O envio pelo governo federal de integrantes da Força de Segurança é um gesto simbólico, que demonstra o apoio da União ao esforço que o Estado de Minas vem fazendo para garantir a segurança da população e dos próprios manifestantes. Trata-se de uma força especializada, bem treinada, que vai se somar ao nosso contingente policial nas ações para que as manifestações em Belo Horizonte transcorram de forma pacífica e ordeira”, afirmou o comandante-geral da PM de Minas, coronel Márcio Sant”Ana.
A área de segurança do governo federal ainda não definiu um plano geral de ação para lidar com as manifestações que surgem e crescem a cada dia nas ruas de grandes cidades. Técnicos, estudiosos e policiais estão com dificuldade de entender a natureza dos protestos. Segundo um ministro, os protestos não têm pauta nem líderes definidos, o que praticamente inviabiliza negociações ou um plano de contenção dos protestos.
A partir dessa conclusão, a ordem no governo é encarar as manifestações como fatos naturais da democracia e só atuar para conter atos de violência. O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que o governo está diante de um enigma.
O prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB), foi sitiado ontem à tarde por manifestantes dentro de uma agência do Banco do Brasil do município, no Sul do Ceará. A agência fica ao lado da Praça Padre Cícero, onde cerca de oito mil pessoas realizam uma manifestação contra a redução do salário dos professores.
Ao saber que Macedo estava no interior do banco, os manifestantes impediram a sua saída e, com palavras de ordem, pediam ontem à noite o seu impeachment. Cerca de 150 policiais militares e agentes da guarda municipal de Juazeiro do Norte estavam no local.
A polícia tentou resgatar o prefeito num carro-forte, mas temeu ferir manifestantes e suspendeu a operação até que a população se disperse. O carro-forte foi cercado pela multidão. As pessoas são, em sua maioria, professores da rede municipal de ensino, que protestam contra a lei que reduz bônus salariais da categoria em até 40%.
FONTE: O Globo via Resenha do Exército
Os atuais protestos em várias cidades brasileiras resultam do fato de que os brasileiros “caíram na realidade”, na avaliação do sociólogo francês Alain Touraine, especialista em América Latina e autor de inúmeros livros sobre movimentos sociais. “A situação (econômica e social) no Brasil vinha sendo descrita de maneira exageradamente cor-de-rosa”, disse o sociólogo em entrevista à BBC Brasil. Para ele, os protestos aproximaram a imagem que se tinha do Brasil da realidade do País.
“Construiu-se uma imagem do Brasil em que tudo vai bem e que o País se dirige rapidamente em direção ao crescimento e ao bem-estar. Fico feliz ao ver que o que acontece atualmente no Brasil corresponde melhor à realidade do País do que as imagens que vinham sendo transmitidas”, afirmou.
“É ridículo ter a imagem de que há sucesso em todas as áreas, sobretudo em um país como o Brasil, onde as instituições são fracas e a corrupção é profunda”, salientou Touraine (…). Ele disse que em uma comparação com o México, por exemplo, apesar de este país ter vários indicadores econômicos e sociais mais positivos, é o Brasil que possui a imagem de país “onde tudo vai bem”.
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BBC Brasil
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Com a palavra, o fundador do Brasil Maravilha!
O covarde agora se esconde para não dar satisfação das suas mentiras. Ate canceleou uma solenidade ontem onde os pelêgos de sempre o iriam ouvir.
Quero ver se os 40 milhões de cativos do bolsa miséria também irão acordar agora. Tomara.
Sintomático é o DF pedir reforço da FN, com tudo já existe por lá. Desde Guarda Presidencial até a PM melhor remunerada do país.