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vinheta-clipping-forte1O primeiro encontro para discutir os princípios do combate ao cibercrime foi realizado entre os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da China, Xi Jinping, na última sexta (07). Dez dias depois, será a vez de Obama abordar o assunto com o presidente russo Vladimir Putin.

As discussões vêm na esteira da publicação, em maio, do primeiro documento sobre a aplicação do direito internacional vigente para as guerras cibernéticas. O chamado Guia de Tallinn foi elaborado por especialistas do Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa da Otan diante da atual incapacidade de identificar rapidamente e com precisão a origem dos ataques.

As autoridades russas, e principalmente os militares, reagiram com bastante cautela ao surgimento desse documento. Apesar de o guia ter caráter meramente consultivo, Moscou considerou sua divulgação como um passo para legitimar o próprio conceito de guerra cibernética.

“No momento, o problema da segurança cibernética é extremamente atual. Hoje, é especialmente importante impedir a militarização do espaço virtual. Entretanto, o Guia de Tallinn é exatamente um passo nesse sentido.”, disse o representante do Ministério de Defesa da Rússia, Konstantin Peschanenko, antes mesmo da publicação vir a público.

No Ocidente, o Guia de Tallinn foi assimilado de maneira bastante positiva. O professor de direito internacional do Colégio Militar Naval da Marinha dos EUA,  Michael Schmitt, e uma série de outros especialistas destacaram que as suas principais ideias coincidem com a posição de Washington, de acordo com a qual não seria necessário criar novas leis para o ciberespaço.

Plataforma para diálogo

Apesar de apoiarem questões jurídicas divergentes, China, Rússia e EUA concordam que há necessidade de normas de direito internacional que regulamentem as atividades no ciberespaço.

A representante do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, declarou em março que as autoridades de seu país estavam prontas para cooperar com os EUA em questões de manutenção da segurança e transparência na Internet.

De acordo com o especialista do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Aleksandr Bedritski,  Moscou também já havia iniciado um amplo debate internacional sobre questões relacionadas à introdução de medidas de segurança no ciberespaço.

A Rússia também coopera com a Organização Internacional de Cooperação Multilateral Contra Ameaças Cibernéticas, uma divisão da União Internacional de Telecomunicações da ONU e a Unidade de Luta Contra o Terrorismo da OSCE. No entanto, autoridades russas denunciam a relutância de Washington em dialogar.

Sem inocentes

Os EUA acusaram diversas vezes a China e a Rússia de serem as principais fontes de ameaças cibernéticas. Em novembro de 2011, o Departamento Nacional de Contraespionagem comunicou em  seu relatório ao Congresso dos EUA que hackers desses dois países tentavam penetrar através da internet em servidores seguros que contêm informações de economia e defesa.

Em fevereiro, a empresa norte-americana Mandiant, que opera no campo da segurança na internet, acusou uma unidade do exército chinês de organizar  mais de 140 ataques de hackers direcionados, na maioria das vezes, contra  empresas envolvidas com o desenvolvimento militar dos EUA.

A China negou repetidas vezes o seu envolvimento em qualquer forma de ação no ciberespaço e informou sobre a atividade cibernética americana na internet chinesa.

Depois da publicação, em fevereiro, do relatório Exposing One of China’s Cyber Espionage Units, no qual a China é acusada de ser a principal ameaça cibernética, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que “tais especulações e acusações infundadas parecem pouco profissionais e irresponsáveis e não ajudam a solucionar o problema”.

Em contrapartida, os representantes do Ministério de Defesa chinês declararam que os americanos promovem até 100 mil ataques mensais a sistemas chineses.

FONTE: Gazeta Russa

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