Putin e Cameron abordam possíveis opções para resolver conflito na Síria
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente russo, Vladimir Putin, discutiram nesta sexta-feira medidas conjuntas visando a uma solução para o conflito na Síria, em um contexto de intensas negociações diplomáticas.
A visita de Cameron a Sochi, às margens do Mar Negro, ocorre três dias após Moscou e Washington terem chegado a um acordo em busca de uma resolução política para o conflito, que já dura mais de dois anos e deixou mais de 70.000 mortos, segundo a ONU.
O primeiro-ministro britânico deve se reunir na segunda-feira com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.
Após a reunião, Putin revelou que havia conversado com Cameron a respeito de ‘possíveis opções’ para uma solução, mas nenhum outro avanço foi anunciado.
‘Por iniciativa do primeiro-ministro, conversamos sobre possíveis opções para um desenlace positivo da situação (na Síria) e sobre as medidas concretas neste sentido’, disse o chefe de Estado russo em sua residência em Sochi, citado pelas agências russas.
‘Temos um interesse comum, que é acabar rapidamente com a violência e lançar um processo de solução pacífica, manter a integridade territorial da Síria como Estado soberano’, acrescentou.
Cameron afirmou que, apesar de os pontos de vista de Rússia e Grã-Bretanha sobre a solução do conflito sírio serem diferentes, os dois países têm o mesmo objetivo, que é pôr fim ao conflito e conter o extremismo no país.
O primeiro-ministro britânico saudou a proposta de organizar uma conferência internacional por uma solução política -com base no acordo de Genebra concluído em 30 de junho de 2012 entre as grandes potências- feita por Moscou e Washington na terça.
‘A Grã-Bretanha, a Rússia e os Estados Unidos devem cooperar para criar um governo de transição na Síria’, indicou Cameron.
O acordo de Genebra não define o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição continua a considerar a sua saída do poder como uma pré-condição para qualquer negociação.
Contudo, o secretário de Estado americano, John Kerry, insistiu na quinta-feira, em visita à Roma, que a saída de Assad é necessária. Ele também considerou que o fornecimento iminente de mísseis terra-ar russos à Síria seria ‘potencialmente desestabilizador’ para a região.
Nesta sexta, Lavrov indicou que Moscou está concluindo o fornecimento de mísseis já acertado com a Síria, mas que não planeja realizar novas vendas de armamentos deste tipo.
‘A Rússia vende (mísseis) há muito tempo. Ela assinou contratos e conclui o fornecimento em virtude de contratos assinados. Isso não é proibido por nenhum acordo internacional’, declarou em Varsóvia.
‘Trata-se de armamento defensivo para que a Síria, que é o país importador, tenha a possibilidade de se defender de ataques aéreos’, acrescentou Lavrov.
Já o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, indicou a existência de uma controvérsia a esse respeito e exigiu o fim do fornecimento de armas à Síria.
‘Estamos convencidos de que o fornecimento internacional de armas à Síria deve acabar e que devemos fazer tudo para dar chances a uma situação política’, declarou Westerwelle após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da Polônia e da Rússia.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fez um apelo por uma ação internacional urgente para acabar com o derramamento de sangue na Síria, após testemunhos de massacres cometidos recentemente pelas tropas de Damasco na cidade de Banias.
Mas ela se disse satisfeita com a iniciativa russo-americana sobre a realização de uma conferência internacional.
No terreno, o Exército sírio lançou panfletos sobre Qousseir, uma cidade estratégica localizada na província de Homs, pedindo para que os habitantes deixem a cidade rebelde antes de um ataque iminente, indicou à AFP uma fonte militar que pediu para não ser identificada.
Os rebeldes na Síria postaram na internet mais um vídeo que mostra quatro capacetes azuis filipinos capturados terça-feira. As Filipinas declararam nesta sexta-feira que desejam a retirada de seus cidadãos da força de observação da Otan nas Colinas de Golã o quanto antes.
FONTE: G1
A coisa chegou a tal ponto que os russos vão ter que recuar. Ou é isso, ou é assinar embaixo diante da comunidade internacional o aval para um massacre com armas químicas.
O que Moscou quer é que sua base fique intocada. Quem sabe isto não pode ser negociado?