Mísseis Spike para a Índia
O Ministério da Defesa indiano aprovou a compra dos mísseis anti-carro Spike da Rafael israelense. A Índia pretende equipar 359 batalhões de infantaria. Cada batalhão deve receber oito lançadores com doze mísseis por lançador. As tropas de montanha devem receber dois lançadores. Cerca de dois mil blindados BMP-2 Sarath também devem ser armados com o Spike.
O custo total deve chegar a US$ 2,77 bilhões e deve terminar em 2017. Inicialmente serão comprados 321 lançadores, 8.356 mísseis e 15 simuladores. O número de mísseis pode chegar a 44 mil.
O Spike foi escolhido após o EUA recusar a transferir tecnologia do Javelin e devido a própria Índia não ter um míssil equivalente. O Spike é guiado por TV e IIR com datalink por fibra ótica. O alcance varia de 2.500 a 4.000 metros dependendo da versão.
No Brasil nem juntando todos os AT-4, todos os projéteis para o CSR Carl Gustav, todos os mísseis Bill, MSS 1.2, Eryx e Milan, chega a metade da compra inicial (8356 unidades) do Spike do exército indiano.
Sem falar que faz tanto tempo que os mísseis foram adquiridos e nunca mais se noticiou nenhuma outra aquisição (fora a do lote piloto do MSS 1.2) que se brincar já não estão mais operacionais. Já devem ter perdido a validade.
A Índia investe pesado. Acho um pouco exagerada a compra, pois os misseis tem validade. Imagina a cada 10 ou 12 anos ter de renovar tudo isso. O número de 08 lançadores por batalhão mas somente 12 misseis, também parece ser um equivoco deles, pois o mínimo para uma unidade de tiro seriam 04 recargas. Ninguem vai levar um lançador para frente de batalha com 1,5 disparo por peça.
O MSS 1.2 foram adquiridos no lote piloto três lançadores e 60 misseis pra teste. Ja estaria em estudo uma modernização no projeto do missil para ter cabeça de guerra dupla e colocação d eum visor noturno na unidade de tiro. Do Carl Gustav, excelente arma aliás, so temos 120 unidades. Levando em conta que cada pelotão de apoio orgânico da companhias de infantaria tem 03 canhões em dotação, seriam nove por batalhão. Como temos 72 batalhões (incluidos os de selva), basta fazer o cálculo de quantos seriam necessários para substituir o M-18A1 57mm SR so na infantaria. O Milan e o Erix ja estão fora de prazo de validade, e não chegaram a 30 unidades. Hoje a espinha dorsal da nossa defesa anticarro é o M-40 106mm SR ( a três peças no pelotão anticarro da unidade), arma muito barata e precisa, embora muito vulnerável, mas que precisaria de um upgrade com acréscimo de visor noturno e munições mais modernas, como as produzidas pela Bofors. O mais urgente seria a compra de mais Carl Gustav. Aqui pra nós, o Spike seria uma boa alternativa para as duas brigadas leves e para a brigada paraquedista, que necessitam de um meio anticarro no estado da arte, pois ha maior dificuldade de transporte em vista de meios mais pesados como um canhão SR. Netas grandes unidade, o pelotão AC com 03 lançadores Spike deveria ser orgânico dos batalhões, totalizando 27 lançadores com pelo menos seis mísseis por lançador.
Colombelli, são doze mísseis por lançador. Já atualizei.
Mas o Brasil ainda usa o M18?
O Carl Gustav é realmente uma armas respeitável. As forças especiais americanas gostam muito. Os operadores até disputam pelo uso da arma. As forças convencionais estão usando para contrapor as táticas dos insurgentes de disparar a longa distância.
Já vi treino dela no EB. Com uso de um telemetro laser tem uma boa precisão.
A quantidade de armas anti-carro também varia conforme o terreno. Na Índia serão apenas dois lançadores nas tropas de montanha (existe blindado que escala?). Então na nossa selva eu imagino que apenas o Carl Gustav seria suficiente e mesmo assim para atacar alvos como casamatas.
Ne todos os batalhõse precisariam estar bem equipados com armas anti-carro. Prioridade seriam as forças de reação rápida, fronteira sul onde tem muito blindado e fronteira com países com muitos blindados (Venezuela?).
Os Israelenses usam aeronaves remotamente pilotadas (ARP) para detectar alvos para as equipes de mísseis Spike. Como eles tem capacidade de guiamento além da linha de visada podem atacar alvos atrás de uma montanha a até 4 km de distância.
Com o uso de ARP leves por pequenas unidades, os morteiros leves também voltaram a ter utilidade. Uma pequena patrulha detecta um alvo e ataca a distancia com os morteiros, como fazem as tropas americanas no Afeganistão. Nem todo alvo vai ser atacado por míssil.
Só de curiosidade, a versão Javelin Block I tem demonstrado alcance efetivo de quase 5000 metros, portanto, o dobro da alcance da versão inicial.
Provavelmente a versão Increment 2 terá um enlace de dados via RF e poderá operar no modo “atire e atualize” e o alcance deverá chegar a 8 km.
Até agora o Javelin estava levando a melhor em relação ao Spike nas vendas externas, mas a se confirmar essa venda a Índia, o Javelin passa pra segundo.
José, salvo as unidades onde o Carl Gustav foi implantado, e não devem ser muito mais de 12 ou 13, ja que uma parte das 120 unidades esta na Brigada de Operações Especiais, na AMAN e na ESA,o M-18 ainda deve ser a arma de dotação da seção anticarro do pelotão de apoio nas companhias de infantaria. Eu não tenho conhecimento que estes canhões de 57mm tenham dado baixa.Se deram, não ha hoje arma anticarro substituta fazendo as vezes deles. Eu tive o privilégio de disparar duas vezes o M-18 no EB e de ter que levá-lo nas costas uns bom par de dias no campo do Atalaia. Além de tudo é uma arma perigosa pro atirador. O M-40, de 106mm ainda com certeza opera no EB, e com um telêmetro e munição adequada é uma arma que faz tremer as pernas de qualquer adversário
A menção que fiz ao Carl Gustav e de uma demanda superior a 560 peças no EB tem sua razão exatamente na enorme flexibilidade desta arma, seja em emprego anti-pessoal (ele pode disparar com munição temporizada para atingir pessoal por cima em situações de desenfiamento), seja contra casamatas (inclusive munições hiperbáricas). No caso das unidades de selva, não so bunkers e casamatas são alvos, mas principalmente embarcações, ja que lá os rios são as vias mais utilizadas de comunicação. Nada como ter um em um ponto de bloqueio fluvial. Logo, uma dotação de ao menos 09 canhões por unidade em todas os batalhões de infantaria é a dotação normal no EB, fazendo as vezes do M-18.
Misseis, pelo seu preço, realmente so devem ser disparados contra alvos vantajosos, especialmente CC, dai que os pelotões de misseis sejam normalmente orgânicos de brigadas. Porém, não raro, vemos os norte americanos fazendo uso do Javelin até contra abrigos individuais. Nada como ter dinheiro sobrando.
Senhores, salvo melhor juízo a 11a e a 12a Bdas já não utilizam o M-18, substituído integralmente pelo AT-4.
Quanto ao M-40 não sei, mas me recordo de acompanhar tiro dele quando servia na Anhanguera, montado num jipe, e sei dizer que é uma arma de respeito.
http://www.mapsofworld.com/india/maps/india-map.gif
“Inicialmente serão comprados 321 lançadores, 8.356 mísseis e 15 simuladores.”
Com 8 (oito) lançadores e 96 (noventa e seis) mísseis por batalhão de infantaria, esta compra inicial vai equipar aproximadamente 40 (quarenta) batalhões, contando em estoque com uma segunda remessa de uma dúzia mísseis para cada lançador.
Representa pouco mais de 11% do total de batalhões.
Possivelmente vão priorizar as unidades de pronta resposta e aquelas localizadas em áreas mais críticas.
As outras unidades podem continuar com os Milan (30.000), 9M113 Konkurs (15.000+10.000), 9M133 Kornet (3.000 em 250 lançadores) ou outros mais antigos.
Esta compra indiana é inicial mesmo.
Vão precisar de muito mais e, certamente, serão fabricados sob licença, como antes deste foi o Milan.
Sds.,
Ivan.
Só para referência, o exército do Paquistão alinha cerca de 4.500 main battle tanks e o PLA Chinês entre 6.000 e 8.500 dependendo da fonte.
Ivan, sem dúvida que a quantidade de CC nos vizinhos da India é um motivo para uma defesa anticarro bem estruturada. Porém, cause-me estranheza que os indianos por vezes esqueçam que são um Estado nuclear, e que, por isso, hoje ninguem vai “meter a mão” com eles. A bomba não desonera o Estado de ter uma defesa convencional apta, mas acho que, diante deste contexto, os investimento deles em armas convencionais as vezes são meio exagerados.
Será que muitos destes investimentos não são feitos nos moldes das “parcerias” que os “companheiros” fizeram por aqui (com preços estratosféricos e suspeitas múltiplas), quiçá com gordas comissões aos generais indianos?
Colombelli disse:
20 de maio de 2013 às 23:17
“Será que muitos destes investimentos não são feitos nos moldes das “parcerias” que os “companheiros” fizeram por aqui (com preços estratosféricos e suspeitas múltiplas), quiçá com gordas comissões aos generais indianos?”
Bingo! 🙂
E o Nag???
Foi p/ a vala, junto ao Akash???
Colombelli,
Começando pelo final para encerrar logo este assunto registro que “parcerias” e “companheiros” na Ásia já existia a muito tempo quando Marco Polo andou por aquelas bandas. Assim como o futebol, não é invenção brasileira, mas se joga muito bem por aqui.
Mas se este mau hábito pode influenciar decisões de compra por lá, como também aqui e alhures, a necessidade operacional é real, ao menos na minha opnião.
A idéia da destruição mútua garantida que prevaleceu na Otan nos anos 70 se mostrou extremamente perigosa, pois ficou claro que o(s) inimigo(s) pode(m) tentar uma campanha convencional com objetivos limitados contando com a hesitação natural de uma democracia em lançar mão de armas nucleares que traria consequências muito maiores.
É necessário conter agressões limitadas na fronteira.
No subcontinente Indiano os dois principais atores e rivais, Índia e Paquistão, estão ao alcance das armas atômicas uns dos outros, principalmente suas capitais.
A princípio deveria ser um fator de deterrência mútua, mas lembre que o governo de Islamabad é um tanto autoritário e todo o país sofre influência de fundamentalistas religiosos que podem chegar ao poder. Uma ação impensada é possível.
Mas o problema mais grave é por sobre o Himalaia.
Sim, o faminto e sedento Dragão Vermelho.
Os principais alvos na China estão fora do alcance das armas estratégicas hindus. Mesmo os grandes HAL/Sukhoi Su-30MKI dificilmente chegariam a Chengdu. Shanghai e Beijing nem pensar. Uma ameaça nuclear chinesa contra Nova Delhi (dentro do alcance) não pode ser respondida na mesma moeda.
Observe o mapa (sempre o mapa):
http://1.bp.blogspot.com/_3WzYP2rIokI/TOct_c7ZaXI/AAAAAAAAABU/1Xu5w8jDB4I/s1600/mianma_mapa_asia.jpg
Por outro lado o Exército de Libertação Popular já deu mostra de sua capacidade e disposição para empreender campanhas limitadas como extensão da política externa (e interna) do Partico Comunista da China. Inclusive contra a Índia em 1962 ou mesmo o ex-aliado Vietnam em 1979.
Algumas áreas indianas são muito vulneráveis e não apenas na Caxemira, região de tríplice fronteira entre eles, paquistaneses e chineses. O extremo nordeste da ìndia possue alguns estados que podem ser isolados por um rápido moviemento entre as fronteiras do Nepal, Butão e Bangladesh, todos cooptados ou acuados pelo Dragão.
(link do mapa em seguida)
Hoje o Exército da Índia possue mais de 60.000 mísseis para 5.000 lançadores (considerando uma dúzia de recargas por lançador). Praticamente uma ATGW para cada 2 (dois) MBTs que os vizinhos mais poderosos possuem. Supondo que Paquistão e China possam concentrar metade dos seus tanques na fronteira indiana fica um para um. Mas falta contar os VBCI, VBTP, tanques leves e blindados de reconhecimento, que somaria outro tanto ou pouco mais.
Pois é!
Esta compra é apenas inicial.
Abç.,
Ivan, an oldinfantryman.
http://www.mapsofworld.com/india/
Observem a vulnerabilidade do nordeste da Índia.
Se a cidade de Darjeeling for ocupada por forças hostis, já era… Surgiria outra Bangladesh entre Bangladesh, Butão, China e Myamar (Birmânia).