Protestos em SP: estratégia da polícia na Consolação foi correta, dizem ex-PMs
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Coronel e major da corporação foram ouvidos pelo G1 após protestos – Eles comentaram confronto entre policiais militares e manifestantes em SP
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Ex-policiais militares ouvidos pelo G1 consideram que a corporação de São Paulo agiu corretamente e cumpriu o seu dever ao reprimir a passagem dos manifestantes pela Rua da Consolação, no Centro de São Paulo, na noite da última quinta-feira (13). Um grupo que protestava contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô na cidade foi reprimido ao tentar subir a via e seguir em direção à Avenida Paulista. Apesar do confronto, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, disse que não houve erro estratégico.
Para José Vicente da Silva Filho, que foi coronel da Polícia Militar de São Paulo, secretário Nacional de Segurança e atualmente é professor da Academia da PM de SP, o confronto era inevitável. Para ele, mesmo se o ponto da abordagem fosse diferente, os resultados seriam parecidos.
“Não vejo como o conflito poderia ser evitado. A PM não tinha outra saída a não ser impedir o avanço dos manifestantes na Consolação, que é uma importante via do Centro. Os manifestantes haviam descumprido um acordo para não subirem por ela. Por esse motivo, foi preciso dispersar o grupo e a força empregada foi compatível com o problema”, disse Silva Filho.
O mesmo entendimento é do ex-major da PM, Diogenes Viegas Talli Lucca. “A PM usou o recurso adequado para aquela ocasião. A única falha da polícia foi a de não ter entrado com força máxima na terça-feira [durante o terceiro protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) na capital]. Se tivesse usado a Tropa de Choque na terça, a manifestação teria diminuído na quinta”.
A análise dos especialistas sobre a legitimidade da ação da PM vai de encontro ao próprio discurso do governo paulista, da Secretaria da Segurança Pública do Estado e do comando da PM. Apesar disso, Silva Filho e Lucca disseram ter percebido desvios de condutas de alguns policiais que precisam ser apuradas. A Corregedoria da PM apura se parte dos seus comandados abusou do poder de polícia ao conter o manifesto. Relatos de truculência e agressão contra pessoas circulam na internet, juntamente com fotos de feridos por balas de borracha atiradas pela Tropa de Choque.
“Sem lideranças é difícil manter um diálogo. Isso coloca policiais que não estão acostumados ao estresse, como a Tropa de Choque, a lidar com manifestantes propensos ao confronto. Diante disso, há o risco de atos isolados de abuso”.
“Tenho que admitir que teve ações isoladas de policiais que foram de desvio de conduta”, disse Lucca, que sugere que a PM reforce o policiamento durante o protesto marcado pelo MPL na próxima segunda-feira (17) na capital. “Espero que a PM tenha aprendido a lição e entre com força máxima nesse dia, colocando policiais à paisana para identificar vândalos e já fazer as prisões. A manifestação é legítima, desde que não afete a vida das outras pessoas.”
Secretário nega erro estratégico
Na sexta-feira (14), o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, foi questionado se houve erro na ação dos comandantes da Polícia Militar na intervenção dos policiais durante o protesto. “A operação era necessária, era complexa, era de riscos, aconteceram esses fatos, mas não temos nenhum fato neste momento que aponte erro estratégico a recomendar qualquer medida em relação aos comandantes da operação”, afirmou.
Segundo o major Marcel Lacerda Sofner, porta-voz da PM, os policiais da Tropa de Choque só atiraram em direção aos manifestantes com intuito de dissipá-los porque foram atacados por eles.
Indagado se atirar contra os manifestantes naquele local, um dos prontos mais movimentos da capital paulista, não colocou a população em risco, o oficial disse que o uso da força observou a determinação para que os tiros fossem disparados apenas para dispersão. Segundo ele, a PM seguiu um protocolo de atuação que levou em conta cinco itens, inclusive a segurança dos policiais.
Em relação à prisão dos manifestantes que portavam vinagre, Grella respondeu que o porte da substância não é proibido. “Não é proibido, não me consta que ninguém tenha sido formalmente preso pelo ato”. Ele ressaltou que quando a PM faz esse tipo de abordagem não se sabe o tipo de produto exato e que os detidos foram liberados na delegacia após prestar esclarecimentos.
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Uso da força em protestos não é ilegítimo nem autoritário
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É provável que investigação da PM traga à tona erros cometidos na operação montada para conter protestos em São Paulo. Mas exageros e erros não devem colocar em xeque o direito e o dever policial de zelar pela ordem
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Na manhã de sexta-feira, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, autorizou o início de uma investigação para averiguar se houve excessos da PM durante a última passeata do Movimento Passe Livre na capital do estado. É provável que a investigação da Corregedoria da PM traga à tona erros cometidos na operação para conter e dispersar os manifestantes. Na internet espalham-se imagens de pessoas que alegam ter sido agredidas de maneira arbitrária. Notoriamente, há déficits no treinamento dos policiais brasileiros.
Uma análise não muito profunda dos confrontos de quinta-feira mostra que não foram seguidas à risca diversas recomendações do Código de Conduta para Agentes de Segurança Pública das Nações Unidas, uma espécie de código internacional para ações policiais durante manifestações públicas. Isso não significa, no entanto, que tenha sido ilegítima a ação da PM na marcha de São Paulo. É uma questão de princípios. “No Estado de Direito, a Polícia tem autorização para usar a força a fim de garantir a ordem e a segurança”, diz Maria Stela Grossi Porto, socióloga e membro do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília. “Mais ainda, o uso da força é monopólio dela.”
A tentativa de fazer da ação da PM um exemplo de autoritarismo comparável à repressão dos tempos de regime militar no Brasil, ou à ação das polícias de regimes ditatoriais, é um evidente absurdo, uma vez que o país não vive um regime de exceção. Mais razoáveis seriam comparações com embates ocorridos nos Estados Unidos e na Europa – ou seja, em nações democráticas – em anos recentes. Londres, Madri, Nova York, Toronto são apenas algumas das metrópoles que foram palco de choques entre a polícia e ativistas inspirados por ideais não muito diferentes daqueles abraçados por quem protesta em São Paulo – a rejeição ao “sistema”, em algum de seus aspectos particulares ou de maneira genérica.
Em novembro de 2011, por exemplo, durante a desmonte dos acampamentos de manifestantes do Ocupe Wall Street, em Nova York, ao menos 300 pessoas foram presas. Houve uma larga discussão sobre “uso abusivo da força” e dois oficiais se tornaram emblemas desse hipotético excesso, pelo uso indiscriminado de spray de pimenta. Eles foram submetidos a sindicâncias e punições, mas nenhum deles sofrera uma ação criminal, como foi decidido em meados de abril deste ano. Em reportagem sobre o caso, o jornal The New York Times ouviu um especialista em direito penal que ressaltou a dificuldade em se processar policiais envolvidos em situações “caóticas” como a de uma manifestação de rua. “Seria preciso provar, para além de qualquer dúvida razoável, que o polícial usou a força em total desacordo com as suas atribuições”, disse o ex-promotor Thomas J. Curran. “Ocorre que o uso da força é parte das suas atribuições.” Quando posta em movimento, nenhuma polícia é angelical.
Uso da força — “É muito tênue o limite do que é legítimo e do que não é em situações de multidão”, diz Maria Stela Grossi Porto. “Os casos precisam ser sempre analisados individualmente.” Os possíveis exageros e erros da quinta-feira não devem, portanto, colocar em xeque o direito e o dever policial de zelar pela ordem durante uma passeata. A sua presença é a única maneira de garantir a segurança dos transeuntes, do patrimônio público e, em certas circunstâncias, até mesmo dos manifestantes — uma vez que as marchas costumam reunir um público heterogêneo, como sem dúvida foi o caso nos últimos dias em São Paulo. Isso não está em contradição com a necessidade – também ela permanente – de aprimorar e “civilizar” as forças policiais.
Num ato de rua, ditam os protocolos, a polícia deve seguir três passos: esclarecimento, contenção e repressão. Num primeiro momento, há que se coletar informações sobre o movimento e negociar locais e itinerários com os manifestantes. Isso foi feito na quinta-feira em São Paulo, e um dos motivos da situação ter fugido ao controle foi a tentativa de alguns líderes da passeata de mudar o trajeto combinado e furar ou contornar o bloqueio policial. A fase de contenção é preparada para quando a manifestação pode evoluir a um tumulto. Nessa situação, a tropa de choque se posiciona de maneira ostensiva para tentar dissuadir os manifestantes. Entre esse momento e os primeiros atos de repressão, uma série de medidas dissuasórias deve ser empregada.
Segundo José Inácio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), reclamações sobre o uso abusivo da força policial durante manifestações são comuns no mundo todo. “É importante que fique claro apenas uma questão: a primeira abordagem policial tem de ser sempre pacífica, a tentativa de ganhar os manifestantes pela conversa, pela negociação.” Um histórico de manifestações anteriores não deve justificar ações açodadas. “A polícia não pode dar início a uma ação repressiva com base em algo anterior. Assim como tem o direito de usar a força, o policial é profissional e deve ser treinado para não agir no impulso.”
(des)preparo — “O policial precisa ser mais bem treinado, precisa de educação continuada e de socialização. Infelizmente, isso ainda não atinge aquele policial que está na linha de frente”, diz Maria Stela. Uma medida relativamente simples de aprimoramento, testada em outros países e ainda de maneira incipiente no Brasil, é a criação de relatórios diários. Em linhas gerais, isso significa que o policial, após um dia de trabalho, deve relatar por escrito o que aconteceu e como atuou em cada ocorrência. “Esse é um caminho eficiente, usado em países estrangeiros, para que o policial reflita sobre seus atos e tenha um retorno sobre se agiu, ou não, corretamente.”
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Recomendações da Anistia Internacional
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Facilite manifestações públicas pacíficas
É direito legítimo das pessoas se manifestarem publicamente. A função da polícia é facilitar e não coibir a marcha. Em casos de manifestações não violentas, mesmo aquelas que não respeitem às leis, a polícia deve evitar o uso da força. Se inevitável para assegurar a segurança, deve-se usar o mínimo de força necessária.
Proteja manifestações pacíficas
Violações menores da lei, como pequenos danos à propriedade, devem ser investigadas e, eventualmente, responsabilizadas. Elas não devem, entretanto, levar à dispersão da manifestação. A decisão de se dispersar a marcha deve ser tomada com base em princípios de necessidade e proporcionalidade — apenas quando não há outra maneira de se proteger o público de uma onda de violência eminente. Em locais onde minorias tentam transformar uma manifestação pacífica em violenta, os policiais devem proteger os manifestantes pacíficos.
Reduza situações de tensão e violência
A comunicação com a organização do movimento deve criar um vínculo de compreensão mútua e prevenir a violência. Em locais nos quais casos de violência são muito prováveis, a comunicação se torna ainda mais importante. Quando a decisão de dispersar a multidão é tomada, essa ordem deve ser claramente comunicada e deve-se dar tempo suficiente para as pessoas se dispersarem.
Use a força policial apenas para manter a lei
A força não deve ser usada para punir participantes que não cumpriram ordens ou contra aqueles que simplesmente participam da manifestação. Prisões devem ser feitas de acordo com os procedimentos previstos em lei, e não devem ser usadas como mecanismo para evitar a participação na marcha ou como punição.
Minimize os danos, preserve e respeite a vida e proteja aqueles não envolvidos
Armas de fogo não devem ser usadas para dispersar uma multidão. Cassetetes e armas de baixo impacto não devem ser usadas contra pessoas que não são agressivas ou que não apresentam ameaça. Quando o uso dessas armas for necessário, os policiais não devem causar sérios ferimentos e evitar lesionar partes vitais do corpo. Produtos químicos irritantes, como gás lacrimogênio, não devem ser usados em ambientes fechados ou de uma maneira que possa causar danos permanentes.
Seja responsável com a população e o judiciário
Qualquer uso de força durante uma manifestação deve ser motivo de análise e, quando apropriado, de sanções disciplinares e criminais. Reclamações contra a polícia devem ser investigadas de maneira imparcial.
FOTOS: Estadão via G1 e Veja
NOTA DO EDITOR: solicitamos que o debate seja sobre questões técnicas e operacionais quanto ao preparo policial para missões de acompanhamento e contenção de manifestações, e não sobre os méritos, justificativas e origens dos diversos protestos, ou mesmo sobre questões político-partidárias.
Aldo,
Continuando com o papo lá do Aéreo, como você sabe mais do que eu as tais “armas não letais” só são não letais no nome e se usadas de maneira incorreta podem ser tão letais quanto uma arma dita letal.
Vi pela TV um manifestante que foi atingido na perna por uma bala de borracha lançada por uma espingarda a uns 10 metros de distância e o rombo foi feio. Eu sinceramente prefiro ser atingido por um 22 que faz menos estrago. rsrrss
Há “armas não letais” e “armas não letais”. Aqui no Brasil parece que usam só balas de borracha mas existem materiais bem menos penetrantes, como “madeira” e há até “saquinhos” lançados por lançadores de granadas.
Acho que mesmo quando se usa arma não letal deve-se dosar o nível de “dano” que se deseja atingir tendo em vista o cenário que se apresenta.
O uso de equipamento de proteção individual aliado à demonstração de força (cães, cavalos, bastões, tonfas, cacetetes, carros blindados, armas de fogo, etc) aliado ao uso de armas de efeito coletivo como os agentes lacrimogênios, munição de festim, bombas de efeito moral, canhões d’água, canhões de som, canhões de luz, etc, devem fazer parte de um primeiro nível da atuação, tendo grande impacto psicológico e mínimo dano fisiológico.
Num nível mais alto há o uso de armas de efeito individual como as “balas de borracha” (e eventualmente as armas elétricas), das quais as lançadas por espingarda 12 é sem dúvida a mais danosa e que deve ter uso preciso por agente extremamente bem preparado no seu manejo, e não atiradas à esmo, de preferência mirando nas pernas do manifestante.
Quer atirar a esmo? Use festim!
Eu vi com meus próprios olhos e basta fazer uma busca rápida no Youtube para que vocês vejam com os seus próprios olhos também.
O abuso da PMSP não foi “isolado”, foi generalizado! E eles não estavam ali pra prender vândalos, mas para dispersar a população, que se manifestava pacificamente. Não foi um ou outro PM, foram todos eles em formação tática, sentando o dedo! À curta distância. Em qualquer pessoa. Depois de acuá-los em emboscadas. Definitivamente não foi erro de um policial ou outro, mas do comando!
Sério, estamos de volta à 1964. E a ________ vai voar pra todo lado, vai _______ todo mundo!
EDITADO. MODERE O LINGUAJAR.
Aqui estão agrupadas as infrações que a mídia (Globo, Estadão, FSP e afins) não vão mostrar na TV e nos jornais:
http://www.melhorquebacon.com/24-momentos-protesto-sao-paulo/
Não tenho filiação político partidária e tampouco procuração do governo paulista, até porque sequer resido no Estado. Ainda assim, chancelo as palavras do governador de São Paulo no sentido de que se não fosse atuação da polícia os dan”os teriam sido piores e que se abusos ocorreram devem ser apurados.”
Para começo de conversa, parece que um aumento de R$ 0,20 não justifica toda esta revolta. Roubalheira de mensalão e outras era motivo bem maior pra passeata do que 20 centavos e nada foi feito. Tudo muito suspeito. Salta a vista que o verdadeiro movel dos protestos não é uma justa e proporcional reivindicação, senão que é de ordem político/partidária/eleitoreira. A tanto concluir basta ver quem é que da início ao vandalismo: um bando de desopcupados e vagabundos que se diz estudantes (profissionais pois estudam 10 anos e não se formam em nada), mas que na verdade são “pelêgos” de partidos nanicos e radicais que ainda defendem ideias de viés maoista-trotkystas. As siglas não preciso nem dizer quais são que todo mundo sabe, bastando ver as banderias sempre associadas a esta tipo de baderna. Também é fato notório a serviço de quem estão estes, tanto daqui como de fora.
Uma massa de incautos comparece achando que irá participar de uma manifestação ordeira e justa e estes pelêgos cuidam de dar o rumo que lhes convem, qual seja o do confronto com finalidade político-eleitoreira, e ai pessoas inocentes que nada tem a ver com o problema, como o colega Almeida, acabam pagando o pato. É meia dúzia no meio que puxa e o resto vem na “encarneração”.
Ora, se havia determinação, e com muito mais razão se havia acordo, para não tomarem determinado caminho e tomaram, se começaram a pixar de depredar e se afrontaram a polícia, tem mais é que baixar a borracha sem pena no lombo desta malta, especialmente da camarilha de radicais que comanda e faz a frente. Dar uma sumanta de borracha de pneu de patrola no lombo daquelas de levantar vergão, um “mói de peia” como dizem no nordeste.
E se houve abusos, e de fato houve, pois bala de borracha não é para atirar acima da linha da cintura, ou se simularam depredações em viaturas, o militar que assim procedeu esta sujeito a punição disciplinar e penal, nos termos da Lei nº 4.898 (abuso de autoridade), e artigo 163, parágrafo terceiro, do CP, sem prejuízo da violência praticada contra a pessoa.
Quanto aos jornalistas feridos, são bisonhos. Se colocam na linha de fogo e não querem ser alvo? Quem pirua acha.
Para finalizar algumas perguntas devem ser respondidas:
A quem beneficiam estes fatos e a circunstância de os manifestantes estarem se fazendo de vítimas? Bom, veja-se que o prefeito de São Paulo, cria daquele um, que nem deveria abrir a boca, pois a questão não é da sua alçada administrativa, ja veio querer tirar as migalhas eleitorais e se fazer de samaritano.
Por que manifestações no Rio, São Paulo e Porto Alegre? Não seria porque são redutos onde haverá forte disputa ano que vem para governador? Em São Paulo, o alvo é evidente. No Rio, ja se desenha um racha entre dois partidos, um do governo estadual atual e outro do governo federal ano que vem na disputa. Em Porto Alegre, o alvo é o prefeito de POA, virtual candidato a governo.
Posso estar errado, mas que a coisa não esta muito longe disso não esta mesmo.
NOTA DOS EDITORES: FAVOR ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR AO FINAL DA MATÉRIA
Não vou entrar no lero-lero político, mas apenas colocar aqui o que escreveu o jornalista Reinaldo Azevedo (Veja), que resume bem os acontecimentos em questão:
“Quem leva um lança-chamas para uma manifestação está em busca de quê? De paz? Não me parece. Também se viram coquetéis molotov, rojões, paus, pedras e o infalível spray, que vai sujando tudo. Quase 300 ônibus foram depredados. Duas estações de metrô foram seriamente danificadas. Desde o primeiro dia, os líderes das manifestações deram inúmeras declarações afirmando que a manifestação seria pacífica, sim, desde que a polícia se comportasse. O que isso quer dizer? O óbvio: serão pacíficos desde que possam fazer o que lhes der na telha. Ou, então, partem, como partiram, para a porrada. E depois saem por aí exercitando o discurso das vítimas.
“Jornalistas também resolveram surfar na onda. Ora, se estão metidos no que acabou virando um campo de batalha, é grande o risco de que sejam atingidos. É lamentável? É, sim, mas esse risco é parte do ofício. Quando policiais, na quarta jornada de manifestações sabidamente violentas, fazem revistas em manifestantes, estão apenas cumprindo a sua função. Há inúmeros vídeos no YouTube com provocações baratas, feitas por profissionais de imprensa. Lamento! Deveriam estar lá como juízes isentos do confronto. Se deixam claro que têm lado — e que, pois, o policial será necessariamente demonizado —, estão se comportam, eles também, como manifestantes. Não podem aspirar às duas coisas: à imunidade da profissão e ao furor da causa.”
E como dizia um amigo: quando a coisa chega no limite de a polícia precisar ser chamada e intervir, é porque na verdade já passou dos limites. Esperar o quê?
Cumpriu bem a PM o que lhe mandaram fazer, preservando o patrimônio público e o direito de ir e vir das pessoas.
Colombelli, diferente de você, eu tenho filiação partidária. E nunca escondi, pelo contrário tenho orgulho, meu posicionamento liberal e libertário.
Por isso sou totalmente contra o MPL, o PSTU, o PSOL e demais partidos e movimentos comunistas/marxistas. E também sou contra a bandeira de estatização do transporte público pregada por eles nesses protestos.
E de fato, nos três primeiros protestos, houve muita movimentação política e, principalmente, baderna e vandalismo. O que eu condeno.
Mas o que eu condeno mais ainda, é a truculência do Estado que eu vi na última quinta feira. Contra ao à favor de nossas próprias opiniões, todos tem o direito à se manifestar publicamente de maneira pacífica. E foi isso que eu vi ao sair do trabalho naquele fim de tarde. Não era apenas o MPL e afins, não eram vândalos nem terroristas, era gente de todas as classes, de todos os lugares, que saíam do trabalho e se juntavam voluntariamente àquela manifestação pacífica. Sim, pacífica sim, eu estava lá. E não era apenas pelos 20 centavos, nem mesmo apenas pelo transporte público, era porque ninguém ali aguenta mais PEC-37, Feliciano, Renan, corrupção, obra superfaturada, tomate caro, custo de vida, inflação, ninguém aguenta mais a situação política e econômica nesse país. Sim, era por tudo isso, eu conversei com as pessoas, eu ouvi os cantos com meus próprios ouvidos e não o que o governador ou jornalista da Veja escreveu.
O que eu vi naquela noite foi um estopim de repressão digna da Ditadura Militar, de partido Nazista, a PMSP chegou disparando à esmo na população de maneira imprudente, sem motivo, sem aviso, sem objetivo a não ser calar o povo, que se manifestava pacificamente, legalmente e constitucionalmente!
Se você prefere achar que a manifestação ainda tem cunho marxista ou partidário e que todos ali são vândalos e terroristas anarquistas, te convido a fazer parte da próxima, nesta segunda, e ver com seus próprios olhos.
Mas cuidado: a verdade dói mais que spray de pimenta. Meus olhos já se curaram, mas minha liberdade continua violentada.
Marcos, esse crápula do Reinaldo Azevedo mente descaradamente de acordo com seu próprios interesses escusos.
Ele ser contra nossos “inimigos” comunistas não faz dele uma pessoa isenta de fisiologismos e corporativismo, muito menos dono da verdade.
Pare de ler o blog dele e vá nas redes sociais ver o que aconteceu, gravado pelo povo, com seus próprios olhos!
Quanto à imprensa, veja o vídeo abaixo e me diga se não houve abuso de poder por parte da tropa de choque:
http://youtu.be/TvtmaL3rSLI
Se vocês ainda acharem que aqueles bandidos fardados no meio da Rua da Consolação estavam certos, tinham o direito de reprimir e atacar a imprensa que estava ali fazendo seu trabalho de cunho social e democrático, vou ter que passar a me despedir de vocês com um Heil…
Se é preciso responsabilizar os PMs que abusaram do poder, também é preciso responsabilizar os responsáveis pela depredação.
O prefeito anterior aumentou a passagem muito mais e não houve nada disso. Será que é por causa de sua adesão ao poder central? Criou outro partido de aluguel durante o seu mandato apenas para legitimar essa adesão, o fisiologismo. Não entendo como de repente um aumento de passagem pode desencadear isso!
E o atual prefeito ganhou essa eleição em cima de um outro candidato que estava com elea ganha, que perdeu justamente por explicar mal uma proposta de altarar a forma de alterar a cobrança da passagem de ônibus !!!!!! O mesmo prefeito atual fez acordo com o governo estadual para chegar a um aumento da passagem e agora o seu partido e o governo central partem para criticar o governo do estado, a PM de SP usando isso como campanha eleitoral para as próximas eleições, uma vergonha ! E nenhum comentário desses até agora sobre a repressão feita a manifestantes no DF na abertura da copa, embaixo dos narizes deles. Será que é por causa do DF ser administrado pelo partido deles!?!?
Ou seja, as manifestações estão sendo orquestradas e tem objetivo definido, e não é baixar custos ou o bem da população.
NOTA DOS EDITORES: FAVOR ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR AO FINAL DA MATÉRIA
Não preciso parar de ler o RA, nem ir as redes sociais, preciso só ver as imagens acima, de grupos ARMADOS.
Quando há tumulto, ou quando sei que haverá, simplesmente não vou ou me afasto do local, porque é provável a pancadaria. Quem prefere ir sempre correrá o risco.
Vale ressaltar que a coisa toda saiu do controle quando os que faziam a manifestação simplesmente resolveram que iriam mudar o trajeto. Deu no que deu.
Almeida, o seu comentário tem a afirmação e confirmação das minhas premissas.
Se houve em três oportunidades movimentação política, o que se poderia esperar de uma quarta? Ora se houve antes, quem vai agora sabe o que esperar, salvo se muito incauto ou ingênuo.
Você, embora seja testemunha ocular e privilegiada, e portanto, fala com mais conhecimento de causa que nós, certamente não viu todo protesto e especialmente a meia duzia de elementos plantados que começam a baderna como sempre. Para estes a manifestação era politico/partidária. E são eles que começam, que fazem a frente. Que começam o quebra-quebra, que pixam, que jogam pedra. Como disse acima, uma maioria ordeira acaba pagando pelos inocentes, e a polícia não tem como parar e pedir na hora quem é quem. Já fiz exercício de CDC, e em um deles chegou a dar pauleira de verdade entre elementos do batalhão, com socos, pauladas e taquaços. Imagine, pessoas que são amigos e que convivem, dia a dia, no meio de um exercício simulado, e se chegou a lesões reais, o que dirá numa situação destas. Facilmente ocorrem abusos. Mas como frisou o Antônio M, é preciso também, identificar os meia duzia de “comandos” que, aparelhados, começaram o excesso e justificaram a ação violenta. Este pessoal recebe instrução pra isso. Todo mundo sabe o que vai acontecer. Repito, quem vai assume o risco.
A maioria foi protestar contra tudo isso que vc disse, e eu sou parceiro para uma manifestação destas, contra mensalão, contra desmandos, contra gastança em estádios, contra petrobras mal administrada, contra SUS como fila de morte. Mas é preciso agir de acordo com o que a “banda toca”. Se a PM disse para não passar em dado local, ora vamos por outro, pois não é o local em si que faz a direfença. É preciso deixar de ser a barra de ferro para ser uma bola de ferro na ponta de uma corrente como dizia o Bruce Lee, ou seja, é preciso se amoldar à situação e evitar o confronto. Mas não foi isso que ocorreu. Houve insistencia de passar onde não era para passar e ai se assumiu o risco de dar o que deu.
E embora exista um protocolo, bem mencionado pelo Bosco acima, onde os meios vão se intensificando, quase todos os protestos mundo a fora chegam em um ponto onde a violência explode. Aqui não fpi e não será diferente enquanto as coisas continuarem a ser feitas de forma afoita e ingênua. Quem quer fazer manifestação pacífica, faz como eram nas “diretas já”, lembram? Se avisa as autoridades, se consulta onde se pode passar, se isolam os baderneiros daqueles grupos, com gente decente assumindo a dianteira. Ai funciona.
Do jeito que está, é evidente o cunho partidário e a finalidade espúria.
Pergunto por fim, e se alguem souber peço que traga a informação. Quem foi o elemento que teve a idéia de gerico de mudar o trajeto? Este cara é o culpado. Eu sei mais ou menos onde ele será encontrado.
acima onde se lê taquaços leia-se taquaraços. As taquaras usadas como mastro das bandeias viraram clavas. So não tomamos um couro do PELOPES, que fazia as vezes da turba, porque dois cachorros nos salvaram.
Que a população e os jovens de SP continuem suas manifestações contra os abusos. Não é apenas R$0,20 que estão em jogo, parece que o povo cansou de tanto abuso.
Infelizmente alguns podres comunistas destes partidos de araque se infiltram nas manifestações para deturpa-las. Essa corja deveria se envergonhar.
Mas o povo precisa continuar com as revoltas, embora sem violência. Somente assim poderemos mostrar aos menos instruídos que é possível mudar e que os que estão no poder tem que ser mudados.
NOTA DOS EDITORES: FAVOR ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR AO FINAL DA MATÉRIA
Senhores editores, desculpem-me. Não li a nota editorial no final da matéria.
Tecnicamente escrevendo, a PM usou simplesmente a força e não se utilizou de violência, como querem alguns.
Se tivessem se utilizado de violência, teríamos um monte de gente internada em hospitais, o que não é o caso.
Mas como hoje é domingo, está chovendo e faz frio, a turma do apito resolveu ficar em casa. Envergonhariam Lenin e Stalin e ambos, provavelmente, mandariam essa turma de comunistas meia boca para algum gulag.
Encerro por aqui.
Ver as fotos publicadas na mídia de um dos lados e ignorar todas as demais evidências é ser muito míope.
Digo e repito: a situação não estava tensa até a PMSP largar o dedo. Não houve escalada de violência, estava tudo calmo e de repente BUM! gás e borracha pra todo lado, indiscriminadamente. Querem provas? Querem vítimas nos hospitais? Basta ir lá e ver os prontuários, basta ver a quantidade de pessoas com marcas de tiros NA CARA nos vídeos.
O pior cego é aquele que não quer enxergar. O pior ignorante é o que não quer buscar a verdade.
HEIL HITLER pra vocês ____________________
EDITADO. NÃO OFENDER OS DEMAIS PARTICIPANTES.
Este vídeo aqui foi gravado hoje por um amigo meu, advogado, meia idade, casado, direita, morador do bairro de São Cristovão no Rio de Janeiro:
http://youtu.be/l2nFIZO3qjA
Tirem suas conclusões.
Colombelli disse em 16 de junho de 2013 às 19:32:
“Todo mundo sabe o que vai acontecer. Repito, quem vai assume o risco.”
Engano seu, eu não sabia. Até onde me constava, a confusão estava do outro lado da Consolação e eu saí do meu escritório em Higienópolis tranquilo. Mas fiquei preso no trânsito e a graças à ação da PMSP a manifestação virou conflito e chegou até o outro lado, na Rua Angélica.
Ok, Almeida, você já deixou claro o seu ponto de vista e justa indignação, que era o que, creio eu, pretendia quando pediu uma matéria para servir de espaço para isso.
Sem problemas, mesmo porque, pelo que se percebe, sua experiência direta no conflito de quinta-feira foi forte e repleta de fatos que te indignaram e que servem de contexto para a discussão.
Agora, o objetivo da matéria, neste site, é tentar ir um pouco além dessa indignação, denúncia etc. Essa fase já foi.
O objetivo agora é discutir a questão técnica e operacional, o treinamento, as formas de se lidar com o problema, se isso evoluiu com o tempo, se involuiu, independentemente de se estar a favor ou contra os manifestantes ou a polícia.
Creio que há gente que frequenta o site que tem capacidade para debater isso. Ou não?
Precisando de mais dados etc, há matérias no arquivo (campo busca do site para acessar) que podem ajudar a encontrar informações sobre armas não letais, estratégias, táticas, treinamento etc, além de exemplos anteriores relativos a controle de distúrbios.
O Bosco colocou em pauta alguns pontos, o Colombelli deu um exemplo de exercício de que participou, podemos então partir daí (mesmo sendo muito pouco) para debater meios, treinamento, táticas, tecnologias e outras questões nesse relacionamento complicadíssimo entre manifestantes e forças policiais. Certamente alguma coisa não se encaixou para que na quinta-feira a coisa tenha saído do controle como saiu.
Senão, o debate vai ficar dando voltas sem sair do lugar, e chamar os demais de fascistas ou nazistas não vai ajudar em nada.
Almeida, mas então vc não foi na manifestação. Foste apanhado por ela. Quem vai, quem foi, assume o risco. Se três ja foram politicagem a quarta seria também, e as proximas também o serão, salvo se mudar muito. Esta visto quem esta infiltrado no meio. E depois que degenera, claro que espalha.
Culpados foram os que mudaram o itinerário. Por que mudaram? Qual o objetivo?
Agora pelas ultimas noticias irão fazer o que ja tinham de ter feito antes, ou seja uma reunião com a PM pra ver o itinerario certo e organizar as coisas antes. Tivessem feito antes, não tinha acontecido o que aconteceu. So falta identificar quem são os comandos vermelhos infiltrados.
Ainda acerca de CDC (controle de distrubios civis) lhes digo com a experiência de alguns exercícios, que a turba, mesmo em menor numero, tem vantagem sobre a tropa se esta partir da premissa de evitar ao máximo a violência. Poucos elementos com paus, molotovs e outros petrechos podem segurar, e bem, uma tropa bem maior se esta não reagir com energia.
Boa noite a todos.
Inicialmente, devo dizer que fiquei muito feliz ao ver o presente artigo na Trilogia, e o sensato direcionamento dos moderadores. Como sempre, o nível está muito bom.
Prezado Almeida, não vou – e nem tenho como – contestar seus argumentos. Eu não estive lá, a mídia mal cobriu os acontecimentos, sinto muito pelos danos físicos, morais e outros que você sofreu.
Prezado Colombelli, concordo com você. Jesus ama quem teve a ideia de mudar o trajeto, mas por mim cabe o meme genius para o indivíduo. Esse deveria ter, no mínimo, pensado na probabilidade, muito alta, de a PM reagir com energia a tal mudança, feita sem a coordenação devida com as autoridades.
Solicito aos leitores que tomem alguns minutos para ler o artigo abaixo, um ‘desabafo’ de um PM-SP:
http://abordagempolicial.com/2013/06/carta-de-um-policial-nos-protestos-de-sao-paulo/
Este policial, que participou das ações da PM, escreve anonimamente, por motivos óbvios. Cita como estopim a mudança de trajeto, mas isso não é tudo, nem a parte mais importante da ação.
Confronte a atitude dos manifestantes de SP com os de BH:
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/06/15/sem-confronto-pm-mineira-abre-caminho-para-8-mil-manifestantes-em-bh.htm
Manifestação pacífica e tranquila em BH. A polícia apenas acompanhou. Nenhum confronto.
Prezado Bosco,
O termo correto para estes meios de força é less-lethal, ou letalidade reduzida. Não é não-letal. Um tiro de slug de borracha de 12 na cabeça pode matar na hora. Os PM sabem ou deveriam saber disso, e atirar nas pernas.
Os policiais do Brasil, de uma forma geral, estão mal preparados e/ou equipados para controle de multidões. A ação da PM-SP, de maneira geral, foi correta.
Houve erros? Certamente, temos seres humanos dos dois lados. Os dois lados erraram. Mas creio que os erros foram pontuais, tanto de um lado como de outro.
Aos que acham que sou brando com a PM, basta comparar aos protestos na Turquia. Não tivemos nenhum participante morto, a PM não usou jatos de água (há rumores que a polícia turca misturou óleo de pimenta na água!!), não foram usadas armas de choque, etc.
Então, podemos dizer, com segurança, que a PM-SP foi até muito pacífica neste sentido. Espero que os protestos marcados para 2a sejam pacíficos e coordenados adequadamente com as autoridades. Não duvido nada que as FFAA sejam convocadas a agir se a coisa degringolar.
Mas estou relatando aqui a incompetência da PMSP em controlar uma situação que não era, nem de longe, tensa.
Estou trazendo fatos, como diversos vídeos mostrando as ações e meu próprio relato ocular, e mostrando os resultados dessas ações. Sem politicagem. Até porque sou contra o MPL. Estou questionando a capacidade da PMSP de conter elementos subversivos em meio à uma manifestação popular legítima.
A PMSP usou munição com validade vencida em DEZEMBRO/2010.
A PMSP deu tiros de calibre 12 a menos de 10 metros na cabeça de manifestantes que estavam fugindo, e não enfrentando-os.
A PMSP cercou os manifestantes com cavalaria de um lado e tropa de choque com escudos do outro, não para conter a manifestação, mas para eliminá-la.
A PMSP atirou primeiro, contra cidadãos desarmados, sem provocação.
Eu vi e está nos vídeos que linkei acima.
Então, tecnicamente, eles tem capacidade de tomar conta das ruas em grandes eventos como Copa, Papa e Olimpíadas? Com certeza não. E isso é um problema de segurança pública e nacional que deveria ser discutido aqui.
De que adianta ter Gepards e F-5M no céu, se aqui embaixo não temos o MÍNIMO de segurança, já que quem deveria nos proteger nos ataca?
Sinceramente acho dificil discernir o que estah acontecendo, mas o colega Almeida estah dando um testemunho que houve abuso por parte da policia, portanto algo saiu errado. Liberdades civis foram violadas.
Se isto foi generalizado ou pontual, se houveram mais casos de violencia por parte dos manifestantes, ou sh*ts happens, etc, nao sei dizer. Seria importante haver um mapeamento dos conflitos; isto existe?
Eh uma linha tenue em que a policia tem que exercer seu papel de garantir a seguranca publica, mas ao mesmo tempo tem que ter treinamento p/ discernir manifestantes pacificos (mesmo que tenham usados rotas diferentes) dos provocadores, violentos, infiltrados. Eh fundamental a orientacao dos oficiais, tanto em planejamento ex ante como in loco.
Achei as recomendacoes da Anistia Internacional do texto bem coerentes.
Nao tenho mais motivacao p/ participar de manifestacoes, mas se estivesse no Brasil provavelmente me juntaria nesta infiltracao aqui:
🙂
Fiquei dentro do topico Nunao? Se nao, por favor, reprima mas sem violencia, nao jogue spray de pimenta na coruja do avatar! (vuuuchh…)
[]s!
Colombelli, parece que um Cel da PMSP chegou a conversar com os manifestantes e garantir a passagem segura deles de uma área para outra, mas assim que ele saiu da área, a confusão começou. Mas isso eu não tenho como garantir.
Eu só gostaria mesmo que fosse tudo apurado por terceiros. Fico indignado de ter minhas liberdades civis cerceadas, seja por grupos de subversivos com agenda política, seja por agentes do Estado seguindo a agenda política de seus superiores.
Independente de quem começou a “baderna” e se ocorreu excessos pelo lado da polícia, acho que chegou a hora de discutir fim de duas polícias no Brasil (militar e civil). Nós devemos possuir uma polícia única e civil, assim como em boa parte do mundo, onde se começa como “agente” policial (repressivo, nas ruas), possa posteriormente passar para setor investigativo e possibilite chegar aos postos mais altos. Esses policiais por terem passado pelo serviço de repressão e convivendo com as realidades das ruas, saberão implementar métodos melhores para o combate e investigação de determinados crimes.
Parabéns ao povo do Blog por propor uma análise desse nível.
Primeiro ponto que as várias polícias agora estão lidando com uma situação bem complexa e que geralmente tem sua quota de problemas em qualquer lugar do mundo. Faz-me rir ver gente no facebook falando que “na Europa é diferente” como se os policiais de lá distribuíssem flores manifestantes e nunca se jogasse lixo no chão. O que não perdoa o estrago de vandalos ou erros da polícia.
Para apimentar um pouco mais a discussão o Estadão fez uma análise bem interessante dos problemas de coordenação no Comando da PM, que resultaram na confusão de quinta-feira. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,bastidores-cisao-no-comando-explica-recuo-no-uso-da-tropa-de-choque,1043265,0.htm
As ações desencontradas entre as forças da PM parecem ser resultado dessa cisão de comando. Agora, me corrijam se eu entendi errado mas então o Choque não vai estar presente hoje devido à dificuldade da própria PM em controlá-lo?
Para variar acho que são necessárias algumas ações menos vistosas:
Inteligência: é preciso identificar quem está na manifestação só para tocar o terror e pegar esse cara tão cedo quanto possível. Isso significa identificar esses caras por redes sociais e agentes a paisana? Ótimo. Nesse ponto acho que os PM’s estão corretos em revistar mochilas de manifestantes e prender infelizes com coquetéis molotov, spray, facas, correntes e cia. Na dúvida entre gasolina e vinagre é melhor um manifestante sem vinagre que alguém queimado.
Disciplina: na boa, quebrar vidro de viatura com o cassetete, como saiu num vídeo? Desligar câmeras de segurança durante a ação? Por isso que eu sou contra essa tal de PEC 37. Para mim o pessoal da Corregedoria e do MP devia estar a paisana acompanhando a manifestação só para anotar certas ações no caderninho e depois, com calma analisar e punir caso devido.
1) Parte desse grupo foi para a rua já armada, ou seja, queriam briga. Outro ainda postou: “vamo por fogo em SP”.
2) Eles tinham um itinerário que não cumpriram. Qual o problema? Onde eles queriam ir, iria trancar todo o trânsito. E Qual o problema disso? Bom, há uma dúzia de grandes hospitais na região e trancando o trânsito as ambulâncias terão dificuldades de se locomover. Mais: muita gente mora longe: Jundiaí, Campinas, Sorocaba… vão levar duas, três horas para chegar em casa e no dia seguinte vão ter de levantar cedo. Essas pessoas tem o direito de ir e vir.
3) A PM usou de força? Sim! Esperar o quê nessa hora, com a própria polícia tomando pancada?
4) O movimento é espontâneo? Não, não é. 99% da população tem mais o que fazer, como trabalhar. Não existe movimento espontâneo. Existem grupos trabalhando para promover as manifestações. Grupos políticos.
5) Ontem, domingo, ninguém foi fazer passeata. Vão hoje. Por que? Porque ontem não iam infernizar a vida de ninguém.
6) Houve outras ações da PM em outros estados, muito mais violentas. Ninguém abriu a boca, nem governo, nem imprensa, nem OAB, nem os ditos movimentos sociais.
7) Hoje vão as ruas novamente, mas já não é contra os tais R$ 0,20. É manifestação contra a PM.
8) Aliás, o movimento sequer é contra os R$ 0,20 de aumento, o que querem é transporte gratuito, o que é irreal. Acho que nem na China.
Renato e demais, proponho uma pergunta, que é também um desafio à criatividade:
Quais as alternativas para a polícia programar a segurança dos manifestantes assim como da população no entorno, além da necessária diferenciação entre quem estiver se comportando pacificamente e quem estiver cometendo infrações, caso saia da retórica o que disse em coletiva a organização do protesto antes de conversa com o Secretário de Seg. Pública de SP hoje, segundo essa reportagem?
” Antes da reunião, os representantes do movimento disseram, durante coletiva à imprensa, que não iriam divulgar o trajeto dos protestos. “O que a gente quer negociar não é o nosso trajeto. Isto, na verdade, não deveria interessar a eles [Prefeitura e governo do estado]. O importante não é o trajeto, mas é o destino. O destino é claro, único, objetivo e específico: é revogar o aumento”, afirmou o estudante de história Caio Martins.
Segundo o grupo que organiza as manifestações, a reunião que ocorreu nesta manhã seria destinada a discutir a segurança do ato. “Esperamos que a polícia operacionalize o trajeto e que não haja mais policiais à paisana infiltrados entre os manifestantes”, declarou Martins.
Quando questionado se a divulgação do trajeto poderia evitar transtornos à população que não faz parte do protesto, o grupo disse que a pergunta era “irônica”. “Não é a gente que está fazendo São Paulo parar. São Paulo já está parada. Fechar uma rua hoje é abrir um caminho amanhã”, disse Rafael Siqueira, que é professor.
Em relação aos atos de violência provocados pelos manifestantes, o movimento voltou a dizer que não é o único grupo que participa e que não tem controle sobre a manifestação. “A gente não é dono da manifestação. Se tem alguém que pode controlar a revolta é o prefeito e o governador, revogando a tarifa”, afirmou Siqueira.”
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/06/reuniao-em-sp-reune-cupula-da-seguranca-e-manifestantes.html
Outro texto para embasar tentativas de resposta à questão / desafio do comentário acima:
“Uma bomba-relógio muito difícil de desarmar
O comportamento das multidões só começou a interessar aos cientistas no final do século 19, particularmente em Paris, onde movimentos populares preocupavam os cidadãos que viam-nos frequentemente descambar para violência. Um dos primeiros teóricos a arriscar algumas explicações para a dinâmica das massas foi Gustave Le Bon, no seu clássico Psicologia das Multidões, de 1895. Le Bon acreditava que na reunião das pessoas surgia uma alma coletiva, minando a individualidade dos sujeitos. …
Inicialmente acreditava-se que a violência das massas era quase como um subproduto do comportamento irracional que surgia dessa perda dos freios individuais. O próprio Freud, ainda no começo do século 20 escreveu, inspirado por tais ideias, Psicologia das Massas e Análise do Eu, teorizando que a identificação com os líderes de grandes movimentos suprimiria a capacidade de autocrítica uma vez que o líder faria as vezes do superego, na terminologia psicanalítica, e a partir daí seria possível comportar-se de maneira antes inimaginável.
Tal pensamento mudou ao longo do tempo, sobretudo depois que os cientistas sociais passaram eles mesmos a se envolver em passeatas e piquetes nos anos 60, pelos direitos civis, contra a guerra do Vietnã etc. Percebeu-se então que o comportamento das multidões de fato transcende o dos indivíduos, mas não pode ser considerado irracional.
Ao contrário, existem determinantes bastante claros e identificáveis por trás da maioria dos atos violentos que ocorrem em passeatas quando a ação dos grupos passa a ser analisada em termos das relações entre os atores representados e considerando-se contextos políticos e históricos dos indivíduos envolvidos.
Isso não exclui de maneira alguma a influência que o conjunto exerce sobre o sujeito. Embora não percebamos no dia a dia, o fato de sermos seres sociais nos faz susceptíveis ao movimento de manada, e o comportamento dos outros é muito mais espelhado por nós do que imaginamos. Quando se adere a um movimento qualquer, a identificação entre as pessoas aumenta ainda mais essa reciprocidade. Nesse momento, qualquer atitude mais agressiva corre o risco de se tornar um estopim para uma escalada de violência.
Nas passeatas dos últimos dias em São Paulo há a reunião de vários fatores de risco para o comportamento do grupo se tornar violento: há uma reivindicação clara que diz respeito à mobilidade urbana; há assim uma causa comum entre os manifestantes; o tamanho do grupo que ele tem reunido confere uma grande sensação de poder às pessoas. Some-se a isso a pouca legitimidade que se confere à polícia – o que por si só aumenta a chance dos enfrentamentos – e a ação ostensiva que esta vem empreendendo. É óbvio que a atuação policial agressiva gera um antagonismo na massa, que passa a medir forças com os soldados, fomentando uma espiral crescente de violência.
É uma bomba-relógio muito difícil de desarmar, dado o conjunto de variáveis envolvidas. Há experiências bem sucedidas na Europa nas quais a redução do contingente policial em jogos de futebol reduziu os eventos violentos de hooligans, mas há que ter muita coragem, hoje em dia, para dizer que vamos resolver os problemas dessas passeatas colocando menos polícia na rua.
Por Daniel Martins de Barros
* DANIEL MARTINS DE BARROS É PSIQUIATRA DO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
Fonte: Jornal Estado de São Paulo – 17/06/2013”
Esses grupos, apoiados por grande parte da imprensa, estão transformando em reféns a PM e a própria população. Se a PM não fizer nada, vão incendiar metade de SP, se a PM agir, vão posar de coitadinhos.
Não tenho dúvidas que há uma ação política por trás. O grande problema é que essas ações, do mesmo modo que guerras, todos sabem como começam, mas não ninguém sabe como terminam.
A coisa pode complicar e complicar inclusive para o lado de que teve a “brilhante” ideia de promover tudo isso ai.
Esses assuntos são ainda mais complicados que os tradicionais conflitos do blog : USA x Rússia, Israel X Irâ, Rafale x Hornet, Gripen x Rafale, Fokker Dr1 Triplano x F22 ( KKKKKKKK 🙂 )
Acho que todos devemos ter calma e analisar com cuidado. Acho que todos ali erraram, polícia e parte dos manifestantes.
Cada um puxa o saco pro seu lado…
Espero que a racionalidade volte para a todos os envolvidos.
E Viva o Fokker Dr1 !! KKKKKKKKK !!! 🙂
Na minha visao tanto entre os manifestantes(com certeza entre estes alguns cabeças filiados a partidos e outros bandidos mesmo e ae sobram os de bem que vao no meio levados pelo oba,oba e pela conversa mole de alguns e acabam tomando borrachada de graça) como entre os policiais (acredito que da policia é que saem as milicias,ou parte e o despreparo psicológico dos policiais de SP e RJ que convivem com tanta violencia que sao bombas prestes a explodir e quando acontecem situaçoes de extrema tensao da no que deu, excessos,excessos e mais excessos))haviam pessoas de má fé, bandidos mesmos infiltrados para gerar desordem,destruiçao e morte, tudo tem o momento certo e nao creio ser no momento de um evento internacional se desenrolando no pais a hora certa pra manifestaçoes. Pichao o país(mais do que ja esta) pro resto do mundo.
As coisas ja veem acontecendo a anos e anos e agora vem com negócio de passagem ou seja o que for, nao concordo com muito do que acontece no nosso país assim como o resto(nao corrupito e de bem) deste país, mas não é hora pra bagunça e quem ta na chuva é pra molhar, saiu pra protestar tem que assumir o risco, nao tem criança lá nao e todos sabem muito bem das possibilidades de um eventual enfrentamento.
A policia existe pra manter a ordem e com dificuldade e sobre extresse foi o que tentaram, efeitos colaterais acontecem (houveram excessos claro,mas a isto cabe investigaçao da corregedoria),agora pessoas estudadas(jornalistas )entrando no meio de tiroteio com balas de borracha,bagunça,tumulto e reclamando, nao quer ser alvejado é só sair da linha de tiro , nao se vê jornalistas cobrindo um bombardeio na Siria onde as bombas caem enquanto elas estao caindo nao é?
Interessante este post e os comentários.
Há aqui algumas coisas que devemos ter em mente:
1. Não importa se os grupos são apoiados por partidos políticos ou não, isso é irrelevante no debate. Partidos políticos, seja de qual orientação for, fazem parte da sociedade e do Estado Democrático de Direito. Não consiste em crime ou imoralidade a participação destes.
2. Direitos Humanos. Os participantes deste ou qualquer protesto, seja pelo motivo que for, são cidadãos brasileiros, portanto amparados pela constituição e que não devem ter sua integridade física ameaçada pelo Estado ou agentes deste, a menos que estes sejam uma ameaça a segurança individual ou coletiva. Ainda assim, a maneira como se “imobiliza” ou “impede” a ação de um indivíduo ou grupo, nunca deverá ser com o intuito de causar injúrias físicas fatais, salvo se este tenha outro(s) cidadãos como refén(s), o que não é o caso. “Parar” um manifestante atropelando-o com uma motocicleta ou dando um tiro de borracha na sua cabeça não é, nem nunca será, a maneira correta de controlar um indivíduo ou uma população.
Há no inconsciente coletivo, fruto da cultura brasileira, que polícia boa é a polícia que bate, que tortura. Taí o filme Tropa de Elite que não nos deixa mentir. A platéia vibra nos atos de tortura a traficantes e bandidos outros. Muitos até hoje justificam a tortura de inúmeros cidadãos durante a ditadura sob o pretexto da defesa da pátria a uma revolução comunista.
Ainda no Brasil Colônia e Império, era comum a prática de tortura contra os escravos, diariamente se necessário.
Enfim, infelizmente, aqui os fins justificam os meios.
Depois ainda se espantam com Guantánamo!
Guantánamo é aqui minha gente.
3. Anomia. Nunão nesse último artigo publicado em seu comentário trata duma questão que é matéria de estudo na antropologia, a anomia. Durante grandes disturbios sociais, um ou mais indivíduos podem proceder de maneira estranha. É o que Durkheim chama de fatos sociais patológicos. É fundamental que ocorra o acompanhamento da polícia em toda manifestação de grande vulto para que indivíduos que se encontrem neste estado não sejam uma ameaça aos demais ou ao patrimônio, público ou privado.
Com isso o que eu quero dizer:
1. É FUNDAMENTAL que a polícia esteja acompanhando manifestações populares e garantido a segurança de todos, inclusive dos manifestantes, e impedido que serviços fundamentais deixem de funcionar.
2. NÃO É ADMISSÍVEL a ação violenta contra cidadãos brasileiros. Isso pra mim é óbvio, mas para muitos é quase impossível de se entender.
Um servidor público atropelando outro com uma motocicleta a serviço da justiça?
Um rapaz recebendo um tiro de borracha no olho da polícia?
Uma mulher sendo puxada pelos cabelos pelas ruas?
…
Como o Bosco bem pontuou, existem formas mais inteligentes de se fazer esse trabalho.
Enquanto tiver uma bandeirola de partido comuna no meio disso aí não vou apoiar.
Se os manifestantes querem limpar o Brasil que comecem limpando suas fileiras. Expulsem os comunas e os arruaceiros (o que não falta em SP é punk e skinhead louco pra uma confusão) e aí sim a manifestação vai contar com todo o meu apoio.
É simples: mandem os caras recolherem as bandeiras e tirarem as camisetas de partido antes do protesto. Se não quiserem, não protestem: vai todo mundo pra casa e deixem a comunalha tomar borrachada da democracia de farda.
No mais, por sorte ainda não morreu ninguém. Mas a continuar assim, vai morrer gente.
NOTA DOS EDITORES: ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR – O TEMA EM DISCUSSÃO NÃO É A VALIDADE OU NÃO DOS PROTESTOS / SEUS INTEGRANTES / SUAS POSIÇÕES POLÍTICAS. É DISCUTIR AS POSSIBILIDADES DE AÇÃO POLICIAL FRENTE AO CONTEXTO MOSTRADO.
Almeida,
Excelentes comentários.
As pessoas estão tão envolvidas nesse “certo ou errado”, “direita ou esquerda” e se 20 centavos é caro ou barato que não conseguem ver o óbvio:
Agentes do estado estão torturando cidadãos brasileiros em praça pública! Que isso minha gente?
Vader,
Decepcionado com seu comentário.
Esperava mais de um libertário.
Desculpe caro Corsário, protestar, ainda que seja por ridículos 20 centavos na passagem da bumba, acho justo.
Já servir de massa de manobra para aproveitadores da pior corja que existe “nefte paíf” me parece um erro. Tá na cara que o objetivo dos cabeças do movimento é testar e desacreditar a política de segurança pública do Estado de São Paulo, para isso contando com a ajuda explícita da imprensa rosada paulistana.
O tal MPL é ligado ao PSOL e à Luciana Genro, filha daquele verme que governa(?) o RS. No meio das manifestações se vê bandeiras deste partido, do PSTU e da “Coisa Operária” aos montes.
Não darei meu apoio enquanto tiver uma bandeira de partido político no meio das manifestações.
Se quiserem angariar apoio de toda a população, inclusive da PM (a democracia de farda), expulsem os partidários de suas fileiras.
#ficaadica
joseboscojr: Boa tarde.
Realmente o espaço aqui é melhor… mas, não sou grande conhecedor de armas latais e não letais; o interesse pela matéria nos leva a ficar pretensiosos e a discutir e emitir opiniões.
Acho que o uso das ditas armas não letais é factível num encontro com um agressor isolado ou num pequeno grupo; contra uma multidão (desejando confronto) elas ficam sem eficiência, como de fácil percepção.
Nos confrontos que têm acontecido, acho que a polícia -com poucas ressalvas- tem agido dentro dos seus limites, pois a multidão protestante transformou-se em massa depredatória, que buscou o confronto e generalizou a peleia.
A QUEM INTERESSA A BADERNA? Quem sabe até mesmo a um segmento exacerbado do Lula, para mostrar que ele era muito melhor do que a Dilma e que no tempo dele isso não acontecia, justificando o seu retorno.
Depois que se cria o clima de violência, muito difícil conter o policial mais treinado; num conflito destes,quando a vida está em jogo, o ser humano pensa primeiro em si, depois nos parceiros, na população e, depois, SE puer, no manifestante. E acho normal que seja assim, pois quando a passeata se transforma em horda e passa a destruir o patrimônio público e privado, a polícia tem mesmo é de intervir como puder.
A PM tem sido comedida, pois a sua cavalaria já teve muitas oportunidades de intervir e, no entanto, ficou quieta. Quantos policiais ficaram feridos?
Não sou apologista da violência mas não posso deixar de observar que os civis que levaram algum sopapo,algum balaço de borracha, devem creditar o prejuízo na conta de que quem sai à chuva é para se molhar e, sempre considerar que poderia ter sido muito pior.
Manifestante não vai à rua com sprays, molotovs, vinagre, pedra, estilingues, mochila cheia de trecos e coisas…
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Apesar da recíproca truculência, uma coisa vejo de bom:
ENFIM ESTÁ ACONTECENDO UMA REAÇÃO CONTRA A DEMISSÃO DE CIDADANIA QUE ESTÁ MATANDO O ÂNIMO DO POVO!
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Concordas?
PERGUNTA: questão de ótica, com tantas fotos, porque foram colocadas apenas fotos que mostram a PM “agredindo”?
Excelentes inclusões Nunão, o que achou das questões sobre o comando da PM que o Estadão levantou? Testemunhas dizem que quem começou o caos de quinta-feira foi o batalhão de choque. Creio que nunca vamos saber se procedem ou não, mas o prognóstico da polícia de Choque ausente das manifestações também não me parece bom. Pode ser tudo o que os criminosos e sociopatas dentro da manifestação gostariam. Ainda mais se o motivo for que, na verdade, o governo de SP tem pouco controle sobre essa força.
Do lado dos manifestantes, convenhamos o tal de Siqueira não me parece ter muita noção. A mim me parece um sujeito que marca manifestações no facebook e acha que o Estado deve ser sua babá. Movimento social espontâneo é um processo zoneado mesmo e por enquanto esse é um movimento que simplesmente não me parece ter liderança. O que não desobriga esse cara e seus amiguinhos de um mínimo de responsabilidade. Um trajeto previsível e negociado com a Polícia é a forma mais básica de começar.
Já participei de manifestações na Esplanada dos ministérios, avisando o trajeto antes e usando apenas uma faixa da pista a PMDF não cria caso e até reduz o risco de alguém morrer atropelado.
Assim, previsibilidade me parece ser um fator essencial para ambos os lados. Se a PM segue um padrão lógico de reação ao nível de ameaça eu sei até que ponto posso ir. Nesse aspecto a exigência maior de disciplina é da PM mesmo. Aquele PM que quase foi linchado foi um herói e ao mesmo um perfeito exemplo disso ao não ter esvaziado o pente quando foi atacado. Inclusive ele também foi ajudado por manifestantes. Ainda assim, se você xingar o PM desde o início não espere que ele vá te dar uma flor. Servidor público é algo diferente de capacho público.
E como disse antes, sou a favor de infiltração das forças de segurança justamente por uma questão de atender as necessidades de segurança pública. O que é bem diferente de se botar jagunço junto da galera para criar confusão. Acho essa infiltração essencial para se separar o joio do trigo.
Aldo, eu vi imagens de gente quebrando vidro de banco, é o tipo de gente que merece a borrachada que leva e espero que sejam presos e paguem o preju.
Mas nada me faz entender a necessidade de bala de borracha na tal da velhinha que tomou bala saindo da igreja ou em cima de cinegrafista. O sujeito confundiu aquele trambolho no ombro do sujeito com uma bazuca? Isso é agressão sim e não “agressão”.
“aldoghisolfi disse:
17 de junho de 2013 às 14:18
PERGUNTA: questão de ótica, com tantas fotos, porque foram colocadas apenas fotos que mostram a PM “agredindo”?
Caramba, eu é que faço uma questão de “ótica”!!! Tem certeza de que você olhou direito as fotos??????
Selecionamos as fotos justamente para intercalar imagens de ações da polícia e ações de manifestantes.
Na segunda foto, de cima para baixo, um cara de bermudas está se preparando para atacar policiais com um pedaço de pau. Mais abaixo, tem o pessoal botando fogo em coisas no caminho da polícia e, mais abaixo ainda, um outro sujeito mascarado dispara um rojão e não é para cima.
Isso por acaso é ação da polícia, como a que é mostrada nas outras imagens mais ou menos intercaladas, dos tiros de balas de borracha etc?
E, no final, como “licença poética” e tema de reflexão sobre o palco para a mídia que esse tipo de evento se torna, colocamos as fotos dos fotógrafos.
Vader, eu acho que certos prerrogativas mudam um pouco devido a situação excepcional de uma grande manifestação de massa. Sou a favor de revistas e gente com coquetel molotov, soco inglês e cia tem de ir para o xilindró automaticamente.
Porém camisa de partido, corte de cabelo e cia é direito do indivíduo por menos que eu goste. Um movimento desse tamanho não é “limpinho” e tem todo o tipo de gente mesmo. Grupos com interesses diferentes, vendo oportunidades diferentes, diversidade é isso aí. Não é para se gostar, apenas para conviver.
Renato.B disse:
17 de junho de 2013 às 14:34
Renato, direito deles querer se misturar aos protestos com camisa e bandeira de partido.
Direito meu não apoiar enquanto for assim.
Ainda bem que vivemos todos no Estado Democrático de Direito. 😉
Por enquanto…
NOTA DOS EDITORES: A DISCUSSÃO JÁ ESTÁ SAINDO OUTRA VEZ DO TEMA PROPOSTO. ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR AO FINAL DA MATÉRIA.
Sds.
Desculpas com antecedência, mas brasileiro é uma _____________mesmo!
Quando politico rouba tudo, faz ________________; brasileiro fica bravo e não faz ___________ nenhuma!
Quando os brasileiros vão a rua para protestar (o que é um direito do cidadão!), brasileirinho fica bravo, os chamam de “vandalos”, baderna, anarquistas…
O que é que vocês querem afinal? Vocês estão satisfeitos com essa _______________de país? Estão com o bolso cheio, carrinho importado novo, filhinha em colégio particular, filhinho na FAAP? Bando de _____________!
E ainda digo mais; a culpa não é da policia, ela apenas ainda não percebeu que está lutando do lado errado, protegendo quem não os protege. Esse é mau de policia militar: não são pagos para pensar!
Acordem!
COMENTÁRIO EDITADO. NÃO USE PALAVRAS DE BAIXO CALÃO NEM OFENDA OS DEMAIS PARTICIPANTES. ATENTAR PARA O QUE É SOLICITADO NA NOTA DO EDITOR AO FINAL DA MATÉRIA.
Mais um dado para o contexto de técnicas / armas não letais etc pertinentes ao assunto: Governador de SP confirma a proibição de uso de balas de borracha em manifestações.
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2013/06/balas-de-borracha-estao-proibidas-em-manifestacoes-diz-alckmin.html
E mais um outro dado para mostrar a complexidade do problema e os limites em que se deve enquadrar a ação da polícia:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1296463-defensoria-entra-com-acao-para-barrar-prisao-por-averiguacao-em-protesto.shtml
E, finalmente, mais dois links para levar em conta.
Um é do lado inusitado do tipo de problema que se enfrenta em plena batalha campal na cidade, sobrando para um motorista que, segundo o relato, sofreu violência mas não foi da polícia:
http://www.ecofinancas.com/noticias/grupo-assaltou-motoristas-manifestacao-diz-consultor
E outro é o fato do local do protesto marcado para hoje, o Largo da Batata, estar em obras, e com material que eventualmente poderia servir como armas. Não queria dar pitaco pessoal mas nesse caso não dá pra segurar e, de qualquer forma, faz parte da “guerra de nervos” em questão: a alegação conspiratória de que o entulho é “armadilha para justificar ação da PM”, e que foi colocado lá só para isso, é no mínimo bisonha e depõe contra a inteligência (ou conhecimento) de quem profere.
O Largo da Batata e arredores estão em obras há anos (falo com conhecimento de causa por passar por lá com frequência, assim como deve ter conhecimento de causa uma parcela considerável do pessoal que planeja os protestos, formada por estudantes da USP não muito longe dali, e que também deveria perceber isso) e por todo esse tempo o que não tem faltado por lá é entulho indo e vindo todo dia, às vezes um pouco mais, às vezes um pouco menos…
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2013-06-17/manifestantes-dizem-que-entulho-e-armadilha-para-justificar-acao-da-pm.html